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Política : CRÍTICAS
Enviado por alexandre em 29/04/2019 08:19:28

Lula esqueceu a união das esquerdas na entrevista

Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo

Dirigentes do PSB e do PDT avaliam que na entrevista à Folha e ao El Pais, o ex-presidente Lula falhou na mensagem de união da esquerda. Para essas siglas, ele manteve o discurso de hegemonia do PT e provou que a falta de autocrítica no partido vem de cima para baixo.

Na entrevista, semana passada, Lula disse que não se pode exigir que uma legenda com os índices de votação do PT comece a negociar alianças “abrindo mão de sua candidatura”.

Essa tese, avaliam integrantes da cúpula do PSB e do PDT, será “sempre um grande empecilho para a união das esquerdas”.

Dirigentes do PC do B discordam e acham que Lula mostrou resistência e força.

Tanto líderes desta como de outras siglas viram em trechos da fala do petista acenos ao STF –próximo estágio dos recursos contra sua condenação no caso do tríplex.

Política : RECADO
Enviado por alexandre em 29/04/2019 08:16:46

Críticas de Maia caiu suave no Planalto
Apesar das tentativas de minimizar os termos, as críticas feitas por Rodrigo Maia aos filhos de Bolsonaro em entrevista ao Buzzfeed foram celebradas por integrantes do Planalto e do PSL que viram na fala do comandante da Câmara um recado necessário ao presidente.

Ao Buzzfeed, o democrata disse que Carlos pode “ser doido à vontade”, mas que age sob a coordenação do pai.

Já Eduardo, que é deputado, estaria deslumbrado.

Maia disse que as falas foram tiradas de contexto, mas o site manteve o teor da entrevista. Bolsonaro declarou que se tratava de “fake news”. (Painel – FSP)


Coluna de segunda-feira

Acinte ao povo

As excelências do Supremo Tribunal Federal adoram lagosta e caviar, enquanto o povão, diante do agravamento da crise e da alta do desemprego, não pode comer todos os dias sequer o seu feijão com arroz. Morri de vergonha quando li que o STF abriu licitação com gasto estimado em R$ 1,134 milhão para "prestação de serviços de fornecimento de refeições institucionais". O fornecedor que vencer o pregão eletrônico será responsável pelas refeições, de acordo com as necessidades da corte.

No menu exigido pelo STF estão produtos como camarão ao vapor, medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada e bacalhau à Gomes de Sá. O edital diz ainda que moqueca (capixaba, baiana) e arroz de pato sejam colocados à mesa. Outras exigências são: salada Waldorf com camarões, pato assado, carré de cordeiro e medalhões de filé.

No cardápio de espumantes, é necessário que ele seja produzido pelo "método champenoise e que tenha ganhado ao menos 4 (quatro) premiações internacionais". Se o vinho for tinto fino seco, precisará ser Tannat ou assemblage, com safra igual ou posterior a 2010 e que também tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais.

Se for o tinto fino seco de uva tipo Cabernet Sauvignon, a safra deve ser igual ou posterior a 2010. Ele "deve ter sido maturado em barril de carvalho, de primeiro ou segundo uso, por período mínimo de 12 (doze) meses". Se o vinho for branco fino seco, a uva precisa ser tipo Sauvignon Blane, a safra deve ser de 2015 e a "colheita das uvas para fabricação do vinho deve ter sido feita manualmente".

Outras bebidas exigidas são: " caipirinha, feita de limão e cachaça de alta qualidade; destilados, como uísques de malte, de grão ou sua mistura, envelhecidos por 12 (doze), 15 (quinze) ou 18 (dezoito) anos, cachaças envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos, gim, vodca, conhaque envelhecido por no mínimo 2 (dois) anos; vinhos de sobremesa; aperitivos, incluindo coquetéis de bebidas; bebidas digestivas e licores finos".

Esses fanfarrões zombam de nossas caras. Se já não bastassem as decisões questionáveis que tomam, sendo suspeitos de venderem sentenças, cometem o acinte de terem mordomias usando o dinheiro alheio, meu, seu, nosso. O STF é uma verdadeira caixa preta, certamente a corte que mais fede em Brasília. Ninguém consegue desvendar o mistério da toga. Nem a imprensa! O Congresso deu uma nova demonstração de medo no enfrentamento ao arquivar pedido de CPI no Senado. Triste País que tem um Congresso tão submisso e um Judiciário tão corrupto.

