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Brasil : TERÁ PÚBLICO
Enviado por alexandre em 11/07/2021 23:34:39

Conmebol permite público na Libertadores e Sul-Americana

Neste domingo, a Conmebol autorizou o retorno da torcida às arquibancadas a partir das oitavas de final da Libertadores e da Sul-Americana. Os jogos eliminatórios começam na próxima terça-feira (13).

De acordo com comunicado da entidade, as cidades que receberem os confrontos terão que compactuar com o acordo seguindo os protocolos sanitários vigentes em cada país.

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– O retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano – disse a Confederação Sul-Americana de Futebol.

No último sábado, a Argentina venceu o Brasil pela final da Copa América com a presença de aproximadamente 1,6 mil torcedores. A liberação veio da Prefeitura do Rio de Janeiro, que cedeu à pressão da Conmebol e permitiu a entrada dos espectadores no Maracanã.

No total, nove países vão receber a fase que reúne 32 times, considerando as duas competições. São eles: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Atlético-MG, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Internacional são os brasileiros vivos na Libertadores. Já Grêmio, Athletico-PR, Red Bull Bragantino e Santos são os representantes na Sul-Americana.

Um protocolo de saúde foi criado para auxiliar as autoridades nacionais, como pode ser visto no comunicado da confederação abaixo:

A Confederação Sul-Americana de Futebol dá a conhecer o “Protocolo de Recomendações para o Retorno do Público nos Estádios” nos jogos da Conmebol Libertadores e da Conmebol Sul-Americana 2021, a partir das oitavas de final.

Estabelece uma série de recomendações, que devem ser discutidas com as autoridades sanitárias de cada país para sua aplicação e / ou modificação.

A Conmebol considera que o retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano, razão pela qual, se as autoridades nacionais o permitirem, o retorno ao público é autorizado nas referidas competições.

*AE

Com final da Copa América, SBT faz ‘golaço’ contra a Globo

Emissora carioca não teve chances contra decisão entre Brasil e Argentina


SBT liderou audiência com folga contra a Globo Foto: Reprodução/SBT

A final da Copa América deu ao SBT a liderança absoluta de audiência na noite deste domingo (11). Sob narração de Téo José, a partida entre Brasil e Argentina atravessou parte do Jornal Nacional e o início da novela Império, com picos de 24 pontos. A TV Globo chegou a ficar 80 minutos seguidos sem intervalos comerciais, em uma tentativa de segurar o público, que fracassou.

Segundo dados da Kantar Ibope da Grande São Paulo, entre 21h02, início da partida, e 22h52h, quase no fim, o SBT alcançou média de 20,3 pontos, contra 19,2 da Globo e 3,8 da Record. A emissora de Silvio Santos teve picos de 23,6 na capital paulista, maior praça de audiência do país.

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Além de patinar no Ibope, a TV Globo ainda foi alvo de críticas em um comunicado do SBT, que defendeu a Lei do Mandante. Se aprovada, a lei irá permitir que o time mandante, aquele que joga em casa, escolha qual emissora irá transmitir a partida. A proposta desagrada a TV Globo.

– Você sabe o que é o projeto de futebol livre? É o projeto de lei que vai garantir o direito do time de futebol que joga em casa ter liberdade para decidir qual emissora vai exibir a partida. A medida valerá para todos os contratos novos, garantirá maiores opções aos torcedores e vai acabar com os jogos sem transmissão. Na próxima terça-feira (13), a Câmara dos Deputados vai votar esse projeto de lei. Mas há tentativa de incluir uma emenda que desfigura totalmente essa importante lei que beneficia clubes e torcedores. Alerte o seu deputado. Diga ‘não’ à tentativa de incluir essa emenda, e ‘sim’ ao projeto de futebol livre – explicou Téo José.

Brasil : TEM DÍVIDA?
Enviado por alexandre em 11/07/2021 23:11:06

Veja o que muda com a lei do superendividamento

O nível de endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior índice desde 2010, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E a pandemia é apontada como um dos grandes motivos para esse aumento, segundo avaliação de economistas, que consideram o alto índice de desemprego como o principal fator para milhares de famílias não conseguirem quitar suas dívidas. Para amenizar essa situação, que pode afetar até 30 milhões de pessoas que se encontram superendividadas, foi aprovado pelo Congresso Nacional, após 10 anos de tramitação, a Lei 14.181 de 2021, que altera o Código do Consumidor e estabelece uma série de medidas para evitar o chamado “superendividamento”.

A Lei acaba de entrar em vigor e, com o apoio da Defensoria Pública do Estado do Pará, o DIÁRIO esclarece as principais regras que podem ajudar o consumidor a sair da situação de insolvência. A nova regra aumenta a proteção de quem tem muitas dívidas e não consegue pagá-las, e cria alguns instrumentos para conter abusos na oferta de crédito.

O superendividamento acontece quando o indivíduo está com grande parte da sua renda comprometida, colocando em risco sua subsistência, impossibilitado de quitar suas dívidas e contas básicas, como alimentação e moradia.

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Segundo a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Estado do Pará, Luciana Rassy, a lei altera o Código de Defesa em benefício do consumidor. “A lei possui estratégias para que o consumidor saia dessa situação de superendividamento, através de conciliações com os credores, de modo que seja assegurado o mínimo existencial daquele consumidor, de forma que ele possua um orçamento para continuar vivendo e um plano para que ele possa pagar suas contas”, explicou.

