« 1 ... 254 255 256 (257) 258 259 260 ... 996 »
Brasil : A incrível história do pênis de Napoleão Bonaparte
Enviado por alexandre em 30/08/2022 09:24:34


O pênis de Napoleão Bonaparte é guardado a sete chaves pela filha de um urologista americano e é considerado uma relíquia bizarra

Provavelmente, você já deve ter ouvido falar sobre Napoleão Bonaparte nas aulas de História. Ele foi um líder militar, político e também se autocoroou imperador da França. Foi nesse posto que conquistou um vasto território nos campos de batalha. Contudo, não são todas as pessoas que sabem sobre o pênis de Napoleão.

 

Parece curioso falar sobre o órgão genital de uma pessoa, mas o do imperador francês tem todo um motivo. O pênis foi guardado em uma caixinha de couro. Claro que ele já está deteriorado e ressecado pelo tempo, mesmo assim o pênis é guardado a sete chaves pela filha de um urologista americano.

 

O órgão de Napoleão mete 3,8 centímetros e é considerado uma relíquia. E com relação a essa curiosa peça, existem mais mistérios do que confirmações. Segundo Vítor Soares, autor de um artigo a respeito do tema e que tem o podcast História em Meia Hora, se tratando disso, “as coisas não são tão consensuais assim”.

 

Veja também

 

Napoleão morreu devido ao uso exagerado de perfume, diz estudo

 

Historiador que acredita ser reencarnação de Napoleão diz que namorada 'virou uma bruxa' antes de matá-la

 

“Embora por muito tempo as pessoas tivessem a certeza de que o pênis era dele, há a possibilidade de que não seja. Nunca foi comprovado que realmente seja”, ressaltou ele.

 

Esse é o mesmo pensamento de Victor Missiato, historiador e pesquisador integrante de grupo da Universidade Estadual Paulista e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.

 

“É difícil comprovar que, de fato, esse pênis pertença a Napoleão Bonaparte, porque não há nenhum estudo relacionando o material genético desse pênis com o dos restos mortais de Napoleão, sepultado na França. Hoje em dia, com as tecnologias disponíveis, seria possível, valeria a pena”, argumentou.

 

“O que há é uma trajetória do órgão sexual atribuído ao estadista. É factível que seja dele porque já na época havia uma importância histórica, um significado acerca de Napoleão”, explicou Missiato.

 

PÊNIS DE NAPOLEÃO

 

 

A trajetória do pênis de Napoleão foi amplamente recuperada pelo historiador e jornalista Tony Perrottet em seu livro “Napoleon’s Privates: 2500 Years of History Unzipped”. Ele fez todo esse estudo partindo do que é comprovado. Ou seja, que quando Napoleão morreu, na Ilha de Santa Helena, no dia cinco de maio de 1821, ele foi submetido a uma autópsia.

 

E se a retirada do pênis realmente aconteceu, ela deve ter sido feita na frente de testemunhas. Segundo relatos, tinham 29 pessoas perto do corpo de Napoleão desde a morte até a preparação do sepultamento. Dentre elas, oito médicos, duas criadas, um padre e um serviçal.

 

Quem teria feito a amputação peniana teria sido o médico François Carlo Antommarchi. Algumas pessoas acreditam que ela tenha ocorrido por vingança porque o médico teria sido encarregado meio a contragosto de passar uma temporada na ilha para cuidar da saúde já debilitada de Napoleão.

 

Além disso, também é contado que o imperador francês costumava xingar e destratar o médico que, em várias ocasiões, chegou a receber cusparadas e xingamentos.

 

CAMINHO DO PÊNIS

 

Fotos: Reprodução

 

De acordo com as pesquisas de Perrottet, Antommarchi teria vendido o pênis de Napoleão para o padre italiano Ange Paulo Vignali, que estava encarregado de dar a extrema-unção ao imperador. Então, o padre levou o órgão para Córsega, terra natal tanto do falecido como sua.

 

A partir de então, Soares diz que começam as discrepâncias. Isso porque algumas outras teorias acusam o próprio padre de ter subtraído o nobre membro, enquanto outras dizem que tudo teria sido combinado entre os médicos presentes. Até porque, a retirada e preservação de partes do corpo de personalidades não é algo incomum na história.

 

Em 1916, o antiquário britânico Maggs Bros comprou o pênis que estava guardado pela família do padre da Córsega. E nos 50 anos seguintes, o pênis atribuído ao ex-imperador francês se tornou objeto de curiosidade pelo mundo.