ACREDITE SE QUISER– Em nota, o Supremo ressaltou que "o edital da licitação do serviço de refeições institucionais em elaboração pelo STF reproduz as especificações e características de contrato semelhante firmado pelo Ministério das Relações Exteriores (que faz o cerimonial da Presidência da República)". Ponderou que o Tribunal de Contas da União analisou e validou o edital, "mas com redução de escopo: dos 21 itens contratados pelo ministério, 15 são objeto da licitação do STF". O custo de R$ 1,1 milhão "é uma referência, que será submetida à disputa de preços entre as participantes do pregão. Além disso, o contrato prevê que o STF pagará apenas pelo que for efetivamente demandado e consumido, tendo o valor global do contrato como um teto".

Vai embora – A revista Veja traz na capa as intrigas do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, com o vice-presidente Hamilton Mourão. Conclui a reportagem que o chefe e pai avaliza as críticas púbicas que o filho tem feito ao vice. Ressalta que ele não concorda com tudo, mas acha que o filho mira no alvo certo. “Algumas críticas são justas”, disse o presidente. Ouvido pela revista, Mourão reagiu sem papas na língua:  “Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só dizer. Pego as coisas e vou embora. 

Protesto contra censura– A Anadef, entidade que representa os Defensores Públicos Federais, manifesta repúdio ao ato de censura realizado pelo presidente Jair Bolsonaro ao exigir a retirada de uma campanha publicitária que celebra a diversidade. Para a Associação, essa medida demonstra a extrema desconexão e a falta de empatia do Governo Federal com as representações da enorme pluralidade racial e sexual da população brasileira. ” O ato foi profundamente lamentável e chama a atenção para a necessidade urgente de discutirmos a intolerância que este governo promove. É inaceitável um questionamento de identidade étnica, sexual, de gênero, religiosa ou de qualquer natureza”, diz a nota.

Política : ISSO É BRASIL
Enviado por alexandre em 26/04/2019 08:35:37

Justiça determina que OAS devolva a Lula valores pagos pelo "tríplex"

VEJA

Em decisão do juiz Adilson Aparecido Rodrigues Cruz, da 34ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, a construtora OAS  e a cooperativa Bancoop foram condenadas a restituírem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte dos valores pagos pela ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva para a aquisição do “tríplex” no Guarujá (um apartamento no condomínio Mar Cantábrico, atual Solaris). A sentença, proferida nesta quinta-feira (25), atende a pedido da defesa do petista.

Os advogados de Lula entendem que a decisão corrobora com a tese de que o ex-presidente e sua família não receberam um apartamento na cidade do litoral paulista com vantagem indevida (contrariando, assim, a compreensão da operação Lava Jato que levou à sua prisão) – e que são, na realidade, credores da OAS por terem efetuado pagamentos de parcelas e não recebido o imóvel. Marisa, que morreu em 2017, teria desistido da compra após dar entrada e pagar algumas prestações.

O ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (envolvendo favorecimento por parte da construtora na suposta aquisição do “tríplex”), em decisão do hoje ministro da Justiça Sergio Moro, então juiz da operação Lava Jato. Na última terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos e 10 meses.

A defesa alega que Marisa, em 2005, adquiriu uma cota junto à cooperativa Bancoop para ter direito ao apartamento em questão – porém, ela teria deixado de contribuir no momento em que a empresa passou a enfrentar problemas financeiros e transferiu a conclusão da obra para a construtora OAS.

Assim, a ex-primeira-dama não teria recebido o apartamento e tampouco sido ressarcida pelos valores investidos – agora a Justiça determina que esses custos sejam parcialmente restituídos, o que equivale a cerca de 200.000 reais acrescidos de juros (ou seja, 66,7% da quantia de 300.817,37 reais, requisitados na ação apresentada pelos advogados do ex-presidente). Ele receberia a restituição na condição de inventariante da esposa.

Os desembargadores que condenaram Lula em 2018 entendem que não houve, de fato, transferência formal do imóvel ao ex-presidente, mas apontaram uma tentativa de ocultar patrimônio, pois o apartamento teria sido reservado para ele, segundo afirmado em depoimento de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora.