O texto aprovado também busca reforçar as medidas de informação e prevenção do superendividamento, introduzindo a cultura da concessão responsável de crédito e ampliando a conscientização da cultura do pagamento das dívidas, com o estímulo à renegociação e a organização de planos de pagamento pelos consumidores. A defensora diz, ainda, que a lei é muito importante porque ela coloca, pela primeira vez, o termo “superendividamento” na legislação brasileira. Apesar de ser um termo muito utilizado, ele não tinha previsão expressa na lei.

A nova lei, que também traz um capítulo específico sobre a conciliação do superendividamento, valoriza a educação financeira, estimula o consumo consciente e possibilita que o acesso a recursos financeiros seja feito de maneira sustentável, como forma de evitar a exclusão social do consumidor. Além disso, também traz mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividado e de proteção do consumidor.

A Defensoria Pública informa que o Núcleo de Defesa do Consumidor realiza atendimentos que combatem o superendividamento e ajudam os consumidores a quitarem suas dívidas com os credores.

Segundo informação da instituição, o Programa de Apoio ao Consumidor Superendividado (PACS), uma cooperação com o Grupo de Educação Financeira da Amazônica da Universidade Federal do Pará (Gefam - UFPA), tem o objetivo de auxiliar os consumidores superendividados, prevenindo, orientando e promovendo a educação de direitos, a análise jurídica e a renegociação de dívidas.

Pelas novas regras aprovadas pela Lei 14.181 de 2021, os consumidores terão direito a uma espécie de recuperação judicial para renegociarem as dívidas com todos os credores ao mesmo tempo. A lei também passa a proibir qualquer tipo de assédio ou pressão para seduzir os consumidores.

O projeto define o superendividamento como a “impossibilidade manifesta de o consumidor, pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo sem comprometer seu mínimo existencial”.

Serviço:

1- Condições mais justas de negociação para quem contrata crédito

Quem contrata crédito, mas fica totalmente impossibilitado de honrar seus compromissos financeiros, seja por desemprego, doença ou qualquer outra razão que impacte no orçamento terá melhores condições de negociação.

Segundo o Idec, estudos mostram que na tentativa de realizar os pagamentos desses empréstimos, muitos consumidores acabam fazendo outras dívidas.

2- Recuperação judicial

Será possível renegociar as dívidas com todos os credores ao mesmo tempo. A ideia é garantir um acordo mais justo para os consumidores, assim como é feito quando empresas admitem falência. A pessoa superendividada poderá pedir ao Judiciário que seja instaurado um processo para revisão dos contratos e apresentará um plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos.

Se não houver acordo, o juiz poderá determinar um plano judicial obrigatório para o consumidor e seus devedores, estabelecendo prazos, valores e formas de pagamento, respeitando-se o mínimo para o consumidor conseguir sobreviver.

3- Conciliação no Procon e Defensorias Públicas antes de ir à Justiça é um direito

A nova Lei também estipula que, antes de ir à Justiça e buscar um acordo com os credores, os consumidores terão direito a uma fase de conciliação com os órgãos de defesa do consumidor. Este tipo de atendimento é considerado facultativo pelos órgãos e, por isso, não é obrigatório. Neste tipo de acordo, o “mínimo existencial” também deve ser garantido.

4- Garantia do “mínimo existencial”

A quantia mínima da renda de uma pessoa para pagar despesas básicas não poderá ser usada para quitar as dívidas. Essa medida impede que o consumidor contraia novas dívidas para pagar contas básicas, como água e luz.

5- Maior transparência

A nova lei determina que os bancos estão proibidos de ocultar os reais riscos da contratação de um empréstimo. Parece óbvio, mas isso nem sempre é feito. Agora, bancos, financiadoras e qualquer instituição que venda a prazo são obrigados a informar os custos totais do crédito contratado. Informações como juros, tarifas, taxas e encargos sobre atraso devem ser informados previamente.

O Idec alerta: caso o banco deixe de entregar uma cópia do contrato com essas informações, é uma prática ilegal e o consumidor pode reivindicar seus direitos.

6- Fim do assédio e pressão ao cliente

Com a lei, se torna ilegal qualquer tipo de assédio ou pressão para seduzir os consumidores, envolvendo prêmio, por exemplo, principalmente para pessoas idosas, analfabetas ou vulneráveis.

Segundo o Idec, quem se sentir pressionado durante o processo de contratação pode dizer não e deve denunciar o banco. A denúncia pode ser feita ao gerente ou à central de atendimento da instituição. Se o problema não for resolvido, a pessoa deve falar com a ouvidoria e enviar uma reclamação para o Banco Central.

7- Suporte ao consumidor

Para que a lei prevaleça e seja de fato respeitada, Banco Central e entidades, como Procons e Defensorias Públicas de todo o país, vão precisar passar por treinamentos, para regulamentar as novas regras e fazer o acolhimento correto ao consumidor.

Brasil : ÁGUA É NUTRIENTE
Enviado por alexandre em 10/07/2021 01:29:57

Por que devemos tomar água mesmo sem sede

Buscamos, esperançosos, água além de nosso planeta como a única possibilidade de existência de vida. No entanto, aqui na Terra dificilmente prestamos atenção a isso.

