JOGO BRUTO

Data 19/10/2018 08:46:36 | Tóopico: Justiça

Críticas de Dodge a fake news revelam-se inúteis

Josias de Souza

Num encontro com procuradores eleitorais e advogados das campanhas presidenciais, a procuradora-geral da República Raquel Dodge criticou a disseminação de notícias falsas. Referiu-se ao eleitor como “ator principal” do processo eleitoral. “Ele tudo pode, mas nem tudo convém. As fake news, certamente, não convêm ao eleitor nem à democracia.”

As palavras da chefe do Ministério Público soaram ilógicas e inúteis. Elas afrontam a lógica porque Raquel Dodge falou sobre o crime da difusão de notícias falsas com o distanciamento de uma scholar, como se não tivesse nada a ver com a encrenca. Suas observações carecem de utilidade porque, além de chegar tarde, a poucos dias do término da eleição, vieram desacompanhadas do anúncio de providências que uma procuradora-geral poderia adotar de ofício, como se diz.

Reportagem da Folha revelou que empresas compram ilegalmente pacotes de difusão em massa de mensagens do interesse da candidatura de Jair Bolsonaro no WhatsApp. Os contratos chegam a custar R$ 12 milhões. A notícia traz nomes de pessoas e logomarcas. O PT também já frequentara as manchetes de ponta-cabeça. Diante do descalabro, cabe à procuradora-geral levar à vitrine um lote de providências saneadoras, não lero-lero.





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