Moro nega perfil partidário e cita Bolsonaro para 2022
"Eu particularmente não tenho um perfil político-partidário, me vejo mais como um técnico dentro do ministério", disse o titular da Justiça
Ricardo Brito e Anthony Boadle - Portal Terra
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista exclusiva à Reuters, que não é candidato a presidente em 2022 e destacou que o candidato do governo, se quiser, vai ser o presidente Jair Bolsonaro, que já indicou publicamente interesse em mais quatro anos de mandato.
"Não (sou); o candidato presidencial em 2022, acho muito prematuro nós falarmos isso, mas o candidato do governo federal, se ele assim quiser, vai ser o presidente Jair Bolsonaro", disse Moro em seu gabinete no ministério.
"Eu particularmente não tenho um perfil político-partidário, me vejo mais como um técnico dentro do ministério com essa missão específica", acrescentou.
Há dois meses, Moro --o ex-juiz da Lava Jato tratado no início do governo como um dos superministros de Bolsonaro-- está sob intensa pressão após publicação de reportagens do site The Intercept Brasil revelar conversas por aplicativos de mensagens atribuídas a ele e a procuradores da operação em que o então magistrado teria orientado a atuação do Ministério Público Federal no caso.
Moro disse que há uma violação criminosa de mensagens, que ele não reconhece a autenticidade e avaliou não ter visto, do divulgado, "nada de anormal".
"O que existe ali é um sensacionalismo exacerbado com o objetivo ali de anular condenações criminais", disse, ao emendar. "Diria em geral anulação de condenações criminais e obstaculizar novas investigações e o do ex-presidente (Lula) é um caso mais em foco", completou.
Para o ministro, o apoio às medidas na área de segurança pública do governo é grande e, em relação ao nome dele, não houve "um abalo de credibilidade" por essas questões.
O presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), mergulhou na articulação para fazer de Alexandre Frota (PSL-SP) o símbolo do primeiro expurgo partidário motivado por críticas a Jair Bolsonaro e seu governo. O caso do deputado será analisado nesta terça (13). Segundo integrantes da sigla, Bivar passou a pedir a integrantes da executiva que votem pela expulsão de Frota. O dirigente da legenda quer fazer um gesto para o Planalto e enviar um sinal de que a verborragia da bancada precisa ter um limite.
Integrantes da sigla avaliam que este caminho seria, inclusive, vantajoso para o deputado. Expulso, Frota não poderia ser acusado de infidelidade partidária. Apesar disso, seus adversários, como major Olímpio (PSL-SP), defendem que a sigla reivindique seu mandato. A justificativa para a expulsão será a de que Frota não agiu de acordo com as diretrizes partidárias.
Apesar de ter votado a favor da reforma da Previdência no primeiro turno, o deputado se absteve na análise final da proposta na Câmara, contrariando a orientação do PSL. Ele também criticou a indicação Eduardo Bolsonaro para a embaixada nos EUA e disse que o Brasil fica “mais tranquilo” com Bolsonaro calado.
A aposta de integrantes da cúpula do PSL é a de que Frota migrará para o PSDB. O DEM também fez acenos ao parlamentar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, hoje, que não vai retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) "em hipótese nenhuma" nos trabalhos sobre a reforma tributária.
"A única certeza que eu tenho é que nós não vamos retomar a CPMF na Câmara em hipótese nenhuma", afirmou Maia em evento para banqueiros em São Paulo. Ele disse que espera concluir o texto sobre a reforma ainda neste semestre.
"Vamos tentar construir este semestre um texto para que a gente possa avançar. A gente sabe que tem outros atores, a gente tem que entender como esses atores influenciam o plenário da Câmara."
A CPMF foi extinta em 2007 depois de uma grande campanha contrária de empresários e setores da sociedade civil. Em julho, diante das notícias de que a equipe econômica estudava essa possibilidade, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) descartou a volta da CPMF. Nesta sexta-feira, o presidente voltou a negar a recriação da contribuição.
