Antes de adotar o nome de Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO), o serviço de extensão rural teve os nomes de Associação de Credito e Assistência rural (ACAR-RO) e Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Aster-RO). Os documentos que relatavam os trabalhos daquela época, já se perderam nos arquivos, mas inúmeros relatos dos colegas que trabalharam na ACAR ou Aster mantêm a história viva pela transmissão oral.
Capacitar mulheres e jovens rurais sempre foi prioridade para consolidar o desenvolvimento econômico e social da população rural.
Alguns desses pioneiros estão aposentados e outros já deixaram este mundo. Entre eles Paulinho (Paulo Maia), que trabalhou nos escritórios de Porto Velho e Guajará-Mirim, doutor Tabosa (veterinário), seu Mesquita (piloto de barco), e Lucia Matsuno extensionista social, que nos deixou nesta último dia 2. Todos deixaram saudades e muitas histórias vividas por eles no início da extensão rural de Rondônia.
No tempo da ACAR-RO as principais atividades dos extensionistas era a elaboração de planos de crédito rural, fomentar a produção de culturas anuais, nos projetos de colonização do Incra e orientar práticas sustentáveis no extrativismo; extração do látex da seringueira, da sova ou a coleta da ipepacuanha, também chamada de poaia. Para quem não tem idéia do que seja poaia – cabe explicação, trata-se de planta arbustiva do sub-bosque amazônico de grande interesse farmacêutico, especialmente, antes da sinterização dos seus componentes ativos.
O trabalho da extensão rural nos anos 70, era: assistência aos projetos de colonização e práticas extrativistas; elaboração de planos de crédito para agricultura de subsistência, chamadas lavouras brancas. Elaborar e orientar os projetos de investimento para aquisição de motosserras, carrinhos de tração animal, e os primeiros tratores, além do financiamento das primeiras lavouras perenes do estado como café e seringueira.
Os veículos eram jipes tração nas quatro rodas e barcos, um colaborador importante da extensão era o piloto de barco, entre eles o saudoso seu Mesquita.
Final da década houve uma crise de recursos e os extensionistas da Aster foram transferidos para o quadro do governo do território federal de Rondônia, foi extinto o quadro de extensionistas sociais, tendo permanecido apenas algumas colegas no escritório central, em Porto Velho.
Extensionistas foram fundamentais na implantação dos projetos de desenvolvimento do Estado.
Nos anos 80 o foco eram os projetos Probor 2 e 3 e projeto Polonoroeste, que fizeram explodir o desenvolvimento na primeira metade da década, coincidindo com criação do Estado, e o asfaltamento da BR 364.
Nessa época foram implantados os Nucleos Urbanos de Apoio Rural (NUAR), que vieram a tornar-se novos municípios fora do eixo da BR( neste período houve a primeira grande onda de interiorização de extensionistas da Emater-RO . Foi recriado o serviço de extensão social com a chegada das extensionistas contratadas pelo Probor em 83( Irisvone, Antonia, Cida, Bethe e Rita).
No final da década tivemos outra crise na extensão, com a extinção da Embrater, foram cortados 90% dos recursos federais destinados à extensão rural, houve forte mobilização dos extensionistas contra a operação desmonte do Governo Collor, resultando no acolhimento da Emater-RO pelo governo estadual.