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Justiça : Justiça extingue processo contra garota que matou amiga
Enviado por alexandre em 26/07/2023 09:57:49

Ministério Público de Mato Grosso irá recorrer da decisão

Justiça extingue processo contra jovem que matou amiga com tiro no rosto (Imagem ilustrativa) Foto: Pexels

A Justiça de Mato Grosso extinguiu o processo de execução de medida socioeducativa da adolescente que atirou e matou a amiga Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, com um tiro no rosto. A decisão é da juíza Leilamar Aparecida Rodrigues, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá. As informações são do G1.

A decisão da magistrada se baseou na análise do relatório psicossocial que apontou que as metas do Plano Individual de Atendimento (PIA) já foram alcançadas.

Rodrigues também considerou que a adolescente está perto de alcançar a maioridade e “demonstrou o interesse em traçar novos objetivos longe do ambiente deletério da reiteração infracional”.

A jovem chegou a cumprir medida de internação de um ano e cinco meses por ato infracional análogo ao homicídio qualificado.

O Ministério Público de Mato Grosso disse que irá recorrer da decisão.

Isabele morreu em junho de 2020.

Justiça : Segurança Pública é tema de reunião entre integrantes do MPRO e novo comando da Polícia Militar
Enviado por alexandre em 26/07/2023 09:29:19

O Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo de Oliveira, recebeu no início da tarde desta terça-feira (25/7), em seu gabinete, a visita do novo Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Regis Wellington Braguin Silvério, acompanhado do Subcomandante-Geral, Coronel Glauber Souto.

O novo Comandante-Geral, que assumiu o cargo há menos de uma semana, veio conhecer o Procurador-Geral de Justiça e demais integrantes da Instituição, bem como tratar de assuntos relevantes ligados à segurança pública do Estado.

O Chefe do Parquet rondoniense agradeceu a visita e reforçou a intenção de manter a parceria já existente entre MP e PM, acerca de tratativas de combate ao crime organizado, violência no campo, dentre outras questões sensíveis, que necessitam de uma atuação mais efetiva.

O Comandante da PM ressaltou que comunga da mesma leitura e enfatizou a importância da integração com o Ministério Público e outras instituições, com a finalidade de trabalhar conjuntamente, com inteligência e informações de qualidade, que promovam direcionamento de ações eficazes e efetivas para fazer frente à criminalidade em geral.

A reunião contou com as presenças dos Promotores de Justiça Valéria Giumelli Canestrini; Alba da Silva Lima; Alexandre Jésus de Queiroz Santiago; Tiago Cadore e Pablo Hernandez Viscardi.

Ao final, o Procurador-Geral de Justiça entregou aos visitantes a locomotiva em miniatura e a medalha confeccionadas em alusão aos 40 anos do Ministério Público de Rondônia, comemorados ano passado.

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)



Justiça : Caso Moraes: MP da Itália pode favorecer liberação dos vídeos
Enviado por alexandre em 25/07/2023 09:37:55

Imagens são do Aeroporto de Roma, onde o ministro supostamente foi hostilizado por brasileiros

Alexandre de Moraes Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério Público da Itália pode emitir ainda nesta segunda-feira (24), parecer favorável à liberação dos vídeos gravados pelo sistema de câmeras do aeroporto de Roma, na Itália, com imagens da suposta hostilização ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, autoridade do governo responsável por coordenar acordos de cooperação na área penal com países estrangeiros, disse não acreditar que haja algum obstáculo ao envio dos vídeos.

– Está tudo dentro da normalidade e a manifestação do MP foi uma solicitação do juiz italiano antes de proferir sua decisão – disse Botelho ao Estadão.

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No fim de semana passado, a PF solicitou às autoridades italianas que preservassem os arquivos digitais. Na última segunda-feira (17), Botelho remeteu para a Itália o pedido de liberação das imagens para utilização em processo criminal no Brasil.

A autoridade do governo italiano preferiu submeter o pedido brasileiro à Justiça local. Havia expectativa de que os vídeos já fossem liberados na semana passada, mas antes de autorizar o juiz local pediu para o MP se manifestar.

A Polícia Federal já viu as imagens, mas não anexou ao processo; isso dependeria de uma aprovação oficial via colaboração penal. Ou seja, a liberação dos vídeos teria que ser feita por meio da Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça.

Segundo Botelho, quando houver a autorização judicial as autoridades italianas devem indicar um link oficial onde estarão armazenadas as imagens. O secretário disse não ter tido acesso às imagens e por isso preferiu não comentar sobre seu conteúdo.

Os alvos principais da investigação são Roberto Mantovani Filho e sua mulher, Andréa Mantovani. Eles tiveram sua casa vasculhada pela PF na última quarta (18), para abastecer o inquérito sobre supostos crimes de injúria, perseguição e desacato.

*AE

Justiça : Barroso solta homem preso com mais de um quilo de maconha
Enviado por alexandre em 25/07/2023 09:36:18

Ministro disse que quantidade expressiva da droga não é fator determinante para mantê-lo preso

Luís Roberto Barroso Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a soltura de um homem preso em flagrante com 1,2 quilo de maconha. Apesar da expressiva quantidade da droga encontrada com ele e a flagrante prisão, no entendimento do magistrado, nada disso é importante para sustentar a prisão preventiva do réu, que não tem passagens anteriores e afirma que a quantidade seria para consumo pessoal. A decisão de Barroso foi expedida em 14 de julho.

Morador do Rio de Janeiro, o homem foi preso no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, numa estação de metrô. Ele teria se dirigido aos agentes de segurança do transporte público para buscar informações sobre uma mochila sua perdida no metrô. Quando a bolsa foi identificada, os agentes encontraram a droga.

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– Embora não seja irrelevante a quantidade de droga apreendida em poder do paciente, não há como negar que se trata de acusado primário e de bons antecedentes, não havendo sido demonstrada a real necessidade da custódia ou mesmo a existência de indícios de que seja integrante de organização criminosa ou faça da criminalidade um verdadeiro estilo de vida – argumentou Barroso.

DECISÃO DE BARROSO DIVERGE DO TJSP e STJ
Diferentemente de Barroso, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de habeas corpus do réu.