 

O órgão sexual iria mudar de mãos alguns anos depois. O colecionador e livreiro norte-americano Abraham Simon Wolf Rosenbach, conhecido como “o terror da sala de leilões”, arrematou um lote de artefatos em 1924, dentre eles o órgão de Napoleão.

 

Dessa forma, a peça é levada para os EUA e começa existir uma documentação para tentar comprovar a autenticidade. A própria empresa de Rosenbach publicou um catálogo nos anos 1920 enfatizando que “a notável relíquia foi recentemente confirmada pela publicação na Revue des Deux Mondes de trecho de memórias póstumas de St. Denis, na qual ele diz expressamente que ele e Vignali levaram pequenos pedaços do corpo de Napoleão durante o trabalho de autópsia”.

 

Foi Rosenbach quem guardou o pênis da maneira que ele se encontra hoje, em uma caixinha de couro de Marrocos azul, aveludada.

 

Contudo, Rosenbach vendeu a relíquia a um de seus melhores clientes, o bibliófilo Donald Frizell Hyde. Quando ele morreu, sua viúva devolveu o pênis a Rosenbach. Mas pouco tempo depois o artefato foi comprado pelo colecionador Bruce Gilmeson. Em 1972, ele tentou leiloar o membro na casa de leilões Christie’s, em Londres. Como o órgão não recebeu nem ao menos o lance mínimo ele voltou à coleção de Gilmeson.

 

 

Entretanto, depois de cinco anos, o urologista americano John Kingsley Lattimer, professor da Universidade de Colúmbia, estava com a posse do membro. Desde então, o pênis de Napoleão voltou a ganhar privacidade. Tanto que se calcula que somente menos de 10 pessoa o viram desde então.

 

Fonte: BBC

 

LEIA MAIS

Brasil : Como ter um orgasmo usando apenas a respiração
Enviado por alexandre em 30/08/2022 09:22:39

Seja com penetração, estimulando o clitóris ou até mesmo os mamilos, você pode experimentar diversos tipos de orgasmo diferentes. No entanto, fazê-lo sem usar as mãos pode parecer um tanto inusitado.

 

 Apesar de soar estranho — e até mesmo impossível —, é possível ter um orgasmo usando a respiração. Isso acontece com pessoas que usam exercícios respiratórios para prover energia aos sete chakras localizados em todo o corpo. Segundo a “Teen Vogue”, de onde são as informações, ativar essas áreas usando a respiração pode despertar a capacidade de atingir o clímax.

 

 As técnicas de respiração aprimoram, ainda, até mesmo os orgasmos atingidos pelo toque. Apesar de ser um longo caminho de aprendizado e tentativas, a prática pode expandir as dimensões de sua experiência com o prazer. A seguir, saiba mais sobre a chamada “respiração orgástica”.

 

Veja também

 

Orgasmo anal existe? Confira 3 dicas para chegar lá

 

ORGASMO FEMININO! Você está satisfeita com a sua vida sexual?

 

COMO TER UM ORGASMO USANDO APENAS A RESPIRAÇÃO

 

-Tenha consciência de sua respiração

Em entrevista à “Self”, a sexóloga Jessica O’Reilly revelou que muitas pessoas, instintivamente, seguram suas respirações ao se aproximarem do orgasmo. De acordo com ela, a respiração é a chave para manter o sangue fluindo e aumentar as sensações de prazer.

 

Por isso, em seu próximo orgasmo, experimente entender como sua respiração se comporta. Assim, você pode decidir se deseja manter as coisas como estão ou esforçar-se para mudá-las.

 

-Atente-se aos formigamentos

Ao falar sobre respiração orgástica em um episódio de seu podcast, a autora e apresentadora Liz Goldwyn aconselha pensar sobre as sensações em seus órgãos genitais ao longo do dia.

 

De acordo com o portal, é comum que não prestemos atenção às “pequenas sensações, formigamento e calafrios que nossos órgãos genitais sentem”. No entanto, essas vibrações podem conter — e liberar — muita energia. Felizmente, praticar técnicas de meditação e respiração pode te ajudar a reconhecer esses estímulos e manter-se em sintonia com seu organismo.

 

-Crie o clima

Assim como em uma sessão de masturbação ou no sexo convencionais, é importante “criar um clima” favorável à excitação sexual. Um ambiente à meia-luz com velas e uma música sensual podem ajudar.

 

A dica do portal é fechar os olhos e respirar fundo, expirando três vezes para relaxar. Repita o processo envolvendo seu assoalho pélvico e, sempre que inspirar, atente-se às sensações corporais, especialmente nos órgãos genitais. Continue inspirando e expirando e tente balançar os quadris enquanto contrai os músculos pélvicos.

