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Coluna Agricultura : Entenda como funciona o protagonismo do Arco Norte no escoamento da produção agropecuária brasileira
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:51:14

Os portos do chamado Arco Norte foram responsáveis por exportar 33,5% da soja e do milho — os dois principais produtos agrícolas brasileiros – no primeiro trimestre de 2024. O resultado reforça movimento observado nos últimos anos, em que os terminais portuários localizados acima do Paralelo 16, nas regiões Norte e Nordeste, cresceram em importância para o escoamento da produção agropecuária do Brasil. 

O fenômeno começou no início da última década. Em 2010, a participação dos portos do Arco Norte nas exportações de soja e milho era de cerca de 8%, número que foi quase cinco vezes maior no ano passado — apontam dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Especialistas disseram que vários fatores explicam o maior escoamento dos grãos em direção aos portos de Barcarena (PA), Itaqui (MA), Santarém (PA), Itacoatiara (AM), Santana (AP) e Salvador (BA).

Larry Carvalho, advogado especialista em logística e agronegócio, diz que a redução dos custos de frete e de transporte é um dos fatores principais. "Especula-se um custo logístico 30% inferior do que nos corredores do Sul-Sudeste", compara.

Foto: Bruno Cecim/Agência Pará

Superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth diz que há maior proximidade desses portos com os produtores do centro e norte de Mato Grosso e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) — região de forte expansão agrícola — em comparação aos terminais do Sudeste e Sul do país.

"O que for daquela região da BR-163 e da BR-164, que vão pegar Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis, Campos de Júlio, Sapezal, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, o foco é a exportação pelo Arco Norte", 

exemplifica.

O mesmo ocorre com a produção do Matopiba, que escoa preferencialmente por Salvador ou Itaqui, completa.

Distância mais curta é igual a economia, afirma Guth. "O transporte de Sorriso para Miritituba (PA) é, em média, R$ 100 mais barato por tonelada movimentada do que de Sorriso para Santos. Imagina o que é isso no decorrer do ano, em termos de volume de exportação? Tem momentos do ano em que a diferença é até um pouco maior", pontua.

Intermodalidade 

Pesa a favor do Arco Norte a chamada intermodalidade no transporte. Ou seja, o escoamento até os portos ocorre por mais de um modal, seja por rodovias e depois hidrovias, seja por rodovias-ferrovias-hidrovias.

"Os corredores do Norte fizeram integração de modais muito bem feitas. Você faz uma parte de transporte rodoviário, faz outra parte de águas interiores, e depois já faz a carga no porto, ou para o Maranhão também você tem um ferroviário aliado ao rodoviário. E esse mix de vários modais é o que permite uma redução do custo logístico. É o grande atrativo da região", assegura Larry.

Investimentos 

Thomé Guth destaca que a publicação da Lei dos Portos em 2013 foi determinante para o aumento dos investimentos privados na melhoria da infraestrutura portuária, o que se estendeu para os terminais do Norte e Nordeste do Brasil.

Ele conta que o crescimento da produção agropecuária do país e da demanda externa pelos produtos brasileiros elevou a pressão por investimentos que melhorassem as rotas de escoamento até os portos do Arco Norte. "Tinha estrada de terra na BR-163 na região do Pará. Hoje o fluxo de caminhão está tranquilo por lá. Para o porto de Itaqui, por exemplo, tem a ferrovia Norte-Sul que já pega um bom pedaço", ilustra.

Larry Carvalho cita que as perspectivas quanto à melhoria da infraestrutura de transporte são positivas. "Tem a Ferrogrão, que está com julgamento pendente no STF [Supremo Tribunal Federal]; estamos vendo um movimento do Ministério dos Transportes na parte de arrendamento ou parceria público-privada para as hidrovias, como no Rio Madeira."

Competitividade 

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, ter mais de uma rota por onde escoar a produção é vantajoso para produtores, transportadores e demais atores envolvidos, diz Guth.

"O que é de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais ainda vai pela região Sul, Sudeste do país, que é o caminho viável, o que é muito vantajoso, porque ao mesmo tempo em que você diversifica essa exportação, você consegue diminuir o estrangulamento do sistema logístico no país em relação aos portos do Sul e Sudeste".

Até por isso, as filas de caminhões parados nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) — os dois principais do eixo Sul-Sudeste em movimentação — pertencem ao passado, lembraram os especialistas.  