– Infelizmente, embora a prisão cautelar seja uma exceção no sistema, no presente caso, ela se mostra necessária. Ser primário e, eventualmente, uma conduta não envolver violência ou grave ameaça, por si só, não significa que uma pessoa não seja perigosa e que a cautelaridade da sua custódia não se faça necessária – diz entendimento do TJSP.

No STJ, o ministro Og Fernandes também determinou a manutenção da prisão.

– No caso, não percebo manifesta ilegalidade a autorizar que se excepcione a aplicação do referido verbete sumular. É prudente aguardar o julgamento definitivo da habeas corpus impetrado no Tribunal de origem antes de eventual intervenção desta Corte Superior – observou Fernandes.

Vale destacar que o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, decidiu pela soltura do acusado no recesso judiciário, quando estava como presidente interino na Corte. Originalmente, o relator sorteado foi Dias Toffoli.

Justiça : Élcio afirma que arma usada no crime foi desviada do Bope
Enviado por alexandre em 25/07/2023 09:33:07

A submetralhadora foi desviada após um incêndio na corporação

Marielle Franco Foto: Renan Olaz/CMRJ

Em sua delação premiada à Polícia Federal (PF), o ex-policial militar Élcio Queiroz revelou que a submetralhadora utilizada no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes pertencia ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

A submetralhadora MP5 teria desaparecido após um incêndio no paiol do Bope, e Élcio afirmou que não sabe quem forneceu a arma, mas acredita que tenha sido alguém em atividade na época do incêndio.

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O preso confessou sua participação no assassinato de Marielle e detalhou como a ação criminosa ocorreu. Segundo ele, o responsável pelos disparos foi o ex-policial reformado Ronnie Lessa. As informações são do Metrópoles.

Élcio também declarou que Lessa teria deixado a arma com um amigo policial e que, durante uma visita à casa de Lessa, encontrou o colega mexendo em um silenciador compatível com o utilizado na submetralhadora.


Caso Marielle: Leia a íntegra da delação de Élcio Queiroz

Ministro da Justiça, Flávio Dino, deu declarações sobre o caso nesta segunda-feira

Pleno.News - 25/07/2023 09h00

Marielle foi morta em 2018 Foto: EFE/ André Coelho

Em delação premiada à Polícia Federal (PF), o ex-policial militar Élcio de Queiroz admitiu a participação dele, do ex-policial reformado Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou informações durante uma coletiva, nesta segunda-feira (24).

Dino disse ainda que o ex-policial Élcio Queiroz receberá benefícios por ter feito uma delação premiada no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, embora vá permanecer preso.

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Marielle e o motorista dela, Anderson Pedro Gomes, foram mortos em março de 2018.

Leia, abaixo, a íntegra da delação:

DELEGADO 1: Como começou sua relação com o RONNIE (Lessa) e como que ela se desenvolveu durante os anos?
ÉLCIO DE QUEIRÓZ: Eu conheço o RONNIE há mais de 30 anos, se não for isso, é próximo a isso; eu já conhecia a esposa dele, a ELAINE, desde criança, na pré-adolescência, 12 anos de idade. Tudo começou quando ele começou a namorar a ELAINE e teve um problema com o meu pai, um desentendimento e tal, mas no final acabaram ficando amigos e eu passei a ficar amigo dele; em suma, ele era da Polícia Militar e eu estava entrando pra Polícia Militar na época, mas nunca trabalhamos juntos na mesma unidade, chegamos a frequentar só mesmo uma vez quando ele era adido, deixou de ser adido e voltou pra Polícia Militar, e eu na época estava no grupamento aeromarítimo e fui transferido para o Batalhão de Choque; nos encontramos no choque, mas nunca trabalhamos na mesma equipe, só nos encontrávamos quando ele estava em operação, ele estava adido da polícia Civil, e eu com minha equipe da Polícia Militar, que as vezes dava algum apoio para o mesmo na minha área de atuação, quando fazia alguma operação naquele local.
DELEGADO 1: Perfeito. E a partir de…essa é sua parte mais profissional com o RONNIE.
Em relação a sua família, ele possui algum vínculo mais próximo? O senhor tem uma relação, tinha pelo menos, naquela oportunidade, uma relação de afeto com a família dele, etc?
ÉLCIO: Sim, o RONNIE é padrinho de consideração do meu filho Patrick; o Patrick gosta muito dele, ele faz as vontades do Patrick, então a nossa relação é nesse sentido, de família, eu sou amigo da família dele, ele é amigo da minha família.
DELEGADO 1: O Patrick chegou a viajar com ele?
ÉLCIO: Chegou a viajar com ele para os Estados Unidos.
DELEGADO 1: O senhor foi expulso da Polícia Militar quando?
ÉLCIO: Se não me engano, em 23/12/2015 no Diário Oficial; no Diário da Polícia Militar não tenho certeza se foi no dia seguinte.
DELEGADO 1: Foi por conta da “Guilhotina”, né?
ÉLCIO: Por conta da “Operação Guilhotina”.
DELEGADO 1: A partir desse período, qual era sua fonte de renda?
ÉLCIO: A partir daí, minha fonte de renda era fazer alguns serviços “freelancer” de segurança; trabalhei no laboratório “Pastlabor”, já trabalhei no “Blueman”- fábrica de roupa como segurança da empresa – já trabalhei como motorista de aplicativo, e no final, eu estava trabalhando agora como escolta de carga. Trabalhei na “Toplog” que fazia escolta das “Casas Bahia”, “Bomfree” e “Assaí” (inaudível)… nas Casas Bahia em Santa Cruz da Serra. Na época do crime eu já trabalhava em outra empresa de escolta, na outra transportadora, no caso, na “Jadlog”.
DELEGADO 1: Nesse período o senhor teve alguma dificuldade financeira?
ÉLCIO: Sim, tive dificuldade financeira logo no início, perdi minha renda que era certa, fiquei somente com esses bicos que eu fazia, e na época o RONNIE que me ajudou muito; vira e mexe ele me ajudava… com um dinheiro pra fazer uma compra, sempre que podia ele me ajudava quando a gente se encontrava em algum momento… algumas vezes ele me ajudava financeiramente.
DELEGADO 1: Por conta dessa relação pessoal que vocês construíram durante esses 30 anos?
ÉLCIO: Verdade, as vezes ele me emprestava e eu pagava parceladamente também, conforme ia fazendo os serviços, muitas vezes também ele abria mão de alguma coisa ou outra (não precisa me pagar essa daí), e assim sempre nossa amizade foi baseada nisso daí, independente do dinheiro, mas a gente tinha uma relação de como se fosse irmão;
DELEGADO 1: Ele tinha uma boa situação financeira, o RONNIE?
ÉLCIO: Tinha, tinha uma boa situação financeira.
DELEGADO 1: O senhor sabe qual que era a origem dos recursos dele?
ÉLCIO: Ele sempre falou a respeito dos quiosques que tem em uma favela de Manguinhos, mas eu nunca vi, ele sempre falou. Agora eu sei da situação dele, a respeito que ele tinha uma sociedade com uma pessoa em GATONET isso dava uma renda pra ele mensal; e máquinas caça-níqueis… que também tinha ciência que ele tinha uma renda em máquinas de caça-níqueis.
DELEGADO 1: Com quem era a sociedade no GATONET?
ÉLCIO: No GATONET era com MAXWELL *(o ex-bombeiro Suel, preso nesta segunda-feira, 24)*, na área de Rocha Miranda; e no caso do RONNIE era mais pra dentro da comunidade do “Jorge Turco” ali, e todo o asfalto, todas as ruas ali, algumas favelinhas; abaixo da comunidade é do MAXWELL; a maior parte é do MAXWELL, só uma parte que era do RONNIE.
DELEGADO 1: A partir disso, os senhores tinham uma relação de confiança lastreada nesses trinta anos juntos, e o senhor, não que virou dependente econômico dele, mas ele lhe emprestava muito dinheiro de forma reiterada?
ÉLCIO: Sim, sempre que podia, que eu estava com ele, sempre me ajudou, e as vezes eu mesmo o procurava, pedindo uma ajuda e ele sempre me ajudou.
DELEGADO 1: Então o senhor tinha uma relação um tanto quanto dependente do RONNIE?
ÉLCIO: Não digo dependente, mas eu tinha uma dívida de gratidão com ele, por tudo que ele fez por mim, sempre tive gratidão, que ele me ajudou no momento mais difícil da minha vida, foi ele uma das pessoas que me ajudou.
DELEGADO 1: Foi depois da exclusão da PM?
ÉLCIO: Foi depois da exclusão da PM, sim.
DELEGADO 1: Agora em relação ao fato em si, quando que o senhor recebeu ou constatou, ou deduziu… foi a primeira situação vinculada em si a execução da vereadora e do motorista dela?
ÉLCIO: Primeira situação foi relacionada ao carro; porque aí eu vou descrever a situação do veículo. A primeira vez que eu fiquei sabendo do veículo em si, foi quando eu fui na casa dele uma vez no meu carro, que eu tinha um Corsa velho, estava com problema de bateria; eu vi na varanda dele uma bateria, e nessa ocasião eu pedi emprestada a bateria do veículo pra retornar pra casa, que estava falhando; me emprestou a bateria e alguns dias depois ele cobrou essa bateria, eu tive que devolvê-la; eu consegui comprar uma nova, e ao chegar lá ele me informou que teria um carro que não era bom, não sei se clonado ou furtado ou roubado, não sei… um carro de procedência duvidosa, e essa bateria seria pra esse carro, porque eles já tinham tido um outro carro, e esse carro foi recuperado pela Polícia Militar por local mal estacionado, pneu vazio; a Polícia Militar passou e verificou que o carro não estava em boas condições e rebocou o veículo; então ele conseguiu outro carro e a primeira coisa que ele fez foi botar a bateria nesse carro aí, pra não passar sufoco.
