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Brasil : DENTISTAS
Enviado por alexandre em 01/02/2021 10:00:09

Pesquisadores da UFF desenvolve jaleco especial para dentistas
Da Agência Brasil

RIO DE JANEIRO – A equipe liderada pela cirurgiã-dentista e professora titular de Periodontia da UFF (Universidade Federal Fluminense) Eliane dos Santos Barboza concluiu a segunda etapa da pesquisa que avalia a eficácia de jalecos cirúrgicos na proteção dos dentistas contra a Covid-19.

Dos sete tecidos testados nessa fase, cinco eram TNTs (tecido não tecido) com barreiras laminadas, que apresentaram condições de impermeabilidade essenciais para uso dos profissionais da odontologia, enquanto os dois restantes, à base de poliéster e de algodão, não funcionaram como repelentes de água, apesar de serem relatados como hidrorrepelentes.

A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, jalecos e aventais sempre fez parte da rotina de trabalho dos dentistas. Essa necessidade se tornou mais imperiosa com a pandemia do novo coronavírus.

Por isso, a equipe da professora Eliane investigou a eficácia dos EPIs de TNT (tecido não tecido) para os dentistas, em estudo que foi divulgado no ano passado e no qual se concluiu que é de vital importância, em tempos de pandemia pelo vírus SARS-Cov-2, o uso de vestimenta impermeável pelos profissionais que utilizam em seu trabalho ferramentas como aerossóis, por exemplo. Na segunda etapa da pesquisa, foi avaliada a resistência dos jalecos cirúrgicos com diferentes materiais de fabricação.

“Os profissionais de saúde que trabalham com aerossóis, principalmente dentistas, que utilizam caneta de alta rotação e aparelhos de ultrassom para fazer raspagem geral, se estiverem expostos a esses aerossóis, devem utilizar vestimentas impermeáveis”, afirmou Eliane. Salientou que o estudo faz distinção entre impermeáveis e hidrorrepelentes porque esses segundos materiais, às vezes, não são impermeáveis. “A gente tem tido várias perdas de colegas dentistas para a covid-19”.

Testes

A professora de Periodontia da UFF observou que o tecido SMS, composto de seis camadas (SSMMMS – Spunbond, Spunbond, Meltblown, Meltblown, Meltblown, Spunbond), mundialmente utilizado na fabricação de vestimentas cirúrgicas, não foi barreira para o aerossol em cinco minutos, tempo de duração do teste, que equivale ao tempo máximo ininterrupto de exposição do dentista a um procedimento odontológico, como preparação de uma coroa. O mesmo ocorreu em relação ao tecido de algodão impregnado com nanopartículas, que não ofereceu proteção contra aerossóis. Os dois tecidos são descritos como repelentes de água. Eliane esclareceu que esses tecidos podem ser usados por médicos, visando barreira microbiana, mas não em consultórios odontológicos, para garantir a segurança dos dentistas.

Eliane Barboza reiterou que os profissionais da odontologia têm que saber as especificações do produto que está comprando “e devem optar, nesse momento ainda de pandemia, por vestimenta impermeável, que repele aerossóis. Essa é a minha conclusão”. Caso o profissional não tenha acesso a jalecos impermeáveis, deve usar, obrigatoriamente, vestimenta de plástico associada ao jaleco descartável, seguindo as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2014, no caso do vírus H1N1, e de 2020, do novo coronavírus, disse a coordenadora do estudo.

O diretor da Faculdade de Odontologia da UFF, Ésio Vieira, destacou que desde o início da pandemia, as autoridades sanitárias têm apontado a odontologia no topo da cadeia de contaminação. Segundo ele, “o coronavírus habita as vias aéreas superiores e nós, cirurgiões dentistas e auxiliares, trabalhamos com a cavidade oral. Além disso, uma especificidade da nossa profissão é a de produzir o chamado aerossol, que cria uma via de comunicação ainda mais íntima, aumentando o poder de invasividade do vírus em relação ao profissional. Fica clara, portanto, a importância do EPI utilizado por nós e de termos um material em que o isolamento seja total”, explicou.