Em nota, a defesa de Lula afirma que “(a sentença)  reforça a arbitrariedade da condenação imposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no chamado caso do ‘tríplex’ do Guarujá (…). Conforme observou o juiz, D. Marisa não deu causa ao atraso da obra, pagou todas as prestações tidas pelas partes como devidas até a transferência de direitos e obrigações para a OAS (….). Ainda de acordo com o magistrado, D. Marisa ‘não esteve’ na assembleia realizada pela Bancoop para deliberar sobre as novas regras do empreendimento após a sua transferência para a OAS e, também por isto, o acordado com a OAS e o deliberado em Assembleia não vinculou e não vincula a parte autora/seus sucessores ao que lhe é devido de valores respectivos às questões dos autos”.

O texto, assinado pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins, acrescenta a compreensão de que “está-se diante de mais uma decisão judicial que demonstra que Lula e seus familiares jamais receberam um apartamento no Guarujá como vantagem indevida (…). A sentença proferida pelo ex-juiz Sergio Moro considerou que esse aspecto seria ‘crucial neste processo’, e condenou Lula com base em um depoimento mentiroso de Léo Pinheiro e com base em afirmado descumprimento de obrigações em relação à OAS que D. Marisa jamais se vinculou”.

A decisão do juiz Adilson Aparecido Rodrigues Cruz considerou parcialmente procedente o pedido de ressarcimento dos valores pagos e determinou que a OAS e a Bancoop reembolsem 66,7% dos valores solicitados, com correção de juros. Segundo o magistrado, a quantia a ser restituída não deve ser a total pelo entendimento de que a culpa pela dívida não seria inteiramente das empresas.



O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu nesta quinta-feira (25), que jornalistas acompanhem uma entrevista que será concedida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dois órgãos de imprensa, na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o petista está preso e condenado desde abril de 2018, alvo da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal em Curitiba autorizou na manhã desta quinta-feira a presença de outros repórteres durante a entrevista que autorizada por decisão do presidente do Supremo, Dias Toffoli. A decisão foi decorrente de pedidos feitos por órgãos de imprensa para entrevistar Lula, após suspensão da ordem que proibia as entrevistas do ex-presidente, desde 2018.

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“Com o fim de dar integral cumprimento no contido naquela decisão, em especial aos direitos constitucionais relativos ao livre exercício da profissão, liberdade de imprensa e do pensamento, assim como o da publicidade dos atos administrativos que não estiverem sob necessidade de sigilo, autorizo a presença de outros jornalistas, além daqueles já nominados na referida decisão”, escreveu o superintendente da PF no Paraná, Luciano Flores de Lima em despacho sobre “pedidos de participação na entrevista”.

O despacho da PF informa ainda que a autorização será dada “dentro de um limite em que a sala disponível para tais entrevistas suportar e dentro do que for considerado seguro pela análise de risco e para garantir a segurança de todos, especialmente do entrevistado que se encontra sob nossa tutela”.

Após a decisão, a defesa de Lula entrou com pedido no STF. “Com o devido respeito, esse despacho viola a autoridade da decisão proferida por essa Corte, no capítulo em que, corretamente, reconhece o direito do Peticionário (o ex-presidente) em dar entrevista a quem ele assim desejar. Com efeito, essa decisão reconheceu o direito do Peticionário de decidir se concederá entrevista e a quem concederá entrevista, conforme o mencionado trecho (“caso seja de seu interesse”)”, escrevem os advogados.

No meio da tarde, Lewandowski despachou e derrubou decisão da PF.

“Esclareço que a decisão da Corte restringe-se exclusivamente aos profissionais da imprensa supra mencionados, vedada à participação de quaisquer outras pessoas, salvo as equipes técnicas destes, sempre mediante a anuência do custodiado”, registra o ministro. Segundo ele, houve “franca extrapolação dos limites da autorização judicial” dada por ele.

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“A liberdade de imprensa, apesar de ampla, deve ser conjugado com o direito fundamental de expressão, que tem caráter personalíssimo, cujo exercício se dá apenas nas condições e na extensão desejadas por seu detentor, no caso, do ex-presidente.”

Em nota divulgada ontem, a assessoria de imprensa do ex-presidente Lula afirmou que a PF desrespeitou decisão do Supremo e dos jornalistas e dos veículos de comunicação” que pleitearam na Justiça e obtiveram concordância do ex-presidente de entrevista. “A Superintendência da Polícia Federal no Paraná determinou a constituição de uma plateia para jornalistas convidados por ela própria para assistir a entrevista sem direito de fazer perguntas”, registra a nota. Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.

