Artigo no New York Times mostra que Bolsonaro pode estar certo sobre o Coronavírus

Data 25/03/2020 21:04:04 | Tóopico: Regionais

Médicos ouvidos por jornalista defendem isolamento apenas de idosos, pessoas com doenças crônicas e com baixa imunidade — e tratar o restante da sociedade como se lida com a gripe

Geraldo Samor e Pedro Arbex
Thomas Friedman, um dos colunistas mais influentes do mundo, ouviu três médicos e escreveu o artigo mais contundente até agora sobre o risco do lockdown global se estender por muito tempo.
No texto, publicado hoje à tarde no The New York Times, Friedman nota que os políticos estão tendo que tomar “decisões enormes de vida ou morte, enquanto atravessam uma neblina com informação imperfeita e todo mundo no banco de trás gritando com eles. Eles estão fazendo o melhor que podem.”
Mas com o desemprego se alastrando pelo mundo tão rápido quanto o vírus, “alguns especialistas estão começando a questionar: ‘Espera um minuto! O que estamos fazendo com nós mesmos? Com nossa economia? Com a próxima geração? Será que essa cura — mesmo que por um período curto — será pior que a doença?’
Friedman diz que as lideranças políticas estão ouvindo o conselho de epidemiologistas sérios e especialistas em saúde pública. Ainda assim, ele diz que o mundo tem que ter cuidado com o “pensamento de grupo” e que até “pequenas escolhas erradas podem ter grandes consequências”.
Presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta/Poder360
Para ele, a questão é como podemos ser mais cirúrgicos na resposta ao vírus de forma a manter a letalidade baixa e ao mesmo tempo permitir que as pessoas voltem ao trabalho o mais cedo possível e com segurança.
Friedman diz que “se a minha caixa de email for alguma indicação, uma reação mais inteligente está começando a brotar.”
Ele cita um artigo publicado semana passada pelo Dr. John P. A. Ioannidis, um epidemiologista e co-diretor do Centro de Inovação em Meta-Pesta-Pesquisa de Stanford. No artigo, Ioannidis diz que a comunidade científica ainda não sabe exatamente qual é a taxa de mortalidade do coronavírus. Segundo ele, “as evidências disponíveis hoje indicam que a letalidade pode ser de 1% ou ainda menor.”
“Se essa for a taxa verdadeira, paralisar o mundo todo com implicações financeiras e sociais potencialmente tremendas pode ser totalmente irracional. É como um elefante sendo atacado por um gato doméstico. Frustrado e tentando fugir do gato, o elefante acidentalmente pula do penhasco e morre.”
Temor do vírus mudou a rotina em todo o mundo, principalmente na Europa
Friedman também cita o Dr. Steven Woolf, diretor emérito do Centro Sobre a Sociedade e Saúde da Universidade da Virgínia, para quem o lockdown “pode ser necessário para conter a transmissão comunitária, mas pode prejudicar a saúde de outras formas, custando vidas”
“Imagine um paciente com dor no peito ou sofrendo um derrame — casos em que a rapidez de resposta é essencial para salvar vidas — hesitando em chamar o serviço de emergência por medo de pegar coronavírus. Ou um paciente de câncer tendo que adiar sua quimioterapia porque a clínica está fechada”.
Friedman complementa: “Imagine o estresse e a doença mental que virá — já está vindo — de termos fechado a economia, gerando desemprego em massa”.
Woolf, o médico da Virgínia, afirma no artigo que a renda é uma das variáveis mais fortes a afetar a saúde e a longevidade. “Os pobres, que já sofrem há gerações com taxas de mortalidade mais altas, serão os mais prejudicados e provavelmente os que receberão menos ajuda. São as camareiras dos hotéis fechados e as famílias sem opções quando o transporte público fecha.”
Thomas Friedman, um dos colunistas mais influentes do mundo
Há outro caminho?, pergunta Friedman.
Para ele, a melhor ideia até agora veio do Dr. David Katz, diretor do Centro de Prevenção e Pesquisa da Universidade de Yale e um especialista em saúde pública e medicina preventiva.
Num artigo publicado sexta-feira no The New York Times, o Dr. Katz diz que há três objetivos neste momento: salvar tantas vidas quanto possível, garantindo que o sistema de saúde não entre em colapso, “mas também garantir que no processo de atingir os dois primeiros objetivos não destruamos nossa economia e, como resultado disso, ainda mais vidas.”
Como fazer isso?
Katz diz que o mundo tem que pivotar da estratégia de “interdição horizontal” que estamos empregando agora — restringindo o movimento e o comércio de toda a população, sem considerar a variância no risco de infecção severa — para uma estratégia mais “cirúrgica”, ou de “interdição vertical”.
“A abordagem cirúrgica e vertical focaria em proteger e isolar os que correm maior risco de morrer ou sofrer danos de longo prazo — isto é, os idosos, pessoas com doenças crônicas e com baixa imunidade — e tratar o resto da sociedade basicamente da mesma forma que sempre lidamos com ameaças mais familiares como a gripe.”
Itália é o país que mais sofre com o Coronavírus
Katz sugere que o isolamento atual dure duas semanas, em vez de um período indefinido. Para os infectados, os sintomas aparecerão nesse período. “Aqueles que tiverem uma infecção sintomática devem se auto-isolar em seguida, com ou sem testes, que é exatamente o que fazemos com a gripe. Quem não estiver sintomático e fizer parte da população de baixo risco deveria voltar ao trabalho ou a escola depois daquelas duas semanas.”
“O efeito rejuvenescedor na alma humana e na economia — de saber que existe luz no fim do túnel — é difícil de superestimar. O risco não será zero, mas o risco de acontecer algo ruim com qualquer um de nós em qualquer dia da nossa vida nunca é zero.”
Fonte: Brazil Journal


