Fachin não é de briga

Data 13/09/2017 08:22:14 | Tóopico: Mais Notícias

Fachin não é de briga



Criticado por Gilmar Mendes em sessão de turma do STF nesta terça-feira (12), o ministro Edson Fachin não esboçou reação beligerante. Disse a amigos ter visto uma “agressão gratuita”, mas não indicou qualquer disposição para revide.

O forte clima de confronto que se instalou no Judiciário após a reviravolta no acordo da J&F virou piada no Congresso. Parlamentares dizem que, depois de varrer a política, os tribunais entraram na fase da autofagia.

A nota em que o STJ solicita investigação dos relatos publicados pela revista “Veja” que apontam tentativas da J&F de influenciar sentenças deflagrou crise na corte. Em mensagem a colegas, o ministro João Noronha criticou duramente a presidente Laurita Vaz.

“Laurita, se você não tem coragem e estrutura para defender os membros da Casa (…), não os exponha”, disse Noronha, que é citado na reportagem. “Não ofenda mais aqueles que já vêm sendo injustamente atacados.” (FSP)

A pauleira de Jarbas em FBC

Da tribuna da Câmara, o deputado Jarbas Vasconcelos fez um grande desabafo, ontem, sobre a intervenção da executiva nacional no diretório estadual. Bateu duro no senador Fernando Bezerra Coelho, a quem o comando nacional quer entregar o partido no Estado. Abaixo assinalei alguns trechos mais contundentes do pronunciamento do paramentar.

“A manobra ardilosa que pretende me atingir está sendo maquinada pelo senador Fernando Bezerra Coelho que diz está seguindo orientação da presidência nacional do PMDB”.

“Fernando Bezerra Coelho tem uma história marcada por adesismos de ocasião. Era do PDS, mas quando viu a possível vitória de Arraes, dele se aproximou. Depois foi para o PMDB com Orestes Quércia e posteriormente passou pelo PPS quando a candidatura de Ciro Gomes se consolidou. Voltou para me apoiar quando venci a disputa pelo governo de Pernambuco. Foi para o PSB com Eduardo Campos e virou ministro de Dilma. Agora, seu filho é ministro de Temer”.

“Lutei contra a ditadura militar em seus tempos mais sombrios. Tenho mais de 50 anos de vida pública, uma vida da qual me orgulho e não tenho absolutamente nada a esconder. Fui deputado estadual, deputado federal, prefeito do Recife duas vezes, governador de Pernambuco duas vezes, senador e mais uma vez deputado federal”.

“Minha história confunde-se com a história do PMDB. Não a história destes que negociam espaços com Fernando Bezerra Coelho. O meu PMDB tem o DNA de homens como Ulysses Guimarães e Pedro Simon”.

“Durante todo o período dos governos do PT, estive na oposição. E a bem da verdade é que a maioria dos que hoje pretendem me expulsar do PMDB apoiou os governos que hoje criticam”.

“Não há improvisação no PMDB de Pernambuco. Há seriedade e transparência. Fui a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e apoiei desde o início o Governo do presidente Michel Temer. Fiz isso sem interesse algum em cargos, emendas do Orçamento ou benesses governamentais. Sou a favor e continuarei sendo das reformas que o País tanto precisa”.

“Em várias situações, exatamente por conta do meu pensamento e da minha coerência, fui atacado dentro do meu próprio. Do partido que ajudei a criar. Mas mesmo diante das divergências nunca houve uma ação voltada para me expulsar ou punir. Sempre houve o respeito às diferenças. Respeito! Condição primária para a convivência em qualquer ambiente e que faltou e está faltando a Fernando Bezerra Coelho”.

“Em poucos dias, porém, percebi que Fernando Bezerra está trabalhando para intervir no PMDB de Pernambuco. Ao meu gesto cordial de elogiar a ele e ao seu filho ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho respondeu com desrespeito e prepotência. O ato dele tem nome: traição”.