Apesar de nossas vidas dependerem dela, a água é o nutriente esquecido na pesquisa científica.

As evidências para determinar as recomendações de ingestão de água em relação aos seus efeitos na nossa saúde são escassas. Até mesmo alguns guias de alimentação nem mesmo mencionam a água.

O problema é que faltam estudos de longo prazo com um grande número de participantes. Só assim se pode determinar como nos afetam os pequenos graus de desidratação, que são os que realmente ocorrem no dia a dia das pessoas saudáveis.

Neste artigo, pretendemos dar uma visão geral para entender por que é tão importante manter um bom estado de hidratação e como fazer isso.

Em constante equilíbrio

Manter o equilíbrio da água em nosso corpo é essencial para nossa sobrevivência. Por esse motivo, temos um sistema muito fino que mantém seus níveis dentro de uma faixa estreita, apesar da grande variabilidade na ingestão de água.

Quando bebemos pouca água, dois mecanismos são ativados. Um deles é reduzir a perda de água pela urina. O outro é o mecanismo que desencadeia a sede.

Por essas razões, em condições fisiológicas, o acúmulo de líquidos não pode ser a principal causa do excesso de peso corporal (sobrepeso ou obesidade). Se suspeitarmos que retemos líquidos, devemos ir ao médico.

Por outro lado, é muito difícil beber tanta água a ponto de ter efeitos negativos. Isso ocorre, principalmente, porque o rim tem grande capacidade de eliminar o excesso na urina (0,7-1 litro/hora).

Desidratados ficamos mais doentes

Estudos científicos apontam para uma associação direta entre o grau de hidratação e certas doenças. A desidratação tem sido associada a distúrbios urológicos, gastrointestinais, circulatórios e neurológicos.

No entanto, em muitos casos, as evidências são escassas ou inconsistentes para tirar conclusões claras.

Estudos observacionais relacionam um consumo habitualmente baixo de água com um risco aumentado de problemas cardiovasculares no futuro. Da mesma forma, uma baixa ingestão de líquidos também é um fator de risco para a formação de cálculos renais.

Mãos debaixo de um fluxo de água

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A desidratação tem sido associada a distúrbios urológicos, gastrointestinais, circulatórios e neurológicos

Um grande estudo foi realizado em 2016 com uma amostra representativa da população dos Estados Unidos. Os resultados mostraram maior índice de obesidade em pessoas que não tinham uma boa hidratação. E o índice de massa corporal também era maior nessas pessoas.

Estudos de vários tipos apontam para uma interação direta entre a ingestão insuficiente de água e problemas metabólicos. Além disso, a perda de água corporal durante o exercício parece afetar de forma negativa o desempenho físico.

O cérebro também não sai ileso quando ingerimos menos líquido do que deveríamos. Um artigo publicado em 2015 constatou que, de acordo com 21 estudos analisados, a desidratação está associada a pessoas menos alertas e com mais fadiga.

Em relação à habilidade cognitiva, estudos com maior número de pessoas são necessários para obter evidências convincentes.

Como manter uma boa hidratação

Estudos na Espanha e em vários países da América Latina mostram que, em geral, a população não atinge o consumo de água recomendado. Portanto, há necessidade de uma maior conscientização da necessidade de beber mais água.

A melhor maneira é beber quando estamos com sede. Parece óbvio, mas muitas pessoas não sentem sede, não prestam atenção ou podem até não reconhecê-la.

Por isso é fundamental adquirir um bom hábito de hidratação desde cedo e insistir muito com as pessoas mais velhas.

Frutas

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Outras fontes importantes de água são alimentos como vegetais, verduras e frutas

Diversas instituições recomendam a ingestão de 2 a 3 litros de água por dia. Essa quantidade deve aumentar no verão ou se fizermos exercícios físicos.

Você tem que beber água, não há outra alternativa. É preferível fazer em pequenas quantidades ao longo do dia. É a melhor forma de promover a absorção de água.

Outras fontes importantes são alimentos como vegetais, verduras e frutas, pois mais de 80% são água.

As bebidas açucaradas não são uma opção devido ao seu alto teor de açúcares livres. Estão relacionados à má qualidade da alimentação, obesidade e risco de contrair doenças não transmissíveis.

Bebidas com adoçantes também não são recomendadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) concordam que produtos com adoçantes não são saudáveis. Consideram que "o consumo habitual de alimentos de sabor doce (com ou sem açúcar) promove a ingestão de alimentos e bebidas doces, inclusive aqueles com açúcar".

Conclusão

Mulher bebendo água

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É preferível beber água em pequenas quantidades ao longo do dia. É a melhor forma de promover sua absorção

É verdadeira a carência de estudos que levem à clara determinação das recomendações para o consumo de água. É certo que isso levanta dúvidas e as óbvias tentações de pesquisar na internet.

No entanto, se os especialistas reconhecem que faltam evidências, podemos confiar nas alegações ou controvérsias promovidas por empresas engarrafadoras, influenciadores e formadores de opinião de todos os tipos?

Estas humildes autoras declaram-se incompetentes para colocar em xeque as instituições que, com mais ou menos evidências, contribuem com sua opinião crítica e fundamentada.

Portanto, vamos fazer da água nossa companheira mais fiel neste verão. Levantemos o cotovelo com a convicção de que, embora não pareça uma iguaria para o nosso paladar, sem água não há vida.