A REALIDADE NUA E CRUA

Números pelo mundo, não devemos entrar em pânico.

Grávida denuncia que teve casa apedrejada após áudio com boato que ela tem coronavírus viralizar Mulher chamou a Polícia Militar para averiguar quem jogou as pedras no telhado da residência, em Águas Lindas de Goiás. Exame comprovou que ela não tem Covid-19.

Por Rafael Oliveira, G1 GO
Mulher tem casa apedrejada após áudio dizer que ela tem coronavírus, em Águas Lindas de Goiás — Foto: Juscelino Santos/Arquivo Pessoal
Mulher tem casa apedrejada após áudio dizer que ela tem coronavírus, em Águas Lindas de Goiás — Foto: Juscelino Santos/Arquivo Pessoal
Um técnico de som de 38 anos denunciou à Polícia Civil um episódio de apedrejamento na casa da irmã, que mora em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, após um áudio circular na cidade afirmando que ela tem coronavírus. A mulher, que tem 41 anos e está grávida, contou que houve uma "chuva de pedras" no telhado da residência.
"O áudio diz que ela tinha coronavírus e estava espalhando na cidade. Ele foi enviado por uma funcionária de um hospital onde ela foi atendida com sintomas de gripe. É um perigo jogar pedra na casa de uma pessoa, ainda mais gestante. Não queria viver isso", relata o técnico de som.
No áudio ao qual o G1 teve acesso, uma mulher que diz estar de plantão relata que o irmão da gestante teria voltado de uma viagem à Itália, estava com diagnóstico confirmado de Covid-19 e tinha visitado a irmã.
"Essa mulher é gestante de quatro meses e deve ter contaminado aí em volta. O irmão dela estava na Itália e conseguiu vir para cá. Porém, foi detectado. Ele sabia que estava com coronavírus e foi para dentro da casa dela", diz o áudio.
Gestante de 41 anos teve casa apedrejada após áudio afirmar que ela espalhou coronavírus em Águas Lindas de Goiás — Foto: Juscelino Alves/Arquivo Pessoalhttps://s2.glbimg.com/N1m4kth0fTmJKfTeTlJW0b2UsM8=/0x0:1700x1065/1200x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/W/M/awo6adSEK598I2V3lwPA/mulher-tem-casa-apedrejada-apos-audio-dizer-que-ela-tem-coronavirus-em-aguas-lindas-de-goias2.jpg 2x" media="(max-width: 1024px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/AlNaqCEmT3NUvA8xck4z2H3h7G8=/0x0:1700x1065/1280x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/W/M/awo6adSEK598I2V3lwPA/mulher-tem-casa-apedrejada-apos-audio-dizer-que-ela-tem-coronavirus-em-aguas-lindas-de-goias2.jpg 2x" media="(max-width: 1280px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/dHOaO7A6ii834wc3j_YexA8twRU=/0x0:1700x1065/1968x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/W/M/awo6adSEK598I2V3lwPA/mulher-tem-casa-apedrejada-apos-audio-dizer-que-ela-tem-coronavirus-em-aguas-lindas-de-goias2.jpg 2x" media="(max-width: 