*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Brasil 61, escrito por Felipe Moura

Coluna Meio Ambiente : Ibama prioriza educação ambiental para enfrentar perdas na biodiversidade e crise climática em 2024
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:49:28


Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulga o impacto do trabalho realizado em 2023 e aponta para uma mudança de comportamento, de forma inédita, com a definição da Educação Ambiental (EA) como prioridade no planejamento de suas ações.

No ano passado, o Ibama registrou aumento de 30,6% nas ações de fiscalização ambiental no país (em relação a 2022). No balanço de 2023, foram 21,4 mil operações fiscalizatórias realizadas. 

Com base nelas, o Instituto aplicou 16,49 mil infrações ambientais — aumento de 33,2% — e emitiu 5,88 mil embargos ambientais (crescimento de 20,4%). 

Dados divulgados em fevereiro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apontam que houve queda dos alertas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado no mês de janeiro.

Foto: Divulgação/Arquivo Ibama

Em janeiro, cerca de 119 km² de vegetação nativa foram perdidos na Amazônia, o que representa queda de 29% ante o total de 166,5 km² observado em dezembro de 2023. Já no Cerrado, o desmatamento chegou a 295,9 km² no primeiro mês deste ano, uma redução de 33% em relação a janeiro de 2023, quando atingiu 440,5 km².

O impacto do trabalho do Ibama também foi sentido nos cofres públicos: um aumento de R$ 194,6 milhões na arrecadação, resultante da concessão de 1,3 milhão de hectares de florestas públicas federais para o manejo florestal sustentável.

Para 2024, o Ibama definiu, em seu planejamento, que dará prioridade para a Educação Ambiental (EA). O objetivo é garantir relevância para o tema por meio de maior autonomia de atuação, uma estrutura física melhor e um orçamento mais robusto, tornando-o transversal, com envolvimento de todas as diretorias da autarquia.

Apesar da atuação permanente do Ibama no combate aos crimes ambientais, a priorização da EA busca a mudança de comportamento da população. Ações de educação ambiental, inclusive a partir de procedimentos internos do Instituto, vão contribuir para essas mudanças na sociedade.

Para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o órgão precisa "rever processos e a forma como com desafios que estão vivos neste país". Ele enfatizou a necessidade de prosseguir, em 2024, com a modernização e com uso de tecnologias para o enfrentamento à crise climática, à perda de biodiversidade, às contaminações, e à crise socioambiental.

 ComunicaBR

Todas as informações sobre ações, projetos e programas do Governo Federal na área de fiscalização e gestão ambiental passam a integrar a base do ComunicaBR, que ganhou atualização e ampliação no dia 12 de abril. Desde que foi colocada no ar, em dezembro de 2023, a ferramenta de transparência e comunicação pública já registrou mais de 1,5 milhão de consultas.

*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

 

Brasil : Especialistas se reúnem para provar matrizes genéticas do café robusta em Rondônia: "Momento de redescoberta"
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:48:25

Pesquisadores, baristas e degustadores profissionais retomam os estudos para entender o que há de tão especial nesses acessos genéticos.

Na busca por cafés robustas de perfis únicos, finos e até exóticos, um grupo de pesquisadores, baristas e degustadores profissionais se reuniram em Rondônia para traçar o perfil sensorial de robustas progênies - ou seja, a matriz genética do robusta.

"Esse é o momento de redescoberta, de releitura dos cafés que deram origem aos robustas amazônicos, que são os cafés 100% robustas, a matriz genética que se juntou aos conilon, formando as robustas amazônicos, que são cafés híbridos",

explicou Enrique Alves, pesquisador na Embrapa.
Matrizes genéticas do robusta foram torradas durante o encontro em Cacoal. Foto: Enrique Alves/Reprodução

O encontro aconteceu em Cacoal, capital do café, e segundo o pesquisador, o objetivo do encontro é retomar os estudos para entender o que há de tão especial nesses acessos genéticos.

"Nós chamamos os principais especialista da cafeicultora da parte da ciência, empresários da cadeia, do ramo de torrefação para nos ajudar a avaliar uma riqueza muito grande que Rondônia tem: seus materiais genéticos", disse Enrique.

Ao todo, 350 amostras da coleção da Embrapa Rondônia, fornecidos pelo Instituto Agronômico de Pesquisa (IAC), foram provadas pelos profissionais. Cafés com perfis sensoriais exóticos, que iam do floral ao frutado, foram encontrados.

