ORGIA SEXUAL

Data 05/12/2017 10:53:08 | Tóopico: Brasil


Bruxas estão em guerra após relatos de orgias e extorsão

METRÓPOLES

O mundo nasceu do gozo feminino. Frequentadores do Templo da Deusa, uma vila de bruxas seguidoras da religião Wicca, em São Sebastião (DF), acreditam nessa versão. “O big bang é um orgasmo da Deusa”, explica a fundadora da comunidade e servidora da Câmara dos Deputados Márcia Maria Bianchi Prates – também conhecida como Mavesper Cy Ceridwen, seu nome místico.

Não é apenas o universo, porém, que gravita ao redor da energia sexual. Os conflitos que motivaram uma guerra de bruxas em Brasília também circundam esse tema. São dignos de um roteiro de ficção: envolvem sexo, supostas orgias, magias, feitiços, rituais de prazer e opiniões muito diferentes sobre o trabalho desenvolvido no Templo da Deusa, onde se pratica a religião Wicca nos arredores da capital do país há 13 anos.

Trata-se de uma crença neopagã (que acredita em vários deuses) com influência de práticas europeias. Seus adeptos são bruxos e bruxas. Eles creem em poderes sobrenaturais (como a magia) e em princípios físicos e espirituais (masculinos e femininos) que interagem com a natureza.

Há várias formas de praticar a Wicca. No templo brasiliense, segue-se a Tradição Diânica do Brasil (TDB), criada por Márcia. A Deusa, centro do culto, não apenas fez o mundo, ela é o mundo. “Tudo faz parte dela. Eu, você, a mesa, a cadeira, a árvore”, descreve a fundadora. Ali, respeita-se a máxima: “Faça o que quiser, se a ninguém prejudicar”. Há também a lei tríplice: tudo que fizeres a outra pessoa voltará três vezes para você.

Eles celebram os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats, que ocorrem oito vezes por ano. Dançam e cantam, muitas vezes “vestidos de céu” (ou seja, nus), diante da Lua e do Sol. Também fazem trabalhos espirituais de cura e preservação do meio ambiente, entre muitas outras atividades.

A princípio, frequenta-se o espaço. Depois, é possível ser “dedicado”. Por fim, após estudos e avaliações, torna-se um “iniciado”. No último nível, é preciso viver a religião e participar de vários encontros semanais. É nesse momento que se ganha um nome místico. A maioria dos adeptos apenas visita o local, mas muitos chegam a morar na chácara.

João*, um homem gay, morou no templo por oito anos. Conheceu o local aos 17, na mesma época em que lidava com a dificuldade de entender e assumir sua própria sexualidade. “Encontrei na Márcia uma mãe acolhedora e, na Wicca, um espaço de aceitação. O problema veio com a instituição dos rituais sexuais. Quem não participava era massacrado. Transei com várias mulheres, mesmo sendo gay”, relata.

Ele também alega ter tido um prejuízo de R$ 10 mil. “Minha mãe morreu e me deixou o dinheiro como herança. Emprestei para a Márcia, pois o templo passava por dificuldades quando ela comprou a chácara. Achei que teria o valor de volta um dia, mas isso jamais ocorreu”, conta.

João diz que trabalhou como motorista do templo, em troca de comida e moradia, quando o pai dele o expulsou de casa, após a morte da mãe. “Estava muito frágil e vulnerável. O Templo da Deusa é onde pessoas nessa situação são exploradas”, dispara.

Mas nem só de contato com a natureza, feitiços, vassouras, caldeirões e tarô vivem as bruxas brasilienses. Elas também lidam com problemas dentro da religião. Quem pratica Wicca enxerga o corpo como parte da Deusa, algo sagrado e que, portanto, deve ser reverenciado em rituais.

Ela e outras quatro pessoas acusam a líder do Templo da Deusa, Márcia Bianchi, de coagir e manipular os integrantes da religião a participarem de rituais abusivos. Luana conheceu o marido na propriedade Wicca em São Sebastião, onde celebraram a união. A ex-participante diz ter sofrido pressão para morar no local e fazer parte de uma família poliamorosa com a criadora do coven.




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