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Política : O TRIPLEX DO TEMER
Enviado por alexandre em 09/06/2018 17:13:32

Reforma na casa da filha virou o tríplex de Temer

Josias de Souza

A pergunta de R$ 1 milhão que salta do inquérito sobre portos é a seguinte: admitindo-se que a reforma na casa de Maristela Temer foi custeada com dinheiro limpo, por que os pagamentos não transitaram pela rede bancária? Ou: tendo à disposição a moderna e segura ferramenta da TED, transferência eletrônica de dinheiro disponível na conta, por que a predileção por um meio de pagamento tão primitivo e suspeito como o coronel Lima?

Michel Temer declarou à repórter Roseann Kennedy que não sofre investigações, mas “um esquertejamento político e moral”. Considera-se uma vítima de ''violação dos direitos constitucionais.” Lamentou: “O tratamento que me dão é indigno. Estou sendo vilipendiado.'' Um dia depois do desabafo, veio à luz o teor do depoimento prestado à Polícia Federal em 29 de maio por Luiz Eduardo Visani, um dos fornecedores da reforma na casa de Maristela, sua filha. O depoente disse:

1. Entre novembro de 2013 e março de 2015, recebeu R$ 950 mil pelos serviços prestados na reforma. As faturas eram liquidadas mensalmente. Tudo em grana viva, no guichê da Argeplan, empresa de João Baptista Lima, o coronel aposentado da PM paulista que a PF aponta como operador de propinas de Temer.

2. Sugeriu que os pagamentos fossem efetuados diretamente em sua conta bancária. Contudo, a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima e responsável pela reforma, respondeu que ele deveria receber em dinheiro, na Argeplan.

3. Avistou a filha de Temer na obra quatro vezes. Mas “nunca conversou” com ela sobre orçamento. Embora tenha apanhado o dinheiro na Argeplan, os recibos e contratos trazem o nome de Maristela Temer.

Pois bem. O depoimento de Luiz Visani deixou mal a filha do presidente. Inquirida 26 dias antes, Maristela dissera que seu pai havia indicado o coronel Lima para auxiliá-la na reforma. Logo ele, a quem os detalotes da JBS afirmam ter repassado, a pedido do presidente, propinas de R$ 1 milhão. Afirmara que Maria Rita Fratezi, a mulher do coronel, tocara a obra sem cobrar um tostão. Nem contrato havia. Sustentara, de resto, que a mulher do coronel pagou faturas em moeda sonante. Mas jurou que devolveu o dinheiro.

Por mal dos pecados, Maristela Temer disse à PF que ''não sabe precisar a forma do ressarcimento.” Às vezes pagava em espécie. Outras vezes emitia cheques. Numa soma “superficial”, estimou os gastos na obra em R$ 700 mil. Menos do que os R$ 950 mil que Luiz Visani demonstrou ter recebido. Muito menos do que a conta feita pela PF, incluindo outros fornecedores que disseram ter recebido em dinheiro vivo: R$ 1,2 milhão.

No mundo dos negócios honestos, uma reforma orçada no patamar do milhão é documentada por meio de contratos, recibos e anotações no Imposto de Renda. Maristela não dispõe de nada disso. No universo das transações lícitas, os pagamentos são efetuados por transferência bancária. Os mais tradicionalistas utilizam o cheque. Ninguém se arrisca a andar pela rua com dinheiro vivo.

Se preferir, Temer pode continuar fingindo que a reforma milionária na casa da filha não virou um problema. Mas o acúmulo de coisas mal explicadas acaba produzindo outras coisas. O embaraço vira hábito, o hábito se transforma em parâmetro e, de repente, o governante acha que não deve nada a ninguém. Muito menos explicações.

O grampo do Jaburu, as duas denúncias criminais, o jantar em que Marcelo Odebrecht foi mordido em R$ 10 milhões, o silêncio ensurdecedor do coronel Lima… Nada precisa ser muito explicado no país ficcional. Mas a obra milionária na continua lá, na galeria dos assuntos pendentes.

A pose de ofendido que Temer faz quando se refere aos inquéritos que o assediam ajuda a explicar o derretimento da sua figuta imperial. O único “esquartejamento” que se observa em cena é o da lógica. A “violação” mais evidente é ao direito do brasileiro a um governo moralmente sustentável. Se algo vem sendo “vilipendiado” com frequência é a inteligência alheia.