"Café é feito para ser bebido e por isso que o sabor é tão importante quando a gente fala sobre pesquisa e sobre produção de café. Nada poderia ter me preparado para os sabores que a gente provou aqui. Sabores que quebram completamente qualquer estereótipo e visão que você poderia ter dos cafés robustas. E o que é o perfil do café canéfora? Doces, ácidos, amargos, delicados, densos e de uma variedade incrível. Isso aqui é o futuro da cafeicultura e o futuro vai ser uma delícia",

salienta Pedro Foster, dono de torrefação e da Fuzz Cafés.
Café robusta amazônico ganha indicação geográfica. Foto: Renata Silva/Embrapa Rondônia

Fazendo ciência 

Os Robustas Amazônicos são o resultado de décadas de evolução de cafés da espécie canéfora (conilon - trazidos por imigrantes - e robusta - que faziam parte da coleção da Embrapa).

De acordo com a Embrapa, foi na Amazônia, especialmente na região Matas de Rondônia, que estes materiais híbridos encontraram condições apropriadas para se desenvolver e tem se destacado na cafeicultura nacional pelo vigor, produtividade e, principalmente, qualidade.

A qualidade da bebida extraída a partir dessa junção rendeu a ele a primeira Indicação Geográfica com Denominação de Origem (DO) para café canéfora sustentável. 

Para manter a produção do robusta em constante evolução, o professor do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Lucas Louzada, foi um dos convidados pela Embrapa Rondônia para participar da pesquisa.

"Selecionar material genético baseados em aptidão de alta produtividade, resiliência a doença e perfis de qualidade superior de cafés especiais, posiciona a cafeicultura de Rondônia em uma posição de inovação, de ineditismo e acima de tudo, pensar o futuro dessa cafeicultura em termos de novas oportunidades para os cafeicultores",

revelou Lucas.
Rondônia é o segundo maior produtor de Café Canephora do Brasil e o maior da Região Norte. Foto: Samyr Otto

"Além das torras, moagens e degustações, parte da pesquisa também envolve estudos químicos. "Nós iremos analisar os materiais no aspecto químico, para que a gente possa entender a relação da genética da planta com a parte sensorial",

pontua Lucas.

Pensando no futuro

Juan Travain, presidente da Caferon - Cafeicultores Associados da Região Matas de Rondônia -, acredita que o encontro é determinante para as escolhas de qual café plantar no futuro.

"Para nós produtores é muito importante saber quais os cafés serão o futuro, saber qual que é a linhagem que nós devemos trabalhar. Porque até decidir qual café plantar, plantar e a gente conseguir disponibilizar no mercado, há um tempo aí. Então é necessário a gente sempre antecipar o mercado, saber a linhagem de sabores que as pessoas estão buscando cada vez mais", disse Juan.

Poliana Perrut, R-grader - profissional certificada em degustação e classificação de cafés -, produtora de café robusta amazônico e eleita como a cafeicultora com o melhor canéfora fermentado em 2021, pontua que a partir da diversidade encontrada no encontro, novas combinações de cafés podem surgir.

"Nós estamos maravilhados com a diversidade que estamos encontrando de sabores nos materiais de canéforas. Como produtora eu fico entusiasmada, porque além da qualidade que nós estamos conseguindo atingir com os materiais presentes, nós ainda temos um universo muito grande de possibilidade e de combinações que a gente pode fazer", explicou Poliana. 

*Por Thaís Nauara, do g1 Rondônia

Ciência & Tecnologia : Quatro softwares produzidos no Pará são registrados junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:47:16


O Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica (NITT) do Instituto Federal do Pará (IFPA) fez o depósito junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e conseguiu o registro de quatro softwares: 'Recomendação de Adubação para a Cultura do Milho'; 'Dimensionamento de Piquetes para pastejo Rotacionado'; 'Sistema Para Recomendação de Fertilizantes e Corretivos (Sisfert)'; e um 'Sistema Descritor de Classes de Solos'. O certificado tem validade de 50 anos a contar da data do depósito de cada programa.

Os softwares são de autoria do professor no IFPA campus Santarém, Raimundo Sátiro dos Santos Ramos, engenheiro agrônomo, mestre em agronomia e doutor em educação. Funcionam em plataforma WEB, são de uso gratuito, servem para tornar eficiente e prático os cálculos agronômicos. São ferramentas resultantes de projetos de pesquisas executados no Campus Santarém.