Essa etapa complementar da pesquisa envolveu a montagem de uma metodologia inédita, em um dos laboratórios da Odontologia, com o propósito de avaliar a efetividade dos EPIs por meio da simulação da produção de aerossol. O trabalho foi dividido em etapas que consistiram na execução dos procedimentos com aerossóis nas 70 amostra, sendo dez amostras de cada um dos sete diferentes tecidos; transferência e análise das imagens; análise estatística dos resultados; etapa de discussão e produção do artigo científico já submetido para a publicação “Frontiers in Dental Medicine”, um periódico de livre acesso.

Aprovados

Foram aprovados os cinco seguintes tecidos: Laminated Phobic #B5RHBBK50, que é um TNT (polipropileno) com filme (laminado) de polietileno, fabricado e enviado pela Fitesa (Porto Alegre); Medical Barrier #002, TNT também da Fitesa, laminado com polietileno da Nova Embalagens e Filmes Técnicos (Rio de Janeiro), distribuído pela Mewi (RJ); Trilayer Fabric #21804, tecido composto de 3 camadas (poliéster, membrane de poliuretano e poliester), fabricado pela Alpex (Saint Chamond, Loire, France); Jaleco impermeável #78631, TNT (polipropileno) com filme (laminado) de polietileno, fabricado pela Polymer Group Inc. (São José dos Pinhais-PR); e Impermeável com fita seladora #000017, TNT (polipropileno) com filme (laminado) de polietileno, fabricado pela Cotebras (São Paulo).

Já os dois tecidos considerados não impermeabilizantes foram o SMS PP OE Phobic #N070AS40, TNT de seis camadas, enviado pela Fitesa, e o Clean Wear #03 (100% algodão com nanopartículas) – Nanowear (Novo Hamburgo-RS).

Eliane Barboza avaliou que toda a conduta dos profissionais da área da saúde vai ter que mudar, como ocorreu com o HIV. “Antes da Aids, não tinha caneta de alta rotação esterilizável. Com o HIV, é contaminação pelo sangue. No caso da covid-19, é contaminação pelo ar”. Outra coisa que preocupa muito é a contaminação cruzada, ressaltou. Um profissional tira o jaleco, cumprimenta uma pessoa que leva a mão ao nariz ou ao olho, “e vai contaminando tudo”. E completou: “A gente vai ter novos protocolos de atendimento, como foi feito para o HIV”.

O grupo de pesquisadores incluiu o diretor da Faculdade de Odontologia, professor Ésio Vieira, que já adquiriu os EPIs de acordo com as especificações necessárias para a segurança dos profissionais e alunos do curso, o que possibilitou um retorno aos atendimentos clínicos; o chefe do Departamento de Odontoclínica, professor Gustavo Oliveira; o docente do Departamento de Odontotécnica, Waldimir de Carvalho; as mestrandas Caroline Montez e Luiza Sendra; e o pós-doutorando Vinicius Ferreira. (Alana Gandra).

Brasil : ABANDONADOS
Enviado por alexandre em 31/01/2021 23:28:01

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Brasil : CAFÉ VERDE
Enviado por alexandre em 31/01/2021 21:10:06


Benefícios do café verde, descubra como o grão auxilia na perde de peso

A maioria das pessoas é apaixonada pelo cafezinho preto, não é mesmo? O que ninguém sabe é que o gosto e o cheiro agradável da bebida só existem porque os grãos são torrados durante o processo de fabricação.

 

Nesse meio tempo, perde-se o ácido clorogênico, uma substância que é responsável pelo emagrecimento. Para te ajudar a entender melhor isso, vamos explicar todos os benefícios do café verde e te ajudar a incluí-lo em seu cardápio. Descubra já como utilizar o café verde para perder peso!