Temer ainda não se deu conta. Mas a reforma na casa da filha está para o seu futuro penal assim como o tríplex no Guarujá está para o presente carcerário de Lula. No início, a encrenca parece um asterisco. Com o tempo vai ganhando tromba, orelha, rabo e até crachá de elefante.

Coronel diz que fez favor a Temer em obra da sua filha


Ex-funcionário de escritório de engenharia de João Baptista Lima depôs à PF em maio

Camila Mattoso – Folha de S.Paulo

Um favor a um amigo. De acordo com o depoimento de um arquiteto à Polícia Federal, assim o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, se referiu à sua atuação na reforma da casa de Maristela Temer, filha do presidente da República.

Funcionário entre 2012 e 2017 da Argeplan Engenharia, que pertence ao coronel, o arquiteto e urbanista Diogo Figueiredo de Freitas disse em depoimento prestado no último dia 28 que Lima Filho o procurou em 2012 com o intuito de que ele auxiliasse a escolha de fornecedores para a reforma da casa de Maristela.

“João Baptista Lima Filho frisou ao declarante [Diogo] que o auxílio a Maristela Temer se tratava de um favor para um amigo, o então vice-presidente Michel Temer”, diz a transcrição do depoimento, a que a reportagem teve acesso.

Conforme a Folha revelou neste sábado (9), pela primeira vez há comprovação documental —extrato bancário e outros papéis— sobre o uso de dinheiro vivo no pagamento da obra na casa de Maristela, em 2014.

A reforma é investigada sob a suspeita de que tenha sido bancada por meio de dinheiro de propina direcionado a Temer por meio do coronel Lima.

Depoimentos colhidos até agora pela Polícia Federal nesse inquérito contradizem a versão dada pela filha do presidente aos investigadores, a de que o gasto na obra ficou em torno de R$ 700 mil.

Um dos fornecedores da reforma, Luiz Eduardo Visani, por exemplo, diz ter recebido R$ 950 mil em dinheiro vivo na sede a Argeplan. Outro, Antonio Carlos Pinto Júnior, fala em R$ 120 mil.

Segundo os relatos colhidos pela PF até agora, a obra custou pelo menos R$ 1,2 milhão.

Em abril, a Folha mostrou que a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima, pagou em dinheiro vivo um outro fornecedor da reforma, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos.

O presidente Michel Temer tem reiteradamente negado recebimento de propina, afirmando que a investigação contra ele entrou “no terreno da ficção policial", se tratando de "um escândalo digno do Projac", em uma referência ao complexo de estúdios de telenovelas da Rede Globo.

Temer já chegou a ser questionado pela PF sobre sua relação com o Coronel João Baptista Lima Filha. A pergunta era se ele já realizou negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros com o coronel.

À época (janeiro), Temer respondeu: “Nunca realizei negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o sr. João Batista Lima Filho.”

"Essas questões têm sido objeto de constantes e insistentes inverdades. Portanto serão esclarecidas no âmbito devido, que é o Judiciário", afirmou, em nota neste sábado (9), a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

Procurado neste sábado, o advogado de Maristela não se manifestou até a publicação desta reportagem.

"Mais uma vez o sr. Lima e a sra. Rita [mulher do coronel Lima] afirmam não ter praticado qualquer fato ilícito ou irregularidades", afirmou o advogado de João Baptista Lima Filho, Cristiano Rêgo Benzota de Carvalho

OUTRA REFORMA

Também em recente depoimento à PF, outro funcionário da Argeplan, Fabiano Monegaglia Polloni, afirmou que foi responsável pela reforma na casa de Temer, em Alto de Pinheiros, nos anos de 1999 e 2000.

Ele disse que a obra foi feita por indicação do coronel Lima. Apesar de afirmar não se lembrar de valores, disse aos investigadores que recebia por meio de depósitos bancários ou boletos que entregava diretamente a Michel Temer.


Política : OUVI ATÉ MEIA NOITE
Enviado por alexandre em 09/06/2018 17:09:31

Lula diz a Maciel estar numa solitária da PF

O ex-presidente Lula diz que está “numa solitária na Polícia Federal de Curitiba” em uma carta que escreveu para o cantor pernambucano Maciel Melo. O ex-presidente acabou de ler o livro do artista, “A Poeira e a Estrada”.

Na mensagem, que foi redigida à mão, o petista afirma que ficou “orgulhoso de ver mais um nordestino fazendo sucesso”. Lula também conta para Melo que recebeu na terça (5) um pen drive com suas composições. “Ouvi até meia-noite”. “O primeiro disco seu eu ganhei foi do pernambucano José Mucio e agora espero ganhar das suas mãos depois quando sair da P Federal e tiver em liberdade te pagarei”, escreveu Lula.

