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Política : O BALCÃO
Enviado por alexandre em 11/07/2018 09:02:35


Lula, o grande eleitor

O Judiciário está derretendo e, na confusão, a cadeia de Curitiba tornou-se um lugar seguro para 'nosso guia'

Elio Gaspari – Folha de S.Paulo

Olhando-se para o Judiciário a partir do balcão da lanchonete da rodoviária, as coisas estão assim: Marcelo Bretas prende e Gilmar Mendes solta, Rogério Favreto solta e Gebran Neto prende. Isso numa época em que juízes ganham um auxílio-moradia de R$ 4.300 mensais. A discussão do mimo chegou ao Supremo Tribunal, o ministro Luiz Fux matou no peito e reteve a decisão.

Faltam menos de três meses para a eleição presidencial e a barafunda do Judiciário deu a Lula um impulso inesperado. Tudo indica que sua candidatura será impugnada, mas ele poderá ungir o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, como ungiu Dilma Rousseff.

"Nosso guia" (expressão criada pelo embaixador Celso Amorim) tem ao mesmo tempo um alto número de pessoas dispostas a votar nele, mas também é alto o nível de sua rejeição. O circo de domingo transformou a cadeia de Curitiba numa câmara de proteção para Lula.

Enquanto ele estiver preso, os outros terão a liberdade de fazer besteiras, da greve dos caminhoneiros ao prende-solta dos magistrados. Guardadas as proporções e ressalvados os aspectos legais, a carceragem da Polícia Federal está para Lula assim como a solidão de São Borja esteve para Getúlio Vargas em 1950.

O ex-presidente firmou-se no papel de vítima e esse é o que melhor desempenha. Ficam duas perguntas: qual a sua capacidade de transferir simpatias e o que poderá fazer para reduzir as antipatias?

Dado o desempenho do governo de Michel Temer, a transferência de simpatias será considerável. A redução da antipatia será tarefa mais complicada, sobretudo porque Lula, o PT, Fernando Haddad e Jaques Wagner nunca fizeram um milímetro de autocrítica diante das malfeitorias praticadas nos seus dez anos de poder.

Tudo bem, mas autocrítica não é uma mercadoria abundante no plantel dos candidatos. Bolsonaro marcha garbosamente com o DOI na mochila. Ciro Gomes apresenta-se como o novo a partir de práticas capazes de fazer corar os velhos coronéis nordestinos. Geraldo Alckmin tem sobre a cabeça a nuvem dos cartéis de empreiteiros cevados nas gestões tucanas de São Paulo. Henrique Meirelles é ex-presidente do conselho da J&F, dos irmãos Batista. Finalmente, Marina Silva honra a plateia com sua austeridade e sonoros silêncios.

Nenhum desses candidatos traz consigo o risco do aparelhamento da máquina do Estado por quadros semelhantes aos do comissariado petista. Em troca, Ciro Gomes aproxima-se do DEM, Bolsonaro flerta com o PR de Valdemar Costa Neto e Meirelles está no MDB, presidido pelo senador Romero Jucá. Salva-se Marina, sem os pés no aparelho tradicional.

Em 2002, Lula driblou seus adversários com a "Carta aos Brasileiros". Foi uma guinada em relação ao que dissera em questões econômicas. Uma "Carta aos Brasileiros 2.0" tentará enxaguar a roupa suja petista, convertendo em neutralidade a antipatia pelo comissariado e somando-a à simpatia que Lula amealhou pelo que fez e pelo que lhe fazem. (Antonio Palocci, o autor da Carta 1.0, está na cadeia.)

Em 1950, como prometera, o ditador voltou ao poder como "líder de massas". Em 2018, um ex-presidente preso por corrupção poderá vir a ser o grande eleitor num pleito em que o eleitorado coloca o combate às roubalheiras como uma das prioridades nacionais.

Política : SENADO
Enviado por alexandre em 10/07/2018 17:33:34

“Não abro mão de minha candidatura ao Senado”, diz Carlos Magno

por Alan Alex
Ex-deputado federal vem com apoio de Ivo Cassol e complica a vida de Marcos Rogério

O ex-deputado federal Carlos Magno vai disputar uma vaga ao Senado por Rondônia nas eleições desse ano. Ele conta com apoio direto do senador Ivo Cassol, e afirmou que “não abre mão da candidatura”. Magno disse ainda que já foi procurado para desistir da idéia em troca de ser vice em uma composição com Expedito Júnior mas em relação a essa possibilidade ele foi enfático “só aceitaria ser vice de Ivo”.

A entrada de Carlos Magno na corrida ao Senado complica a vida do deputado federal Marcos Rogério, que esperava contar com o apoio do chamado “grupão” que está sendo organizado pelo ex-senador Expedito Júnior, que avalia se será ou não candidato ao governo.

Também atrapalha as intenções de Valdir Raupp, que apostava em ter o “segundo voto” desse mesmo grupo.