DELEGADO 1: Isso foi aproximadamente quando?
ÉLCIO: Alguns meses, em torno de agosto de 2017, aproximadamente.
DELEGADO 1: Em relação a bateria e a esse eventual carro que o senhor imputa como sendo o carro de procedência duvidosa, o senhor inferiu isso que era um carro de procedência duvidosa pelas palavras dele ou o senhor conseguiu perceber, ele lhe falou?
ÉLCIO: Isso, pelas palavras, pelo jargão seria um carrinho ruim… um carrinho ruim é um carro de procedência duvidosa, um carro roubado, vulgarmente conhecido como “cabra”, essa foi a situação.
DELEGADO 1: Ele usava reiteradamente carros dessa natureza?
ÉLCIO: Ele não usava, como se diz, a palavra certa não é reiterada, mas eventualmente ele possuía um carro desse tipo.
DELEGADO 1: Não foi a primeira vez?
ÉLCIO: Não, não foi a primeira vez; mas não era uma coisa que todo dia tinha um carro diferente, não era nesse sentido, era que eventualmente ele tinha um carro ruim sim, nessas condições.
DELEGADO 1: Em relação a essa recuperação realizada pela Polícia Militar, o senhor falou que como o carro estava em uma situação degradante, a Polícia Militar estranhou e fez a retirada do veículo do local onde ele estava; primeiro, como se deu essa retirada, o senhor sabe por que se deu essa retirada? E o senhor sabe onde estava esse veículo?
ÉLCIO: Pelo que ele falou, a situação degradante do veículo chamou a atenção da Polícia Militar; a PM conferiu o veículo, acredito que não pela placa, acredito que a placa deu o mesmo veículo, porque seria um veículo clonado; foi no caso pelo chassi e justamente isso chamou atenção, o carro estava em más condições de uso, com pneu vazio, aí a Polícia Militar recuperou o carro.
DELEGADO 1: E o senhor não sabe em qual local que foi realizada essa recuperação?
ÉLCIO: Ele me falou que o carro ficava entre Barra da Tijuca e Rocha Miranda; aí depois disso aí, fiquei sabendo de um outro veículo, que foi no caso que ele iria usar essa bateria, seria pra usar em um outro veículo, que ele conseguiu um outro veículo e essa bateria seria usada nele.
DELEGADO 1: O senhor soube pra onde esse carro foi destinado, pra onde a Polícia Militar mandou o carro que foi rebocado?
ÉLCIO: Não sei dizer, não sei dizer nem o modelo, nem pra onde foi, nem para o local que foi.
PROMOTOR 1: Entre Barra e Rocha Miranda, você quer dizer que ou fica na Barra ou fica em Rocha Miranda?
ÉLCIO: Isso, justamente, ou ficava na Barra ou em Rocha Miranda; aí depois eu fiquei sabendo que esse novo veículo passou a ficar mais na Barra da Tijuca, e sempre sendo trocado de lugar, para não dar margem novamente para ser recuperado.
DELEGADO 1: Qual o novo veículo?
ÉLCIO: Qual o novo veículo? COBALT PRATA.
DELEGADO 1: Então a partir da recuperação desse veículo que o senhor não sabe identificar, pela Polícia Militar, o RONNIE pegou esse COLBALT PRATA pra servir de…como seu novo clone, seu novo duble, correto?
ÉLCIO: Correto.
DELEGADO 1: Então, essa recuperação pela Polícia Militar se deu aproximadamente em agosto ou julho de 2017, o senhor acredita?
ÉLCIO: ou setembro, não sei, é esse período do meio do ano.
DELEGADO 1: E a partir de setembro ele já estava com o COBALT em mãos, correto?
ÉLCIO: É. Por outras coisas eu sei que ele estaria com esse carro nessa época.
POLICIAL CIVIL 1: Quando você viu o carro pela primeira vez?
ÉLCIO: Eu vi a primeira vez quando estava eu estava indo para o quebra-mar à tarde… (inaudível); quando estava chegando pra procurar… não tinha lugar pra estacionar no quebra-mar, eu procurei antes que tem um quiosque ali na Avenida do “Pepê”, tava procurando uma vaga, aí eu vi, antes de estacionar, eu vi o SUEL sentado… o MAXWELL sentado nesse COBALT PRATA e o RONNIE em pé, conversando com ele; aí eu consegui uma vaga ali, aí fui até ele; aí o RONNIE já estava se despedindo dele; aí foi que o RONNIE comentou comigo que era um carrinho, era o tal carro que estava sendo usado em um trabalho.
DELEGADO 1: Nesse período ele falou trabalho com o senhor?
ÉLCIO: Trabalho, trabalho.
DELEGADO 1: Mas o senhor remeteu a que? O que o senhor deduziu disso aí, que eles iam usar esse carro pra que?
ÉLCIO: Pra uma campana, diversas coisas, coisa que fosse ilícita; na época eu não sabia do que se tratava.
DELEGADO 1: Então essa foi a primeira oportunidade que o senhor viu o veículo. O senhor viu o veículo em quais outras ocasiões, o senhor sabe destacar?
ÉLCIO: Numa outra, a segunda vez que eu vi o veículo foi quando eu já estava no quebra-mar e o RONNIE comentou com o SUEL pra ele não deixar o carro no mesmo lugar, pra não acontecer a mesma coisa, aí falou: “troca o carro de lugar”; aí que eu fiquei sabendo que o carro estaria ali na Praia dos Amores; aí de imediato o SUEL saiu e foi lá trocar o carro de lugar; mas eu não vi onde era, só sei que era ali porque ele falou que era ali, nisso o MAXWELL foi andando.
DELEGADO 1: Então o MAXWELL era o cara que tinha a incumbência de fazer a troca de local desses veículos?
ÉLCIO: Correto, até por que o RONNIE não pode dirigir por causa da perna dele, só se for automático; então a chave ficava com MAXWELL pra ele trocar o carro de lugar, ali na Barra da Tijuca, não sei se ele ia pra Rocha Miranda; mas ali naquele local eu sei que ele trocava ali do estacionamento de um lugar do estacionamento pro outro; tem dois lugares ali na Praia dos Amores, ali tirava de um local, como se fosse algum hóspede, alguém que frequentasse aquele local ali, pra não ficar o carro parado nas mesmas condições que aconteceu com o carro anterior.
DELEGADO 1: A partir disso, isso foi aproximadamente em setembro já, outubro de 2017?
ÉLCIO: É, depois disso aí não vi mais o carro, eu só fiquei sabendo depois desse carro, numa conversa que nós tivemos no ano novo, na virada de 2017/2018, e no dia do crime.
DELEGADO 1: Então, detalha como foi essa conversa no dia 31 pra mim, por favor.