Foto: Reprodução/IFPA

Ramos trabalhou no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Rio de Janeiro e na Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará. Agora, no IFPA, tem se dedicado ao ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento na área de programação científica aplicada à agropecuária, desenvolvendo softwares e realizando análise de dados na área de Agroinformática. É líder do Grupo de Pesquisa em Tecnologia Agrícola (GPTAgri) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenador do Laboratório de Tecnologia Agrícola (Latagri) do IFPA campus Santarém.

O professor Sátiro Ramos ministra aulas no curso Técnico em Agropecuária e na Graduação em Engenharia Agronômica as seguintes disciplinas: Culturas Anuais, Culturas Industriais, Defesa Agropecuária, Introdução à Agronomia, Introdução à Ciência do Solo, Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Beneficiamento e Armazenamento de Grãos. 

Ele explica que inicialmente trabalhava com a agronomia convencional e, depois, decidiu mudar de linha de pesquisa incluindo a área de tecnologia. 

"Minha linha de pesquisa é a agroinformática. A ideia para desenvolver o Sisfert surgiu durante as aulas de fertilidade do solo. Foi uma forma de ajudar os alunos que tinham muitas dificuldades com os cálculos", 

detalha.
Os softwares e aplicativos estão disponíveis para o livre e gratuito acesso. Pode auxiliar os profissionais da área técnica e o produtor rural nas atividades de adubação e correção do solo para cultivo de culturas (industriais, florestais e anuais), frutíferas, hortaliças e pastagens.

O registro de programa de computador no Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI é a forma de garantir sua propriedade e obter a segurança jurídica necessária de modo a proteger o seu ativo de negócio e comprovar a autoria ou titularidade do programa.

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Softwares Agropecuários 

O Sistema para Recomendação de Fertilizantes e Corretivos (Sisfert) é resultado do projeto de pesquisa do EDITAL n° 01/2020 PIBICTI – PROPPG – IFPA - CNPq, que teve como discente Bolsista Marco Antônio Repolho Lucas, em 2020. É um site com quatro subsistemas para adubação – simples, formulada, orgânica, interpretação, correção e conversão de unidades de solos.

Quando se acessa o sistema Sisfert, o produtor ou profissional pode escolher o tipo de adubação, um deles é a adubação simples, onde aparecerá três tipos de culturas (industriais, florestais e anuais), frutíferas, hortaliças e pastagens. E se a escolha for pelas culturas industriais, é possível verificar a adubação ideal para o cultivo de mandioca, dendê, cacau, açaí e pimenta do reino. Se a escolha for pelas culturas frutíferas, o sistema fornecerá a adubação adequada para o cultivo de citros, abacaxi, banana, cupuaçu, graviola e coqueiro.

O Sisfert foi depositado em 2020 junto ao INPI e o registro n. BR512023000509-6 foi concedido em 7 de março de 2023, com direito de 50 anos a contar a data do depósito, 10 de dezembro de 2020.

Sistema Descritor de Classes de Solos foi depositado em 17 de maio de 2023 junto ao INPI e o registro n. BR512023001620-9 foi concedido em 13 de junho de 2023. É um produto do edital EDITAL n. 05/2022 – PIBICTI/PROPPG/IFPA/CNPq e do discente bolsista Andrey Barbosa Silva, em 2023.

Recomendação de Adubação Para a Cultura do Milho foi depositado em 4 de dezembro de 2023 junto ao INPI e o registro n. BR512024000200-6 foi concedido em 30 de janeiro de 2024. É resultante do projeto de pesquisa do edital EDITAL nº. 01/2023/PROPPG e do discente bolsista Joilson dos Santos Ferreira, em 2023.

Dimensionamento de Piquetes Para Pastejo Rotacionado foi depositado junto ao INPI em 3 de outubro de 2023 e o registro n. BR512023003652-8 foi concedido em 5 de dezembro de 2023, advindo do edital Chamada Interna n. 02/2023 – Meninas na Ciência e da aluna bolsista Alissa Juliana Mota da Costa, em 2023.

Os aplicativos estão sendo desenvolvidos em parceria com o Professor Dr. Guilherme Damasceno Silva: Recomendação de adubação simples para culturas industriais e Recomendação de adubação formulada NPK

Registro de Software 

A proteção de sites ocorre sobre o layout da página, e é realizada pela Biblioteca Nacional, com base na Lei nº 9.610/98, de direito autoral. De acordo com esta lei, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) define como Programa de computador "a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados".

