Mais do que derrotada, a oposição concluiu a votação da reforma rachada. No PDT e no PSB, siglas que ameaçaram filiados que votassem com o governo, houve cerca de 30% de votos a favor das novas regras de aposentadoria. Entre os socialistas, muitos apostavam em crise com a cúpula partidária.
O placar pró-reforma foi tão majoritário (379 votos) que nenhum deputado do DEM ou do PRB, bancadas que fizeram bolão, acertou o resultado. Na primeira sigla, o parlamentar que chegou mais perto chutou 361 votos. O Democratas decidiu fazer um churrasco com o valor total da aposta. (Daniela Lima – FSP)
E aliados veem anúncio de agenda própria do Congresso
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
De alma lavada - Ao concluir missão que tomou como pessoal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enviou recados explícitos ao Planalto.
No discurso que selou a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência, enalteceu o Parlamento, os partidos, seus líderes, a oposição e o STF. Tudo o que o bolsonarismo abomina.
Nenhum aliado dele crê que o governo vá dividir os louros da vitória. Por isso, a fala foi vista como o anúncio de que a Casa, agora, tem uma agenda para chamar de sua.
As linhas gerais dos próximos passos do Congresso foram delineadas também no discurso de Maia: reforma tributária e administrativa.
Os detalhes desse macroprojeto serão alinhavados no recesso.
Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vão dedicar boa parte do período a isso.