 

 

-Não se preocupe

Você não precisa ter o orgasmo usando apenas a respiração como uma meta. Apenas aproveite o processo e os benefícios que uma respiração concentrada pode promover, sem se pressionar para um resultado final. O importante é que você se divirta e tenha muito prazer. 

 

Fonte: Istoé

LEIA MAIS

Brasil : O hambúrguer mais calórico do mundo no restaurante do ataque cardíaco
Enviado por alexandre em 30/08/2022 01:05:08


Conheça a Heart Attack Grill, uma hamburgueria em Las Vegas que serve pratos ultra calóricos e tem temática de hospital

“O que acontece em Vegas, fica em Vegas”, essa é uma expressão famosa que dá margem para muita coisa inusitada acontecer por lá, incluindo: o hambúrguer mais calórico do mundo! O Quadruple Bypass Burger (Ponte de Safena Quádrupla, em bom portugês) ganhou o recorde mundial e foi parar no Guinness Book por ter quase 10 mil calorias e pesar 1,36 kg. Hoje em dia eles já foram além e servem até o Octuple Bypass Burger, que tem 8 camadas de carne, além do pão, bacon, tomate e muito mais.

 

O responsável por essas criações dignas de um ataque cardíaco é o restaurante Heart Attack Grill, que fica em Freemont Street em Las Vegas. Além destes hambúrgueres absurdos, outros pratos ultra calóricos são servidos por lá, como hot dogs com quantidades absurdas de bacon e chilli e copos enormes de refrigerante. Uma ambulância fica de prontidão na porta, enquanto lá dentro os clientes devem usar avental cirúrgico e são atendidos por garçonetes com uniforme de enfermeira.

 

Na porta, um cartaz anuncia em tom de vitória “combatemos a anorexia desde 2005”, por isso mesmo, clientes com mais de 160 quilos não pagam para comer. Eles se pesam em uma balança de gado que fica no próprio restaurante e se passarem deste número, são aplaudidos e podem se servir livremente de forma gratuita.

 

Veja também

 

A guerra do ketchup: como a heinz mudou para sempre esse molho

 

5 Temperos culinários que possuem características psicodélicas

 

Há um porém, se você não terminar a sua refeição, deixar um pedacinho se quer no prato ou pedir um refrigerante diet ou um hambúrguer vegano, a equipe de enfermeiros vai te submeter a uma sessão de palmadas bem dadas, para lembrar exatamente onde você está.

 

 

Em uma das promoções da hamburgueria, eles recompensam “pacientes” que conseguem devorar o Quadruple Bypass Burger. Depois de comê-lo completamente, são levados até a saída em uma cadeira de rodas por uma das “enfermeiras” do local, enquanto são aplaudidos e fotografados. Você teria coragem de encarar?

 

 

Apesar de tudo parecer muito engraçado, já tiveram alguns episódios de susto dentro do Heart Attack Grill. Em fevereiro de 2012, um homem teve um ataque cardíaco dentro do restaurante, mas tudo deu certo e ele sobreviveu. Em abril do mesmo ano, apenas dois meses depois, outro cliente passou mal e foi levado ao hospital com suspeita de infarto. No site do restaurante eles comentam sobre os casos, dizendo: “duas partidas de ambulância em menos de 60 dias deixaram uma marca inapagável na imagem pública do Heart Attack Grill. Dr. Jon (criador do restaurante) entregou uma mensagem clara à mídia de que tais tragédias inevitavelmente continuarão devido a uma clientela que ele se refere como sendo a vanguarda dos tomadores de risco nutricional”.

 

O restaurante sabe de todos os riscos e já deixa um aviso em sua porta de entrada, que alerta aos possíveis clientes: “cuidado: este estabelecimento faz mal para a sua saúde”. Apesar disso, as pessoas continuam frequentando o estabelecimento normalmente.

 

 

Fotos: Reprodução

 

 

Eles levam tão a sério essa meta de serem o restaurante mais prejudicial para a saúde, que até cigarros Lucky Strike sem filtro são vendidos por lá, assim você pode acabar com todo o seu corpo de uma vez só. No site do estabelecimento eles explicam um pouco do conceito todo “o Heart Attack Grill tornou-se internacionalmente famoso por adotar e promover uma dieta pouco saudável de hambúrgueres incrivelmente grandes”.

 

Fonte: Terra

 

LEIA MAIS

Brasil : Antidepressivos são mais seguros agora do que há 30 anos; guia mostra tipos, efeitos e mais em 8 tópicos
Enviado por alexandre em 29/08/2022 09:40:40

Os antidepressivos são seguros, eficazes e usados por milhões de brasileiros – dados do Conselho Federal de Farmácia apontam que, em 2021, foram vendidos quase 43 milhões desses medicamentos e estabilizadores de humor.