Um estudante ou servidor do IFPA ao criar um programa de computador, pode solicitar ao NITT a proteção do software, o que gera uma série de benefícios, tais como: proteção contra cópia não autorizada, reprodução e distribuição do software por terceiros; pontuação no Currículo Lattes; direito de repassar a outros setores da sociedade; licenciamento ou outro tipo de transferência com retorno financeiro, parte do valor pertence ao autor; programas de computador protegidos geram indicadores de inovação para o IFPA; os softwares protegidos são indicadores de inovação do IFPA na prospecção de novas parcerias. "É uma forma de afirmar e consolidar seus direitos autorais sobre o software", afirma o coordenador do NITT, Marco Aurélio Lopes Della Flora.  

Brasil : Quase todas as etapas das obras da BR-319 possuem baixa transparência de contratos
Enviado por alexandre em 17/04/2024 09:46:24

Foram analisados os 21 contratos que vigoravam em outubro do ano passado, sendo que 18 deles ainda estão vigentes


A avaliação dos contratos celebrados para obras na rodovia BR-319 indica baixos níveis de transparência em quase todas as fases da contratação. Foram identificadas ausência de consultas livres, prévias e informadas à população impactada; fragilidade de informações sobre a execução dos contratos; e falta de informação ampla sobre o licenciamento ambiental.

Essa vulnerabilidade se torna ainda mais preocupante num momento em que o Congresso Nacional discute flexibilizar as regras para o licenciamento ambiental de obras da rodovia, construída nos anos 1970 e causa de inúmeros casos de desmatamento e danos socioambientais até hoje.

Foram analisados os 21 contratos que vigoravam em outubro do ano passado, sendo que 18 deles ainda estão vigentes. Os resultados constam da nota técnica "Transparência dos Contratos Vigentes da BR-319", produzida pela Transparência Internacional - Brasil e pelo Observatório BR-319, lançada no dia 5 de abril, no site observatoriobr319.org.br.

Foto: Divulgação/DNIT

O estudo foi feito com base na metodologia do "Guia Infraestrutura Aberta", desenvolvida pela Transparência Internacional – Brasil. A ferramenta permite a avaliação dos níveis de transparência de grandes projetos de infraestrutura, considerando as diferentes fases do ciclo de vida das obras, incluindo avaliações sobre os formatos das informações, os riscos socioambientais da infraestrutura e a existência de oportunidades de participação social no processo decisório.

Para a avaliação, foram acessados diversos portais do governo federal com informações sobre os contratos da BR-319, sendo que o mais usado para o diagnóstico foi o contratos.gov. A nota técnica vai além da avaliação dos contratos e busca outros mecanismos capazes de garantir mais transparência e aprimorar a governança das obras da rodovia BR-319.

A avaliação mostrou que o pior desempenho (que recebeu a nota 0, numa escala de 0 a 100) foi em relação às consultas livres, prévias e informadas aos povos da floresta e a todos os grupos e comunidades potencialmente afetados pela construção da BR-319, principalmente aqueles que residem em territórios na área de influência da estrada. Apesar de essas consultas serem previstas pela Convenção n.º 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, isso nunca foi cumprido no caso da BR-319.

A segunda pior nota foi atribuída à fase de execução contratual (nota 5,5, na escala de 0 a 100). A avaliação demonstrou que não há transparência sobre relatórios de auditoria de fiscalizações efetuadas, informações sobre programas de integridade existentes nas empresas vencedoras das licitações, e sobre possíveis sanções ou multas já aplicadas. Além disso, viu-se que não é possível tomar conhecimento, por transparência ativa - isto é, aqueles dados e informações publicados proativamente pelos órgãos do governo - de informações mais específicas sobre as obras contratadas, como fotos, localizações e cronogramas, e nem dos registros de reuniões com grupos e comunidades impactadas pela obra após a fase de contratação. Não foi possível identificar agências financiadoras, nem se há salvaguardas ambientais impostas pelos financiadores.

