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Política : VESPEIRO Ŕ VISTA
Enviado por alexandre em 22/10/2018 08:55:38

Bolsonaro mexe com salários de servidores e militares?

Não deveria ser problema para quem quer caçar marajás, mas é difícil para quem se diz adepto de direito adquirido

Vinicius Torres Freire – Folha de S.Paulo

Jair Bolsonaro prometeu acabar com a "farra de marajás", funcionários públicos que juntam penduricalhos a seus salários altos. Prometeu também reforma da Previdência aguada: "Não podemos penalizar quem já tem direitos adquiridos. O servidor público já sofreu duas reformas".

O candidato parece perdido entre dois mundos. Ainda vive na Terra do Nunca programático, que fica entre o país liberal de seu economista-chefe, Paulo Guedes, e a ilha das corporações estatais, entre elas a militar, da qual fez parte.

No entanto, a arrumação das contas públicas depende de um plano que tem de bulir com servidores públicos e aposentados em geral.

Gastos previdenciários levam 47,7% da despesa total do governo federal; outros 22% vão para gastos com servidores (salários, aposentadorias e benefícios). Somados, dão quase 70%.

O gasto com militares leva um quarto da despesa federal com o funcionalismo. De cada R$ 3 gastos com a folha de pessoal dos militares, R$ 2 vão para aposentadorias e pensões, que custam cerca de R$ 47,5 bilhões por ano.

Aposentados e pensionistas militares custam o equivalente a um ano e meio de Bolsa Família, por exemplo. Outra comparação: os investimentos federais (em obras, como estradas, ou outros) levam apenas 0,8% da despesa total, uma miséria. O gasto com a folha dos militares leva 5,5%.

Por falar em investimento, o orçamento do Ministério da Defesa nessa área perde apenas para o do Ministério dos Transportes. Nos últimos 12 meses, os investimentos da Defesa chegaram a R$ 10,4 bilhões, um quinto do total de investimentos federais. No Ministério da Saúde, investem-se R$ 5,2 bilhões.

Em si mesma, a lista dos investimentos da Defesa parece razoável. Pela ordem, gasta-se em aviões de combate (a compra e o desenvolvimento do caça sueco da FAB e do cargueiro novo da Embraer), em blindados, construção de submarinos, estaleiro naval, barcos, helicópteros, foguetes de artilharia.

Há também gastos quase "civis", como no sistema de controle do espaço aéreo ou no de vigilância de fronteiras, em um projeto de reator nuclear ou na reconstrução da estação de pesquisa na Antártica, aquela que pegou fogo em 2012.

É muito? No caso dos salários, nem tanto.

O rendimento médio dos servidores civis da ativa é cerca de 70% superior ao dos militares. Mas o salário médio do setor público federal é cerca de 30% superior ao dos empregados do setor privado formal com as mesmas características pessoais (idade, instrução, sexo etc.).

Essa conta está em relatório de pesquisa de Izabela Karpowicz e Mauricio Soto, técnicos do FMI, publicado neste mês: "Rightsizing Brazil's Public-Sector Wage Bill" ("O Ajuste da Folha Salarial do Setor Público do Brasil").

De volta à folha dos servidores federais: seu custo equivale a 4,3% do PIB (dos quais 1,9% do PIB vão para aposentadorias e pensões). O pessoal do FMI acha que, para o ajuste das contas públicas dar certo até 2023, seria preciso reduzir tal despesa para 3,3% do PIB.

Um exemplo aritmético de como atingir esse objetivo: seria necessário conter reajustes salariais (mesmo pela inflação) e contratações por quatro anos, com o PIB crescendo a 3% ao ano. Não é uma receita, mas mostra o tamanho da encrenca.

Não deveria ser grande problema para quem quer caçar marajás, como Bolsonaro, mas é difícil para quem se diz adepto de direitos adquiridos —também como Bolsonaro.

Política : É PERU
Enviado por alexandre em 22/10/2018 08:52:57

Haddad não vai morrer de véspera

Helena Chagas - Blog Os Divergentes

Quem morre de véspera é peru de Natal, e a ordem no PT, apesar das pesquisas que dão larga margem de vantagem para Jair Bolsonaro, é não esmorecer e continuar fazendo campanha para Fernando Haddad ativamente nesta última semana.

