Ministro cutuca Moro: que não ocupe minha cadeira

Data 19/07/2019 09:45:43 | Tóopico: Justiça em Foco

‘Espero que ele não ocupe a cadeira que deixarei’, diz Marco Aurélio, do STF, sobre Moro

Daniela Lima – Folha de S.Paulo

Como água e óleo É crescente o incômodo do meio jurídico com a interação revelada pelas mensagens obtidas pelo The Intercept entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, diz que continua a “indagar o que nós estaríamos a dizer se [Moro] tivesse mantido essa espécie de diálogo com a outra parte [a defesa dos réus]”. “Ministério Público no processo é parte e tem que ser tratado como tal”, afirma. “Eu espero que ele não ocupe a cadeira que deixarei em 2021.”

Marco Aurélio deixará o Supremo após Celso de Mello. É dele, portanto, a segunda vaga na corte para a qual Jair Bolsonaro escolherá um substituto. O ministro, que já havia dito que Moro não é “vocacionado” à magistratura, reiterou a crítica. Para ele, com a divulgação dos diálogos entre o ex-juiz e procuradores, “a máscara caiu”.

O site The Intercept Brasil divulgou diálogos que mostram que Sergio Moro (dir) e Deltan Dallagnol (esq) discutiam processos em andamento e comentavam pedidos feitos à Justiça pelo Ministério Público Federal enquanto integravam a força-tarefa da Lava Jato.



Reação de Moro a vazamentos preocupa membros do STF

A reação de Moro à reportagem publicada pela Folha e pelo The Intercept, nesta quinta (18), deixou membros do STF inquietos. O ministro da Justiça disse que é dever do juiz exigir mudanças em acordos de delação muito generosos. “Não foi, aliás, essa a crítica a acordos como o dos sócios da JBS?”, indagou.

O ministro apoia a rediscussão, no STF, do uso de dados enviados pela Receita e pelo Coaf sem aval da Justiça. O assunto voltou à tona por iniciativa de Dias Toffoli. À Folha, o presidente da corte disse que quem não topa supervisão da Justiça busca um Estado fascista. “Subscrevo a fala dele”, afirmou Mello.

Toffoli, por sinal, avisou ao vice-presidente do Supremo, Luiz Fux, que não dividiria, desta vez, o plantão do recesso do Judiciário com ele. Vai cumprir todas as demandas do mês de julho sozinho.  (Folha Painel)




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