Imagem: Reprodução/Observatório BR-319
Também foi considerada baixa a nota da fase preliminar dos contratos e riscos socioambientais (nota 23,3). Nesse quesito, foram encontradas apenas as informações mais básicas buscadas, como avaliação sobre os riscos da contratação, a designação do local do empreendimento, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) - que estão entre os instrumentos mais importantes para o processo prévio de licenciamento ambiental - e o chamamento para realização de audiências públicas sobre o licenciamento ambiental prévio. Faltavam, no entanto, estudos prévios de viabilidade e informações sobre os estudos do componente indígena ou quilombola realizados, o termo de referência para contratação do EIA e RIMA, e a ata e relatório de devolutiva da audiência pública sobre o licenciamento prévio.

Outro aspecto que recebeu classificação baixa foi em relação a diretrizes para a publicação de dados e informações (nota de 38,9). O portal analisado (contratos.gov) cumpriu apenas diretrizes mais gerais de centralização e acessibilidade aos contratos, e falhou em ampliar acesso à informação via transparência passiva e permitir que cidadãos façam denúncias ou sugestões.

Único quesito a receber a classificação "média" foi a transparência na fase externa da licitação. Tanto no portal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) quanto no contratos.gov foi possível identificar informações como homologações das licitações, atas das reuniões das comissões de licitações, licenças de instalação, propostas vencedoras e nomes das empresas contratadas. Em contrapartida, não estão disponíveis informações como o parecer técnico dos órgãos envolvidos quanto ao licenciamento ambiental e extrato do contrato.

Nenhum dos itens avaliados recebeu a classificação de alta transparência.

"A ausência de transparência em obras que possuem grande relevância para o país, como é o caso da rodovia BR-319, evidencia as dificuldades para os órgãos de controle, a população em geral e a sociedade civil realizarem o controle social dessas obras e, ao mesmo tempo, uma dificuldade dos órgãos governamentais em organizar e publicar as informações sobre todo o ciclo de vida de uma obra dessa magnitude. Para garantirmos a realização íntegra, transparente e sustentável das obras na rodovia, é urgente a organização e oferta de informações sobre as decisões relativas às obras na BR-319, além da ampliação do diálogo e consulta aos povos e comunidades afetados pela rodovia", 

diz Amanda Faria Lima, analista de integridade e governança pública da Transparência Internacional – Brasil.
Esta é a primeira vez que uma organização da sociedade civil realiza um levantamento sobre transparência na BR-319. "Esta nota técnica representa um marco importante para o Observatório BR-319, pois a transparência contribui bastante para o fortalecimento da governança na área de influência da rodovia. Além disso, a publicação reafirma o que já estamos dizendo há anos: que as consultas livres, prévias e informadas são essenciais para a tomada de decisões a respeito do empreendimento", destaca Fernanda Meirelles, secretária-executiva do Observatório BR-319.

Sobre o Observatório BR-319

O Observatório BR-319 é uma rede criada em 2017 e formada por organizações da sociedade civil que atuam na área de influência da rodovia, que compreende 13 municípios, 42 Unidades de Conservação e 69 Terras Indígenas entre os Estados do Amazonas e de Rondônia. As atividades desenvolvidas pela rede têm o objetivo de produzir informações sobre a rodovia e os processos necessários para um desenvolvimento inclusivo, com respeito aos direitos legais constituídos dos povos da floresta e de conservação dos recursos naturais. O OBR-319 também tem o objetivo de fomentar o protagonismo, a governança e a autonomia dos moradores dos territórios locais, sendo uma rede comprometida com o fortalecimento da sustentabilidade da região do interflúvio Purus-Madeira.

Desde 2018, o Observatório BR-319 já publicou oito notas técnicas e três retrospectivas anuais de desmatamento e focos de calor com recorte para a rodovia. É importante destacar que estas produções são realizadas com base na expertise técnica de cada organização membro como forma de contribuir para o fortalecimento do debate sobre assuntos a respeito da rodovia e contribuir com órgãos de controle e da administração pública, munindo-os com informações resultantes dos monitoramentos e pesquisas realizados pelas organizações membro, visando resguardar o bem-estar e o modo de vida das populações indígenas, extrativistas e tradicionais que vivem no local.

Sobre a Transparência Internacional - Brasil 

A Transparência Internacional é um movimento global com um mesmo propósito: construir um mundo em que governos, empresas e o cotidiano das pessoas estejam livres da corrupção. Atuamos no Brasil no apoio e mobilização de grupos locais de combate à corrupção, produção de conhecimento, conscientização e comprometimento de empresas e governos com as melhores práticas globais de transparência e integridade, entre outras atividades. A presença global da TI nos permite defender iniciativas e legislações contra a corrupção e que governos e empresas efetivamente se submetam a elas. Nossa rede também significa colaboração e inovação, o que nos dá condições privilegiadas para desenvolver e testar novas soluções anticorrupção.