Acima de tudo, a estratégia é levar o debate em torno das denúncias do caso WhatsApp a todos os lugares e veículos possíveis.

O fio de esperança que ainda existe em alguns petistas está relacionado à revelação do esquema que seria bancado por empresários favoráveis a Jair Bolsonaro, e que agora chega à opinião pública.

Denunciado pela Folha de S.Paulo, o caso virou notícia para o resto da mídia com as providências tomadas pelo próprio WhatsApp e deve continuar no noticiário nos próximos dias.

Ainda que, política e matematicamente, sejam remotas e quase impossíveis as chances de uma virada de jogo a favor de Fernando Haddad no dia 28, a cúpula petista – de Lula aos mais moderados ligados ao candidato – está decidida a cair atirando.

Em jogo, está o tamanho da derrota, que pode ser maior ou menor, e seus possíveis desdobramentos.

A avaliação é de que, quanto maior for a vitória de Bolsonaro, mais fortalecido ele estará contra eventuais investigações da Justiça Eleitoral que, no limite, poderiam levar ao julgamento da legalidade da chapa no TSE durante seu governo.

Produzir arranhões, questionar a legitimidade e reduzir o tamanho dessa vitória é a primeira missão da futura oposição.

Política : CABRA DA PESTE
Enviado por alexandre em 22/10/2018 08:50:59

Com miséria em alta, Nordeste vira alvo de Bolsonaro


Atualização do Bolsa Família, com incentivo à busca de trabalho, mira também eliminar último feudo do lulismo no país

Fernando Canzian – Folha de S.Paulo

Região onde a extrema pobreza mais cresceu e o PIB retrocedeu mais desde a última eleição, o Nordeste deverá se transformar no foco principal das políticas sociais de um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Além de atacar a crise em seus nove estados, que reúnem 1/4 dos eleitores, haverá tentativa de enfrentar a vantagem que o PT"e o lulismo mantêm na região desde 2002.

No primeiro turno, Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad (PT) por 26% a 51% no Nordeste. Na projeção de segundo turno do Datafolha, Bolsonaro tem 37% dos votos válidos; Haddad, 63% —Dilma Rousseff teve 71,7% na região no segundo turno em 2014.

O principal vetor para conquistar os nordestinos no pós-eleição será reforçar o Bolsa Família, que chega a 6,9 milhões de famílias no Nordeste (50,7% das atendidas no país).

Além de aumentar o atual orçamento de R$ 30 bilhões do programa com o fim de incentivos fiscais para alguns setores, uma das propostas é garantir que os atendidos continuem recebendo até 75% do valor dos benefícios (R$ 188, em média) mesmo que consigam algum trabalho.

Estuda-se ainda, segundo a Folha apurou, algo até mais radical: elevar o valor pago aos que conseguirem comprovar aumento na renda por conta própria; e mantê-los no programa até que seus ganhos pessoais ultrapassem um determinado patamar.

A ideia é que haja incentivo aos beneficiários para que procurem trabalho ou que se estabeleçam como "conta própria", tipo de atividade que mais cresce no país.

Entre 2014 e o ano passado, o total de pessoas na extrema pobreza (renda familiar per capita até R$ 85/mês) disparou no Nordeste (ver quadro).

Em todos os estados, há mais gente na extrema pobreza do que na média nacional. Maranhão, Bahia, Piauí e Alagoas têm cerca de duas vezes mais miseráveis.

Para Adriano Pitoli, diretor da consultoria Tendências, o Nordeste não só sofreu mais com a crise recente como terá uma recuperação lenta quando a economia se reerguer.

No "boom" dos oito anos do governo Lula e até 2014 com Dilma --período em que o PT sedimentou sua força na região--, o Nordeste cresceu mais que a média do PIB"nacional. E as vendas no comércio, o dobro do PIB (8,1% ante 4%, em média).

"Isso levou ao emprego em grande escala de mão de obra pouco qualificada" diz Pitoli.

"Mas dificilmente esse padrão de consumo crescendo mais que o PIB se repetirá nos próximos anos, assim como não haverá o 'boom' de crédito que o sustentou."