 

Apesar disso, eles ainda são rodeados de muita dúvida e estigma: causam dependência? Têm efeitos colaterais? Como eles agem? Por quanto tempo alguém que tem depressão precisa tomá-los? O que é, de fato, um antidepressivo?

 

Veja também

 

Depressão cresce 41% com pandemia: apoio é essencial para sair do fundo do poço, conta humorista

 

Tem depressão? Confira 6 hábitos que você deve evitar

 

1) O que são antidepressivos?

Os antidepressivos são medicamentos que alteram o funcionamento de circuitos cerebrais que controlam o humor. Como o nome diz, eles costumam ser usados para tratar o transtorno depressivo maior, ou, simplesmente, depressão.

 

Apesar de serem genericamente chamados de "antidepressivos", eles também podem ser úteis para o tratamento de outros transtornos mentais, como o obsessivo-compulsivo (TOC) e o de ansiedade generalizada (TAG).

 

Além disso, existem outros medicamentos – os estabilizadores de humor – que podem contribuir para tratar a depressão: os antipsicóticos, os anticonvulsivantes e o carbonato de lítio. Mais abaixo, você também lerá sobre eles.

 

2) Como funcionam os antidepressivos? Quais suas 'classes'?

Os antidepressivos agem, principalmente, sobre três neurotransmissores – que são mensageiros químicos do cérebro: a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Essas substâncias estão ligadas a sensações de prazer e bem-estar.

 

"Em geral, os antidepressivos aumentam a disponibilidade de um ou de vários desses neurotransmissores – geralmente, para melhorar o funcionamento desses circuitos que controlam o humor", explica o médico psiquiatra Neury José Botega, professor titular pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

 

Os antidepressivos são divididos em classes, conforme seu modo de ação:

 

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS ou SSRIs, na sigla em inglês): como o nome diz, eles agem inibindo a recaptação de serotonina, para aumentar sua disponibilidade no cérebro. Exemplos incluem fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina, citalopram e escitalopram.

 

"Hoje, a primeira opção, [para] uma pessoa que está tendo depressão pela primeira vez, é de um medicamento que aumenta a serotonina. A gente vai pensar na fluoxetina, na sertralina, no escitalopram, na paroxetina ou na fluvoxamina", explica Neury José Botega.

 

Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN ou SNRIs, em inglês): além de inibirem a recaptação de serotonina, também inibem a recaptação da noradrenalina. Exemplos incluem duloxetina, venlafaxina e desvenlafaxina.

 

"[Servem] tanto para depressão quanto para controle de ansiedade e controle da dor", diz Botega.

 

Antidepressivos tricíclicos: os tricíclicos também afetam a recaptação de noradrenalina e de serotonina, mas são mais antigos que os outros e causam mais efeitos coletareis, como boca seca, intestino preso e interferência no ritmo cardíaco, explica Neury. São chamados de "tricíclicos" por causa de sua estrutura química, que tem três anéis de carbono. Exemplos incluem imipramina, clomipramina, nortriptilina e amitriptilina.

 

"São muito eficientes no controle da dor. No caso da amitriptilina, também é usada no tratamento preventivo de enxaqueca. Os tricíclicos ainda têm um espaço de uso, mas mais restrito" esclarece Neury Botega.

 

"O tricíclico é sedante. A pessoa dorme muito, tem um sono incontrolável. Quando eu retiro esse fármaco, a pessoa tem crise de insônia, por exemplo", explica a farmacêutica Maria Fernanda Salomão, professora da FMU e da Universidade Santo Amaro (Unisa), em São Paulo.

 

Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs): agem tornando mais difícil para uma enzima chamada monoamina oxidase quebrar a noradrenalina e a serotonina. Assim como os tricíclicos, também são antigos e, hoje, raramente usados para tratar a depressão, por causa dos efeitos colaterais, mas utilizados tratamento de Parkinson. Exemplos incluem a tranilcipromina, a fenelzina e a isocarboxazida.

 

"Esses inibidores da monoamina oxidase são perigosos, porque, dependendo dos alimentos que a pessoa come, a pessoa pode ter crise hipertensiva grave, com infarto do miocárdio ou AVC", explica Neury José Botega. "Raramente em psiquiatria nós chegamos a usá-los – só para casos graves, porque ele é poderoso no tratamento da depressão, mas potencialmente é arriscado", diz.

