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Política : AUTOANÁLISE
Enviado por alexandre em 02/05/2018 09:02:38


PT já não precisa de autocrítica, mas de autópsia

Josias de Souza

O grande problema das autocríticas é que elas sempre chegam tarde. No caso do Partido dos Trabalhadores, a demora foi tão grande que a providência tornou-se desnecessária. Ao reagir contra a mais nova denúncia da procuradora-geral Raquel Dodge, o PT deixou claro que seu caso não é mais de autoanálise, mas de autópsia.

Dodge acusou de corrupção e lavagem de dinheiro Lula, a presidente do PT Gleisi Hoffmann, os ex-ministros petistas Antonio Palocci e Paulo Bernardo, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e um um ex-assessor de Gleisi: Leones Dall'Agnol. De acordo com a denúncia, a Odebrecht trocou vantagens empresariais por propinas. Coisa de US$ 40 milhões. Ou R$ 64 milhões, em moeda nacional. Parte da verba foi passada a sujo em campanhas eleitorais, entre elas a de Gleisi.

A Executiva nacional do PT soltou uma nota. O conteúdo não é original. Um redator qualquer limitou-se a apertar o botão da perseguição política. E a resposta fluiu: “Mais uma vez a Procuradoria Geral da República, de maneira irresponsável, formaliza denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros. […] Mais uma vez o Ministério Público tenta criminalizar ações de governo citando fatos sem conexão e de forma a atingir o PT e seus dirigentes.”

A nota reforça a sensação de que os petistas dividiram-se em três grupos: há os presos, os que aguardam na fila e os que se comportam à maneira do avestruz, enfiando a cabeça no silêncio. E a Executiva mantém o PT no seu labirinto: “A denúncia irresponsável da Procuradoria vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro.”

Mais um pouco e até a autópsia será desnecessária. Bastará emitir o atestado de óbito, anotando no espaço dedicado à causa mortis: “Cinismo crônico.”

Política : TUDO PODE
Enviado por alexandre em 02/05/2018 08:57:59


Preso, Lula virou candidato por correspondência

Josias de Souza

A necessidade é a mãe da criatividade. Em plena era digital, Lula reinventou a carta. Virou candidato por correspondência. Atribuiu nova serventia aos advogados. Os doutores ainda não conseguiram livrá-lo da cadeia. Mas possuem ótima caligrafia. Lula só não conseguiu renovar o discurso. Mas seus devotos não se importam.

Neste 1º de Maio, Gleisi Hoffmann leu mais uma carta de Lula. Deu-se no encerramento do ato que reuniu em Curitiba as principais centrais sindicais do país. O missivista do cárcere declarou-se triste, porque “nossa democracia está incompleta”. Comparou os tempos bicudos da era Michel Temer —“O desemprego cresce e humilha”— à pujança de sua época —“Vocês se lembram da prosperidade do Brasil naqueles tempos…”

Embora faltassem a Gleisi a rouquidão e a desenvoltura de palco, o timbre eleitoreiro saltou, indisfarçável, do texto ditado para os advogados. “Sabemos que esse Brasil é possível. Mais do que isso, já vivemos nesse Brasil há muito pouco tempo atrás”.

Tomado pelos termos da carta, Lula deve ter sido picado na cela especial de Curitiba pelo mosquito que transmite uma febre causadora de amnésia. O sumiço da memória apagou da carta do presidiário petista a companheira Dilma Rousseff.

A gestão de Temer revela-se perversa. Mas a ruína econômica que espalhou desemprego e desesperança é consequência direta do desastre gerencial produzido por Dilma —um poste que Lula elegeu e que teve Gleisi como uma cultuada chefe da Casa Civil.

A correspondência do cárcere ataca Temer da boca para fora. No íntimo, o missivista agradece aos “golpistas”. Depois de fazer a sucessora duas vezes, Lula estava sendo desfeito por ela. Sem o impeachment, não haveria um Michel Temer para chutar.

Com Dilma em casa, o missivista do cárcere pode exercitar livremente sua mania de confundir memória com consciência limpa. Os devotos não se incomodam. O importante é manter em pé a hipotética candidatura. ''Se alguém falar em Plano B para vocês, não acreditem'', disse a ré Gleisi para a plateia.