*Este artigo foi publicado originalmente no site The Conversation. Você pode ler a versão original, em espanhol, aqui.

*Ana Belén Ropero Lara é professora titular de nutrição e ciência alimentar e diretora do projeto BADALI, site de Nutrição do Instituto de Bioengenharia da Universidade Miguel Hernández. Marta Beltrá García-Calvo é professora de nutrição e ciência alimentar da Universidade Miguel Hernández

Brasil : ABORTO
Enviado por alexandre em 10/07/2021 01:26:53

O que levou a Igreja Católica a considerar essa prática pecado no século 19

Aborto e Igreja. Geralmente há polêmica quando essas duas palavras aparecem juntas. E o assunto voltou à tona com a eleição de Joe Biden. Segundo católico em toda a história a ocupar o posto de presidente dos Estados Unidos, sua postura favorável ao direito ao aborto — legalizado no país desde 1973 — tem feito setores mais conservadores do episcopado no país cobrarem um posicionamento da Igreja, que poderia impedi-lo de comungar, por exemplo.

Mas se discussões sobre o "certo" ou o "errado" na prática de interrupção voluntária de gravidez aparecem em documentos da Igreja Católica desde o início do cristianismo, a incisiva postura atual, em que aquele que pratica o aborto está automaticamente condenado à excomunhão, é bem mais recente.

Apesar de coerente teologicamente, tudo indica que seja consequência de pressão política alheia ao próprio Vaticano. Graças à proximidade — com interesses de ambas as partes — entre o papa Pio 9º (1792-1878) e o imperador francês Napoleão 3º (1808-1873).

"Em 1869, a Igreja Católica posicionou-se contra todos os abortos a pedido de Napoleão 3º, da França, onde a população estava em declínio", escreve o pesquisador William F. Loomis (1940-2016), professor de biologia da Universidade da Califórnia, em seu livro Life As It Is - Biology For The Public Sphere (A Vida Como Ela É - Biologia para a Esfera Pública, em tradução livre).

"Papa Pio 9º declarou que a vida começa na concepção e deve ser protegida depois disso", prossegue ele. "Na tradição judaica, o feto é parte da mãe […]; entretanto, há passagens nas escrituras que consideram o primeiro respirar como o início da vida."

Em documento publicado pela Igreja em outubro de 1869, dois meses antes do início do Concílio Vaticano 1º, a definição é clara e concisa: "procurantes abortum, effectu sequuto". Ou, em tradução livre: "obter um aborto, seguindo-se o feito". É um dos itens sob a pena de excomunhão latae sententiae, ou seja, automaticamente, por força da própria lei.

Papa Pio 9º

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Papa Pio 9º declarou que a vida começa na concepção

"Até Pio 9º, cometer o pecado do aborto era considerado um erro grave, uma ação não ética que devia ser condenada e combatida. Mas não tinha essa conotação tão pesada, que levasse a ser considerada, de imediato, a excomunhão", contextualiza o bioeticista Alexandre Martins, professor na Universidade Marquette, de confissão católica, nos Estados Unidos.

"Ele começa essa visão, que vai chegar ao primeiro Código de Direito Canônico, promulgado em 1917", explica. "Vem essa condenação direta do aborto, com pena de excomunhão direta pelo fato em si, a pena máxima da Igreja Católica."

Martins pontua que o pontificado de Pio 9º acabou balizando a influência do entendimento contemporâneo que o catolicismo tem sobre a questão. "Tornou-se preto no branco, sem nenhum espaço para a possibilidade do aborto. [Desde então,] o aborto na Igreja Católica é condenado a qualquer momento, a [ideia de] dignidade do ser humano ficou atrelada à concepção, e por conta dessa dignidade há uma obrigação de proteger o inocente e vulnerável", comenta ele.

Relação com a França

Era um momento bastante tumultuado, o de Pio 9º à frente da Igreja. A península itálica vivia uma série de conflitos — que culminariam na unificação do país e a formação do Estado italiano moderno.

Nesse contexto, a Igreja perdia poder político, estatal e militar. "Havia os chamados Estados Pontifícios", esclarece Martins. "O papa tinha até Exército, mas foi pouco a pouco perdendo [as terras]. Havia uma relação com [o imperador francês] Napoleão 3º, que protegia os Estados Pontifícios."

Pio 9º teve uma postura bastante reacionária frente ao mundo que se abria à modernidade no século 19, condenando as ideias liberais, o relativismo moral, a secularização e a separação entre Igreja e Estado — cerne dos ideais republicanos contemporâneos. "A questão do aborto entra aí [nesse contexto], com ele condenando e rejeitando o novo mundo que estava florescendo", pontua Martins. "Um mundo mais leigo e sem a tutela da Igreja. Ele vai ser o primeiro [papa] a condenar de modo mais explícito o aborto, criando uma punição."

Conforme explica o historiador Paulo Debom, professor do Centro Universitário Celso Lisboa, depois que a Revolução Francesa, em 1789, precipitou uma ruptura forte entre a Igreja e o Estado, ao longo do século 19 houve uma reaproximação.