ÉLCIO: No dia 31, nós passamos nossa família junto com a dele, na casa dele na Barra da Tijuca, no Condomínio Vivendas; já tínhamos bebido bastante, aí em tom de desabafo ele comentou comigo que estava chateado, que ele estava num trabalho já algum tempo e teve a oportunidade de um alvo que seria uma mulher; estava com esse trabalho ele, o SUEL e o MACALÉ; estavam nessa época aí, já um tempo “campanando” esse alvo e teve uma oportunidade de chegar até esse alvo um dia, na área do Estácio, e na hora que foi pra acontecer o fato, o crime, no caso seria uma execução… o piloto (inaudível) do carro era o MAXWELL, o atirador na frente seria o RONNIE, o outro no banco de trás seria o EDMILSON MACALÉ. O RONNIE achou que houve um refugo, o carro deu um problema, pediu pra emparelhar, era um táxi; essa pessoa, essa mulher estaria num táxi e tinha uma oportunidade, só que na hora que ele mandou emparelhar, o carro deu um problema; e o RONNIE desabafou comigo, dizendo que não acreditava que teve problema, que foi medo, refugou; o MAXWELL que refugou no momento que queria, e a função dele era dirigir, do RONNIE seria o atirador; e do MAXWELL seria contenção do local em si, ele teria que descer do carro e sustentar …MACALÉ.
DELEGADO 1: Espera aí, esclarece de novo, quem estava no motorista, quem estava no banco da frente, e quem estava no banco de trás?
ÉLCIO: Motorista seria MAXWELL, o SUEL; banco do carona RONNIE com a metralhadora dele, a MP5; e no banco de trás, na contenção, seria o EDMILSON MACALÉ, que faria a contenção com AK47; foi essa a situação que ele me passou; nesse dia do ano novo que ele desabafou, aí eu fiquei sabendo que era o mesmo carro.
DELEGADO 1: Então pelo menos esses três, desde esse último trimestre de 2017 já estavam fazendo o monitoramento do alvo?
ÉLCIO: Até o final do ano estavam fazendo monitoramento do alvo.
DELEGADO 1: O senhor sabe como que estavam fazendo monitoramento do alvo, se era pesquisa, quem fazia?
ÉLCIO: Não, não sei; eu sei que era em torno ali da Tijuca, em redondezas ali; isso aí ele chegou até a falar, mas não sei dizer pro senhor.
DELEGADO 1: Pulando um pouco aqui na cronologia, mas eu já retornarei; Ficou evidenciado sobretudo no inquérito da Polícia Civil, que no mês de fevereiro, em alguns dias do mês de fevereiro, recorda-se de cabeça pelo menos dia primeiro, dia sete, dia quatorze de fevereiro, tiveram algumas campanas na região da Tijuca, em tese em relação ao alvo; esses locais o senhor teve ciência também que teve campana? Quem participou dessa campana? Ou se esses lugares eram praticamente os mesmos daqueles da campana desse último trimestre de 2017?
ÉLCIO: Dia quatorze eu lembro. O que acontece, eu não sabia no dia do interrogatório na DH, eu não sabia… eu só liguei os fatos do local, da data, foi na audiência de instrução, que foi quando o inspetor da Polícia Civil, da Delegacia de Homicídios, ele falou das datas e mostrou o carro nas localidades, justamente ali próximo da Tijuca; ali alguns locais onde o RONNIE já tinha comentado que estaria lá fazendo esse levantamento desse alvo. Aí foi só na audiência de instrução que eu tive a certeza de que era aquele local.
DELEGADO 1: Retorno (inaudível) do prazo pra essa tentativa frustrada em razão do refugo, suposto refugo do MAXWELL, o senhor sabe se foi na região da Estácio ou tem alguma indicação de algum local especifico, se o alvo estava se destinando pra algum evento, pra algum local?
ÉLCIO: Não, não; ele só falou que nesse dia em si teve a facilidade porque ela estaria num táxi na área do Estácio ali, e seria o local mais propício pra cometer o crime; mas ele já tinha falado que era a área da Tijuca e redondezas, então chego à conclusão de que é ali próximo a Tijuca, tanto que no dia do crime ela passou também pelo mesmo bairro.
DELEGADO 1: Então vou passar para o dia da execução. Pode me narrar qual foi sua rotina no dia 14 de março de 2018, por favor?
PROMOTOR 2: Entre o ano novo e o dia da execução ocorreu alguma outra coisa relacionada a esse fato, a MARIELLE alguma conversa, alguma coisa, algum encontro com MAXWELL? Do ano novo até março, dois meses e meio?
ÉLCIO: Não, depois ele tinha alguns encontros com outra pessoa, vou falar posteriormente; encontros casuais; apareceu também celular, que eu achei estranho aquele celular aparecer pra ele; ele costumava andar com celular de última geração, era um celular feio, mas era um smartphone; e o RONNIE não fala em telefone, só digita; aí eu perguntei e ele falou que era de uma pessoa que tinha fornecido pra ele.
PROMOTOR 2: Só voltando um pouquinho na vigilância; além do LESSA e do MAXWELL, o senhor tem conhecimento de mais alguém que tenha participado?
ÉLCIO: Sim, da vigilância, o EDIMILSON MACALÉ esteve presente em todas; inclusive foi através do EDIMILSON que trouxe… vamos dizer, esse trabalho pra eles; essa missão pra eles foi através do MACALÉ, que chegou até o RONNIE.
DELEGADO 1: Uma última pergunta em relação a isso também; na verdade era… a gente pode chamar de vigilância, pelo que o senhor está narrando; quero que o senhor confirme ou não, uma vigilância ou uma janela de oportunidade?
ÉLCIO: Correto; uma vigilância buscando uma janela de oportunidade; e essa janela de oportunidade apareceu, por que eles sempre estavam preparados pra pronto emprego, e nessa oportunidade houve o refugo.
DELEGADO 2: Inclusive o senhor narrou que ele estava nitidamente chateado por perder uma janela de oportunidade.
ÉLCIO: Justamente por que perdeu uma oportunidade que das outras vezes não teve uma oportunidade assim, tão clara como dessa vez, que seria somente o carro e o carro deles.
DELEGADO 1: E essas pessoas que o senhor narrou, notadamente MAXWELL, MACALÉ, eles tinham ciência disso?
ÉLCIO: Do alvo no caso, do trabalho em si?
DELEGADO 1: Do alvo, do trabalho e da janela de oportunidade?
ÉLCIO: Tinha, tinha sim; eles estavam justamente na missão, tanto que um estava com a metralhadora MP5 sempre e o outro com a função… com a AK47, com a função de fazer sempre a contenção do local. Não teria um outro porquê se não fosse por isso.
DELEGADO 1: Antes de entrar na execução, pelo que eu depreendi aqui dos seus anexos, parece que o senhor não tem tantas informações assim sobre eventual planejamento; mas não vou me furtar de perguntar, tudo bem, doutora?
