HIDROXICLOROQUINA

Data 21/03/2020 20:33:21 | Tóopico: Brasil

O que é hidroxicloroquina, remédio promissor contra o novo coronavírus

Hidroxicloroquina, cloroquina e remdesivir. Esses são os medicamentos que, segundo estudos científicos, podem ser eficazes no combate ao novo coronavírus.

A hidroxicloroquina, também conhecida pelo nome comercial Reuquinol, é a mais promissora. O remédio é usado para o tratamento da malária desde os anos 1930, mas também já foi usado para combater doenças como artrite reumatoide e lúpus.

O remédio chegou a ser substituído por outros recentemente porque o protozoário parasita plasmodium falciparum, causador da malária, tornou-se resistente à sua ação. A hidroxicloroquina podia ser usada para prevenir ou combater a malária.

O medicamento já se mostrara anteriormente eficaz contra a Sars, uma doença respiratória aguda que surgiu na China em 2002 e pertence ao grupo coronavírus, assim como o vírus causador da atual pandemia de Covid-19.

Em um estudo publicado por cientistas chineses em 18 de março na revista científica Nature, as drogas hidroxicloroquina e remdesivir se mostraram capazes de inibir a infecção do SARS-CoV-2 (nome do novo coronavírus) em simulação in vitro.

Outro estudo feito na França, realizado pelo Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha, publicado no periódico científico International Journal of Antimicrobial Agents, mostra que a hidroxicloroquina teve desempenho positivo. Em alguns casos, foi usado também um antibiótico chamado azitromicina, que combate infecções pulmonares causadas por bactérias.

Gregory Rigano, orientador de pesquisa na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e coautor de um estudo sobre o uso de hidroxicloroquina em humanos para combater o coronavírus. Em um experimento feito com dois grupos, um que recebeu o medicamento e outro que não o recebeu, o resultado da droga no combate ao novo coronavírus foi eficaz. O antibiótico azitromicina foi usado em conjunto com a cloroquina, como no estudo feito na França.

O estudo ainda está para ser publicado, mas Rigano já concedeu uma entrevista a uma rádio americana falando sobre o tema. “Esse será o estudo mais importante a ser lançado sobre o tema. Ponto”, disse Rigano. O bilionário Elon Musk também publicou uma mensagem no seu perfil no Twitter nesta semana afirmando que a droga poderia ser eficaz contra o novo coronavírus. A FDA realiza testes com a cloroquina para combater a Covid-19.

Apesar de promissora, a droga ainda precisa de mais testes clínicos antes de ser distribuída amplamente para a população de forma segura. Por isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pediu que a Federal Drug Administration, análoga à Anvisa brasileira, seja ágil com o processo de testes e aprovação do medicamento.

Por conta da falta de aprovações clínicas do uso da hidroxicloroquina, a automedicação não é recomendada por médicos e pesquisadores.

Outro medicamento que tem se mostrado promissor contra o novo coronavírus é o remdesivir. Porém, por ser um medicamento experimental, não se espera que ele esteja amplamente disponível para o tratamento de um grande número de pessoas tão cedo quanto a hidroxicloroquina. A farmacêutica americana Gilead detém a patente do remdesivir.

Os medicamentos anti-virais lopinavir e favipiravir chegaram a ser considerados como drogas em potencial para tratar a Covid-19, mas um estudo divulgado na noite de ontem mostrou que elas são ineficazes. Com isso, os esforços dos cientistas de todo o mundo agora se voltam à hidroxicloroquina.


COVID-19: Hidroxicloroquina NÃO deve ser comprada para prevenção, alerta pesquisadora da Fiocruz

Publicado por: Fabricia Oliveira em


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margareth dalcomo - COVID-19: Hidroxicloroquina NÃO deve ser comprada para prevenção, alerta pesquisadora da Fiocruz

Os brasileiros não devem comprar hidroxicloroquina para se prevenir contra o coronavírus. O alerta é feito pela pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz. “Não, não devem comprá-los de modo algum.”

O medicamento é usado por pacientes com doenças autoimunes. Segundo ela, por causa do aumento da demanda em farmácias, pacientes que fazem uso contínuo da hidroxicloroquina podem ficar sem o remédio. Ela pede que quem comprou o medicamento devolva à farmácia.
“Quem deve usar esses medicamentos são as pessoas com doença autoimune e com malária. São pessoas que fazem uso contínuo dessa medicação durante anos de suas vidas e que precisam dela pra controlar as suas doenças e hoje já sentem falta na rede comercial de farmácia, porque foi comprada de maneira indevida”, diz Margareth.

Além de pacientes em tratamento contra malária, o remédio é usado por pessoas que tenham: artrite reumatoide, lupus eritematoso e outras doenças autoimunes. A pesquisadora da Fiocruz ressalta que não está comprovada a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento e no combate ao coronavírus.

