GARON MAIA

Data 14/05/2020 13:24:13 | Tóopico: Brasil

Conheça a história do pecuarista que abriu mais de 50 fazendas no Brasil

Mineiro nascido em Passos, Garon Maia foi um dos pioneiros da pecuária brasileira. Em 2016, então com 90 anos, ele concedeu entrevista para a série especial Rota do Boi para compartilhar sua história e seus ensinamentos. Ao todo, o produtor, falecido em junho de 2019, foi responsável pela abertura de mais de 50 fazendas ao longo de sua vida.

Quantos bois não passaram pelos olhos criteriosos de Garon Maia?”, indagou o repórter Marco Ribeiro na introdução da reportagem. “Na verdade, os olhos deste criador viram muito mais que bois, acompanharam praticamente todas as transformações que a nossa pecuária viveu nos últimos 30, 40, 50 anos”, continuou.

A reportagem, uma campeã de audiência do Giro do Boi, foi exibida novamente nesta terça-feira durante o especial de seis anos do programa, que foi ao ar pela primeira vez em 12/05/2014.

Na Fazenda Iviporã, em Cerejeiras, município do Vale do Guaporé rondoniense, que foi sua morada até o fim de sua vida inspiradora, Garon Maia lembrou como começou sua história com a pecuária. “Meu pai não tinha fazenda. Ele trabalhava com arrendamento, procurava arrendar uma fazenda sadia, que o bezerro desenvolvesse. Então era isso, ele comprava o bezerro, ele recriava em torno de três mil bezerros e conforme ia erando a gente apartava uma cabeceira, selecionava um lote igualado e soltava na estrada para vender em Araçatuba (SP). O negócio era esse”, lembrou em depoimento à equipe de reportagem do Giro do Boi.

Naquela época, Araçatuba funcionava como ponto de encontro de criadores e invernistas e Garon, junto de seu pai, iam ao encontro de potenciais clientes. “Comprador de boi pra invernada. Normalmente iniciava na praça, no café, mas a boiada a gente mostrava na estrada, viajando, para não haver perda de tempo. Então negociava, dependia do destino para onde ia, aonde era a fazenda do comprador. Hoje o boi é transportado por caminhão, não tenho nem condições mais de tocar porque acabaram as estradas, acabaram os pontos de pouso, até mesmo peão pra tocar a estrada não tem mais”, disse. No entanto, o pecuarista aprovava as mudanças. “Melhorou, evoluiu muito”, acrescentou.

Sua própria fazenda seguiu esta evolução. A terminação a pasto deu lugar ao confinamento, ferramenta importante para a evolução dos negócios, conforme contou ao Giro do Boi o neto de Garon, Rodrigo. “Maximizar a produção da fazenda. A gente hoje consegue um giro muito maior do que quando era só a pasto. A gente consegue fazer um fluxo de caixa muito mais controlado porque você acaba tendo boi de acordo com a sua vontade, depende de como você monta o gado em cada setor. Mas você consegue ter boi a cada quinze dias, ou se quiser pelo menos uma vez por mês, coisa que na pecuária tradicional não acontece”, destacou Rodrigo.

“Os números mudaram bastante. Estamos tendo animais sendo abatidos a cada dia mais pesados e cada vez mais novos e sem perder em nada da qualidade, muito pelo contrário, ganhando em qualidade. Isto tem também nos surpreendido no momento da venda das nossas mercadorias. Nós estamos conseguindo agregar valor e passar esse valor para o produto de qualidade que eles vêm produzindo”, disse Rogério Lima, hoje gerente regional de originação da Friboi para os estados do Pará e Tocantins.

Ainda durante a reportagem, Garon Maia compartilhou alguns ensinamentos para os produtores da nova geração. “Primeiro lugar é procurar ser o mais correto possível, honesto, e também razoável, não querer o impossível”, declarou.