ADVOGADA: Gesto positivo com a cabeça.
DELEGADO 1: Em relação a arma do crime, o senhor sabe a origem? De onde ela veio?
ÉLCIO: Sim, o que eu sei é o que foi passado por ele; essa arma ele adquiriu, segundo ele, tudo eu estou passando segundo ele me passou; de que houve um incêndio no Batalhão de Operações Especiais, no paiol, e essa arma foi extraviada; essa e outras armas foram extraviadas nesse incêndio aí, e essa arma ficou com uma pessoa que eu não sei quem é; essa pessoa conseguiu fazer a manutenção dela e vendeu pra ele; então ele tinha essa arma aí, conseguiu essa arma, por que ele já trabalhou no Batalhão de Operações Especiais, e o que acontece, essa arma já usou em serviço, pela numeração é de uma pessoa, mesmo policial que está acostumado a trabalhar sempre com a mesma arma; é costume, pessoa eu quero afinar o número 75 já sabe que aquela arma não vai dar problema; então tinha um carinho por aquela arma, que ele usava sempre quando estava em operação no Batalhão de Operações Especiais; e ele reformou ela todinha, deixou ela cem por cento.
DELEGADO 1: Senhor sabe quando foi esse incêndio?
ÉLCIO: Não sei, mas tem muitos anos.
POLICIAL CIVIL 1: O senhor tem ideia de quando ele adquiriu a arma dessa pessoa?
ÉLCIO: Foi antes disso tudo aí, que eu contei esse fato todo aí, ele já tinha e ele falou assim feliz, que tinha conseguido a arma; a data em si não, mas foi antes desse levantamento aí; eu seria até… chutar a data fica difícil, não tenho como, pode ter sido um ano antes; não chega a cinco anos antes; é uma perspectiva, acho que não chega um ano, nem dois anos; um ano antes do…já tinha conseguido a arma.
DELEGADO 1: O senhor sabe quem foi que vendeu a arma? Senhor sabe se era policial ou não era?
ÉLCIO: Não sei. Possivelmente policial porque essa arma foi extraviada do Batalhão de Operações Especiais; então alguém que tinha acesso as armas somente quem era; na época eu nem sei se realmente houve esse incêndio, ele passou que houve, já ouvi boatos que houve incêndios, mas eu não sei quando é, quando foi, não sei nem se eu estava na Polícia Militar; mas ele me passou que foi essa situação.
DELEGADO 1: Munição, UZZ18 da Polícia Federal, o senhor sabe como tiveram acesso?
ÉLCIO: Não sei, ele nunca falou desse assunto da munição; da munição infelizmente não.
DELEGADO 1: Ele tinha algum amigo Policial Federal?
ÉLCIO: Amigo Policial Federal que eu saiba, ele deve ter sim até hoje, mas eu não me lembro de alguém relacionado; eu lembro da época que uma amizade com aqueles rapazes que foram presos, MAUÉS (inaudível), BARRUAN; nessa época eram amigos, mas tem muitos e muitos anos, não é coisa recente; ele tem muita amizade que eu não conheço.
DELEGADO 2: Voltando a questão do carro, teve algum episódio no qual o RONNIE demonstrou alguma preocupação em relação a umas imagens que poderiam ter captado?
ÉLCIO: Sim; depois do fato do crime ele ficou preocupado porque aonde ele parava, localidade que ele parava ali debaixo do viaduto, ali sentido Praia dos Amores tem dois lugares pra estacionar, e ali tem uma pousada, e essa pousada poderia ter captado a imagem dele; isso depois do crime, pois foi divulgado amplamente na televisão que o carro passou por ali; então, fazendo retrocesso das imagens, poderia chegar na imagem dele, do MACALÉ e do SUEL entrando no veículo ali debaixo na Praia dos Amores, nessas campanas que eles estavam fazendo. Tinha essa preocupação sim, e depois de um outro local depois do crime, ficou preocupado também do local onde foi que eu fiquei, que eu embarquei no veículo no dia do fato; ele também ficou preocupado com aquele local ali; das imagens daquele local; mas principalmente da Praia dos Amores em si, desse episódio em si, que teria a imagem retroativa dos três.
DELEGADO 1: Eu vou avançar então na execução; depois faço algumas outras perguntas sobre o planejamento. Me diz então como foi a cronologia dos fatos no dia 14 de março de 2018, por favor.
ÉLCIO: No dia 14 de março eu estava de serviço nas Casas Bahia em Santa Cruz da Serra, fazendo acompanhamento; não é nem escolta; acompanhamento, que era só uma pessoa com meu veículo particular, Renault Logan (inaudível); vinha de Santa Cruz da Serra com três caminhões; até depois o senhor tem todos os dados do motorista, localização, GPS e tudo, tem como confirmar; em suma eu vim descendo com os três caminhões; teria que fazer a área de Madureira e Rocha Miranda; acompanhei os caminhões até o Madureira Shopping, dois caminhões ficaram no Madureira Shopping, o outro foi fazendo porta a porta em Rocha Miranda, enquanto os dois ficaram estacionando lá dentro; a minha função era acompanhar porta a porta a entrega de eletrodomésticos; por volta do meio dia, pelo aplicativo “CONFIDE”, recebi mensagem do RONNIE LESSA perguntando onde eu estava, se estava em casa, enfim se eu estava de folga; por onde eu estava; eu falei que estava trabalhando, e ele perguntou que horas eu sairia; eu falei que estava com esse caminhão, mandei até a foto pelo aplicativo CONFIDE, pra mostrar que eu estava no viaduto de Rocha Miranda em frente o grêmio recreativo de Rocha Miranda; aí mandei pra ele pra realmente ver que eu estava ali, não estava em casa; tô aqui, tô trabalhando, e não sei que horas vou sair; aí ele falou se até umas dezessete horas… umas dezenove horas… eu estaria liberado; aí eu falei que tinha esse caminhão; tem um outro lá; aí acabou que os caminhões que eu teria que fazer acompanhamento de Madureira, do Shopping Madureira me dispensou; então acabou o serviço duas horas da tarde; aí eu perguntei: mas pra que é? Ele respondeu que era pra dirigir pra ele; aí eu falei, mas qual foi, pra que é? aí eu recebi uma imagem pelo aplicativo CONFIDE; quem conhece sabe que tem que deslocar o dedo, correr o dedo pela tela, então fica tipo uma tarja acompanhando a imagem; não dá pra ver a imagem total, ela vai conforme vai passando o dedo, ela vai correndo; aí depois automaticamente ela se destrói; como eu estava ali meio que parado, dirige não dirige, atento, eu só vi a imagem 400 de várias mulheres reunidas; depois eu soube que era um evento da Casa das Pretas.