Carlos Magno foi chefe da Casa Civil do governo Ivo Cassol no primeiro mandato e foi deputado federal e prefeito de Ouro Preto do Oeste.
Sobre sua trajetória ele afirmou, “sou candidato porque minha história política me permite disputar essa vaga. Acredito que podemos fazer muito por Rondônia e vamos fazer”, declarou.

Política : LULA LIVRE?
Enviado por alexandre em 10/07/2018 01:26:46


PT marca ato contra prisão de Lula na data do centenário de Mandela

Estratégia é insistir no argumento de que Lula é “preso político”, como foi o líder sul-africano

A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) está organizando um ato de protesto em Curitiba (PR), em 18 de julho, para marcar os 100 dias de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Após a frustrada tentativa de tirar Lula da cadeia, que escancarou a divisão no Judiciário, a ordem do comando petista é para que os manifestantes associem a data do protesto ao aniversário do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. Morto em 2013, o líder da luta contra o apartheid faria 100 anos em 18 de julho de 2018. Os 100 dias da prisão do ex-presidente, porém, se completam no 15º dia deste mês.

Lula lidera as pesquisas de intenção de voto e já comparou sua situação à de Mandela. Em 24 de janeiro, por exemplo, horas depois do julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que ampliou sua pena para 12 anos e 1 mês de reclusão, o petista fez um discurso inflamado, na Praça da República, no centro de São Paulo, dizendo que voltaria ao Palácio do Planalto.

“Prenderam o Mandela. Ele ficou preso por 27 anos, mas nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente”, declarou. “Vou avisar a elite brasileira: esperem, porque nós vamos voltar”, completou.

O PT vai insistir no argumento de que Lula é “preso político”, como foi Mandela, que após deixar a prisão governou a África do Sul de 1994 a 1999.

Dirigentes do partido preparam manifestações em todo o país. O calendário de mobilização, aprovado nesta segunda-feira (9/7) pela cúpula da legenda, prevê uma série de atividades até 15 de agosto, quando a sigla pretende registrar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva – embora tudo indique que sua entrada no páreo será barrada pela Lei da Ficha Limpa. Para o dia da inscrição de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os petistas programaram um “grande ato”, em Brasília.

Na sexta-feira (13/7), militantes do PT planejam se concentrar diante do TRF-4, em Porto Alegre, em mais uma tentativa de chamar a atenção para a prisão do ex-presidente. O ato foi batizado como “Dia Nacional de Luta por #LulaLivre” e deverá ocorrer também em outras capitais.

A estratégia do partido consiste em acumular força para chegar à eleição com a narrativa da perseguição contra Lula. A avaliação da legenda é a de que, se ele não puder ser candidato, terá grande poder de transferência de votos como cabo eleitoral. Embora o discurso oficial do PT seja que não existe “plano B” para substituir o petista, o mais cotado para ser o seu herdeiro na chapa é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

O ESTADÃO

Política : IMPESSOAL
Enviado por alexandre em 09/07/2018 08:50:03

Decisão sobre Lula desnuda crise no Judiciário

Confronto aberto no tribunal federal de Porto Alegre extrapola os limites da Justiça

José Casado – O Globo

Chegou-se ao extremo da excentricidade. Leis e normas não faltam, há cerca de seis milhões em vigor balizando a conduta de cada brasileiro. Porém, já não existe segurança jurídica.

A decisão do juiz Rogério Favreto, no plantão dominical no tribunal federal de Porto Alegre, desnudou uma crise no Judiciário brasileiro.

Ela apresenta um risco real ao regime democrático. Entre outras razões porque liquefaz a confiabilidade no funcionamento do sistema judicial, cuja credibilidade já estava corroída por um histórico de confusões éticas combinado a um alto e ainda obscuro custo operacional, com baixo rendimento para a sociedade.

O confronto aberto no tribunal federal de Porto Alegre extrapola os limites do Judiciário, que, até hoje, se mostra incapaz de se autorregular sobre a participação de juízes em casos nos quais tenham interesse direto. Justiça “impessoal” é o que prescreve a Constituição, mas ontem a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, sentiu-se obrigada a divulgar nota relembrando esse princípio da ética judicial.

Espelhando-se em procedimentos agora rotineiros no Supremo, onde a palavra final e colegiada perdeu validade para a decisão intermediária, liminar e solitária, Favreto produziu um despacho dominical com duplo sentido.

Moveu-se, primeiro, pelo resgaste de um político que cumpre sentença de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, já confirmada em três instâncias judiciais superiores. Atropelou todo mundo — nas varas criminais, no tribunal federal, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal.

Ao mesmo tempo, reabilitou um antigo companheiro de duas décadas de militância no Partido dos Trabalhadores para a disputa pela Presidência da República. Aceitou o argumento de que Lula é o “principal pré-candidato ao próximo pleito eleitoral”.

Teve o seu ato cassado pela cúpula do tribunal no início da noite. Lula continua a cumprir sua sentença, com a propaganda da sua candidatura virtual revigorada com auxílio do antigo companheiro de partido.