 

Alimentos incompatíveis com os IMAOs incluem queijos e vinhos, por serem ricos em tiramina, explica Maria Fernanda Salomão. Essa substância serve de substrato, ingrediente, para produzir noradrenalina. "Eu aumento a concentração de noradrenalina e está inibido o mecanismo de degradação. Então, a concentração de noradrenalina fica muito elevada e a pessoa pode ter uma crise hipertensiva", explica.

 

Estabilizadores de humor: incluem alguns antipsicóticos (haloperidol, olanzapina, quetiapina e risperidona), anticonvulsivantes (carbamazepina, lamotrigina e valproato de sódio) e o carbonato de lítio. Esses medicamentos podem ser usados para potencializar o efeito de um antidepressivo se o paciente com depressão não estiver respondendo adequadamente. É mais comum, entretanto, que sejam usados para tratar o transtorno bipolar.

 

Outros medicamentos: remédios como a bupropiona ou a quetamina (também chamada de escetamina ou grafada como "ketamina") também podem ser usados para tratar a depressão.

 

"A bupropiona é muito usada para diminuir o desejo de fumar e o apetite. É um representante meio isolado – é o único antidepressivo que aumenta a dopamina e a noradrenalina sem mexer com a serotonina", explica Neury Botega.

 

3) A revolução da fluoxetina

Por muito tempo, não existiram medicamentos específicos para a depressão. Na década de 50, surgiram os primeiros antidepressivos: a imipramina, da classe dos tricíclicos, e a iproniazida, um IMAO.

 

Ambas as classes causavam muitos efeitos colaterais. Mesmo assim, "eles ainda foram revolucionários na época, porque [antes] não havia nada com o que tratar a depressão", explica Maria Fernanda Salomão.

 

"Qual o grande problema dessas classes? Eles aumentavam a serotonina na fenda sináptica [espaço entre um neurônio e outro], mas também aumentavam a pressão [arterial]", acrescenta a farmacêutica.

 

"Os tricíclicos podiam ter interferência nos idosos, com risco de queda, alta sonolência, arritmia, retenção urinária. Por que não eram seguros? Porque não eram seletivos da recaptação da serotonina. Não só interferiam na fisiologia dos neurotransmissores, [mas] também em outros sistemas farmacológicos. Por isso que eles são mais inseguros e têm mais efeitos colaterais – porque não são seletivos", pontua.

 

Na década de 80, com a chegada da fluoxetina – o Prozac – ao mercado, o que houve foi uma revolução no tratamento da depressão, afirma Maria Fernanda Salomão.

 

"De 1988 para frente, a gente tem uma grande inovação, um grande passo, que são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina. A primeira é a fluoxetina. Eles vieram como uma revolução, porque não interferiam em outros sistemas, apenas inibiam a recaptação da serotonina, então mantinham uma concentração de serotonina mais alta na fenda sináptica", explica a professora.
Não quer dizer que a fluoxetina não tenha efeitos colaterais – mas ela trouxe mais segurança para o tratamento.

 

4) Efeitos colaterais e escolha do tratamento

O serviço público de saúde do Reino Unido (NHS) lista os seguintes efeitos colaterais dos antidepressivos, por classe:

Inibidores de recaptação de serotonina/de serotonina e noradrenalina: agitação, tremores, ansiedade, diarreia, vômitos, tontura, visão embaçada, perda de libido (redução do desejo sexual), dificuldade em atingir o orgasmo durante o sexo ou masturbação e, nos homens, dificuldade em obter ou manter uma ereção (disfunção erétil).

 

Tricíclicos: boca seca, leve embaçamento da visão, intestino preso, problemas para urinar, sonolência, tontura, ganho de peso, excesso de sudorese, palpitações ou taquicardia (coração batendo rápido demais).

 

"Alguns efeitos colaterais são previsíveis, leves e diminuem ao longo de uma semana. Sempre que um efeito for muito agudo e incomodar bastante, atrapalhar muito a rotina da pessoa, é melhor ela se comunicar com o médico. Ainda mais se os efeitos perdurarem depois de duas semanas, que é o tempo que leva, em média, para um antidepressivo fazer efeito", aconselha Neury Botega.

 

"Algum grau de sonolência [no início do tratamento] é normal e a tendência é diminuir a cada dia. Se a sonolência é intensa, quebra a rotina da pessoa e ela não consegue trabalhar, tem que se comunicar. Se a perda da libido é muito impactante e se mantém, tem que se comunicar com o médico. O principal marcador é quanto o efeito colateral impacta a rotina da pessoa", completa.

 

Os efeitos colaterais são levados em conta na hora de decidir qual antidepressivo será usado no tratamento.