A crise no setor público também pegou em cheio a região. Enquanto na média do país 20% da massa de rendimentos vêm de administrações públicas, ela é quase o dobro em estados como Piauí e Paraíba.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, um governo Bolsonaro procurará também, com essas ações, tentar eliminar o "último feudo" do PT no país.

"Não há dúvida de que esse projeto de poder passa pelo Nordeste e por investimentos públicos na região", afirma.

Com a exceção de turismo, energias alternativas e agroindústria em regiões específicas, o Nordeste segue com seu desenvolvimento limitado.

A fidelidade que os nordestinos demonstram a Lula e seus dois "postes" (Dilma e Haddad) nas últimas eleições, argumenta o cientista político Carlos Melo, do Insper, seria resultado do "forte pragmatismo" dos eleitores em relação a conquistas pessoais.

"Se outro chegar e fizer mais, vai levar. O eleitor não é fiel. Ele joga sempre a favor de seus interesses", afirma.

Para duas famílias nordestinas de Jaboatão dos Guararapes (PE) que a Folha acompanha desde 2005, foi esse tipo de interesse que norteou o voto nesta eleição.

Em uma delas, a de Ronaldo e Sueli Dumont, todos os nove membros aptos a votar o fizeram no PT de Haddad, em quem devem repetir o voto no segundo turno.

Nos últimos 13 anos, os Dumont não só tiveram melhora significativa no padrão de vida por conta do Bolsa Família como, ainda hoje, 17 deles, entre mães, filhos e netos, ainda estão ligados ao benefício.

Atualmente, Ronaldo, o patriarca de 49 anos, é o único dos 23 membros da família (eles eram dez em 2005) com emprego fixo formal.

Na outra família que a reportagem acompanha, de Pedro e Micinéia Silva, não há mais nenhum beneficiário.

Três dos filhos que participaram do programa no passado ultrapassaram a idade limite e o mais novo, Isaac, 6, com síndrome de Down, recebe um salário mínimo do INSS"(assim como o pai, aposentado por invalidez).

Dos quatro filhos, três estão em idade de votar. Dois ainda não tiraram o título e Alan, 18, votou em Geraldo Alckmin (PSDB). No segundo turno, ele pretende anular.

Das 39 pessoas que compõem as duas famílias, Alan, 19, é o único até agora com planos concretos de entrar na faculdade —ele concorre a uma bolsa para formação em gastronomia.

Alan diz que não vota em Haddad porque "o PT roubou" nem em Bolsonaro, por "só querer armar as pessoas".

Mas na comunidade do Suvaco da Cobra, onde as duas famílias vivem, é grande a expectativa em torno do capitão reformado, apesar de muitos considerarem os anos Lula como os melhores de suas vidas.

Para Alexandre Rands, economista da Datamétrica, do Recife, caso um governo Bolsonaro confirme, na economia real, o otimismo que o mercado financeiro tem demonstrado, suas chances de tornar-se bastante popular no Nordeste --em detrimento do lulismo-- são consideráveis.

Rands aposta que, no segundo turno, Bolsonaro ampliará sua vantagem na região, sobretudo nos estados onde a eleição para governador já foi liquidada no primeiro turno.

Política : QUER ELE
Enviado por alexandre em 20/10/2018 22:47:57

Mercado tem preferência por Bolsonaro

Mercados preferem Bolsonaro, mas seu plano de privatizações não é claro.

O candidato à presidência Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em 17 de outubro de 2018 - AFP/Arquivos

Da ISTOÉ - Por AFP


Investidores brasileiros estão animados com a possibilidade de o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) chegar à Presidência da República, devido a suas promessas de privatização – pouco claras, até agora, mas mais apreciadas do que o oferecido pelo seu rival Fernando Haddad (PT).

A Bovespa disparou após Bolsonaro ganhar com ampla vantagem o primeiro turno, mas o mercado recuou depois que o candidato hesitou em seus projetos de privatização de ativos do Estado.

O respaldo dos mercados à candidatura se deve, em grande parte, à promessa de Bolsonaro de nomear seu assessor Paulo Guedes para o Ministério da Fazenda. Economista liberal formado pela Escola de Chicago, Guedes propôs uma reestruturação para dar fim à tradição protecionista da economia brasileira.