Ele se despede dizendo para o cantor continuar “porque nordestino não pode parar”. (Mônica Bergamo – FSP)


Política : OPORTUNISTAS
Enviado por alexandre em 09/06/2018 17:07:01

Deputados acham que podem se valorizar com eventual vitória de Bolsonaro

João Domingos - O Estado de S.Paulo

O governo de Michel Temer está cada dia mais parecido com o de José Sarney (1985-1990): baixa credibilidade, suspeitas de corrupção envolvendo o presidente e auxiliares, pressão de empresários e de trabalhadores, ameaça de paralisação do País, e rejeição da figura do chefe do Executivo por parte dos candidatos à Presidência da República.

Sem falar nos recuos e nas idas e vindas. Sarney, com seus planos econômicos fracassados e suas tablitas de desconto de preços; Temer, com suas tabelas de frete e do preço do diesel. Lá, no governo Sarney, como cá, no de Temer, intervenções econômicas sem risco de dar certo, por desestabilizadoras de cadeias produtivas. Sarney era do MDB. Temer também é. Nos seus inícios, ambos os governos foram vistos como salvadores da Pátria. Nos finais, um deus nos acuda.

Nas condições de fragilidade em que se encontrava, Sarney pôde assistir ao fracasso da chapa Ulysses Guimarães/Waldir Pires na eleição de 1989, a primeira no período pós-redemocratização. Nas condições em que se encontra, Temer teve de desistir do sonho de se candidatar à reeleição. Henrique Meirelles, que herdou a chapa do MDB, segue lá embaixo nas pesquisas sobre intenção de votos, 1%.

Como não existe expectativa de que Meirelles venha a melhorar seus porcentuais, parlamentares do MDB não estão nem aí para o candidato, que largou o Ministério da Fazenda para tentar chegar ao Palácio do Planalto. Começam a sonhar com a vitória de Jair Bolsonaro, do PSL. E o raciocínio é simples: a candidatura de Bolsonaro já se consolidou. Como ele pertence a um partido pequeno que não fará bancada grande, caso venha a ser eleito, precisará do MDB, como todos os outros presidentes precisaram. Portanto, terá de compor com o partido e ceder vagas na Esplanada dos Ministérios a deputados e senadores emedebistas. Assim, continua a dominar setores do governo, como sempre dominou.

O MDB agiu assim na campanha de 1989 ao ignorar a candidatura de Ulysses Guimarães e apoiar a de Fernando Collor, que despontava como o favorito. Não terá dificuldades de agir do mesmo jeito de novo. Henrique Meirelles, que é novo no MDB, precisa aprender um pouco mais sobre o partido que escolheu para disputar a eleição. Isso vale para Bolsonaro ou para qualquer outro. Bolsonaro seduz mais porque, se eleito, ficará mais dependente, pois não há possibilidade de composição com os partidos de centro-esquerda.

Os emedebistas não estão sozinhos nesse plano. Outros partidos agem exatamente como eles. Aguardam o que vai acontecer na campanha, se algum candidato se destacará ou não, para depois declarar seu apoio a esse ou aquele.

Sociedade em demolição. A perda do controle da segurança pública pelo Estado, a formação de milícias com leis próprias, um governo fraco que mal se sustenta, a corrupção e tantos males atuais que tornam viável uma candidatura à Presidência baseada no messianismo evocam sintomas de uma sociedade em demolição.

O escritor inglês Christopher Isherwood (1904-1986) viveu em Berlim no fim dos anos 1920 e início dos anos 1930. No livro Adeus a Berlim, ele faz um relato o mais imparcial possível da sociedade berlinense da época e com a qual conviveu: residências que serviam de pensões baratas, onde alugava um quarto, as prostitutas, o desemprego em massa, as tensões raciais, os bares decadentes, a riqueza de uma família de judeus dona de uma rede de lojas de departamento, a violência que presenciou e a adesão ao nazismo cada vez maior dos jovens. Havia ali uma sociedade em demolição em busca de uma saída.

Um dos capítulos do livro, “Sally Bowles”, foi adaptado para o cinema por Bob Fosse no filme Cabaret, com Liza Minelli e Michael York.