Napoleão 3º

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Napoleão 3º era muito próximo da Igreja Católica

"Na proposta de governo de Napoleão 3º existia uma aliança muito forte com a Igreja Católica, de certa forma uma continuidade do período de Napoleão [o 1º]", afirma ele. "Há uma percepção [do governo] de que, com muitos católicos na população francesa, se fosse mantida a postura de afastamento, separação e combate ao catolicismo, haveria muitos problemas de popularidade. É uma jogada clara."

"[Por isso,] Napoleão 3º, diante dos estados italianos em conflitos constantes pelo processo de unificação e [vendo] a Igreja Católica sob ameaça, para garantir o apoio do povo francês, ele declarou apoio à Igreja Católica e deixou muito claro que, em seu governo, colocaria os exércitos franceses em defesa dos Estados Pontifícios", narra Debom.

No meio do cenário, há um problema vivido pela França: o país experimentava um crescimento demográfico muito baixo, se comparado a outras nações europeias do período. Em um estudo publicado originalmente em 1974, o demógrafo, economista e sociólogo Éttiene Van de Walle (1932-2006), professor na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluiu que a taxa de natalidade — ou seja, o número de nascidos vivos por mil habitantes — caiu de 40 para 30 no século 19. No mesmo período, a média europeia era de 45. Em 1900, a taxa de natalidade na Alemanha era de 35, enquanto a França chegava a 22 nascimentos por mil.

"Ao longo do século 19, a natalidade [na França] vai se manter a um nível apenas suficiente para a população seguir em um número constante", pontua o pesquisador, em artigo publicado em 1986. "A esta época, a França se distingue dos demais países da Europa pela estagnação ou mesmo declínio de sua população rural."

Segundo levantamento do economista Alain Clément (1953-2016), professor na Universidade de Tours, na França, considerando as potências europeias, a população francesa representava 40% do total em 1700. Em 1890, apenas 12%.

Reprodução da última página do Didache.

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Reprodução da última página do Didache.

Em 1867, a taxa de fertilidade na França era de 3,03 filhos nascidos vivos por casamento. Era inferior a Prússia (3,84), Holanda (4,04), Inglaterra (3,77) e Itália (4,55). Responsável por organizar os censos franceses de 1856, 1861 e 1866, o estatístico Alfred Legoyt (1812-1855) chegou a escrever que a nação era "o país da Europa cuja população cresce mais lentamente" e avaliou, de acordo com a perspectiva da época, que o fraco aumento da população fazia com que a França estivesse "ficando para trás".

Várias são as explicações possíveis para o fenômeno. Debom aposta no momento histórico conturbado. "Penso logo em todas as ondas revolucionárias que aconteceram [na França, ao longo do século 19], justamente por péssimas condições de vida da maior parte da população. A Revolução Industrial toma corpo, e você tem massas e massas de pessoas, originalmente camponesas, jogadas para fora de suas terras e levadas a ocupar as filas dos operários nas fábricas", afirma o historiador. "É um período de muita miséria. O baixo crescimento demográfico pode ser decorrência da péssima condição de vida."

Em artigo, Clément fala em aspectos culturais e psicológicos que teriam causado essa baixa fertilidade. Lembra que o país vivia um êxodo rural e as condições mais difíceis funcionavam como um "freio preventivo [à procriação]". Citando autores da época, ele argumenta que "a baixa fecundidade" poderia ser "fruto de um desejo de melhorar o padrão de vida".

"A 'esterilidade sistemática' estaria ligada ao desejo de manter um certo padrão de vida", escreve o economista.

Mas havia também uma questão legal cuja origem remetia ao Código Civil outorgado por Napoleão Bonaparte (1769-1821) em 1804. A legislação passava a reservar um tratamento aos herdeiros, garantindo que as sucessões fossem mais justas. Ou seja: não podia mais valer a tradição histórica, em que o pai reservava ao filho mais velho suas posses — automaticamente relegando os demais a papéis secundários ou mesmo à sina de viverem como agregados. As terras precisavam ser divididas, em partes iguais.

"A ausência de liberdade testamentária e a consequente obrigação de tratar os herdeiros em pé de igualdade levam a uma dispersão da propriedade, que só pode ser evitada controlando a fertilidade", aponta Clément.

O economista e político francês Michel Chevalier (1806-1879) escreveu, na época, que, "a razão deste fenômeno [da queda da natalidade] é muito fácil de explicar". "O dono quer fugir das necessidades de uma partilha que reduza os coparticionadores à porção mínima", argumentou. "Em nossa sociedade moderna, o filho único substitui o filho mais velho."

Para o governo de Napoleão 3º, presidente de 1848 a 1852 e imperador de 1852 a 1870, a questão populacional era um grande problema. De acordo com o entendimento da época, era preciso um crescimento demográfico para aumentar a produção, tanto a agrícola quando a industrial, incipiente.

Santo Agostinho, em pintura de Antonio Rodríguez (1636 - 1691)

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Santo Agostinho, em pintura de Antonio Rodríguez (1636 - 1691)

Clément ressalta que foram diversas tentativas de "higiene pública" e "arranjos institucionais" para que a população da França não decaísse ainda mais. Em seu livro Storia dell'Aborto, a jurista italiana Giulia Galeotti conta que as leis napoleônicas, ao trazer para a esfera civil os registros de nascimento, casamento e óbito, tirando a incumbência das paróquias, possibilitaram um maior controle estatal sobre a realidade demográfica, possibilitando "combater as causas do despovoamento".