Garon Maia faleceu em um domingo, 16 de junho de 2019. Sua passagem fez com que recebesse homenagens de diversos profissionais da pecuária em um programa especial do Giro do Boi que foi ao ar no dia seguinte (relembre no link abaixo).

Profissionais da pecuária prestam homenagem a Garon Maia, pioneiro da pecuária falecido neste domingo (16) aos 93 anos

Reveja a reportagem especial da série Rota do Boi, com participação de Garon Maia, pelo vídeo a seguir:https://www.girodoboi.com.br/destaques/conheca-a-historia-do-pecuarista-que-abriu-mais-de-50-fazendas-no-brasil/?fbclid=IwAR3nJBEz05_9Rmq_Whw3ty9BMELiTiT61vUJGsdvuQEIHAb6zwHR4F4KKXo


Ele começou confinando 40 cabeças nos anos 80 e hoje é referência da pecuária mineira


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Em meados dos anos 80 o empresário de Minas Gerais Paulo Roberto do Nascimento, titular do grupo de logística Transcap, diversificou seus investimentos. No município de Capinópolis, no Triângulo Mineiro, Paulo deu início a um dos primeiros confinamentos do estado, o Elite Confinamento. Em uma área pequena, começou engordando 40 cabeças de gado.

“Eu, minha família e meus filhos. A gente tem uma família que trabalha aqui dentro, é uma empresa familiar e, graças a Deus, nós construímos isto aqui. […] Estamos tendo sucesso porque a gente está dentro do negócio. Eu comecei confinando 40 cabeças , foi um dos primeiros confinamentos que abriram aqui no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, e estamos aí até hoje procurando uma genética para fornecer ao frigorífico uma carne de qualidade para a gente ter os benefícios que a pecuária precisa ter”, simplificou o agroempresário.

Não há uma receita para o sucesso, conforme dizem as declarações do empresário, que não estejam relacionadas à dedicação extrema aos fundamentos da pecuária. “É muito importante a dieta que esse boi está comendo. Esse boi tem que comer uma dieta “cinco estrelas” para ter o sucesso que está tendo aí. Eu acho também que tem a genética, você buscar a genética como nós estamos buscando. O manejo também é muito importante, os parceiros que estão aqui manejando o gado. A compra é importante. É uma cadeia que tem que ser bem feita, é uma engrenagem”, disse em entrevista para reportagem da 9ª temporada da série Rota do Boi, exibida originalmente em agosto de 2016.

Na compra da reposição, o pecuarista é adepto às tecnologias que facilitam a observação minuciosa do gado magro a ser terminado no cocho. “Ajudou muito esta tecnologia, do Whatsapp, principalmente. Por exemplo, filmam uma boiada daqui no norte de Minas Gerais, que está a mil ou 1,2 mil quilômetros daqui (de Capinópolis), encaminham para nós e nós analisamos se tem viabilidade, se o negócio vai para frente ou não. Se houver viabilidade, a gente envia uma pessoa de nossa de confiança para terminar e concretizar o negócio, embarcar os bois e transportar para nós aqui”, disse Paulo, usando um exemplo prático de incorporação de tecnologias na pecuária de corte.

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A dedicação à atividade levou a uma expansão do grupo, que atualmente tem também propriedade em Santa Cruz do Xingu-MT, em que os animais passam por recria intensiva em integração lavoura-pecuária antes de serem enviados para terminação no confinamento em Minas Gerais. “Eu senti que o boi recriado em integração já chega adaptado. A gente ganha aquele espaço que seria da adaptação”, declarou o pecuarista em depoimento ao Giro do Boi em nova entrevista, em junho de 2018.

“Após a recria no MT, os animais são levados para o confinamento em MG. São pouco menos de 1.500 km entre as propriedades, o que representa um caminho longo, mas, fortificados pela dieta, os lotes têm menor incidência de problemas no transporte, como machucados ou fatalidades, chegando mais sadios até Capinópolis”, consta na entrevista (lembre pelo link abaixo).

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