Advogado de Adélio diz que esconder mandante interessa a quem pagou por defesa

Data 12/06/2019 09:05:30 | Tóopico: Regionais

Advogado de Adélio diz que esconder mandante interessa a quem pagou por defesahttps://diariodopoder.com.br/wp-content/uploads/2019/06/2019-06-11-5-360x180.png 360w, https://diariodopoder.com.br/wp-content/uploads/2019/06/2019-06-11-5-750x375.png 750w" data-expand="700" data-pin-no-hover="true" width="652" height="326" />

Em entrevista divulgada nesta terça-feira (11) pelo movimento Direita Minas de Juiz de Fora, o advogado de Adélio Bispo, Zanone Júnior, afirma que esconder quem mandou seu cliente matar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), na campanha de 2018, interessa a quem o pagou para atuar na causa. O advogado ainda revelou que “algumas emissoras de televisão” ajudaram a pagar a banca advocatícia.

Ao ser abordado pela coordenadora do Direita Minas de Juiz de Fora, Roberta Lopes, o advogado chega a responder que o mandante do atentado a facada “foi Deus”, conforme comprovado pelo laudo médico que aponta enfermidade mental de Adélio Bispo.

Questionado por Roberta Lopes sobre a quem interessa manter em segredo e esconder a que mandou matar Bolsonaro, a resposta de Zanone foi direta: “À pessoa que me pagou”, disse, em tom de obviedade. Por que é de interesse dele?, insistiu a militante de direita. E o advogado respondeu: “Eu não sei. Existe uma cláusula de confidencialidade. Se esta pessoa, que inclusive deve à defesa, ficou de voltar no escritório… Se for de interesse dessa pessoa retirar o manto do anonimato, cabe a ele”.

Questionado sobre quem paga a estrutura para a defesa de Adélio, inclusive com uso de avião para transportar os advogados, Zanone lembrou que recebeu R$ 5 mil iniciais para defender Adélio Bispo, mais outras contribuições de emissoras de televisão.

“A partir daí, todas as despesas foram bancadas por algumas emissoras de televisão, que não vou citar o nome para você, nem para o Brasil [manda beijo para a câmera], e também por todos os advogados que ficarão nesse processo até o fim. Não temos nada contra o presidente Bolsonaro, desejamos vida longa ao presidente Bolsonaro, um bom governo, mas a defesa não descansa”, disse Zanone, olhando para a câmera.

Antes de afirmar que a Justiça Federal tem dez dias para emitir uma decisão final, após a conclusão dos atos processuais, Zanone Júnior afirmou entender a curiosidade sobre os bastidores do caso, mas afirmou não poder dar todas as respostas, por ter apego à lei federal que rege o Estatuto da Advocacia ao justificar o respeito à confidencialidade da relação com a pessoa que o contratou inicialmente para defender Adélio. Mas disse que o contratante inicial pareceu ser evangélico, mas não sabe se esta pessoa é inimigo de Bolsonaro ou de qual partido faz parte.

“Ele padece de enfermidade mental. Não acredito que Deus, Jesus, ou seja qual religião que for, queira o mal de alguém. E, no caso, ele ostenta o tempo todo, além da divergência política e ideológica com nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, ele também diz que ali há um mando divino. Para nós, isso foge da normalidade”, disse Zanone, ao garantir que constou em ata das alegações finais que a banca que defende Adélio não tem nenhum tipo de animosidade com o presidente Bolsonaro e lhe deseja sucesso.

Prédio do STF, em Brasília Foto: Divulgação / STF

Quando a Operação Lava-Jato descobriu que o executivo da Petrobras Paulo Roberto Costa tinha US$ 23 milhões em bancos suíços, com envolvimento de familiares nos negócios ilícitos, o investigado resolveu colaborar. Era a primeira de 110 delações premiadas já homologadas no Supremo Tribunal Federal desde 2014, quando a operação chegou à Corte por atingir pessoas com foro privilegiado.

Nesses mais de quatro anos, o Supremo arrecadou R$ 784,8 milhões em multas aplicadas aos delatores. A Procuradoria-Geral da República ofereceu 25 denúncias, das quais seis foram rejeitadas e nove recebidas, tornando-se ações penais. Entre as ações, há duas julgadas, com uma condenação, do ex-deputado Nelson Meurer e outros, e uma absolvição, da ex-senadora e atual deputada Gleisi Hoffman (PT-PR).

Esses e outros dados são de balanço apresentado nesta terça-feira pelo gabinete do ministro Edson Fachin, que se tornou relator da Lava-Jato no Supremo após a morte do ministro Teori Zavascki, originalmente o responsável pela operação na Corte. Há 60 inquéritos tramitando, sendo que três foram instaurados neste ano, aponta a pesquisa. Também em 2019, quatro investigações foram arquivadas.

Outros 19 inquéritos foram enviados, somente este ano, para outras instâncias, em decorrência da decisão que restringiu o foro privilegiado e também da não reeleição de envolvidos nas investigações. Há nada menos que 302 petições relacionadas à Lava-Jato em trâmite, de acordo com os dados divulgados.


Bolsonaro manteve o silêncio sobre o vazamento de mensagens envolvendo Moro mesmo após se...

Mesmo depois de se encontrar com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não só manteve o silêncio nas redes sociais sobre o vazamento de mensagens do ex-juiz, como encerrou uma entrevista coletiva ao ser questionado sobre o assunto nesta terça-feira (11) em São Paulo.

“Tá encerrada a entrevista”, disse Bolsonaro antes de se virar de costas para os jornalistas e sair da sala ao ser questionado por uma repórter sobre como avaliava “as questões envolvendo o ministro Sérgio Moro”. O governador de São Paulo, João Doria, estava ao seu lado e também deixou a sala.

Após o encontro de Moro com o presidente na manhã desta terça-feira em Brasília, o Ministério da Justiça divulgou uma nota na qual classifica a conversa entre os dois como “bastante tranquila”. Logo depois da reunião de cerca de 20 minutos no Palácio da Alvorada, o ministro foi condecorado por Bolsonaro em um evento da Marinha. 

Segundo o texto, eles “falaram sobre a invasão criminosa de celulares de juízes, procuradores e jornalistas” e Moro “rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal”. O ministro disse a Bolsonaro que a Polícia Federal está investigando o caso.

“O ministro fez todas as ponderações ao presidente, que entendeu as questões que envolvem o caso”, completa a nota. 

O silêncio de Bolsonaro, sempre tão ativo no Twitter e em outras redes sociais, desde domingo (9) sobre o caso tem sido alvo de críticas. Até para comentar temas não diretamente ligados ao seu governo, como a morte do rapper MC Reaça ou o apoio ao jogador Neymar, o presidente foi mais ágil.

No domingo, o site The Intercept Brasil publicou reportagens com mensagens privados atribuídas a Moro e a procuradores da Lava Jato em Curitiba que sugerem que o então juiz pode ter colaborado com os membros do Ministério Público em casos como o do ex-presidente Lula. O site disse que obteve os dados de uma “fonte anônima”.

Moro vai ao Senado falar sobre o caso na próxima semana 

O ministro Sérgio Moro vai à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no próximo dia 19 para “prestar esclarecimentos sobre notícias amplamente veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato”, segundo ofício enviado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra.

“Manifestamos a nossa confiança no ministro Sérgio Moro, certos de que esta será uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito de sua conduta à frente da Operação Lava Jato”, diz o texto de Bezerra endereçado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.




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