OMS classifica coronavírus com "inimigo número um"

Data 12/02/2020 08:51:38 | Tóopico: Mais Notícias

Funcionário mede temperatura de consumidres que deixam supermercado em Wuhan. Foto: China Daily via REUTERS

Do Terra
Por David Kirton e Stephanie Nebehay, do Estadão

A epidemia de coronavírus na China pode terminar até o mês de abril, afirmou ontem o principal conselheiro de Saúde do país , mas as mortes por causa da doença ultrapassaram o número de mil e a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para uma ameaça global potencialmente pior que o terrorismo. 

O mundo deve "acordar e considerar esse vírus inimigo como o inimigo público número um", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a jornalistas, acrescentando que a primeira vacina para o vírus deve levar ainda 18 meses para ficar pronta. 

Enquanto a epidemia assola a segunda maior economia do mundo, empresas chinesas tinham dificuldades para voltar ao trabalho após o feriado extendido do Ano Novo Lunar, centenas delas anunciaram que irão precisar de empréstimos que chegarão aos bilhões de dólares para continuarem em operação. 

Empresas estavam começando a fazer demissões apesar das garantias do presidente chinês, Xi Jinping, de que os cortes generalizados seriam evitados após as cadeias produtivas de montadoras automobilísticas e fabricantes de smartphones serem interrompidas. 

O principal conselheiro médico da China na epidemia, Zhong Nanshan, disse que os números de novos casos estavam em queda em algumas províncias e previu que a epidemia chegaria ao auge neste mês. 

"Espero que este surto ou evento esteja no fim em algum momento em abril", disse à Reuters Zhong, 83, um epidemiologista que desempenhou um papel no combate à epidemia da Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) em 2003. 

A província chinesa de Hubei, epicentro de um surto de coronavírus, registrou 1.638 novos casos e 94 novas mortes na terça-feira, informou a autoridade de saúde local na quarta-feira (horário local).

Antes desses dados, a OMS havia informado na terça-feira que 1.017 pessoas haviam morrido na China, onde foram registrados 42.708 casos.

Apenas 319 casos foram confirmados em 24 outros países e territórios fora da China continental, com duas mortes: uma em Hong Kong e a outra nas Filipinas.

Os mercados globais, que viram inúmeras rodadas de vendas por conta do impacto do coronavírus na economia chinesa e seus efeitos decorrentes pelo mundo, tiveram altas recordes após os comentários de Zhong.

Estatísticas da China indicam que cerca de 2% das pessoas infectadas com o novo vírus morreram, e muitas delas tinham condições médicas pré-existentes ou eram idosas. Mas a propagação do vírus, que causa febre, tosse e dificuldades respiratórias, já causou distúrbios generalizados. 

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que a economia chinesa deverá "desacelerar visivelmente" no primeiro trimestre e que qualquer um que esteja precificando ativos agora deveria considerar o risco de que a epidemia pode piorar.

Mas o presidente do banco central britânico, Mark Carney, afirmou que a repercussão financeira da epidemia parecia controlável, embora ainda fosse cedo para julgar o impacto econômico.



Brasileiros em quarentena não apresentam o novo coronavírus

Na primeira análise dos exames, as 58 amostras deram negativo para o novo coronavírus e para outras 21 doenças respiratórias. Serão feitas mais duas análises.

Exames de brasileiros resgatados na China dão negativo para o novo coronavírus

Por TV Globo

No Brasil, exames mostraram que as pessoas em quarentena trazidas da China não estão infectadas pelo coronavírus.

Dentro de congeladores estão as 58 amostras colhidas assim que os repatriados e a equipe de resgate pisaram no Brasil. Todas deram negativo para o novo coronavírus e para outras 21 doenças respiratórias. A análise foi feita pelo Laboratório de Saúde Pública de Goiás. Mas esta é só a primeira de três análises. A próxima será na segunda-feira (17).