Política : VELHACOS
Enviado por alexandre em 26/04/2019 08:16:34

Bolsonaro só está fazendo os que outros governos fizeram
Blog do Kennedy

Nos seis governos anteriores ao de Bolsonaro, sempre que houve liberações de emendas parlamentares em datas próximas a votações importantes no Congresso, a imprensa caracterizou tais ações como fisiologia, é dando que se recebe, toma-lá-dá-cá, compra de apoio parlamentar etc.

Deputados federais do Centrão, grupo de legendas conservadoras que costumam agir em sintonia no Congresso, confirmam que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, oferece a liberação extra de R$ 10 milhões por ano para cada parlamentar que votar a favor da reforma da Previdência. Seriam R$ 40 milhões per capita até 2022. A “Folha de S.Paulo” trouxe reportagem consistente a respeito desse tema.

Onyx condicionou liberação de dinheiro público a voto no parlamento. Isso é contra o que Bolsonaro pregou na campanha.

Não se trata de uma negociação política legítima. É uma oferta espúria. É o que há de mais velho na política


Bolsonaro: ridículo ao vetar propaganda do BB

Presidente se cobre de ridículo ao vetar propaganda inócua do BB

É preciso um parafuso a menos para se ofender com o comercial

Tony Goes - Folha de S.Paulo

Quando saiu a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro havia não só mandado cancelar a nova campanha publicitária do Banco do Brasil, como também demitir o diretor de marketing que a aprovou, achei que o comercial censurado trazia alguma coisa de grave.

“Grave”, é claro, para o moralismo raso de Bolsonaro e seus seguidores mais fanáticos. Sim, raso: nesta mesma quinta-feira (25), o mandatário supremo da nação disse, durante um café da manhã com jornalistas, que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”. Ou seja, turismo sexual no Brasil pode, talkei? Contanto que seja sexo heterossexual.

Concluí que o filme do BB, criado especialmente para celebrar a diversidade racial e sexual dos jovens brasileiros —um segmento cobiçadíssimo por qualquer instituição financeira– mostrasse um “trisal”, um casal de três, como na propaganda recente de uma cadeia de lanchonetes. Ou, talvez, um par de lésbicas trocando um selinho? Dois homens vestindo rosa e embalando um bebê?

Leia matéria na íntegra clicando ao lado: Bolsonaro se cobre de ridículo ao vetar propaganda inócua do BB

Política : FOGO AMIGO
Enviado por alexandre em 25/04/2019 08:50:00

Bolsonaro atiça o filho contra o seu vice general Mourão diz, partidos
Daniela Lima - Painel - Folha de S.Paulo

A constatação de que o tiroteio sobre o vice Hamilton Mourão não vai cessar preocupa dirigentes de siglas que tentam se aproximar do Planalto.

Comandantes desses partidos dizem já não ter dúvidas de que os ataques de Carlos são não só avalizados como estimulados por Jair Bolsonaro.

Eles avaliam que o presidente embarcou em teoria conspiratória e dá, em privado, razão à ofensiva protagonizada pelo filho. O desfecho da nova crise produzida pelo governo, afirmam, é imprevisível.

A guerra aberta contra o vice reacendeu críticas de dirigentes políticos ao presidente. Bolsonaro voltou a ser chamado de “despreparado”, e a esse adjetivo somaram-se outros, como “inconsequente”.



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Estado de S.Paulo

O fogo amigo continua alto no Palácio do Planalto. Embora o presidente Jair Bolsonaro peça mais sintonia e menos ruído na equipe, nos bastidores ele também critica o vice Hamilton Mourão. Pouco antes de a nova ofensiva contra Mourão vir à tona, o próprio presidente fez reparos à atuação do general, durante um voo de Brasília para o Rio, em conversa com senadores e um deputado. A impressão de passageiros daquela comitiva foi a de que, para Bolsonaro, Mourão se movimenta como uma espécie de presidente paralelo, mais interessado em holofotes.

A viagem ocorreu no último dia 11, após a cerimônia para comemorar cem dias de governo. O Estadão ouviu três parlamentares que estavam no voo e, sob a condição de anonimato, todos confirmaram o incômodo do presidente com o vice. Naquele dia, Bolsonaro foi ao Rio para assistir a uma palestra do pastor John Hagee e participar de um almoço do Conselho de Ministros Evangélicos do Brasil.

Descontraído, acima das nuvens, Bolsonaro apresentou ali vários problemas com o vice que, nove dias depois, apareceram nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Ele não gostou, por exemplo, de Mourão ter aceitado fazer palestra no Wilson Center, nos EUA, no dia 9, após receber um convite dizendo que os primeiros cem dias do governo foram marcados por uma “paralisia política”. A convocação também elogiava o vice, tratado como “uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais”.