Mas suas medidas vão muito além do que Bolsonaro – que historicamente apoiou o modelo estadista – está disposto a vender.

O candidato do PSL afirmou na semana passada que, se eleito, só autorizará a privatização de atividades periféricas da Petrobras e da Eletrobras e descartou a participação de grupos estrangeiros no setor energético – especialmente a China, que acusou de estar “comprando Brasil”.

As ações da Eletrobras, responsável pelo fornecimento de cerca de um terço da eletricidade no país, caíram mais de 10% no dia seguinte a este anúncio.

Mudança de rumo

“A mudança de Bolsonaro sobre as privatizações provavelmente reflete sua falta de conhecimento e de uma posição clara sobre a política energética e seu viés populista”, disse a analista Lisa Viscidi, da consultoria centrada nas Américas The Dialogue, com sede em Washington.

Viscidi considera, contudo, que “Bolsonaro continuará com uma política geral de abertura dos setores do petróleo e da energia”.

Isso lhe tornou o preferido dos mercado frente a Haddad, que quer frear as privatizações e ampliar o papel do Estado frente à Petrobras.

Os investidores estão levando à sério a guinada de Bolsonaro ao mercado, disse Roberta Braga, outra analista americana do Atlantic Center.

A política de Guedes “significaria uma mudança significativa, até impactante para o Brasil”, afirmou Braga. Mesmo que seja mais suave, “é provável que vejamos um conjunto moderado de políticas pró-mercado”, acrescentou.

Por outro lado, o programa econômico de Haddad “preocupa investidores, que temem que Brasil dê marcha ré no caminho da competitividade” e que busque retomar a política

contrária às privatizações de seu mentor, o hoje preso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta sexta-feira, contudo, mais de 350 economistas brasileiros e estrangeiros, entre eles o americano vencedor do prêmio Nobel George Akerlof, publicaram um manifesto de endosso a Haddad.

Os signatários do Manifesto dos Economistas pela Democracia Brasileira afirmam que existem divergências entre eles e que muitos são “críticos contundentes” dos governos do Partido dos Trabalhadores.

“Fernando Haddad é, neste segundo turno, a melhor alternativa para garantir tais valores”, afirma o documento. “Abaixo-assinamos este manifesto em apoio à sua candidatura, em prol da estabilidade política e econômica, do desenvolvimento ambientalmente sustentável, da inclusão social e do combate à corrupção”, explicam.

À frente nas pesquisas

“Fernando Haddad é, neste segundo turno, a melhor alternativa para garantir tais valores”, afirma o documento. “Abaixo-assinamos este manifesto em apoio à sua candidatura, em prol da estabilidade política e econômica, do desenvolvimento ambientalmente sustentável, da inclusão social e do combate à corrupção”, explicam.

Bolsonaro obteve 46% dos votos no primeiro turno das eleições, em 7 de outubro, frente a 29% de Haddad.

Nas pesquisas para o segundo turno, no dia 28, ele tem uma ampla vantagem de quase 20 pontos sobre seu adversário.

Em seus 28 anos no Congresso, Bolsonaro se opôs às tentativas de privatização de estatais. Durante a campanha, ele admitiu reiteradamente não entender nada de economia e nomeou Guedes para tentar equilibrar as contas públicas.

Seu plano é dar continuidade às privatizações iniciadas no governo do impopular presidente Michel Temer, freadas por resistências políticas e pelos escândalos de corrupção que colocaram seu mandato em risco.

Contudo, Bolsonaro já apontou que ativos estratégicos não podem ser privatizados – incluindo bancos estatais. Para outras empresas, sugeriu como solução a criação de “golden shares”, ações que dão ao Estado poder de decisão sobre as orientações estratégicas de um grupo, mesmo com participação minoritária.

“Os investidores vão acompanhar de perto. O que é certo é que com Bolsonaro, o Brasil não vai voltar à política nacionalista de Lula sobre os recursos naturais, que seguramente Haddad retomaria”, disse Viscidi

Bolsonaro quer comércio externo sem viés ideológico



Bolsonaro diz que buscará comércio 'sem viés ideológico' na América do Sul. Candidato do PSL a presidente defendeu o bilateralismo nas relações comerciais, mas afirmou que o Mercosul 'não pode ser abandonado assim de uma hora para a outra'.