1360px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/bv_lHuT5Lt7nYEfvhIWRpJNl_Ng=/0x0:1700x1065/2000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/W/M/awo6adSEK598I2V3lwPA/mulher-tem-casa-apedrejada-apos-audio-dizer-que-ela-tem-coronavirus-em-aguas-lindas-de-goias2.jpg 2x" media="(min-width: 1361px)" style="box-sizing: inherit;">Gestante de 41 anos teve casa apedrejada após áudio afirmar que ela espalhou coronavírus em Águas Lindas de Goiás — Foto: Juscelino Alves/Arquivo PessoalGestante de 41 anos teve casa apedrejada após áudio afirmar que ela espalhou coronavírus em Águas Lindas de Goiás — Foto: Juscelino Alves/Arquivo Pessoal
O técnico de som alega que viajou a trabalho ao Paraná e não à Itália. Ele afirma ter coletado amostras para exame de coronavírus e aguarda o resultado.
Na semana passada, a gestante procurou um hospital da cidade com sintomas de gripe. Segundo o técnico em som, após atendimento na unidade de saúde, encaminharam a irmã dele para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) em Goiânia, com suspeita de coronavírus, mas o resultado do exame para o novo vírus foi negativo. Ela recebeu diagnóstico médico de pneumonia e retornou à cidade no mesmo dia.
Quando a mulher voltou para Águas Lindas de Goiás, houve o apedrejamento. O boletim de ocorrência enviado ao G1 relata que a Polícia Militar esteve no local e conversou com a moradora, momento em que ela alegou que vizinhos jogaram pedra na residência, mas a equipe não conseguiu identificar um possível autor.
Veja outras notícias da região no G1 Goiás.
Coronavírus: infográfico mostra principais sintomas da doença — Foto: Foto: Infografia/G1https://s2.glbimg.com/FSsI16q2EStATd9u7bPxkxvIuIM=/0x0:1600x1983/1200x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/1/i/5zdABDT5aPyFXcy3sXKg/sintomas.jpg 2x" media="(max-width: 1024px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/NRbOmqFV23K_AX48qq9qMzF4AQw=/0x0:1600x1983/1280x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/1/i/5zdABDT5aPyFXcy3sXKg/sintomas.jpg 2x" media="(max-width: 1280px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/2DaElwqrVrjnJraG9UHv_B6xL0Q=/0x0:1600x1983/1968x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/1/i/5zdABDT5aPyFXcy3sXKg/sintomas.jpg 2x" media="(max-width: 1360px)" style="box-sizing: inherit;">https://s2.glbimg.com/xhSXznrtZqmONrG_SOGwdOlP5uA=/0x0:1600x1983/2000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/1/i/5zdABDT5aPyFXcy3sXKg/sintomas.jpg 2x" media="(min-width: 1361px)" style="box-sizing: inherit;">Coronavírus: infográfico mostra principais sintomas da doença — Foto: Foto: Infografia/G1Coronavírus: infográfico mostra principais sintomas da doença — Foto: Foto: Infografia/G1




Este artigo veio de Ouro Preto Online
http://www.ouropretoonline.com

O endereço desta história é:
http://www.ouropretoonline.com/modules/news/article.php?storyid=79344