“Não tem sentido. A hidroxicloroquina vendida comercialmente não trata a infecção por coronavírus, é usada nas condições de terapia intensiva, para casos especiais muito graves. Ela não serve pra prevenção e não serve pra tratamento de formas leves. Até o momento, não há nenhuma comprovação científica de que essa utilização seja recomendada. Nem no Brasil nem em nenhum outro local”, explica.
A pesquisadora diz que o uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19 ainda é experimental, em pacientes que estejam em estado muito grave, em terapia intensiva.

“É preciso que as pessoas entendam que o tratamento com hidroxicloroquina é experimental, tem sido feito não só no Brasil, na rede privada, como em vários locais do mundo como uma tentativa de tratamento em pacientes em terapia intensiva, onde não há nenhuma outra terapêutica comprovadamente eficaz. É nessa condição que ela está sendo utilizada.”

Uso indevido

Margareth explica ainda que o uso indevido e sem acompanhamento médico pode acarretar em problemas de saúde: “Há efeitos colaterais relacionados ao uso indevido sim. Isso é controlado naqueles pacientes que fazem uso contínuo como, por exemplo, pessoas que usam a medicação com anticoagulante, pessoas que são cardíacas e que podem ter as suas arritmias cardíacas agravadas pelo uso desnecessário desse medicamento”.
A médica alerta que o remédio não deve ser usado por pessoas que tenham:

Tendência a arritmia cardíaca
Problemas oftalmológicos
Pacientes que façam uso de anticoagulante


Aumento da procura por hidroxicloroquina afeta tratamento de outras doenças


Casos de contaminação por coronavírus estão aumentando no país

 São Paulo - A corrida às farmácias para comprar hidroxicloroquina afeta a rotina de portadores de doenças autoimunes e de artrite, que tomam o medicamento de forma contínua. Na falta do remédio, pacientes decidiram até reduzir dosagem, mesmo sem indicação médica, para não ficar sem o medicamento.

 

A hidroxicloroquina é testada para o tratamento da covid-19 em países como França, China e Estados Unidos. Atualmente, é indicado principalmente para o tratamento de artrite reumatoide e lúpus, além da malária.

 

"Desde ontem, já percorri quase todas as farmácia daqui, do Rio, liguei para várias, tentei comprar pela internet, mas também não consegui", conta a autônoma Marcelle Fassini, de 35 anos, de Nova Iguaçu. Ela toma a medicação há 10 anos para o tratamento da lúpus. "Tentei manipular, mas também não consegui, uns lugares não têm e os que têm estão cobrando o dobro do que pago na farmácia. Já não sei mais onde procurar."

 

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Marcelle tem estoque suficiente só para mais uma semana de tratamento. Mesmo sem indicação médica, decidiu diminuir a dosagem pela metade "até achar uma solução". "Não podem fazer isso com a gente, nos deixar sem medicação."

 

De Porto Alegre, a pedagoga Lisiane Clipes, de 36 anos, viu a notícia sobre a fala do presidente americano Donaldo Trump - que exaltou os benefícios da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 - e resolveu ligar para a farmácia para pedir mais uma caixa do medicamento. "Tenho pouco e imaginei que logo iria faltar, mas não havia mais em nenhuma", relatou. "Entrei em contato com meus familiares que também começaram a ligar e nada " Portadora de lúpus, ela acabou pedindo à médica para liberá-la para manipular o remédio.

 

O medicamento é fabricado no País pela Apsen (com o nome de Reuquinol), EMS (genérico) e Sanofi Aventis (Plaquinol). Em nota, a EMS disse que vai aumentar a produção.

 

A Ultrafarma afirmou que todas as 40 unidades disponíveis no site e as seis disponíveis em uma das sete unidades da rede foram vendidas na quinta-feira, no início do dia. A rede disse não ter previsão para repor o estoque, pois a EMS atenderá a demanda dos hospitais antes.

 

Uma das maiores redes do País, a Panvel também confirmou que todo o estoque de hidroxicloroquina está reservado exclusivamente para atendimento da rede hospitalar.

 

Segundo José Roberto Provenza, presidente da SociedadeBrasileira de Reumatologia, o uso medicamento só pode ocorrer por indicação médica. "Geralmente, não se prescreve para quem tem doenças cardiovasculares, hepáticas, oftalmológicas e gastrointestinais", disse.

 

Pesquisa feita pela InterPlayers, fornecedora de sistemas que integram toda a cadeia de saúde, mostra que as compras nas farmácias tiveram alta de 29% na semana passada, ante a mesma semana de fevereiro.

 

O monitoramento foi feito via sistemas de conectividade de farmácias, consumidores e distribuidores. A maior procura é por medicamentos para dor e inflamação (mais 50%) e antigripais (mais 123%).

 

 

"Não está faltando medicamento. Isso precisa ficar muito claro. Não compre tarja vermelha sem prescrição médica. Isso vai gerar maior dano que o coronavírus ", alertou o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini.

 

O Dia




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