 

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Saiba como utilizar o café verde para perder peso e conheça seus demais benefícios:


Ajuda a emagrecer

 

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O ácido clorogênico, presente no café verde, auxilia o metabolismo do corpo, pois impede que o organismo utilize o açúcar dos alimentos consumidos, obrigando-o a retirar energia do seu próprio estoque de gordura.

 

Controla o diabetes

 

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O farmacêutico da Vital Natus, Cleófano Leão, também falou dos benefícios do café verde para a saúde: “a substância ajuda a regular os níveis de glicose no sangue, por isso é indicada também para diabéticos”, explica.

 

Contra a hipertensão

 

cafe verde

Fotos: Reprodução 

 

 

Pesquisas indicam que o consumo de doses entre 140 e 729 mg do grão por dia ajuda a baixar a pressão arterial, já que auxilia no controle da doença e evita problemas cardiovasculares. “No entanto, é preciso ter a prescrição e a consulta de um médico, uma vez que estamos lidando com cafeína, que em uso contínuo e errôneo pode agravar a hipertensão, a úlcera, a gastrite e a insônia”, orienta o farmacêutico. 

 

Fonte: iG 

Brasil : BOATE KISS
Enviado por alexandre em 29/01/2021 13:00:16

8 anos da tragédia e sem julgamento dos réus

"Todo janeiro passa um filme na cabeça", diz sobrevivente


Incêndio na boate Kiss completa 8 anos
Incêndio na boate Kiss completa 8 anos Foto: Reprodução

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, um incêndio de grandes proporções matou 242 jovens, a maioria universitários. O local da tragédia foi a boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS).

Quase uma década depois, os quatro réus do caso ainda aguardam o júri popular, que não tem data para acontecer. Na melhor das hipóteses, ocorrerá em algum momento no segundo semestre deste ano. Os réus são:

  • Marcelo de Jesus dos Santos, músico vocalista da banda Gurizada Fandangueira;
  • Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor e auxiliar de palco;
  • Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate;
  • Elissandro Calegaro Spohr, sócio da boate.

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Na fachada do que restou da boate, foi grafitada a frase “Kiss, oito anos de impunidade”. Homenagens estão sendo feitas desde a semana passada. Dois outdoors foram instalados na cidade com as frases “oito anos à espera de justiça” e um trecho do livro da escritora Daniela Arbex: “Se a recordação de uma tragédia é dolorosa, imagina carregá-la dentro de si”.

Imagem atual da fachada do prédio onde funcionava a Boate Kiss
Imagem atual da fachada do prédio onde funcionava a Boate Kiss Foto: Agência Brasil

– Essa situação é muito injusta. São oito anos de sofrimento e dor, e durante esses anos a gente perdeu muitos familiares, pais de vítimas que tiveram outras doenças agravadas pela dor da perda e acabaram morrendo – lamenta Flávio Silva, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria.

Fundada cerca de dois meses após a tragédia, a entidade reúne pais e familiares das vítimas em busca de reparação. Flávio Silva perdeu a filha Andrielle, de 22 anos, no incêndio. Na ocasião, ela estava na discoteca com mais quatro amigas para celebrar seu aniversário. Todas morreram asfixiadas pela fumaça tóxica liberada pelo fogo que consumia a espuma de isolamento acústico do local.

– A gente não teve tempo de curtir o luto, porque nós partimos do luto para a luta. Então, é uma questão de a gente tentar transformar a dor num ato de amor, que é esse ato de prevenção, e tentar salvar vidas – afirma Silva.

Kelen Ferreira é uma das sobreviventes do incêndio. Ela ficou 78 dias internada no hospital, dos quais 24 foram na UTI e 15 em coma. A perna direita dela precisou ser amputada.

– Quando cheguei na porta, vi que era fogo, porque a fumaça começou a dificultar minha respiração e começou a queimar meus braços. Virei para tirar a sandália, acabei tirando a sandália do pé esquerdo, do direito acabou ficando, o que ocasionou futuramente falta de circulação no meu pé; [este] foi o motivo [por] que tive que amputar [a perna] – contou Kelen ao jornal Bom Dia Rio Grande.