Diego - Produção de açaí, mandioca, café, cacau, entre outros itens, gera R$ 24,4 bilhões para a região do Bioma Amazônia, segundo estudo do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV

Para promover um desenvolvimento mais sustentável e gerar renda para a região, seria importante tanto focar nos produtos mais associados ao Bioma (como açaí, dendê, mandioca, café) quanto aproveitar o desenvolvimento dos produtos que já estão consolidados, como as commodities agropecuárias (soja, milho e algodão).

De acordo com o IBGE, em 2022, a produção agrícola dos municípios que compõem o Bioma Amazônia foi de R$ 118,5 bilhões, representando apenas 14,3% do total do país. Desse montante, R$ 24,4 bilhões (20,5%) foram gerados pela produção de açaí, mandioca, café, cacau, banana, cana, dendê, abacaxi, arroz, feijão e outros produtos da região. Os dados são do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O estudo constatou ainda que o valor de produção associado a esses produtos do Bioma Amazônia é menor do que o gerado pela soja, milho e algodão, que foi de R$ 94,1 bilhões. Contudo, desse montante gerado por essas commodities, R$ 74,4 bilhões foram produzidos pelos municípios que são pertencentes ao estado do Mato Grosso (MT), ou seja, estado que tem sua dinâmica de produção agrícola muito mais associada ao Cerrado do que ao próprio Bioma Amazônia. De outra forma, se não fosse o estado mato-grossense, a produção de soja, milho e algodão do Bioma Amazônia seria de R$ 19,8 bilhões, montante inferior ao gerado pelos demais produtos do Bioma (21,9 bilhões).

O mesmo ocorre quando se analisa a área colhida. O Bioma Amazônia, em 2022, somou 13 milhões de hectares em área colhida, desse total, 11,2 milhões de hectares foram associados às culturas de soja, milho e algodão, e 1,8 milhão de hectares foram relativos aos demais produtos.

No entanto, ao desconsiderar o Mato Grosso, observa-se que a área colhida de soja, milho e algodão (2,5 milhões de hectares) é somente um pouco acima do tamanho da área colhida com outros produtos (1,5 milhão de hectares), ou seja, o cenário de produção agrícola do Bioma Amazônia é bem diferente quando se compara o Bioma completo e quando se exclui o Mato Grosso, que é um estado com uma atividade agrícola, na média, bem desenvolvida, inclusive com uma interface com o mercado externo.
Segundo Roberta Possamai, pesquisadora do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV e uma das autoras do estudo, o importante não é o produto que será ofertado pela região do Bioma da Amazônia, mas sim sua capacidade de gerar renda e ser sustentável. "O ideal seria termos uma produção ambientalmente sustentável e que consiga gerar renda e dinamizar a economia local, aproveitando a produção tanto de produtos usualmente mais associados ao Bioma, como também as commodities com mercados e instituições brasileiros consolidados."

A pesquisa conclui que para promover um desenvolvimento mais sustentável, bem como gerar renda para a região, seria importante focar nos produtos mais associados ao Bioma (como açaí, dendê, mandioca, café, etc.) e aproveitar o desenvolvimento dos produtos que já estão consolidados, como commodities agropecuárias (como soja, milho e algodão). Em ambos os casos, é preciso aprofundar e ampliar a adoção de práticas e métodos mais sustentáveis (por exemplo, para as "grandes commodities", tecnologias, como o plantio direto, a recuperação de pastagens, os sistemas integrados, entre outros). 

Metodologia 

O Bioma Amazônia é composto por 496 municípios e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ocupa cerca de 50% do território brasileiro, possui a floresta Amazônica, que é a maior floresta tropical do mundo, abrigando uma imensa quantidade de espécies da flora e fauna.

Diante da relevância da região, o objetivo desse estudo foi mapear a atividade agrícola desenvolvida nesse Bioma. Para isso, o Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia (OCBIO) da Fundação Getulio Vargas (FGV) utilizou a Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE, disponível até o ano de 2022. Nesse mapeamento, foram considerados os 496 municípios do Bioma Amazônia. 


*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Observatório BR-319, com texto produzido pela assessoria de comunicação da Transparência Internacional – Brasil.

 

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