 

"80% dos antidepressivos causam aumento de peso. Então, se é uma pessoa que já tem sobrepeso, que pede para a gente ‘eu não quero engordar', já tem que excluir 80% dos antidepressivos. Há antidepressivos que dão sono, que ajudam a diminuir o apetite", exemplifica Botega.

 

"Alguns são mais ativadores – a pessoa fica mais motivada para ação, às vezes até mais ansiosa no início do tratamento. Há antidepressivos que acalmam mais, que têm duas indicações: tanto para depressão quanto para ansiedade", completa.

 

Ele explica, por exemplo, a diferença entre dois antidepressivos da mesma classe: a fluoxetina e a fluvoxamina, ambos inibidores seletivos de recaptação de serotonina:

 

"Um medicamento como a fluoxetina é mais ativador, ajuda a diminuir o apetite, a impulsividade, mas pode causar mais insônia. A fluvoxamina ajuda a diminuir ansiedade – é bastante usada em pessoas que têm depressão e ansiedade", diz Botega.
Também precisa ser levada em conta a interação com outros remédios que a pessoa já toma:

 

"Alguns antidepressivos bloqueiam mais ou menos enzimas do fígado que degradam outros remédios Quando a gente atende, por exemplo, uma pessoa idosa, que já toma vários medicamentos, tem que ficar muito atento se os antidepressivos que vai passar não vai aumentar a concentração das outras drogas", lembra o psiquiatra.

 

Um outro ponto é que os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina podem ser melhores para quem já tentou um medicamento que inibe apenas a serotonina.

 

"Muitas vezes, [para] uma pessoa que não melhorou com o serotoninérgico, o próximo que a gente prescreve é um serotoninérgico mais noradrenérgico. Também são muito usados no controle da dor, e isso aumenta muito a força desse grupo", aponta Botega.

 

5) Qual o tempo previsto de tratamento?

O tempo mínimo de tratamento com um antidepressivo deve ser de 6 meses.

 

"O que a gente vê na prática clínica? Os pacientes começam a melhorar e param de tomar, porque eles se sentem melhor – e ele está se sentindo melhor por causa da presença do medicamento. A orientação é muito importante – que ele mantenha o uso contínuo por, no mínimo, 6 meses de tratamento, sempre seguindo as orientações do médico", lembra Maria Fernanda Salomão.

 

Em entrevista anterior ao g1, o psiquiatra Christian Kieling, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explicou que é necessário um tempo de manutenção do medicamento, para que o paciente não tenha recaída:

 

"Na depressão, a gente tem o que a gente chama de tratamento de manutenção, ou de continuação, para prevenir novos episódios", disse Kieling.
Um outro ponto é que os antidepressivos levam algum tempo para começar a fazer efeito.

 

"Essa é a realidade dos antidepressivos que nós temos hoje: em média, eles levam seis semanas para fazer efeito. Isso não é diferente do que acontece na maioria dos tratamentos médicos. Não existe nenhuma pílula mágica para a maioria das doenças", aponta o psiquiatra Humberto Corrêa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

"Mas não significa que a pessoa vai estar desamparada durante essas quatro ou seis semanas. Você vai continuar em acompanhamento – existem outros medicamentos que eventualmente eu posso usar para aliviar alguns sintomas", completa.

 

6) Dependência e síndrome de retirada

 

Os antidepressivos causam dependência?

"Não é dependência no sentido clássico do termo", explica Neury Botega.
"Se você toma certos antidepressivos e para repentinamente, pode ter sintomas desconfortáveis de abstinência. O seu organismo vai sentir falta da medicação que foi interrompida. Por isso, tanto para começar, quanto para parar um antidepressivo, é bom ir devagar", esclarece.

 

Maria Fernanda Salomão explica os sintomas da síndrome de retirada, que pode ocorrer quando o paciente fica sem o remédio.

 

"Pode ficar agressivo, triste, ou agitado demais. Não ter o acesso ao medicamento é bem complicado. A falta da serotonina não deixa a gente só triste: pode ter outros sintomas, como o mau humor, a agressividade, o não controle emocional. Até alterações gastrointestinais, como diarreia. A serotonina tem outras funções fisiológicas no nosso organismo", esclarece.

 

Por isso, a retirada do medicamento deve ser feita sob acompanhamento médico.

 

"É muito importante que as pessoas tomem essa decisão de parar o tratamento junto com o profissional de saúde que está acompanhando para ver se é o momento de parar. Um paciente que já está no seu décimo episódio depressivo talvez seja um para o qual a gente vai recomendar um tratamento continuado, que não vá parar depois de 6 meses ou um ano. A gente vai decidir isso junto com o paciente. Não é o médico sozinho que vai decidir essas coisas", esclareceu Christian Kieling.

