Lava Jato agora prepara denúncias contra Lula

Data 25/06/2016 15:42:51 | Tóopico: Urgente





Josias de Souza

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, recolocou em movimento os processos que envolvem Lula. Em despacho assinado nesta sexta-feira, Moro determinou que sejam juntadas aos autos as interceptações telefônicas que captaram diálogos do ex-presidente. A força-tarefa de Curitiba já prepara as denúncias que serão protocoladas contra Lula. Não são negligenciáveis as chances de condenação.

Em seu despacho, Moro excluiu apenas o grampo que foi anulado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Trata-se daquela célebre conversa em que Dilma Rousseff, ainda instalada no Planalto, foi pilhada informando a Lula que enviria um portador —“o Bessias”— com o seu termo de posse na chefia da Casa Civil. Como o diálogo foi captado depois que Moro já havia determinado o encerramento da interceptação, Teori considerou a gavação ilegal.

A divulgação dos grampos havia paralisado as investigações contra Lula. provocado pela defesa do ex-presidente, Teori requisitara o envio dos processos de Curitiba para Brasília. Há 11 dias, o ministro mandou devolver a Moro a maioria dos procedimentos sobre Lula. São 16 no total.

Entre eles os inquéritos que tratam dos favores monetários prestados a Lula pela Odebrecht e pela OAS em dois imóveis que o morubixaba do PT diz não possuir —o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá— e no aluguel de contêineres para guardar os presentes recebidos por Lula durante o seu governo.

Formou-se entre os procuradores da Lava Jato um consenso quanto à necessidade de denunciar Lula por esses fatos. Ele deve ser acusado da prática de pelo menos dois crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também nesta sexta-feira, o ministro Teori Zavascki enviou à Justiça Federal de Brasília o processo em que a Procuradoria-Geral da República denunciou Lula como mandante da compra do silêncio do delator Nestor Cerveró por R$ 250 mil.

O caso estava no STF porque envolve Delcídio Amaral, que era senador e dispunha de foro privilegiado. Com a cassação de Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu que o processo fosse remetido para Sérgio Moro. No entanto, Teori preferiu enviá-lo pra a primeira instância de Brasília.

Desemprego e violência



Carlos Chagas

No interior, na periferia e no centro das cidades, a violência multiplica-se em progressão geométrica. Os meios para combatê-la sequer crescem em progressão aritmética. Importa menos se as polícias estão desaparelhadas ou se o desemprego crescente aumentou o número de marginais. A verdade é que o cidadão comum asila-se cada vez mais na própria casa. Quando dispõe de uma casa, é claro.

Dos 12 milhões de desempregados que as estatísticas indicam, mas na verdade atingem o dobro, quantos podem manter o sentimento de que vão mudar de vida? Esse é o principal obstáculo para o país recuperar-se. A esperança parece cada vez mais remota.

Por conta disso a violência progride. Prevendo que permanecerá sem trabalho, pressionado pelas necessidades primárias da família, indignado em apelar para a caridade pública, quantos resistem em tomar pela força o que lhes é negado pela falta de trabalho? Trata-se de um estímulo, além de parecer mais cômodo, exigindo menos esforço apesar de maior risco.

Entra em campo o sistema de contrapesos. As autoridades encarregadas de manter a ordem sentem-se diminuídas e impotentes. Também apelam para a violência.

O resultado é o aumento da insegurança. Com a multiplicação dos assaltos, roubos, sequestros, estupros e assassinatos, chega-se ao crime organizado. Bandos transformam-se em quadrilhas. Do outro lado, a reação é atirar primeiro para perguntar depois.

Acresce que a moda pega. Violência chama violência. Tudo em função do desemprego crescente, causa primeira da situação em que vivemos.


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