Já que havia uma boa relação com o papa, por que não pedir uma ajuda também?

Primeiros cristãos

A condenação ao aborto, embora nunca tivesse aparecido de forma tão contundente como a feita por Pio 9º, é algo coerente à história do catolicismo. Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, avalia essa postura como "revolucionária" nos primeiros anos do cristianismo.

"Naquele momento, tratava-se de uma religiosidade marginal dentro de um império romano extremamente poderoso", contextualiza. "Continuação cultural do que chamamos de sociedade clássica, ou greco-romana, havia ali o regime do patria potestas."

Nesse sentido, todo o poder familiar emanava do pai, da figura masculina. "Ele tinha direito ao infanticídio, praticado, por exemplo, quando nascia uma criança indesejada, com algum tipo de deficiência, ou uma segunda filha mulher. Quase nenhuma família romana na Antiguidade criava duas meninas", comenta o historiador.

É esse pai que também podia autorizar o aborto. "A sociedade greco-romana era uma sociedade abortista. Nesse sentido, podemos dizer que o cristianismo foi revolucionário, porque ousou lutar contra o aborto desde muito cedo", comenta. "O cristianismo tem essa glória: ter defendido desde suas origens o direito de todo ser humano à vida. Isso explica, segundo alguns teóricos, a adesão de muitas mulheres ao cristianismo [nesse período inicial]. E como essas mulheres ficavam com a responsabilidade de educar os filhos, acabavam educando-os na fé cristã. Isso contribuiu para que o cristianismo crescesse, se institucionalizasse como religião e se tornasse poderoso."

São Tomás de Aquino, em pintura de Gentile da Fabriano

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São Tomás de Aquino, em pintura de Gentile da Fabriano

"O fato de [os cristãos] não fazerem abortos, ajudou a população cristã a aumentar", concorda Martins.

Então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal croata Franjo Šeper (1905-1981) publicou um documento em 1974 lembrando que "a tradição da Igreja sempre considerou a vida humana como algo que deve ser protegido e favorecido, desde o seu início, do mesmo modo que durante as diversas fases do seu desenvolvimento". "Opondo-se aos costumes greco-romanos, a Igreja dos primeiros séculos insistiu na distância que, quanto a este ponto, separa deles os costumes cristãos".

Ele cita o Didaché, um texto de 16 capítulos, escrito no primeiro século da Era Cristã e que funcionava como uma espécie de catecismo para os primeiros praticantes da então nova religião. "No livro […] diz-se claramente: 'Tu não matarás, mediante o aborto, o fruto do seio; e não farás perecer a criança já nascida'", afirma.

"É uma clara posição de um documento cristão em que há uma condenação textual tanto do aborto quanto do infanticídio", comenta Moraes.

Igreja e aborto

Da posição contrária ao aborto até a pecaminização categórica promulgada por Pio 9º, a distância não está somente na penalização radical com excomunhão automática. Há toda uma discussão teológica e filosófica sobre quando, de fato, começaria a vida — discussão que, de certa forma, ainda embasa argumentos pró e contra a interrupção voluntária da gravidez até hoje.

Prolífico autor dos primórdios do cristianismo, Tertuliano (160-220) qualificava o aborto como "homicídio antecipado". "Já é homem aquele que o será. Essa expressão do Tertuliano focalização a motivação da condenação do aborto voluntário nos ensinamentos da patrística de maneira geral", frisa Moraes.

Em uma época em que era difícil determinar o início da gravidez, as discussões teológicas procuravam responder em que momento haveria "a infusão da alma" sobre o feto, ou seja, a "transformação do ser em uma pessoa". "[Desde o princípio] havia os que imaginavam que na própria concepção você já tem uma pessoa, recuperando a questão aristotélica do ato e da potência, com a ideia de que uma semente não é uma árvore mas tem o potencial para se tornar uma.

Assim como Tertuliano, os teólogos Basílio de Cesareia (329-379) e Gregório de Nazianzo (329-389) defendiam a "animação imediata" — ou seja, que o início do ser humano ocorria na concepção. "Tertuliano argumentava que nós temos tanto corpo quanto a alma sendo acolhidos e elaborados e aperfeiçoados juntos", contextualiza Moraes.

Santo Agostinho (354-430), contudo, trouxe elementos para que essa ideia passasse por revisões — e suas reflexões acabaram embasando um entendimento bastante corrente ao longo de toda a Idade Média. Para ele, a alma exigiria uma forma apropriada para ser inserida.

Isso significava que o feto precisaria já estar melhor formado, preparado para receber a alma. Séculos adiante, Tomás de Aquino (1225-1274) ecoa esse mesmo princípio. "A filosofia escolástica chega a fixar o início da forma humana no quadragésimo dia [de gestação] para os homens e no octagésimo para as mulheres", explica Moraes.

Em seu livro Uma História Não Contada: A História das Ideias Sobre o Aborto na Igreja Católica, a filósofa e teóloga norte-americana Jane Hurst (1948-1972) entende a pecaminização do aborto por conta da questão sexual. Não é a única voz nesse sentido — há pesquisadores que apontam que, no âmago do discurso do cristianismo primitivo estava, na verdade, o fato de que o aborto era praticado para esconder traições. Ou seja: o que estava sendo condenado era o adultério e não a interrupção voluntária da gravidez.

