Baleado, PM faz carta para desembargadores, que soltam esposa que o tentou matar em MT

Data 19/09/2018 08:54:14 | Tóopico: Regionais

Baleado, PM faz carta para desembargadores, que soltam esposa que o tentou matar em MT
Militar explicou que deseja manter casamento após incidente

O sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, M.G.S, de 43 anos, escreveu uma carta pedindo para a Justiça colocar sua esposa, O.F.A, de 40 anos, em liberdade. Uma história comovente, que poderia até inspirar canções, ou mesmo casais que lutam para manter viva a chama do amor.

A ternura deste episódio do cotidiano, no entanto, pode dar lugar ao espanto quando se descobre o motivo da mulher estar presa: ela pegou a arma do próprio marido e atirou contra o peito dele, à queima roupa, após uma discussão. A história é verdadeira e aconteceu na cidade de Rondonópolis (216 km de Cuiabá).

O sargento da polícia militar escreveu na carta que entre os seus motivos deseja dar uma segunda chance à esposa. Ambos possuem um filho de 4 anos.

A discussão que resultou no incidente qualificado no processo como tentativa de homicídio teria começado após o sargento receber uma mensagem pelo WhatsApp na madrugada do dia 31 de julho deste ano. Mesmo não sendo fatal, o disparo obrigou o PM a se submeter a uma cirurgia. “Esclareço que desejo manter o matrimônio e a unidade familiar pois é necessária a soltura da minha esposa para cuidar do nosso filho que tem apenas quatro anos de idade”, diz trecho da carta escrita pelo marido.

A história comoveu os magistrados da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). O desembargador Paulo da Cunha, relator do habeas corpus em favor da mulher, narrou em sessão desta terça-feira (18) que aceitou o pedido de liberdade impondo outras medidas cautelares como a proibição de se ausentar da Comarca de Rondonópolis, além de comparecimento mensal em juízo para explicar suas atividade. “O parecer [do Ministério Público] é pela denegação mas estou concedendo parcialmente, porque eu coloco algumas cautelares também”, determinou Paulo da Cunha.

Seu voto foi seguido por unanimidade pelos desembargadores da Primeira Câmara Criminal, que ainda conta com os magistrados Marcos Machado e Luiz Ferreira da Silva. De acordo com informações do processo, o sargento PM foi baleado pela própria esposa por volta das 01h00 do dia 31 de julho de 2018.

Mensagens por WhatsApp, recebidas pelo policial, teriam motivado uma discussão entre o casal. Os ânimos se exaltaram e ela pegou uma arma de fogo .40, de uso funcional do marido, e disparou contra o peito do homem à queima roupa. “Após discussão com a vítima, por motivo totalmente fútil e não querendo respeitar a privacidade da vítima, subiu na cama onde estava dormindo o seu filho de apenas 04 anos, alcançou o revólver que ficava em cima do guarda-roupa, sendo esta uma arma funcional da vítima (revólver .40 com alto poder de dano), atirando em curta distância”, diz trecho da denúncia.

No pedido de habeas corpus, além da carta do PM pedindo clemência à esposa, a defesa da ré alegou que ela agiu de maneira agressiva devido a um “pico de glicemia”, mas que “desistiu voluntariamente da consumação do ilícito contra a vida de seu esposo”.



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