DELEGADO 1: Naquele momento o senhor não teve acesso? ÉLCIO: Não, não…até porque se mostrasse e falasse do nome da pessoa eu não iria reconhecer, pois na época eu não conhecia a Senhora MARIELLE FRANCO.
DELEGADO 1: O Senhor falou que vocês se comunicaram pelo CONFIDE… dois fatos, duas perguntas na verdade: Por que pelo CONFIDE e se o senhor tratava de assuntos específicos com o RONNIE pelo CONFIDE, e outros assuntos triviais por outro aplicativo?
ÉLCIO: Eu tratava de assuntos triviais pelo WhatsApp normal, mas quando era alguma coisa assim muito reservada, aí eu tratava no CONFIDE.
DELEGADO 1: Reservado de qual natureza?
ÉLCIO: Podia até ser uma traição, digamos assim uma mulher; mas poderia ser alguma coisa relacionada a… não sei…alguma coisa que não fosse legal; uma coisa que se tratasse de uma ilegalidade, vamos dizer assim…
DELEGADO 1: Vocês exploravam então a criptografia do aplicativo? Como que o senhor sabia que o aplicativo era pra essa natureza de conversas reservadas?
ÉLCIO: Eu fiquei porque eu recebi um convite de um dos conhecidos nossos, não sei se foi dele não; não tenho certeza, eu acho que não foi dele, mas todos os nossos conhecidos já estavam usando isso aí, então era até as vezes, um meio de quando não atendia um, chamava também no CONFIDE, porque fazia outro tipo de toque; mas a gente já sabia que era uma mensagem criptografada, até porque se chegasse em casa e tivesse alguma coisa…a minha mulher ver ou alguma coisa… não veria nada porque se desfaz; mas se fosse alguma coisa também que não fosse legal, também seria por ali.
DELEGADO 1: O Senhor se recorda mais ou menos que horas que o senhor recebeu essa mensagem no CONFIDE?
ÉLCIO: Foi em torno de meio dia; que ele me chamou foi por volta da hora do almoço, assim…logo em seguida eu sai as duas horas, então quer dizer que não demorou muito; eu acabei logo ali, deve ter sido meio dia em diante; eu sai duas horas; eu falei que estava livre e dispensado…aí ele falou: vai pra casa e eu vou te chamar no momento que for; fui pra casa tomei banho, almocei e fiquei aguardando; tem um jogo lá do Flamengo e Emelec na Libertadores, eu fiquei ali; a minha esposa perguntou se eu ia sair… alguma coisa… eu falei que ia ver o jogo; não falei nada que iria me encontrar com o RONNIE, pra algum tipo de coisa nenhuma; a minha esposa não sabe de nada, eu falei e ela confiou. Então, na sequência ele me chamou e… umas quatro e pouco da tarde pelo CONFIDE; foi só o tempo…vocês tem até na investigação, no caso, o horário exato na entrada no condomínio; mas foi só até o tempo dele me chamar eu já estava pronto, peguei ali… eu moro do lado da linha amarela…peguei a linha amarela, passei ali pelo (inaudível) e já estava… não peguei horário de rush, cheguei na casa… peguei Ayrton Senna, Lúcio Costa e entrei na casa dele.
DELEGADO 1: Nessa passagem pela linha amarela, o senhor pagou o pedágio?
ÉLCIO: Paguei o pedágio, eu lembro que eu tinha…guardei até o comprovante, mas só que ele com o tempo some.
DELEGADO 1: O senhor foi com o Logan?
ÉLCIO: Fui com o Renault Logan Prata; aí eu passei e paguei, na época eu estava devendo o passe expresso; aí tentei até botar o pré-pago, mas não consegui; aí parei de pagar… aí eu paguei, passei e fui pra casa…cheguei lá por volta de cinco horas; quando eu cheguei no condomínio dele eu anunciei a chegada, porque eu não sou…tem algumas pessoas que até tem liberdade de entrar no condomínio dele, mas eu não era essa pessoa; eu estacionei o carro, ele informou – até na investigação tem ele recebendo a chamada, mandando…autorizando a minha entrada – quando eu cheguei na casa dele, o veículo dele, a Evoque já estava posicionada em frente… estaciona ali…estava em pé, de calça… estranho porque ele anda de bermuda pra tudo que é lugar; e ele falou, vamos embora, deixa seu carro ali…aí entrei já no carro dele, ele botou a bolsa e saímos.
DELEGADO 1: Ele estava com uma bolsa quando senhor encontrou na área, já em pé?
ÉLCIO: Ele estava com uma bolsa, tipo bolsa de viagem, em pé do lado de fora, mandando e apontando onde tinha que estacionar dentro da garagem dele; aí quando eu desci do carro, ele já tinha colocado a bolsa no carro e assumido a direção; eu entrei do lado, saímos.
DELEGADO 1: A arma estava dentro dessa bolsa?
ÉLCIO: Depois eu fiquei sabendo que estava ali; não falou nada ali, só pegou a bolsa… aí saí; chegou na portaria, morador não marca nem entrada nem saída, só no caso visitante; saímos, entramos logo depois…ali não sei se era o Vivendas, não sei… acho que cresce a numérica… cresce a numérica…então ele morava no 3100, e na Vivendas depois do 3200 tem uma entrada, que essa entrada vai até os fundos de um condomínio, que tem uma portaria que leva até uma balsa…essa balsa atravessa pra Avenida das Américas; então quando chega próximo a esse portal, tem uma entrada pra esquerda que é os fundos realmente do condomínio; então fica o condomínio e essa entradinha da balsa; estava parado ali o Renault…desculpa, o COLBALT PRATA; ai parou; ele me orientou; falou pra desligar o telefone; eu lembro que…eu não sei se ele desligou ou se deixou ligado; ele falou deixa o telefone aqui; ele falou…não sei, não lembro se ele falou desliga, mas ele falou deixa aqui.
DELEGADO 1: Deixa aqui aonde?
ÉLCIO: No console do carro dele; e como com toque essas coisas podem acionar o alarme, eu sei que isso acontece, eu por mim mesmo já botei no modo avião e desliguei; ele eu não sei o que ele fez; se ele só desligou ou botou no mudo; descemos do carro e nosso telefone ficou ali; me deu a chave e eu assumi a direção, ele botou a bolsa atrás.
DELEGADO 1: Ele sentou aonde?
ÉLCIO: Ele sentou no banco do carona, no banco do passageiro na frente; aí saímos; esse condomínio tem uma saída do outro lado, nós entramos a primeira a direita, quer dizer nós saímos na outra entrada, passamos por dentro tem um “shoppingzinho” ali, uma padaria e tal, saímos ali; acho que sai do lado até de um banco; se eu não me engano o banco é até a esquerda ali; fizemos um retorno e fomos em direção… ele falou vai em direção ao centro, vamos pegar o Alto da Boa Vista; no caminho fui perguntando qual é a situação, aí ele falou que era a vereadora, falou o nome, mas eu não sabia quem era; mas aí eu falei o que é a situação? Ele falou que era pessoal; mas tem dinheiro nisso aí, o que é? Aí ele falou não, é pessoal. Aí fomos seguindo, ele foi me orientando.