Foto: Reprodução/TV Globo

Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, defendeu neste sábado (20) o bilateralismo "no que for possível" nas relações comerciais com outros países e afirmou que, na América do Sul, buscará uma forma de fazer comércio "sem viés ideológico".

Embora defenda relações bilaterais, o presidenciável afirmou que o Mercosul "não pode ser abandonado assim de uma hora para a outra" porque "muita gente investiu alto" no bloco comercial, cujos membros efetivos são Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela (atualmente suspensa do bloco).

“Vamos partir para o bilateralismo no que for possível. Conversei com Macri [presidente da Argentina] por telefone esses dias aí. Ontem [sexta, 19], rapidamente por telefone conversei com o presidente eleito do Paraguai, recebi a visita de três senadores do Chile, que não está no Mercosul. Mas nós vamos buscar uma forma de fazer comércio com toda a América do Sul, sem viés ideológico”, declarou.

Em entrevista na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, onde gravou os últimos programas da campanha eleitoral, ele afirmou que pretende reduzir a carga tributária como forma de atrair empresas e estimular o emprego. Como exemplo, mencionou o presidente norte-americano Donald Trump.

“Ele quer uma América grande. Eu quero o Brasil grande também. Ele está preocupado com seu país. Ele diminuiu a carga tributária dos empresários, muitos criticaram, mas com isso voltou o emprego. As empresas que estavam fora do seu país voltaram para o seu país. A Inglaterra fez isso a 2

Governo Temer
Bolsonaro disse na entrevista que nem tudo está errado no governo de Michel Temer (MDB). Segundo ele, o que está certo "tem de continuar".

Como exemplo do que está "dando certo", ele mencionou o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, mas não assegurou que ele permanecerá no posto.

“Não sei se vai ser mantido. O que está dando certo você tem de continuar. Não vou dizer que tudo está errado no governo Temer. Tem muita coisa errada, mas não vou citar exemplo. O presidente do Banco Central está dando certo, mas não sei se ele vai ser mantido", declarou.

Ministros
Bolsonaro afirmou que a primeira providência a ser tomada se eleito será a nomeação dos ministros.

O candidato disse que chamará "quadros técnicos e competentes, que tenham patriotismo e iniciativa". Ele afirmou que o ex-astronauta Marcos Pontes está "quase certo" para o Ministério de Ciências e Tecnologia, atualmente unificado com Comunicações – o candidato diz pretender separar.

Bolsonaro já anunciou três ministros: o economista Paulo Guedes (para uma pasta que uniria Fazenda e Planejamento); o deputado Onyx Lorenzoni (Casa Civil); e o general Alberto Heleno (Defesa).

“O tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes, está quase certo, para o Ministério de Ciências e Tecnologia. A ideia é separar esse ministério do das Comunicações. Talvez fique junto da educação", declarou.
Reforma política e reeleição

O candidato do PSL afirmou afirmou que pretende propor uma reforma política para acabar com a reeleição e reduzir o número de cadeiras no Congresso.

"O que eu pretendo fazer – pretendo fazer e vou conversar com o parlamento também – vai ser uma excelente reforma política. Você vai acabar com o instituto da reeleição. No caso, começa comigo se eu for eleito. E diminui também em 15% a 20% a quantidade de parlamentares.", afirmou.

Política : É POSSÍVEL AINDA?
Enviado por alexandre em 20/10/2018 22:43:43

Fernando Haddad ainda pode vencer a eleição?

Fernando Haddad, durante encontro com professores em São Paulo em 15 de outubro de 2018 - AFP/Arquivos

Da ISTOÉ
Por Agência AFP


Fernando Haddad ainda pode vencer? Para isso, seria necessário que o candidato de esquerda à presidência do Brasil recuperasse a grande desvantagem para o seu rival de extrema-direita Jair Bolsonaro. Um cenário considerado improvável a uma semana do segundo turno.