 

Alguns remédios, de tarja preta, podem causar dependência de fato, como o clonazepam (Rivotril), alprazolam (Xanax) e bromazepam (Lexotan) – mas esses pertencem à classe dos benzodiazepínicos, e não dos citados anteriormente nesta reportagem. Outro medicamento que pode levar à dependência é o zolpidem (vendido no Brasil sob o nome de Zolpiden), usado para dormir.

 

"Em algumas pessoas, elas não obtêm mais o efeito tomando aquela dose do início do tratamento. Então elas tendem a aumentar a dose – e isso pode chegar ao excesso de medicação. Esse é um grande problema na prática clínica: tem muitas pessoas viciadas em hipnóticos pelo estilo da vida moderna", afirma Botega.

 

"Há alguns medicamentos – são os que têm tarja preta – que podem causar dependência: se a pessoa toma por muito tempo, a parada abrupta faz a pessoa se sentir muito mal. Ela tem o que a gente chama de uma síndrome de abstinência.

 

7) O que fazer quando a depressão resiste aos medicamentos?

 

E quando, apesar das opções disponíveis, a depressão simplesmente não vai embora?

"O conceito de depressão resistente é: quando o paciente usou dois antidepressivos diferentes, em tempo e dose adequados, e não respondeu, não atingiu a remissão dos seus sintomas, aí nós dizemos que ele tem uma depressão resistente ao tratamento", esclarece Humberto Correa, da UFMG.

 

Nesses casos, uma resposta em potencial é o Spravato – a S-ketamina, esquetamina ou, ainda, escetamina – um derivado da quetamina, originalmente usada como anestésico. No Brasil, ele foi aprovado pela Anvisa para tratar pacientes com depressão resistente a tratamento.

 

Diferente dos outros antidepressivos, o remédio é inalado e só pode ser aplicado em clínicas e hospitais autorizados. O paciente também tem que ser monitorado após o uso e o remédio ainda não pode ser usado a longo prazo.

 

"Não é uma droga isenta de efeitos colaterais. E dá uma melhora passageira. É um recurso para tirar uma pessoa de depressão grave, que está com muita ideação suicida, mas, infelizmente, a quetamina não é uma droga para uso crônico. Ela é um empurrão, um turbo para a pessoa sair de um estado muito agudo e grave", explica Neury Botega.

 

"'A resposta também não é observada em todos os casos. Acaba sendo, hoje, mais um recurso que pode usar em casos graves em que a pessoa não está melhorando com os antidepressivos usuais. A gente não indica a quetamina como uma primeira medicação", esclarece.

 

Outras possibilidades também têm surgido. Uma delas é o Auvelity, antidepressivo aprovado no último dia 19 pela FDA (Food and Drug Administration, equivalente da Anvisa nos Estados Unidos).

 

Segundo a fabricante (a americana Axsome Therapeutics), o remédio é o primeiro comprimido oral em mais de 60 anos a trazer um novo mecanismo de ação para tratar a depressão – e de forma mais rápida. Diferente dos outros remédios, que podem levar de quatro a seis semanas para fazer efeito, o Auvelity promete melhorar os sintomas da doença de forma significativa em apenas uma semana.

 

O medicamento também não tem o mecanismo de ação baseado nas chamadas monoaminas (serotonina, dopamina e noradrenalina).

 

“Trata-se de uma nova geração de antidepressivos que agem por outros mecanismos de ação – principalmente via glutamato, que é um modulador importante também no nosso cérebro. É uma nova geração", aponta Neury Botega.

 

"Nós vamos precisar ainda de um tempo para ter maior firmeza no uso dessa droga – juntamente com a escetamina, que é o spray nasal. São drogas que trazem uma esperança de início de ação mais rápido, de fato, mas ainda não se sedimentaram como primeira opção de tratamento”, avalia.

 

 

8) Quais antidepressivos estão disponíveis no SUS?