"A Igreja sempre se opôs ao aborto não apenas porque suspeita que se trata de um homicídio — o que continua sendo discutido — mas também porque ele revela um pecado sexual", escreve ela. "A Igreja ensina que todo ato que pretende separar a união sexual da procriação é pecaminoso. […] O aborto realizado voluntariamente indica que os parceiros sexuais não se uniram com a intenção de procriar."

Hurst defende que, nesse sentido, a gênese da ideia estaria relacionada a "questões de penitência", procedendo da "função legislativa da Igreja". "Se o aborto está sendo usado para esconder irregularidade sexuais, então é pecado e exige que a pessoa pecadora faça penitência para que seja perdoada desses erros", argumenta a autora.

"Existia, nesse período antigo, amplo acordo quanto ao fato de o aborto ser um pecado quando utilizado para ocultar evidências dos pecados de fornicação e adultério", aponta. Ela cita, em seu livro, um texto de São Jerônimo (347-420). "Outras pessoas tomam poções para garantir a esterilidade e são culpadas do assassinato de um ser humano ainda não concebido. Outras, quando descobrem que ficaram grávidas através do pecado, abortam usando drogas. Com frequência, elas mesmas morrem e são levadas à presença das autoridades do mundo inferior culpadas de três crimes: suicídio, adultério contra Cristo e assassinato de uma criatura não nascida", afirmou o religioso.

Essa é a postura da organização Católicas pelo Direito de Decidir, grupo que configura uma voz dissonante à posição oficial atual da Igreja. A direção brasileira do movimento foi procurada pela reportagem e preferiu responder com dois artigos previamente escritos. "Nos primeiros séculos do cristianismo, a preocupação central — da Igreja, como do Estado — era com a constituição do casamento monogâmico como regra para toda a sociedade", afirma, em trecho de um dos textos, a socióloga Maria José Rosado, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e presidente da organização.

"No império romano, estabeleceram-se leis que desencorajavam o concubinato. O primeiro concílio do Ocidente, realizado no século 4, antes mesmo da oficialização do cristianismo por Constantino — o Concílio de Elvira — estabelece penas religiosas severíssimas para as transgressões à fidelidade conjugal. Tanto a Igreja quanto o Estado impunham penas mais duras para os casos de adultério do que para os de homicídio", prossegue a socióloga.

"Assim, a punição do aborto, durante os seis primeiros séculos do cristianismo, não era referida, em primeiro lugar, ao feto cuja vida seria tirada, mas ao adultério que o aborto revelava", argumenta Rosado. "Pode-se pois concluir que para o cristianismo, como para a lei romana, a afirmação do casamento monogâmico como única união legítima, era mais importante como fundamento social do que a proteção da vida."

"O que podemos dizer é que a condenação ao aborto é uma constante no ensinamento moral da Igreja. A partir do século 4, a temática começa a aparecer em concílios […]. Com o passar do tempo, não poucos autores admitem uma gravidade de culpa. Mas depende de quando esse aborto é feito", diz Moraes.

"A questão do aborto nos documentos da Igreja tem variações significativas, mas o mais importante é a linguagem para sua condenação", contextualiza Martins. Sisto 5º (1521-1590), em seu pontificado, reviu a postura medieval e passou a entender que não importava o estágio da gravidez, uma interrupção intencional não devia ser aceita. "Mas seu sucessor, Gregório 14 [(1535-1591)], rejeita essa perspectiva e volta a manter a distinção do aborto, como algo diferente [se praticado] no começo [da gestação]", conta o bioeticista.

Entre idas e vindas, o que predominava até o século 19, conforme ressalta Rosado, era esse entendimento de que "só haveria aborto pecaminoso quando o feto estivesse totalmente formado". E a condenação, nos casos em que havia, era moral e teológica, sem nenhuma sanção como a determinada por Pio 9º.

"[O papa, em 1869] declara que o aborto é pecado em qualquer situação e em qualquer momento em que se realize. Pela primeira vez, papa e teólogos coincidem, rechaçando a teoria da 'hominização retardada' para assumir a da 'hominização imediata'", explica a socióloga. "Isto é, a tese de que desde o momento da concepção existe uma pessoa humana e, portanto, atentar contra ela é homicídio."

"Até essa data, essa questão havia sido controvertida na Igreja. Note-se que isso ocorre no mesmo período em que a Igreja tem necessidade, por razões de política interna e externa, de afirmar o poder papal, através da proclamação do dogma da infalibilidade", contextualiza ela.

Ciência e fé

Joe Biden diante de púlpito

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

A postura favorável ao direito ao aborto de Joe Biden tem criado polêmica entre religiosos americanos

Após a excomunhão para o procurantes abortum, effectu sequuto, a Igreja se manteve firme em seu posicionamento. "Os papas recentes, em particular João Paulo 2º [(1920-2005)], encaram o aborto como o auge da desumanização dos comportamentos", explica o biólogo e sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. "A 'cultura da morte' é uma situação em que as pessoas são reduzidas a números e engrenagens num sistema socioeconômico que não se preocupa com elas. Assim, cada pessoa pode ser descartada ou substituída quando não interessa ao sistema."

Essa ideia, como pontua Ribeiro Neto, foi chamada de "cultura do descarte" pelo papa Francisco. "O fato da mãe não desejar mais a vida do próprio filho representa o ponto mais alto dessa desumanização, no qual as relações mais vitais deixaram de ser significativas."