“A última amostra será coletada no 14º dia. Após esse resultado, juntando com o primeiro, nós esperamos que todos deem negativo, porque estão todos saudáveis. Aí, cabe ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Defesa fazerem essa avaliação”, disse Flúvia Pereira Amorim da Silva, superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás.

A notícia de que o primeiro exame não registrou a presença do novo coronavírus animou os confinados. Com o resultado, doutora Ho Yeh Li, que acompanha o grupo desde a saída de Wuhan, e os outros médicos ficarão liberados da quarentena, mas os repatriados terão que cumprir os 18 dias determinados pelo Ministério da Saúde.

"Lembrando que o período de incubação é de 14 dias. Eles precisam continuar de quarentena para ter garantia de que, nos próximos 14 dias a partir do momento em que deixaram o território chinês, ninguém realmente veio infectado", disse a doutora Ho Yeh Li.

A Força Aérea Brasileira, responsável pela operação de resgate na China, informou o destino de cada um dos repatriados após o período de isolamento.

Onze pessoas devem ir para São Paulo, cinco para o Distrito Federal, quatro para Minas Gerais, quatro para o Paraná e quatro para Santa Catarina. Pará, Maranhão e Rio Grande do Norte devem receber um dos repatriados, cada.



Covid-19 é o nome da doença provocada pelo coronavírus

Organização Mundial da Saúde tenta conter o estigma envolvendo cidade chinesa. Sem identificação oficial, a doença chegou a ser chamada de "coronavírus de Wuhan".

Doença provocada pelo novo Coronavírus é batizada de COVID-19

Por TV Globo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) batizou a doença provocada pelo novo coronavírus de Covid-19. A doença já tem mais de dois meses, mas só agora recebeu um nome. Covid-19 é uma junção de co, de corona; vi, de vírus; e d, de disease, palavra inglesa que significa doença em português. O 19 indica o ano em que surgiu: 2019.

Assim, a Organização Mundial da Saúde espera conter o estigma: sem uma identificação oficial, a doença chegou a ser chamada de “coronavírus de Wuhan”, o epicentro da epidemia, na China.

Começou, ontem, o Fórum Global de Pesquisa e Inovação convocado pela OMS. Mais de 300 especialistas estão reunidos em Genebra, na Suíça. O objetivo é avançar no desenvolvimento de testes de diagnóstico, medicamentos e vacinas contra a Covid-19. O diretor-geral disse que a primeira vacina pode estar disponível em um ano e meio.

Tedros Adhanom também alertou que o mundo pode estar diante de uma ameaça global potencialmente maior que o terrorismo, e disse que o vírus deve ser encarado como inimigo público número um.

Já na China, o principal especialista no assunto parece otimista. Zhong Nanshan, um senhor de 83 anos que foi fundamental no combate à Sars, a Síndrome Respiratória Aguda Grave, em 2003, disse esperar que a epidemia do novo coronavírus atinja o pico em fevereiro e termine em abril. Ele se emocionou ao falar sobre o médico Li Wenliang, que foi repreendido pelas autoridades chinesas por ter alertado sobre a nova doença em dezembro e que morreu na semana passada infectado pelo vírus.


Diante de tantas críticas na resposta ao surto, o governo chinês anunciou a demissão do chefe de Saúde de Hubei e a maior autoridade do Partido Comunista na província. Enquanto a cidade de Wuhan segue isolada, médicos e enfermeiros com roupas de proteção resolveram dançar com dezenas pacientes — uma iniciativa para combater a depressão da quarentena.

Nesta terça-feira, morreram mais 94 pessoas pelo novo coronavírus na província de Hubei, na China. Antes desse anúncio do governo chinês, a Organização Mundial da Saúde contava 1.017 mortes na China continental e em Hong Kong e uma nas Filipinas. Os casos confirmados na China passam de 44.300. Em outros 24 países, há 395 casos, nenhum na América Latina e na África.




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