DELEGADO 1: Então me fala só em relação a esse caminho, como que foi?
ÉLCIO: Aí ele foi me orientando; passamos pelo quebra mar, passamos debaixo do viaduto, a Avenida das Américas estava um pouco engarrafada, aí pegamos aquela ponte-estrada do Itanhangá; seguimos o Alto da Boa Vista, subimos o Alto, passei até em um radar onde foi visto o carro; passei naquele radar; descemos; pegamos a Haddock Lobo, depois a Saens Pena, acho que foi esse aí o caminho, se eu não me engano; eu posso tá enganado, mas…em frente toda vida, chegando lá, já na parte do centro da cidade foi me orientando, que ali não conheço bem…foi me orientando que seria do lado do antigo ICE – eu me lembro do antigo ICE, porque eu cheguei a pegar o antigo ICE na época que eu trabalhava, mas não é mais no mesmo lugar – mas eu não sabia chegar na rua que ele falou.
DELEGADO 1: Mas isso ele estava vendo aplicativo/celular?
ÉLCIO: Não, ele já sabia do local, por que ele falou que já tinha feito o local pelo…não sei se foi google maps ou… é algum aplicativo nesse sentido.
DELEGADO 1: Mas ele já tinha feito levantamento do local? Qual local? Na Rua dos Inválidos?
ÉLCIO: Do local da Casa das Pretas; depois fiquei sabendo que era da Casa das Pretas; é ali, Rua dos Inválidos, do lado do ICE; passamos, não tinha vaga, ele achou que estava até meio atrasado, já estava escurecendo.
POLICIAL CIVIL 1: Mas, desculpa interromper…quando você fala ele tinha feito o local pelo aplicativo, ele fez seguindo o aplicativo ou ele fez de fato, ele foi até o local?
ÉLCIO: Ele passou, pelo que eu entendi; ele fez via internet, mas me causou estranheza que ele já sabia a posição de tudo ali do local.
DELEGADO 1: Por que?
ÉLCIO: Tipo…para aqui, aqui dá pra parar, ali tem uma câmera, tem uma câmera aqui atrás, o local é aqui e tal…como se a pessoa já tivesse ido no local; por que só pela internet é uma coisa e pra pessoa ir no local é totalmente diferente. Aí não tinha lugar e ele falou dá mais uma volta; aí ele achou até que já tinha extrapolado o horário, tinha passado já.
DELEGADO 1: Mas ele sabia então um horário pré-determinado?
ÉLCIO: Sabia por causa que ele tinha visto que era um local que teria a reunião naquele horário, no caso, acho que as 19 horas.
DELEGADO 1: Você sabe qual foi a origem dessa informação?
ÉLCIO: Eu acho que foi do Instagram.
DELEGADO 1: Do Instagram da vereadora?
ÉLCIO: É, por que ele me mandou essa…a mesma foto; eu não se se foi da vereadora ou da Casa das Pretas; mas que veio a imagem pra mim do local, então, uma coisa leva a outra, né… então acredito que ele fez por Instagram.
DELEGADO 1: Ele falou que vocês tinham que chegar lá até que horas, ele falou alguma coisa?
ÉLCIO: Falou… acho que até as 19 horas…dezenove não…é, sete horas…é dezenove horas… aí sete horas ele ficou preocupado; não viu nada, não viu movimento, acho que acabou, até o evento já era; ele (RONNIE): dá mais uma volta pra gente ver; aí dei mais uma volta; procura um lugar pra estacionar, que não tinha; com muito custo ali, paramos ali – onde tem as imagens amplamente divulgadas – nós estacionamos; nesse instante; ele para ali e fala o seguinte: agora você precisa me ajudar…aí eu não entendi muito bem…aí ele começou a arriar o banco; deixou totalmente na horizontal pra passar pra trás, na parte do banco de trás; nisso que ele vai pra parte de trás a perna dele…não tem como ele levar a perna, isso que eu tinha que ajudar; conduzir a perna dele; não tem aquela situação dele se arrastar da esquerda pra direita.
DELEGADO 1: O carro balançou por que ele saiu da frente pra trás?
ÉLCIO: Ele saiu da frente pra trás; aquilo que foi feito pela perícia não tem nada a ver; ele parou e ele é muito grande, então ele ficou naquele túnel ali com uma perna de um lado e a outra de outro, dentro do automóvel ali, e eu fui ajustando o banco; nesse momento que eu estou ajustando o banco, que eu olho para o retrovisor, ele já estava colocando o casaco, tipo que se equipando, vamos dizer assim, se preparando; botou o casaco; daqui a pouco ele tira a metralhadora; no caso a arma do crime; coloca o silenciador; e ele nesse momento, até uma coisa assim que eu não esperava, ele pegou um binóculo, e ficou com o binóculo; nisso o carro desligado e totalmente fechado; aí a gente começou a ver uma movimentação ali do lado, a movimentação parecia ser uma pequena…(inaudível) um tráfico de drogas; aí bateram no vidro e ele disse para ficarmos em silêncio; aí foi abafando, abafando…e ele olhando e olhando; ai teve uma hora que saiu uma senhora lá, e depois eu vi que era parecidíssima com a vítima, o tipo de cabelo e tal; aí ele falou eu acho que é ela…não é ela não; então quer dizer, ele sabia exatamente como que era a pessoa; o perfil, quer dizer, não é só o rosto, ele sabia identificar a pessoa; eu não sabia quem era, não sabia distinguir uma da outra, nunca tinha visto; aí nesse momento ele falou assim: “cara, tá abafado, então liga aí só o ar condicionado….liga aí se não tiver jeito”; porque eu falei que estava embaçado os vidros, vai chamar atenção; aí ele falou liga o carro; aí nesse momento que ele falou liga o carro, o COBALT, mesmo não acionando a lanterna no momento que liga, o painel acende e vem aquela luminosidade; aí quando ele percebeu a luminosidade ele mandou uma touca para tapar a claridade, uma touca ninja; aí coloquei, eu tapei… então, justamente aquela imagem que aparece na televisão, daquela iluminação assim, não é celular nenhum, foi o painel que refletiu a luz pra fora e eu tapei com a touca.
DELEGADO 1: Você tem as características desse casaco que ele vestiu?
ÉLCIO: Sim; era um casaco preto com detalhes vermelho e branco, de algum time estrangeiro, não sei, Inglaterra, algum time assim; parecia um casaco até com as cores do flamengo, mas não era, as mangas eram pretas só que tinha um detalhe vermelho e branco.

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