Ao observar as mudanças históricas da Igreja quanto aos entendimentos, o acadêmico vê uma coerência baseada no patamar científico de cada momento. "A doutrina católica segue o conhecimento médico da época", argumenta ele. "O princípio é que toda vida humana é inviolável a partir do momento em que tem uma alma imortal, infundida por Deus."

"Na Idade Média, acreditava-se que o feto só ganhava vida começava a se movimentar. Portanto, não tinha alma [até esse momento]. Com o tempo, concluiu-se que o feto já era uma nova vida, diferente daquela da mãe, a partir da concepção. E a Igreja mudou sua cronologia em relação ao aborto", diz Ribeiro Neto. "A mudança foi de cronologia, não de princípio."

Professor de bioética na Universidade de São Paulo (USP) e membro da Pontifícia Academia para a Vida, Dalton Luiz de Paula Ramos avalia a postura medieval como "coerente pelo fato de que naquela época só conseguiam constatar a existência do corpo [no caso, do feto] macroscopicamente observando".

"Elio Sgreccia [(1928-2019), cardeal italiano, presidente da Pontifícia Academia para a Vida] costumava dizer que o que São Tomás de Aquino não tinha era microscópio, porque o conceito vai sendo constatado microscopicamente a partir do desenvolvimento dessas tecnologias, de observação, de exames."

Para o bioeticista Martins, se a Igreja sempre condenou o aborto, antes de Pio 9º "havia mais espaço para interpretação, para ver que em alguns casos até poderia se recorrer a isso". "Hoje, não mais", pontua. "Mas, do ponto de vista moral, é muito importante entender que, na Igreja, a intenção conta muito. A intenção de cometer o ato faz parte da maneira de julgar a moralidade do ato, e isso é fundamental na Igreja."

"Outro elemento é a questão da misericórdia. Apesar de a Igreja ter essa questão definida, há sempre a misericórdia: acolher e respeitar as pessoas que caíram nesse erro", diz ele.

No caso de Biden, a polêmica baseia-se em um documento assinado pelo então cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar papa Bento 16, quando ele ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Ele elencava cinco exigências irrenunciáveis para a conduta dos políticos", explica Ribeiro Neto. "O direito à vida; a proteção e promoção da família; a liberdade, em particular religiosa e de educação; a economia à serviço da pessoa; e a construção da paz."

"Contudo, os grupos contrários ao aborto, principalmente nos Estados Unidos, frequentemente se atinham apenas à primeira exigência, criando o paradoxo de cristãos apoiaram políticos corruptos e mal-intencionados só porque esses se declaravam contrários ao aborto", afirma o sociólogo. "Criou-se uma partidarização da questão. Republicanos condenavam o aborto, mas eram coniventes com o aquecimento global, com as guerras e contra a acolhida aos migrantes. Democratas fazem exatamente o contrário."

"Como, na verdade, as cinco exigências são 'irrenunciáveis', a comunidade cristã está se dividindo por questões partidárias, em vez de buscar a unidade na busca do bem comum. Esse é o pano de fundo pelo qual alguns católicos querem uma condenação clara da conduta de Biden e o próprio Vaticano tem pedido um esforço para o diálogo em comunhão", salienta Ribeiro Neto.

Brasil : MÉTODO MILITAR
Enviado por alexandre em 10/07/2021 00:53:49

Técnica do Exército americano para dormir em 2 minutos

O ‘método militar’ é uma técnica que promete ajudá-lo a dormir em dois minutos e é tão eficaz que até mesmo o exército dos EUA o usa – veja como fazê-lo.

 

Se é bom o suficiente para ajudar os soldados a relaxarem, achamos que vale a pena tentar. E se você tem dificuldades de adormecer mais cedo para ter uma noite tranquila de sono, essa é uma técnica que você pode testar hoje mesmo!

 

Há também os problemas usuais de estresse, ser oprimido conforme a vida volta ao normal e inquietação geral. Então é aí que o ‘método militar’ entra. É um truque antigo que foi tentado e testado pelo exército dos EUA, que afirma que faz o trabalho em apenas * dois * minutos.

 

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Diz-se que a técnica também funciona em ambientes intensos – como um campo de batalha literal.


Isso nos faz sentir que temos uma boa chance de fazê-lo funcionar em nossos apartamentos e casas bagunçadas com luz muito forte e vizinhos barulhentos.

 

Técnica militar promete te fazer dormir em dois minutos - Casa e Jardim |  Casa e Comida

Fotos: Reprodução

 

A técnica é explicada em um livro de 1981 chamado Relax and Win: Championship Performance, e explica que o método foi desenvolvido por chefes do exército para resolver o problema de os soldados ficarem muito cansados ou exaustos. As apostas nesta situação são obviamente muito altas.

 

Para fazer isso basta:

 

Relaxar os músculos do rosto, língua, mandíbula e os músculos ao redor dos olhos


Abaixe os ombros o máximo que puderem e faça o mesmo com a parte superior e inferior do braço, um lado de cada vez. Expire, relaxando o peito e, em seguida, desça para as pernas, começando pelas coxas. Aparentemente, depois de seis semanas sólidas de prática, isso funcionará para 96% das pessoas que experimentam a técnica.

 

Fonte: We fashion Trands

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