– Todo janeiro, principalmente na semana do dia 27, passa um filme na cabeça, porque eu [me] lembro também das minhas amigas que morreram. Eu perdi três amigas. Eu [me] lembro de tudo o que aconteceu dentro da boate – acrescenta Kelen.

O INCÊNDIO

Por volta das 2h30, um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia uma apresentação ao vivo, acendeu um sinalizador de uso externo dentro da casa noturna, e faíscas do artefato acabaram incendiando a espuma que fazia o isolamento acústico do local.

A queima da espuma liberou gases tóxicos, como o cianeto, que é letal. Foi justamente essa fumaça tóxica que matou, por sufocamento, a maior parte das 242 vítimas. Além disso, a discoteca não contava com saídas de emergência adequadas, os extintores eram insuficientes e estavam vencidos.

Parte das vítimas foi impedida por seguranças de sair da boate durante a confusão, por ordem de um dos donos, que temia que não pagassem as contas.

O incêndio na Kiss iniciou um debate no Brasil sobre a segurança e o uso de efeitos pirotécnicos em ambientes fechados com grande quantidade de pessoas. Ainda em 2013, meses após o acidente, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou uma lei complementar estadual, batizada de Lei Kiss, que aumentou o rigor de normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios em edificações e áreas de risco. Em 2017, uma lei federal, também batizada de Lei Kiss, foi aprovada pelo Congresso Nacional com o mesmo objetivo.

SITUAÇÃO DO PROCESSO

No processo criminal, com mais de 85 volumes, os empresários e sócios da boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor do grupo musical, Luciano Bonilha Leão, respondem por homicídio simples (consumado 242 vezes, por causa do número de mortos) e por 636 tentativas de homicídio, de acordo com o número de feridos.

Parte das vítimas foi impedida por seguranças de sair da boate durante a confusão

Ao longo do ano passado, enquanto o país começava a enfrentar a pandemia de Covid-19, três dos réus (Elissandro, Mauro e Marcelo) travaram uma batalha judicial vitoriosa para que o julgamento pelo júri popular fosse transferido da comarca de Santa Maria para um foro na capital, Porto Alegre. Em seguida, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) opinou para que Luciano Bonilha também tivesse o desaforamento concedido, embora ele não tivesse requisitado a medida.

Dessa forma, todos os réus poderão ser julgados numa única data e pelo mesmo júri. Entre os argumentos para pedir o desaforamento do caso, os réus alegaram dúvida sobra a parcialidade dos jurados em Santa Maria, por causa da comoção devido à tragédia e do ambiente mais distante e controlado da Justiça de Porto Alegre.

Distribuído por sorteio para a 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, em dezembro do ano passado, o processo da boate Kiss agora aguarda a designação de um juiz titular para a Vara, já que a magistrada que ocupa atualmente o posto, Taís Culau de Barros, assumirá novo cargo no Tribunal de Justiça do estado (TJ-RS) a partir de fevereiro. Só depois que um novo juiz da 1ª Vara for definido é que a data e o local do julgamento serão definidos. Desde já, no entanto, a principal preocupação dos familiares das vítimas é que o júri popular não seja a portas fechadas e permita a participação deles.

 

Brasil : ALERTA
Enviado por alexandre em 29/01/2021 12:55:48

Pornografia vicia e prejudica a relação sexual
Um estudo feito pela Netskope Security Cloud revelou que, no primeiro semestre de 2020, o acesso a sites pornográficos aumentou em 600% com relação ao mesmo período do ano anterior. O número expressivo acende um alerta para especialistas, que afirmam que o consumo exagerado de pornografia pode levar ao adoecimento da mente e prejudicar o desempenho sexual.

A psicóloga Carla Viriato alerta que o consumo de pornografia pode se tornar um vício sério.