No “voo da queimação”, como ficou conhecida aquela viagem entre os passageiros, Bolsonaro lembrou que havia convidado o general em cima da hora para ser seu vice, no ano passado, porque tinha certeza de que o então presidente do PSL, Gustavo Bebianno, queria a vaga. A convicção vinha do fato de que todo político chamado na campanha para fazer dobradinha com ele era “fuzilado” no outro dia pelos jornais. Bolsonaro concluiu, então, que Bebianno detonava todos os candidatos a vice e agia como um “traidor” para ocupar o posto.

Nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Bebianno foi demitido em fevereiro, após uma queda de braço justamente com Carlos, o filho “zero dois”, que hoje direciona sua artilharia contra Mourão. Os ataques foram puxados pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, que no sábado publicou um vídeo com ruidosas críticas aos militares. Ao se referir à ala fardada do governo, Olavo disse que “cabelo pintado e voz empostada” são a heranças das escolas dirigidas por “milicos”. O vídeo chegou a ser postado no canal de Bolsonaro no YouTube, mas depois foi apagado. Irônico, o vice respondeu que Olavo “deve se limitar à função que desempenha bem, a de astrólogo”.

União

No bate-papo durante a viagem de pouco mais de uma hora ao Rio, após deixar a cerimônia na qual Mourão estava a seu lado, Bolsonaro disse ter certeza de que muitos no governo agem para afastá-lo de seus filhos. Assegurou, no entanto, que ninguém conseguirá separá-lo de Carlos, do deputado Eduardo (PSL-SP) e do senador Flávio (PSL-RJ). Em entrevista ao Estado, nesta quarta-feira, Eduardo afirmou que Mourão tem causado ruído no Planalto por causa de suas declarações polêmicas. 

Na prática, Olavo de Carvalho e os filhos de Bolsonaro avaliam que o vice está em campanha e quer o lugar dele. No Twitter, nesta quarta-feira, Carlos voltou a dirigir farpas a Mourão. “Vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente”, escreveu ele. Antes, o vereador já havia considerado “estranhíssimo” o alinhamento do vice com “políticos que detestam o presidente”, citando a defesa que Mourão fez do ex-deputado Jean Wyllys.

“Esse tipo de comunicação por redes sociais não contribui em nada”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos que estavam no voo com Bolsonaro. “O governo tem muito dever de casa a fazer para ficar administrando esse tipo de confronto.” Além de Sóstenes, participaram da comitiva o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Zequinha Marinho (PSC-PA) e Vanderlan Cardoso (PP-GO), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e Pastor Everaldo, que comanda o PSC. O pastor se sentou ao lado de Bolsonaro no avião. 

Mourão disse a interlocutores que considera “absurda e descabida” a desconfiança sobre ele. “Estou aqui para ajudar. Não sou desleal”, reagiu o vice, negando que suas ações tenham no horizonte a disputa para as eleições de 2022. “Isso não existe. Não vou me candidatar. Há muito envenenamento nessa história.”

O Planalto não quis comentar as críticas feitas por Bolsonaro na viagem do dia 11 ao Rio. Na tentativa de mostrar que não há atrito entre os dois, o presidente convidou Mourão para descer com ele, nesta quarta-feira, 24, a rampa interna da sede do governo e pôs a mão em seu ombro. “Estamos juntos”, disse.

Generais próximos de Bolsonaro tentam pôr panos quentes na crise, mas, a portas fechadas, admitem que Carlos está “incontrolável”.



Olavo diz que Bolsonaro o transformou em boi de piranha

O escritor Olavo de Carvalho publicou uma reclamação contra o presidente da República nesta tarde de quarta, 24, em rede social. Ele agradeceu, em tom irônico, “a chance que o senhor me deu de ser o seu boi-de-piranha”, em referência ao primeiro posicionamento de Jair Bolsonaro, por meio de nota, contra os ataques do polemista que mora na Virgínia (EUA) ao vice Hamilton Mourão e aos militares do governo. No manifestação, o presidente afirmara que as declarações de Olavo “não contribuem” para o “projeto de governo”.

Na postagem de hoje, sem fazer menção direta à nota, Olavo acrescenta que o presidente deixa nas suas costas “pelo menos metade das pancadas que lhe eram dirigidas e em seguida sendo acusado de ter o comportamento divisionista que de fato é o do seu querido vice-presidente”.  (Estadão)

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