O tratamento privilegiado permitido em seu caso demonstra que o Brasil ainda é um país onde alguns são mais iguais do que outros. Atrás das grades permanecem outros 221 mil homens e mulheres (34% do total). A diferença é que são “presos provisórios”, sem julgamento, sem sentença. Sobre eles, durante o último ano, não se viu uma única iniciativa emergencial de juízes. Nem se ouviu uma só palavra de solidariedade do PT de Lula ou de qualquer outro partido político.

O efeito Favreto deixa sequelas visíveis e corrosivas para todos. Sobretudo para o Poder Judiciário, cada dia mais exposto como fonte de insegurança e de instabilidade institucional.

Política : ALIANÇAS
Enviado por alexandre em 08/07/2018 12:23:59

Caciques do centrão pedem fim de noivado PR- Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e Onyx Lorenzoni (DEM-RJ) anunciaram que têm apoio de 110 deputados federais para a campanha - Ailton de Freitas / Agência O Globo



Aliança viabilizaria candidatura do PSL com tempo de TV e rádio

Cristiane Jungblut e Eduardo Bresciani - O Globo

Inconformados com a possível composição de uma chapa entre o PR e o PSL de Jair Bolsonaro, os caciques de DEM, PP, PRB e Solidariedade, aglutinados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vão tentar convencer a sigla de Valdemar Costa Neto a não formalizar apoio ao ex-capitão do Exército. O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, afirmou que vai propor ao centrão que convide o PR para a próxima reunião do bloco, marcada para quarta-feira da semana que vem.

Os caciques partidários avaliam que o PR viabilizará, de fato, a candidatura de Bolsonaro, caso formalize a aliança, pois garantirá ao candidato do PSL tempo de rádio e televisão na propaganda eleitoral, algo que ele praticamente não tem hoje. A situação do PR foi analisada por dirigentes do centrão logo após o encontro da última quarta-feira com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

— Defendo que o PR participe do nosso encontro, porque o partido sempre esteve, de alguma maneira, junto com o grupo em ações na Câmara — disse Paulinho.

Além de tempo de TV, a influência de Valdemar na Câmara, principal liderança do PR, mesmo não estando mais formalmente filiado ao partido, ajudaria Bolsonaro a conquistar apoio parlamentar. Sem apresentar a lista, Bolsonaro diz já ter o apoio de mais de cem parlamentares. O próprio Valdemar já participou de encontro dos partidos do centrão, quando disse que nunca apoiaria o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, nem acreditaria na viabilidade eleitoral do pré-candidato Geraldo Alckmin. A dupla negocia uma aliança com os partidos do bloco.

Em conversas recentes, os dirigentes dos quatro partidos lembram as parcerias na Câmara e no Senado e avisam ao PR que, se fechar com Bolsonaro e ele perder, a sigla não poderá voltar a fazer parte do centrão como se nada tivesse acontecido.

Por enquanto, Valdemar vê na aliança com Bolsonaro a vantagem de eleger uma grande bancada na Câmara e no Senado, seu principal objetivo. Em diversas ocasiões, Valdemar tem dito que o tucano não vai decolar, e que já foi vítima de ataques verbais de Ciro, os quais não esquece.

PARTE DA BANCADA APOIA BOLSONARO

Enquanto o centrão tenta afastar o PR de Bolsonaro, a ala de deputados do partido que apoiam o ex-capitão quer promover na próxima semana uma reunião da bancada da Câmara para mostrar a força dos que defendem a aliança com Bolsonaro e emitir mais um sinal de que o acordo está próximo.

Conforme O GLOBO revelou na semana passada, Bolsonaro trata a aliança com o PR como bem encaminhada, dependendo apenas do senador Magno Malta (ES) concordar em ser seu vice-presidente. Aliados do presidenciável no partido vão além e dizem que o acordo sairá ainda que Malta decida buscar a reeleição ao Senado, desde que Bolsonaro escolha outro integrante do PR para vice. A ideia de reunir a bancada é para deixar clara a existência de uma maioria pró-aliança.

— Estamos tentando marcar uma reunião para discutir a aliança. A ideia é conversar com todo mundo, mesmo aqueles que são contra. Vamos avançar nessa construção — diz o deputado Capitão Augusto (SP), que é cotado para assumir a presidência do partido caso a coligação vingue.

— Vamos tentar fazer a reunião na semana que vem porque o prazo para a decisão final está chegando. Mas as coisas já estão muito bem encaminhadas — afirma Lincoln Portela (PR-MG).

Bolsonaro tem minimizado o desgaste que uma aliança com o partido de Valdemar, condenado no mensalão, pode trazer para seu discurso anticorrupção. O presidenciável repete que sua negociação não é com Valdemar e afirma que as críticas vêm de quem deseja evitar que ele consiga ter tempo de televisão. Sozinho com o PSL, Bolsonaro teria apenas oito segundos de TV em cada bloco de propaganda e uma inserção a cada três dias. O PR daria para o presidenciável mais 45 segundos em cada bloco e duas inserções por dia.

Na negociação em andamento há um pedido adicional de Bolsonaro. Como o PR tem alianças com o PT em alguns estados, ele deseja que seja feito um compromisso de que os deputados do partido nestas regiões não possam usar sua imagem na campanha.


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