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– Todo indivíduo que tem um vício, seja ele qual for, já traz consigo uma predisposição em depender de algo para sentir prazer de forma descontrolada. O cérebro libera a dopamina (o hormônio do prazer), e isso faz com que a pessoa tente manter o mesmo nível de dopamina para alcançar o prazer inicial novamente, e por isso a repetição [do ato]. É o que chamamos de ciclo vicioso. Muitas vezes, não importa para ela como irá conseguir tal “droga”, neste caso a pornografia – destaca Carla.

Psicóloga Carla Viriato Foto: Arquivo Pessoal

O vício pode até levar o indivíduo a preferir a masturbação em lugar da relação sexual. É o que conta Filipe Bentle, pastor que há 5 anos lidera um ministério de aconselhamento a viciados em pornografia, que atende a todo o país.

– Tratamos com centenas de homens e mulheres que preferem se masturbar, em vez de terem relação sexual com seu cônjuge. […] Todas essas dopaminas não podem ser exauridas para fora do corpo, sendo absorvidas pelo cérebro. Desse modo, novos caminhos neurais são criados em nosso cérebro, desenvolvendo um novo hábito, o vício – revela Filipe.

Em 2018, a empresa Quantas, especializada em pesquisas e consumo de mercado, concluiu que 22 milhões de brasileiros já assumiam consumir este tipo de conteúdo. Carla afirma que o vício se caracteriza “quando a pessoa não tem mais controle da situação e começa a priorizar aquilo que a estimula a ter essa sensação de prazer, liberdade e satisfação de forma compulsiva” e que a situação pode levar a problemas em relações sexuais reais.

– Ela [a pessoa viciada em pornografia] pode transferir suas fantasias sexuais para seu parceiro e ter dificuldade para distinguir o real do virtual, levando-se em conta que, nos dias atuais, o maior acesso à pornografia é feito pela internet. Na questão física, ela pode apresentar ejaculação precoce ou tardia – explica a psicóloga.

No primeiro semestre de 2020, o acesso a sites pornográficos aumentou em 600%

Com os alertas para os malefícios que a pornografia causa no corpo e na mente das pessoas, surgem dois grupos entre os que consomem o material: o dos que naturalizam a prática e o dos que procuram ajuda.

– Infelizmente, ainda temos uma cultura machista, tanto que a maioria de casos de vício em pornografia são de homens. Em nosso país, as mulheres ainda são vistas como objeto de prazer, apesar desse quadro estar mudando. Geralmente, isso [o vício em pornografia] é tratado como algo normal ao comportamento do homem (afinal, quem nunca viu ou assistiu à pornografia?). Porém, do outro lado, estão aqueles que sofrem com a culpa, [as] frustrações e [as] decepções por não terem autocontrole sobre o vício e sofrem os prejuízos sociais: isolamento, falta de atenção e dificuldade nos relacionamentos – destaca Carla.

Atualmente, o grupo que procura deixar o vício pode acessar páginas da web que falam sobre o tema e até mesmo organizações dispostas a ajudar quem estiver emitindo sinais de socorro.

É o caso do Ministério Vida Pura, criado em 2016 pelo pastor Filipe Bentle, que assume ser, ele mesmo, um ex-viciado em pornografia. Segundo Bentle, em quatro anos, mais de 13 mil pedidos de ajuda foram feitos ao Vida Pura.

– Entre nossos alunos (presenciais e à distância), alcançamos uma média de 2.600 pessoas. Não sabemos exatamente o número, pois a demanda diária é muito grande – conta.

O canal do Ministério Vida Pura já conta com mais de 45 mil inscritos Foto: Reprodução

Um fator preocupante é a idade/fase com que as pessoas têm o primeiro contato com pornografia: em geral na infância. O fato chama atenção para a necessidade de supervisão dos pais com relação ao conteúdo que os filhos acessam na internet – tanto em casa quanto fora dela – junto aos amigos.