Pela proposta de reforma tributária em elaboração pelo Ministério da Economia, essa contribuição pode ser recriada para compensar a desoneração da folha de pagamento em todos os setores da economia. O novo tributo teria entre 0,5% e 0,6% sobre as movimentações financeiras.
A criação de uma nova CPMF teria que ser por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que exigiria 308 votos em duas votações na Câmara e 49 votos em outras duas votações no Senado.
"A gente vai ouvir demandas e vai construindo com estados e municípios um texto que possa simplificar, melhorar o ambiente de tributação no Brasil."
"Sem tratar dos estados a reforma tributária não é eficaz. Um dos grandes problemas é o ICMS”, disse Maia.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) decidiu mexer na estrutura de seu gabinete. Duas funcionárias que haviam sido contratadas após processo seletivo foram dispensadas pela coordenadora do mandato, Laiz Soares, no estacionamento do anexo 4 da Câmara.
As cenas foram presenciadas por servidores da Casa.
Segundo o Painel apurou, Tabata mexeu na assessoria parlamentar e de comunicação.
A ideia é imprimir ritmo mais frenético de divulgação de aspectos não só políticos, mas também pessoais da rotina e do passado da deputada. (Painel - FSP
Bolsonaro: ‘Não é compatível? Votem no outro em 2022’
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender suas respostas “sem papas na língua” e recomendou “votar no outro” em 2022 para quem considera seu jeito “incompatível” com o cargo de presidente da República.
Bolsonaro respondeu a uma pergunta se suas falas não “acirram a polarização”.
“Você quer que eu seja um vaselina? Um politicamente correto? Um ‘isentão’? Não, é resposta direita. Fui eleito assim”, disse, dizendo que respondeu uma “pergunta idiota” na última semana, quando recomendou para um jornalista “fazer cocô dia sim, dia não” para ajudar o meio ambiente.
“Não é compatível com o presidente? Votem no outro em 2022, é muito simples”, completou. (Estadão – BR 18)
No Rio, a pré-candidatura de Mariana Ribas (PSDB), ex-secretária de Cultura da gestão Crivella, à prefeitura da capital foi considerada “um projeto zero a zero” por outro tucano, o ex-vice-governador Luiz Paulo, hoje deputado estadual no Estado. “É o projeto Zero a Zero. Zero prefeito e Zero vereador”, disparou o parlamentar, que não esconde a desavença com o atual presidente estadual do partido, Paulo Marinho, a quem chama de “pseudopresidente”, registra o jornal O Dia. (Estadão – BR 18))
Ao chegar, ontem, a Brasília, fui informado da existência de uma aliança surpreendente que junta Jair Bolsonaro ao presidente do STF, Dias Toffoli, em torno da decisão que limitou o acesso do Ministério Público a informações do Coaf e da Receita Federal, beneficiando Flavio Bolsonaro, filho do presidente da República.
Com isso, mudou-se o eixo do discurso anticorrupção do Governo – que foi fundamental para a eleição de Bolsonaro e deu ao ex-juiz Sérgio Moro o status de “superministro”. Para muita gente em Brasília, a contrapartida a essa união seria a concordância presidencial ao freio de arrumação na Lava Jato, algo que parte do Supremo e do Congresso sempre quis e nunca conseguiu.
Nos próximos capítulos, poderão vir a aprovação, no Legislativo, do projeto que pune o abuso de autoridade e, no STF, decisões coibindo abusos que vieram à luz na chamada Vaza-Jato – quem sabe até a liberdade do ex-presidente Lula.
Simples mortal – O poder de Moro empalideceu a partir do desgaste com a revelação das conversas obtidas pelo site The Intercept e de uma série de revezes – o último deles, a decisão quase unânime do STF de suspender a transferência do ex-presidente Lula de Curitiba para Tremembé, na semana passada. Fica claro que Moro voltou a ser mais um simples mortal de carne e osso no território do poder.
