Cuba tem que ser tratada como ditadura, diz Bolsonaro

Data 08/11/2019 08:49:51 | Tóopico: Regionais

Renova Mídia
Cuba tem que ser tratada como ditadura, diz Bolsonaro

Chefe do Executivo comemorou apoio aos EUA na questão do embargo a Cuba.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimentou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre o voto do Brasil contra a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena o embargo a Cuba.
A movimentação da delegação brasileira quebrou uma posicionamento diplomático adotado desde 1992.
Em sua tradicional live no Facebook, nesta quinta-feira (7), Bolsonaro declarou:
“Conversei com o Ernesto Araújo e pela primeira vez o Brasil acompanha os Estados Unidos na questão do embargo para Cuba. Aquilo não é uma democracia, é uma ditadura, tem que ser tratada como tal.” 
E acrescentou:
“E assim o Brasil vai mudando sua posição para centro-direita. O meu governo é o mais democrático de que tenho conhecimento ao longo dos últimos anos.”

Joice quer ser digna mantendo sua indignidade

Modo Espartano

Em sua entrevista de ontem no programa Roda Viva, a deputada federal Joice Hasselmann utilizou uma estratégia sob a qual acredita, talvez, poder sair de tudo isso com alguma dignidade. Ela pode não ter percebido que sua estratégia é por si só muito indigna.


Como todos sabem é natural eu duvidar da índole de qualquer pessoa do meio político que tenha apoiado Jair Bolsonaro. O seu tio pode ter votado nele por acreditar em seu projeto; o João da panificadora certamente pode tê-lo apoiado por concordar com suas ideias; minha avó talvez votasse nele pelas mesmas razões, assim como um amigo seu ou até mesmo você. Mas quem é do meio político, ainda que nem fosse um candidato propriamente, já sabia exatamente o que era Bolsonaro antes mesmo de ele governar. É o que falo, por exemplo, sobre figuras como Luciano Ayan, a turma do MBL, o Felipe Moura Brasil e muitos outros. Joice obviamente entra no mesmo balaio. Eles todos sabiam exatamente o que estavam fazendo e ainda assim fizeram. Alguns, como a Joice, por oportunismos óbvios como o de se eleger deputada federal. Outros podem ter feito isso em troca de cargos, de espaço midiático e o que mais se puder imaginar. Portanto quero deixar evidenciado o que talvez já esteja: quando venho falar de qualquer pessoa que apoiou Bolsonaro e que agora é alvo dele e se afastou de seu governo, sempre faço isso com total desconfiança.

A esta altura todos já sabem o que aconteceu na semana passada dentro do PSL. Tretas por poder, como de praxe. Uma queda de braço pelo controle do partido que, como sempre, envolve um dos filhos do presidente. Joice saiu desta treta sendo considerada uma "traidora" do governo porque não ficou do lado de Eduardo Bolsonaro. Em minha opinião todo castigo é pouco. Joice pode até não ter traído o presidente, mas certamente enganou milhões de eleitores ao lado dele quando ajudou a elegê-lo.

Na entrevista de ontem concedida ao programa Roda Viva percebi uma postura interessante da deputada. Ela focou seus ataques contra os filhos, mas evitou ao máximo qualquer crítica ao presidente, como se Jair não tivesse envolvimento direto em todas as cagadas cometidas pela prole. Sabemos que Jair no mínimo conhece os fatos a respeito das ações de seus filhos, pois não teria como não sabê-los, e faz de tudo para acobertá-los e até mesmo apoiá-los. Pode até ser que ele não dê as ordens, mas dá total permissão.

A postura adotada por Joice é de uma hipocrisia assustadora, o que não é surpreendente se analisarmos toda sua carreira que nunca foi nada além de mero oportunismo. Mas isso é chover no molhado. O que achei mesmo interessante foi perceber que talvez a deputada acredite na possibilidade de sair desta situação com dignidade, mantendo um apoio imoral e hipócrita ao governo que jamais será reconhecido pelos radicais cruzadistas, mas ao mesmo tempo tentar mostrar "independência" e honestidade. Neste caso tudo soa realmente tão falso quanto uma nota de três reais.

Ao criticar os filhos do presidente e dizer que ainda continua apoiando seu governo, a deputada deixa claro que tem medo do que pode acontecer se romper de forma definitiva. Diante disso ela talvez imagine que possa ficar no meio do caminho, o que é uma ilusão. Neste jogo de radicais ninguém fica no meio. Quem ficou no meio foi tratorado desde o início. Só existem dois lados nesta batalha: ou você apoia o governo incondicionalmente ou você é um inimigo a ser eliminado. Dignidade não possui nenhum valor para os radicais, só o que realmente importa é o capital político e onde ele está inserido. Neste momento Joice é um problema para eles justamente por dizer que pensa por si própria, e pouco importa que ela diga continuar a apoiar o presidente. Se o presidente valorizasse apoio independente e parcial Joice não teria sido pisoteada com a anuência dele.

De certa forma isso tudo mostra que não existe nenhuma forma de se manter digno do lado de lá. Dignidade só existe para quem está fora. Quem faz parte do entorno de Jair em geral já abriu mão do direito de ser digno há muito tempo, como é o caso de Carla Zambeli ou qualquer um dos lacaios. 

Quando Joice critica os filhos e protege o pai fica evidente que ela está mentindo, porque qualquer um sabe que Jair é absolutamente responsável pelas ações de seus filhos, uma vez que além de pai ele é simplesmente o presidente da República. Quando Joice diz que continua a querer que o governo dê certo ela também está mentindo, pois todos sabem que a fonte de todo o problema continua no governo. Se a deputada reconhece que os filhos do presidente são um problema; se ela reconhece que as milícias virtuais são um problema; se ela admite que o presidente está cercado de radicais e incompetentes; então ela indiscutivelmente também reconhece que Bolsonaro é por si só um problema. Sendo assim é fácil deduzir que a única forma de o governo dar certo é se o presidente for outro, pois ele é a origem dos problemas que ela própria descreve.

Mas é claro que Joice jamais chegaria diante das câmeras e diria a verdade, pois ela não é digna. Ela não quer se indispor com todo o eleitorado do presidente, pois precisará destes eleitores no ano que vem quando concorrer pela prefeitura de São Paulo. Ela também não quer se indispor de forma agressiva com o governo porque sabe que ele tem poder para esmagá-la politicamente. Resta a ela ficar no meio do caminho, que é justamente onde os carros passam por cima.



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