Robôs ou humanos? Veja as profissões que devem sumir ou estar em alta nas próximas décadas

Data 10/11/2019 16:42:55 | Tóopico: Regionais


A área de telemarketing é apontada como a de maior risco de substituição de mão de obra

A tecnologia tem mudado drasticamente a forma como as pessoas vivem no dia a dia e, assim, está revolucionando pouco a pouco o mercado de trabalho. Pesquisas das universidades Coppe/ UFRJ, FGV e da consultoria McKinsey apontam que mais da metade dos postos de trabalho no Brasil correm alto risco de serem automatizados nas próximas décadas. Veja como se preparar para atravessar essas mudanças.

 

Depois da revolução tecnológica no trabalho agrícola e industrial, os especialistas apostam que a nova onda de automação afetará os trabalhos ligados a prestação de serviços, majoritário nas grandes cidades.

 

Algoritmos e a inteligência artificial já conseguem realizar algumas tarefas simples, e assim, cargos administrativos, burocráticos e padronizados são os mais ameaçados.

 

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Dados da pesquisa da Coppe/UFRJ mostram que o cargo de assistente administrativo e auxiliar de escritório, que empregam mais de 4 milhões de pessoas no país, tem 96% de risco de serem automatizados na próxima década, e o profissional de telemarketing, 99% de risco. Para as empresas, isso representa uma redução nos custos, para os trabalhadores, um enorme desafio de continuar útil.


— Fizemos a pesquisa adequando indicadores de risco de automação descobertos pela universidade de Oxford para o Brasil. Na conclusão da análise dos dados, vimos que os cargos mais afetados serão os com os menores salários e menor nível de escolaridade — afirma Yuri Lima, pesquisador do estudo.

 

 


Esse processo está ocorrendo em todo o mundo. O estudo da consultoria McKinsey estima que entre 3% a 14% dos trabalhadores terão que mudar de área de atuação até 2030. No Brasil, a estimativa é de até 10%.

 

— Em outros países, a automação está mais avançada, mas a diferença é que em países desenvolvidos, diferente do Brasil, a população está diminuindo e possui um alto grau de educação — afirma Björn Hagemann, sócio sênior da McKinsey.

 

Bruno Ottoni, pesquisador do FGV IBRE e Idados, ressalta experiências nos Estados Unidos com a criação agências de emprego para redirecionar as pessoas para novos cargos.

 

— Será preciso ser muito eficiente em tirar trabalhadores de onde os empregos estão desaparecendo e realocar a mão de obra em atividade que estão surgindo.

 

Os especialistas em Recursos Humanos alertam que os trabalhadores devem ficar atentos se a sua área de atuação está ameaçada de automação. Além disso, desenvolver mais habilidades de relacionamento, como simpatia e convencimento.

 

— Com o avanço tecnológico o risco é se tornar um inútil para o mercado. É preciso ficar atento as tendências e ver o que surge de oportunidade com essa transformação. Mas, o que se entende, é que as empresas vão valorizar mais do que nunca a relação humana e a capacidade de se adaptar e aprender— afirma Antonio linhares, Diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro.

 

 

 


Autoatendimento no varejo


Nos Estados Unidos, o Walmart e a Amazon, as duas maiores varejistas, estão implementando lojas que funcionam sem nenhum atendente. O comprador registra e paga sozinho pelos produtos.

 

— O varejo será uma das áreas mais impactadas com a substituição do atendimento pelo autoatendimento, o crescimento do E-commerce e a própria digitalização dos processos — afirma Yuri Lima, pesquisador da Coppe/UFRJ, cuja pesquisa aponta um alto risco de automação de cerca de três milhões de cargos da área no país.

 

No Brasil, não se espera o fim do atendimento humano tão cedo, mas que o consumidor tenha a escolha entre fazer o seu pedido em uma máquina ou com um atendente.

 

Para Aldo Gonçalves, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro, o atendente estará presente de outra forma:

 

— As lojas serão “showrom” para apresentar os produtos. Somente o atendente humano pode convencer o consumidor do valor do produto e converter em compra.

 

Redes de fast food já oferecem a escolha entre o pedido no caixa e autoatendimento

Fotos: Reprodução


Setor de serviço na berlinda


O impacto da automação e da tecnologia no mercado de trabalho já acendeu o alerta em diversas categorias. entre as atividades econômicas que serão severamente atingidas pela substituição de humanos pelas máquinas estão os operadores de telemarketing. Para eles, as transformações já começaram há mais de cinco anos, levando à demissão de milhares de trabalhadores. Neste período, uma das maiores empresas do setor reduziu de 130 mil para 20 mil o número de funcionários contratados para esta função.

 

Ricardo Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing (Sinntel), observa que os bancos e empresas de telefonia que tradicionalmente são os maiores contratantes cortaram as vagas. Segundo ele, cresce o número de operadores que desempenham dupla função, o que pode comprometer a qualidade do serviço prestado ao consumidor:

 

— Antes havia no mercado o operador ativo — aquele que liga para o cliente e vende produtos e serviços — ou o receptivo — que atende e auxilia os clientes na solução de problemas. Agora, nós temos os operadores híbridos que desempenham as duas funções — ressalta.

 

No setor bancário, uma das estratégias das instituições financeiras para reduzir custos é o fechamento de agências físicas e o incentivo ao uso de processos digitais. Para a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, a qualificação para atuação no mercado financeiro é uma saída.

 

— É um momento desafiador. O caminho é a capacitação e certificações para atuar no mercado financeiro, com a expansão das fintechs, blockchain e moedas virtuais.

 

O que fazer para não ser automatizado


Ser mais humano

 

Muitas profissões irão ser parcialmente automatizadas, como o varejo, que dará a escolha de atendimento automático ou pessoal. Assim, quem estiver nesses cargos precisa dar um atendimento mais humano. As empresas irão buscar as pessoas mais simpáticas, amigáveis, que sugerem soluções e conseguem incentivar a compra de produtos não pensados.

 

Não pare de estudar

 

O conhecimento será mais valorizado do que nunca, mas ele também mudará cada vez mais rápido. É preciso estar sempre se atualizando e estudando, seja em cursos online ou em cursos de networking de trabalho. Também serão mais valorizados os especialistas, por isso, invista em uma área para se aprofundar sempre.

 

Veja se não é preciso mudar de área

 

Algumas áreas de fato estarão mais suscetíveis à automação, não adianta ir contra a evolução. Fique atento ao mercado e, se estiver em uma área dessas, considere mudar e veja que outras habilidades pode oferecer.

 

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