Alguns ainda acreditam, mas a maioria dos analistas não vê o que poderia impedir a eleição de Bolsonaro como presidente em 28 de outubro, tão poderosa é a onda que ele surfa há mais de um mês.

A última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 17 e 18 de outubro, aponta Bolsonaro com 59% dos votos válidos, contra 41% para o substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Essa pessoa está liderando as pesquisas, mas vai perder”, assegurou em recente entrevista à AFP Haddad sobre Bolsonaro.

“Isso é altamente improvável”, estima Paulo Sotero, presidente do Brazil Institute do Wilson Center, em Washington. “As pesquisas apontam uma vitória de Bolsonaro, e com uma margem confortável”.

Os consultores do Eurasia Group são menos categóricos: “As chances de isso acontecer são baixas. Haddad tem 25% de chance de ganhar”.

O representante do Partido dos Trabalhadores (PT) “deve atrair um número significativo de eleitores dos candidatos eliminados no primeiro turno e reduzir a base de apoio de Bolsonaro, uma tarefa hercúlea, dado o alto nível de convicção entre esses eleitores”, acrescentam.

Mas Haddad até agora não conseguiu formar a “frente democrática” de que precisa.

Ao contrário da “frente republicana” que na França conseguiu barrar a extrema direita, no Brasil “não há tradição de frente antifascista”, aponta Maud Chirio, da Universidade Paris-Est-Marne-la-Vallée.

Os partidos “não têm a experiência de eleições em que um candidato de extrema-direita, esta é a primeira vez”.

Outro obstáculo para o candidato de esquerda: “a bílis alimentada contra o PT também impede que os partidos se aliem a Haddad”, diz a historiadora.

Assim, Ciro Gomes, o candidato do PDT (centro esquerda), que ficou em terceiro no primeiro turno com 12,5% dos votos, limitou-se a oferecer “apoio crítico” ao PT, antes de partir para a Europa.

Haddad também não pode contar com a ecologista Marina Silva, tampouco com influentes centristas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ou o ex-presidente do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa.

– “Tuitar é fácil” –

O irmão de Ciro, o senador Cid Gomes, jogou sal nas feridas: o PT “vai perder a eleição e vai ser bem feito”, disse no início desta semana. Em 13 anos de poder (2003-16) ele “fez muita bobagem”.

Questionado pelo jornal Folha de S.Paulo, Cid Gomes suavizou o comentário: “Acho que Haddad é o melhor. Mas uma vez que ele tem uma chance mínima de ganhar” o PT “deve fazer sua autocrítica”.

Debora Diniz, antropóloga e professora de Direito da Universidade de Brasília. “Não pensem que tudo está garantido”. “A resistência de Bolsonaro de ir a um debate público diz muito sobre sua fraqueza”, acrescenta ela.

Haddad, professor universitário de tom de voz comedido, não conseguiu levar à arena de um debate televisivo um Bolsonaro cujas fórmulas incisivas e até violentas têm um impacto maior nas redes sociais, que se tornaram sua máquina de guerra.

“Tuitar é fácil, senhor deputado. Vamos debater cara a cara, educadamente”, lançou Haddad.

Entre os dois turnos de 7 e 28 de outubro, seis debates foram previstos. Mas Bolsonaro se esquivou de todos “por razões médicas”. E “estratégicas”, segundo admitiu.

Na reta final, Haddad precisou reorientar sua campanha. Ele parou suas visitas semanais a Lula na prisão, retirou a foto de seu mentor político das propagandas na televisão, substituiu o vermelho do PT pelo verde e amarelo da bandeira nacional. Como Bolsonaro.

E “a ordem do QG do PT foi de investir no eleitorado mais pobre e nos grupos evangélicos”, escreveu na quarta-feira o jornal Folha de S.Paulo. Haddad vai se envolver com seus líderes a “defender os valores da família”.

O apoio dado pelas igrejas evangélicas a Bolsonaro antes do primeiro turno foi crucial, especialmente a poderosa Igreja Universal.

“Não vejo que milagre poderia ser feito para que Haddad mude o curso desta eleição”, diz Paulo Sotero. “Bolsonaro vai conseguir votos suficientes para um mandato claro”.

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