Quem assistiu ao depoimento em que o ex-governador Sérgio Cabral admitiu que roubou pôde reparar na satisfação do réu sempre que o objeto era o ex-secretário Régis Fichtner. “Seus olhos brilhavam como os de um menino quando ganha um bombom. Contra Fichtner, ele dava alegremente ênfase nas acusações”. Animação parecida só a do ex-secretário Sérgio Côrtes. Camiseta branca, furada no ombro, Cortês passou parte do depoimento rindo e cochichando com seu advogado. Não perdeu a alegria nem quando Cabral o acusou de combinar com ele um percentual de propina e cobrar outro, mais alto, enganando-o. Aliás, ficou até mais contente. Côrtes roubou Cabral, mas dificilmente terá cem anos de perdão. (O Globo – Ascânio Seleme)