Política : PRÉ-CANDIDATURA
Enviado por alexandre em 08/06/2018 09:01:21

Alvaro Dias lança pré-candidatura no Paraná

O senador Alvaro Dias (Podemos) lançou, na manhã de hoje, sua pré-candidatura à Presidência da República em um tradicional restaurante de Curitiba (PR). Em seu reduto eleitoral, onde chegou a fazer 77% dos votos na última eleição para o Senado, o parlamentar afirmou que busca, no Estado, “uma unidade suprapartidária para ser exemplo para o País”.

“Buscamos a demonstração de que o Paraná supera as divergências em torno de um pacto nacional, com união de todas as pessoas de bem, excluindo aqueles que jogam no time do quanto pior melhor, para a refundação da República”, disse. O evento teve cerca de 3,5 mil pessoas, principalmente por prefeitos, vereadores e lideranças políticas regionais.

Dias exaltou a “união paranaense” em torno da sua possível candidatura e pediu aos jornalistas que o deixassem de “fora das brigas do Estado”, quando foi questionado sobre suas preferências de candidaturas ao governo e ao Senado no Paraná - e também sobre as recentes denúncias de desvio de verbas do governo paranaense para campanhas políticas e benefícios pessoais que envolvem o ex-governador Beto Richa (PSDB), de quem já foi aliado.

“Seria fora do tempo qualquer comentário, a questão é com ele (Richa) e com a Justiça, não me cabe fazer qualquer avaliação. Me deixem de fora das brigas paranaenses”, declarou.

Três ex-governadores do Estado, quatro pré-candidatos ao Senado e vários postulantes aos Legislativos federal e estadual também compunham a plateia. Nos discursos de Dias e seus correligionários, exaltações à possível candidatura paranaense ao Planalto - que, caso confirmada, será a primeira da história -, críticas ao atual sistema político, principalmente ao PT, e denúncias de corrupção envolvendo políticos.

O pré-candidato não descartou a possibilidade de unificação do centro em torno de uma só candidatura, mas afirmou que não vai aceitar qualquer coligação com "defensores do atual sistema". "Não busco acordo com pessoas, mas defender um projeto de nação, aqueles que aderirem a esse projeto de refundação da República são bem-vindos", declarou.

Política : INVESTIGADO
Enviado por alexandre em 08/06/2018 08:56:52

PGR quer investigar senadores e ministros

Raquel Dodge diz a Edson Fachin que quer investigar 9 sobre repasses da J&F ao MDB

PGR vai investigar seis senadores, dois ex-ministros e um ministro do TCU. Inquérito apura repasses de R$ 40 milhões da J&F a políticos do MDB.

Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, respondeu nesta quinta-feira (7) questionamento do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre quem serão os alvos de inquérito que apura repasses de R$ 40 milhões da J&F a políticos do MDB. Dodge afirmou que vai investigar nove pessoas, sendo seis senadores, dois ex-ministros e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

O inquérito foi aberto dia 16 de maio por ordem de Fachin, mas, um dia depois, ele entendeu que a PGR não tinha deixado claro quem seria efetivamente investigado.

Diante disso, Dodge respondeu que serão investigados:

· Renan Calheiros (AL), senador

· Jader Barbalho (PA), senador

· Eunício Oliveira (CE), senador

· Eduardo Braga (AM), senador

· Valdir Raupp (RO), senador

· Dário Berger (SC), senador

· Vital do Rêgo (PB), ministro do TCU

· Helder Barbalho (PA), ex-ministro

· Guido Mantega, ex-ministro

Em relação ao ex-deputado Henrique Eduardo Alves, citado inicialmente, Dodge pediu para que o caso seja remetido para a primeira instância porque é possível investigar em separado.

Em relação a outros três senadores que haviam sido citados no pedido de abertura de inquérito – Romero Jucá, Edison Lobão e Roberto Requião – , ela afirmou que não há motivos suficientes neste momento para investigação.

"Quanto aos Senadores Romero Jucá, Edison Lobão e Roberto Requião, apesar de citados por Sérgio Machado, estes não integraram os dados de corroboração fornecidos por Ricardo Saud, os quais foram utilizados como base para iniciar as apurações, razão pela qual não devem, neste momento, integrar o rol de investigados", disse a procuradora.

Delações

O inquérito é baseado nas delações de Sérgio Machado, ex-senador pelo MDB e ex-presidente da Transpetro, e de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F.

Nos depoimentos, Sérgio Machado disse ter chegado ao conhecimento dele que a JBS, empresa do grupo J&F, faria doações à bancada do MDB do Senado em 2014 no valor de R$ 40 milhões, a pedido do PT.

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