Corruptos festejam áudios criminosos

Data 12/06/2019 08:43:56 | Tóopico: Mais Notícias


Corruptos festejam áudios criminosos

Políticos envolvidos nos mais variados escândalos em Brasília comemoraram os áudios hackeados e postados criminalmente no site The Intercept, com diálogos entre o então juiz Sérgio Moro com integrantes do Ministério Público Federal, entre eles o procurador Dalton Dallagnol, como uma janela aberta para tornar pó a operação Lava Jato.

Para o ministro Luiz Alberto Barroso, do STF, não há nada a celebrar. "A corrupção existe e precisa continuar a ser enfrentada, como vinha sendo. De modo que tenho dificuldade em entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”, declarou. Tem razão Barroso.

Em 1.825 dias de investigação, a Lava Jato condenou 242 pessoas. Mais de R$ 2,5 bilhões desviados da Petrobras voltaram aos cofres da estatal. Num total de 13 acordos de leniência com empresas envolvidas está previsto o ressarcimento de mais R$ 13 bilhões. Tudo roubado do contribuinte.

Ligação direta – O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) mostrou, ontem, mais uma vez, que está de fato em alta no Governo Bolsonaro. Ao se antecipar sua decisão para depor no Senado, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, escolheu Bezerra para que levasse aos demais integrantes da Casa a sua firme determinação de ir falar sobre os áudios vazados na CCJ do Senado, no dia 19.

Olho nos cargos – O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, almoçou, ontem, na casa do líder do Solidariedade na Câmara, Augusto Coutinho. Também provou do cardápio o ministro Osmar Terra, da Cidadania. Entre uma garfada e outra, a discussão do start para nomeações dos dirigentes de órgãos federais, como Chesf, Dnocs, Sudene e Hemobrás e outros penduricalhos.


Partidos querem esperar Moro "sangrar" mais

Antes de abrir guerra contra ele

Mônica Bergamo - Folha de S.Paulo

Partidos de oposição e legendas de centro têm feito reuniões para decidir como agir no caso do escândalo das mensagens

Os principais partidos de oposição e legendas de centro têm feito reuniões para decidir como agir no caso do escândalo das mensagens do ministro Sergio Moro, da Justiça, com procuradores da Operação Lava Jato. 

Há um consenso: é preciso ter paciência e esperar Moro “sangrar” ainda mais antes de abrir guerra total contra ele, criando uma CPI.

A ordem é esperar por novas revelações do site The Intercept Brasil, que publicou as primeiras reportagens no domingo (9). 

A expectativa é de que novas mensagens piorem ainda mais a situação de Moro.

O ambiente para Moro está complicado mesmo entre os que sempre apoiaram a Lava Jato. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, diz que o caso “é um escândalo”.

 “O combate à corrupção não pode passar por meios jurídicos espúrios”, diz Randolfe. O mais grave, diz, é o fato de que “elementos estranhos ao processo eleitoral”, como os procuradores, possam ter influído no resultado do pleito.

O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, foi pressionado, em 2017, a boicotar uma premiação da Lava Jato no Canadá. Ele seria o palestrante da cerimônia.

Greenwald não apenas foi como fez rasgados elogios aos procuradores. Deltan Dallagnol postou o vídeo do discurso em suas redes sociais, fazendo com que ele viralizasse.

 “Assistir brasileiros numa jovem democracia colocando seus bilionários na prisão e prendendo políticos de todos os espectros partidários”, disse o jornalista, “é algo extraordinariamente corajoso, digno de ser homenageado”.

Greenwald disse que o combate à corrupção era “extraordinariamente difícil” —o que explicaria os equívocos dos “jovens” procuradores.

 “Eu sou a favor da Lava Jato”, diz Greenwald à coluna —ele hoje é acusado de querer destruí-la por publicar o escândalo das mensagens. “Mostrar os erros cometidos fortalece a operação.”




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