“O PMDB de Pernambuco foi uma trincheira de resistência democrática ao regime ditatorial. Vamos resistir e vamos recorrer a todas as instâncias políticas e legais para impedir que o partido se transforme numa extensão familiar dos interesses de Fernando Bezerra Coelho e companhia”.

FRAUDE EM OLINDA– O presidente estadual do PMDB, Raul Henry, negou, ontem, que tenha usado dos mesmos recursos da executiva nacional para dissolver a executiva municipal de Olinda, na eleição passada, excluindo do seu comando o grupo da ex-prefeita Jacilda Urquiza. “O que ocorreu em Olinda foi uma grotesca fraude do resultado da convenção”, disse. Hoje, em Brasília, ele participa da reunião da executiva nacional para contestar a decisão de entregar ao senador Fernando Bezerra Coelho, recentemente filiado ao PMDB, o comando do partido no Estado.

Torcida palaciana – Na tentativa de reconquistar o PSDB para sua base, o governador Paulo Câmara não torce apenas pela vitória do ex-prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, na disputa pelo comando do diretório estadual tucano. Tem emissários palacianos garimpando votos entre os que delegados que elegerão o novo presidente da legenda no Estado, em substituição a Antônio Moraes, que é, também, diga-se de passagem, governista de carteirinha.



Rebaixamento da Compesa– Da deputada estadual Priscila Krause (DEM) ao denunciar, ontem, o rebaixamento da nota de crédito da Compesa pela agência de classificação de risco Standard and Poors (S&P): "Nós estamos falando de uma relação que passou a ser muito conturbada desde o início desse atual Governo, porque é uma relação resumida, por um lado, entre cliente e prestador de serviço, e do outro, controlador e empresa subordinada. Se o governo não trata isso de forma separada, passa a influenciar negativamente o balanço contábil da empresa, que é o que está ocorrendo”.

Portas fechadas– Um dia após o senador Fernando Bezerra procurar o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), o presidente do PSB, Sileno Guedes, definiu com o gestor uma participação mais efetiva do partido na administração municipal. Na prática Lupércio fechou a portas para um entendimento com o grupo de Bezerra, que trabalha pelo fortalecimento da candidatura do seu filho, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, ao Governo do Estado. Só não se sabe ainda o tamanho do espaço que o PSB ocupará em Olinda.

O isolamento de Adilson– O bate-palmas do secretário-geral do PSB, Adilson Gomes, na foto ao lado, ao ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB, não agradou à direção socialista no Estado. Para o presidente do diretório estadual, Sileno Guedes, a manifestação de Gomes foi pessoal, longe de representar o pensamento do partido, que, segundo ele, é de solidariedade ao deputado Jarbas Vasconcelos. “Não podemos de estar solidário a um PMDB que tem história, a um político da envergadura de Jarbas. Mais do que isso, tememos que o partido no Estado, referência nacional, vire o partido dos escândalos e da Lava jato”, afirmou.

CURTAS

RECUPERAÇÃO– O senador Fernando Bezerra Coelho quer evitar a falência de trabalhadores, dando-lhes a oportunidade de firmarem acordo judicial para o pagamento de débitos e o retorno ao mercado de trabalho. Por meio de projeto de lei, defende que sejam dadas condições de replanejamento da dívida e insolvência civil de devedores (pessoa física) em situação de vulnerabilidade financeira (endividamento que ultrapassa ou ameaça superar o valor de bens penhoráveis), a exemplo do que a legislação permite a empresas que entram com processo de falência para a recuperação judicial do empreendimento.

CUSTÓDIA- O deputado Rodrigo Novaes (PSD) questionou, ontem, o comportamento do poder Judiciário a respeito das audiências de custódia. Ele afirmou que já deu entrada no requerimento à Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania para promover um debate com representantes das execuções penais, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, da OAB/PE e especialistas em Direito penal. Ele deu como exemplo um caso que aconteceu em Floresta, onde dois bandidos trocaram tiros com policiais, foram presos em flagrante com drogas e dinheiro, e após a audiência de custódia foram soltos.

Perguntar não ofende: Qual partido restará para Jarbas, caso perca a contenda com o PMDB?


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