 

Estão incluídos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) de 2022 os seguintes medicamentos:

 

amitriptilina
bupropiona
carbamazepina (anticonvulsivante)
carbonato de lítio
fluoxetina
haloperidol (antipsicótico)
lamotrigina (anticonvulsivante)
nortriptilina
olanzapina (antipsicótico)
quetiapina (antipsicótico)
risperidona (antipsicótico)
valproato de sódio (anticonvulsivante) 

 

Fonte: G1

LEIA MAIS

Brasil : Psiquiatra desenvolve app para ajudar pessoas com bipolaridade
Enviado por alexandre em 29/08/2022 09:39:07


Aplicativo permite acompanhamento diário dos sintomas do paciente e da evolução do tratamento

O transtorno bipolar é uma doença que pode facilmente ser confundida com alterações de humor regulares. Mas, ao contrário das mudanças de ânimo que ocorrem no dia a dia, indivíduos com bipolaridade tendem a apresentar quadros de mania e são mais suscetíveis a terem depressão. Por isso, é essencial monitorar os sentimentos e comportamentos de pessoas com o diagnóstico bipolar.

 

Buscando o acompanhamento cotidiano dos pacientes e a redução do preconceito em torno da condição, o médico psiquiatra Renato Silva desenvolveu o aplicativo Estabiliza. O app foi lançado em julho de 2022 e está disponível nas versões iOS e Android.

 

Por meio das funcionalidades, é possível tracejar o progresso das pessoas diagnosticadas e trazer informações que descompliquem a condição. O app é totalmente gratuito e pode ser usado também para auxiliar pessoas com depressão e borderline.

 

Veja também

 

Antidepressivos são mais seguros agora do que há 30 anos; guia mostra tipos, efeitos e mais em 8 tópicos

 

Covid: país registra 22 mortes em 24h; 9 estados não atualizaram dados

 

“Existem apps estrangeiros com a finalidade de monitorar os sintomas, mas, no Brasil, esse é o primeiro. O meu principal objetivo é educar as pessoas sobre algo complexo e com muitas nuances, que é crônico, mas pode ser controlado”, afirma Renato Silva.

 

A estrutura de navegação é fácil e convidativa, composta de três seções principais que permitem acompanhar o humor, monitorar o estilo de vida e incentivar o aprendizado a respeito da bipolaridade.

 

No ambiente virtual, o paciente faz registros diários sobre sua disposição, as emoções que está sentindo e pode complementar com escalas sobre os níveis de ansiedade, concentração, irritabilidade, apetite, desejo sexual e impulso para gastos. As informações são importantes para rastrear os sintomas de mania e depressão.

 

Pelo aplicativo, o paciente agenda lembretes para fazer os registros em um horário específico, cadastra o uso de medicamentos e a marcação de consultas, além de acrescentar informações sobre qualidade do sono, exposição à luz natural e nutrição. Os dados podem ser visualizados em gráficos semanais, mensais e anuais.

 

“Como existe uma função na qual o usuário pode baixar o relatório do mês, é possível usar o Estabiliza para acompanhamento clínico. É muito difícil lembrar como você se sentia 20 dias atrás, por exemplo, então ter esse registro é importante para que os profissionais de saúde consigam tomar decisões adequadas de tratamento”, explica o psiquiatra.

 

O QUE É A BIPOLARIDADE

 

O transtorno bipolar é uma doença que gera mudanças anormais no humor, na energia e na disposição. Ele tem como principais sintomas episódios depressivos alternados com momentos de mania, apesar de haver possibilidade de os dois quadros se manifestarem ao mesmo tempo.

 

De acordo com o psiquiatra Renato Silva, a bipolaridade é uma condição neurológica causada por fatores genéticos. Ele explica que a disposição herdada torna o indivíduo mais vulnerável a desenvolver a doença, mas ela só é manifestada com a presença de gatilhos externos.

 

O diagnóstico tende a ser difícil, demorando em média nove anos em casos mais brandos e 15, quando é sutil. O médico alerta que o início da bipolaridade é manifestado antes dos 30 anos em 70% dos pacientes. Entre eles, a maioria apresenta os sintomas entre 13 e 15 anos. Ele destaca que, como em qualquer outra doença, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior chance de a condição ser estabilizada e menos prejuízos trazer ao bem estar do indivíduo.

 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a bipolaridade afeta cerca de 6 milhões de brasileiros. Por serem mais propensas a desenvolverem quadros depressivos, pessoas com a condição têm 23 vezes mais chances de cometer suicídio do que a população em geral, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença atinge mais jovens entre 15 e 25 anos, mas um estudo epidemiológico recente identificou a existência de um pico tardio entre 45 e 55 anos.

 

 

TRATAMENTO

 

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado com o uso de medicamentos, psicoterapias e mudanças no estilo de vida, evitando principalmente o consumo de cafeína e de álcool e adotando hábitos saudáveis de sono e alimentação.

 

Fonte: Metrópoles

 

LEIA MAIS

« 1 ... 254 255 256 (257) 258 259 260 ... 996 »
Publicidade Notícia