– A média do primeiro contato com a pornografia, entre os nossos alunos, é de 11 a 13 anos. Porém, devido ao avanço da tecnologia e a facilidade ao acesso à pornografia, a média mundial hoje para o primeiro contato com pornografia é entre 6 e 8 anos de idade. Já recebemos um pedido de ajuda de uma mãe de uma menina que tinha 12 anos de idade e que consumia pornografia desde os 8 anos – alerta o líder do ministério Vida Pura.

Embora o líder do projeto seja um pastor, o trabalho atende pessoas com crenças diversas e garante que a necessidade de interromper o consumo de pornografia vai muito além de qualquer religião.

recebemos um pedido de ajuda da mãe de uma menina que tinha 12 anos de idade e que consumia pornografia desde os 8 anos

– Hoje as pessoas, mesmo não seguindo princípios cristãos, já reconhecem os males da pornografia e procuram ajuda. O Vida Pura aborda o problema da pornografia tanto no âmbito científico quanto [no] teológico – informa o pastor Filipe.

Filipe Bentle, líder do Ministério Vida Pura
Filipe Bentle, líder do Vida Pura

Carla Viriato confirma que todas as esferas da vida de uma pessoa podem ser prejudicadas com a dependência dela de conteúdo pornográfico.

– [O viciado] pode desenvolver uma mente fantasiosa e doente. Apesar de não termos nenhuma definição nem classificação específica no DSM (Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais) para o consumo exagerado da pornografia, estudos mostram os prejuízos psicológicos, físicos e sociais – afirma Carla.

O tema está em alta e tem atraído até mesmo famosos internacionais a falar sobre o assunto, como Terry Crews e Robert Downey Jr. Em 2015, o astro de Hollywood Hugh Grant afirmou, em um programa de auditório norte-americano, que havia decidido parar de consumir pornografia há três anos.

– Ah, eu estou muito orgulhoso disso! Faz uns três anos. É, eu decidi parar. […] Eu agora tenho três filhos. Acho que há uma ligação – confessou o artista.

O ator Hugh Grant já teve problemas com pornografia e decidiu parar Foto: Watch What Happens Live/Reprodução

Entretanto, ainda há um grande foco apenas sobre os homens atingidos por este vício. Segundo o pastor Filipe, este problema já atinge pessoas de todos os sexos. Ele afirma que 40% do público que procura a ajuda do Vida Pura é composto por mulheres.

– Mas isso se dá pelo fato de que atualmente não temos nenhuma conselheira na equipe, se não, acredito que seria 50% de cada gênero. Para se ter uma ideia, atualmente temos mais mulheres nos seguindo no Instagram do que homens – informa o líder do Vida Pura, que hoje conta com seis conselheiros, sendo a metade composta por ex-alunos do ministério.

Em meios que tendem ao progressismo, embora também haja críticas à indústria pornográfica, é comum ver o incentivo à masturbação feminina, ignorando os males que a prática pode causar. O pastor destaca os riscos para doenças psicológicas que a prática pode gerar.

– Todos aqueles que são viciados em pornografia/masturbação desenvolvem ansiedade, depressão. Uma das maiores lutas do nosso ministério é contra essa questão ideológica progressista, que levanta a bandeira da imoralidade, entre outras questões – alerta Felipe.

Ele também afirma que o abandono da pornografia não é imediato. Trata-se de um processo que pode ser alcançado com a dedicação necessária.

– Infelizmente, não existe essa questão de abandonar o vício e nunca mais sentir vontade. A pornografia é igual ou até pior que as drogas químicas e o álcool. Porém, nossos alunos começam a andar em liberdade em alguns meses. Tudo depende da dedicação de cada um no processo de renovação da mente. Muitos deixam de ser escravos da pornografia e passam a experimentar uma nova vida, baseada no domínio próprio. A vontade pode até bater à porta, porém, após o processo de renovação da mente, é totalmente possível dizer não – conclui.


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