Política : ZUMBI
Enviado por alexandre em 02/05/2018 08:55:51


De que adianta um presidente que não pode sair às ruas

Ricardo Kotscho

Costumo me colocar no lugar dos outros para saber o que eles estão sentindo para fazer a pergunta do título desta coluna. Acuado, assustado, gaguejando diante dos microfones da imprensa, cheio de “naturalmente”, “exatamente”, “lamentavelmente”, sem saber o que dizer, ouvindo gritos de “golpista!”, diante de mais uma tragédia, a deprimente figura de Michel Temer era o próprio retrato de um país sem governo, após o incêndio e o desabamento de um prédio em São Paulo.

Foi para isso que ele tramou desde a posse de Dilma Rousseff no segundo mandato para derrubá-la e tomar seu lugar?

Só para botar a faixa de presidente e receber os rapapés dos bobos da corte deslumbrados com o poder que lhes caiu no colo?

Alcançados os objetivos da aliança golpista para derrubar Dilma e jogar Lula numa cela solitária, Temer descobriu que não pode mais nem mais sair à rua.

Confinado nos Palácios do Planalto e do Jaburu, o que sobra para Temer fazer nos oito meses que faltam para terminar seu mandato?

Devem ser muitas as perguntas que o presidente está se fazendo neste momento.

“Eu não poderia deixar de vir aqui, sem embargo dessas manifestações, porque, afinal, eu estava em São Paulo e ficaria muito mal eu não comparecer aqui para dar exatamente apoio àqueles que perderam, enfim, suas casas”, limitou-se a balbuciar para os repórteres, cercado por uma multidão que gritava: “Nós queremos casas!”.

Se “ficaria muito mal eu não comparecer”, ficou muito pior ele ir embora correndo empurrado por seguranças, sem falar com as vítimas.

Que tipo de apoio o presidente da República poderia dar, se ele não manda mais nada e, do vice de Dilma que não queria mais ser, passou a ser um presidente decorativo?

Ao completar dois anos no poder que usurpou, cercado por denúncias de corrupção dele mesmo e do seu bando, desconfio que Temer deve estar profundamente arrependido.

Agora é tarde.

Vida que segue.

Política : ANOTE AI
Enviado por alexandre em 30/04/2018 08:17:34


Um 2 de maio para ser aguardado

Carlos Brickmann

Assim é se lhe parece - Anote a data: 2 de maio, quarta-feira que vem. Por proposta do ministro Luiz Roberto Barroso, o Supremo Tribunal Federal limita o foro especial para deputados e senadores a problemas ocorridos durante o mandato, que tenham relação com sua atividade parlamentar. Alguém que esteja sujeito a processo poderá se eleger, mas responderá perante um juiz de primeira instância.

Se, no exercício do mandato, atropelar alguém, também não terá a proteção do foro especial. Sete ministros (num total de onze) já se manifestaram a favor da modificação. Em princípio, será aprovada.

Pois é. Acontece que em algum momento – provavelmente depois das eleições de outubro, para não dar a impressão de que a medida visa apenas beneficiar o ex-presidente Lula – o Supremo deve mudar a norma pela qual os condenados em segunda instância estão sujeitos à prisão.

A norma foi aprovada por maioria mínima, 6x5; há ministros que mudaram de opinião, como Gilmar Mendes, invertendo a maioria.

Imaginemos um parlamentar envolvido em crime do colarinho branco: será julgado em primeira instância, apresentará embargos infringentes e embargos de embargos, e irá até a quarta instância, o que pode levar anos. Se até hoje o Supremo não julgou ninguém acusado pela Lava Jato, os anos serão muitos, e lentos

Política : MUÍDO
Enviado por alexandre em 30/04/2018 08:15:51


Lula solto, Lula preso

Um sábio que já viu cinco eleições presidenciais avisa:

"Se Lula estiver em liberdade no dia da eleição, mesmo sem ser candidato, dobrará as chances do seu poste, seja ele quem for. Os ministros do Supremo podem saber muito direito, mas não conseguiriam explicar na rua por que um homem libertado 'Excelso Pretório' pode ser culpado de alguma coisa."

As chances de Lula ser libertado antes da eleição de outubro pelo Judiciário, pelo Padre Eterno, ou por extraterrestres, são praticamente nulas. Está entendido que o ex-governador baiano Jaques Wagner não é candidato a poste de Lula. Hoje, o lugar é de Fernando Haddad. Como o PT não consegue viver sem uma briga interna, surgiu um novo nome, o do ex-chanceler Celso Amorim (Elio Gaspari - Folha de S.Paulo)

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