Arapongagem – Em Brasília, políticos experientes têm observado um crescimento do número de parlamentares que se queixam, alegando suspeitas de espionagem por parte do Governo. Essa foi a rotina na capital durante o período de governos militares. Desde a criação, em 1999, a Abin, sucessora do SNI, nega de forma veemente que faça espionagem política no País.
Bolsonaro passeou por Brasília de moto Foto: Daniel Gulino
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro passeou de moto por Brasília na manhã deste domingo ensolarado e ainda andou de Jet ski, no Lago Paranoá. Ele deixou o Palácio da Alvorada e foi até o Clube da Aeronáutica, onde pegou uma moto. De lá, foi até o Lago Sul e andou de jet ski. Ainda de moto, foi até a Torre de TV, onde funciona uma feira, e tomou caldo de cana.
O presidente retornou ao Clube da Aeronáutica para deixar a moto, e de lá voltou ao Alvorada. Ele estava acompanhando do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que é seu amigo há décadas.
Em viagem a Aragarças (GO), em junho, o presidente quebrou o protocolo e pilotou um jet ski no Rio Araguaia. Sem trajes adequados, ministros e seguranças foram obrigados a entrar na água vestidos. Segundo a assessoria, o passeio de jet ski não estava na programação.
Neste domingo, ao falar com a imprensa, o presidente afirmou que o Brasil não precisa do dinheiro de países estrangeiros para proteger a floresta. De acordo com ele, esses países querem "se apoderar" do Brasil. No sábado, a ministra do Meio Ambiente da Alemanha anunciou que vai suspender o repasse de R$ 155 milhões para o financiamento de projetos de proteção da Amazônia .
— Investir? Não vai mais comprar a Amazônia. Vai deixar de comprar à prestação a Amazônia. Pode fazer um bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso — afirmou.
Para Villas Boas, “nenhum país do mundo tem autoridade para ensinar o Brasil como devemos tratar o nosso meio ambiente”. Ele ainda fez menção a outros países que tem feito críticas a política ambiental de Jair Bolsonaro
O assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, o general Villas Boas usou as redes sociais para publicar duas notas em apoio à política ambiental de Jair Bolsonaro e seu ataque contra às críticas da Alemanha e Noruega.. Após o anúncio da Alemanha de suspender o financiamento de projetos para a proteção da Amazônia, Jair Bolsonaro disse que o "Brasil não precisa disso".
"Você acha que os grandes países estão preocupados com a imagem do Brasil ou com se apoderar do Brasil?”, afirmou Bolsonaro neste domingo no Clube da Aeronáutica, em Brasília.
Para Villas Boas, “nenhum país do mundo tem autoridade para ensinar o Brasil como devemos tratar o nosso meio ambiente”. Ele ainda fez menção a outros países que tem feito críticas a política ambiental brasileira. Segundo o general, a Alemanha, por exemplo,“tem uma matriz energética muito mais poluidora que a nossa” (BR 247)
Nunca a imagem do Brasil no exterior foi tão ruim: "Por causa do meio ambiente". O Brasil não é um país sério em relação ao meio ambiente.
Foto: Jair Bolsonaro | Jorge William O Globo - Por Ancelmo Gois
Um conhecido empresário de muitas viagens voltou de Londres, quarta, preocupado com a imagem do Brasil no exterior. Nunca foi tão ruim como agora, “por causa da questão ambiental”, disse ele, para quem “há uma visão exagerada dessa questão no exterior”.
O problema é que o governo Bolsonaro não ajuda quando o chanceler Ernesto Araújo diz que o aumento da temperatura da Terra deve-se ao asfalto quente e o próprio presidente aconselha fazer cocô dia sim, dia não para melhorar o meio ambiente.
Pelo menos em relação a esse tema, hoje, o francês Charles de Gaulle (1890-1970) tinha razão quando disse que “o Brasil não é um país sério”. É pena.
Um mundo mais limpo
Veja como o sentimento de preservação do meio ambiente ganha corações e mentes também no mundo corporativo universal. A Vivo, que registra um consumo diário de 264 mil copos plásticos para água e café, pretende reduzir esse volume em pelo menos 80% até dezembro.