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Regionais : Insaciável, a indústria dos cartórios tentar amplia faturamento bilionário
Enviado por alexandre em 17/04/2019 09:18:41


Setor que floresceu até no auge da crise econômica, a bilionária indústria dos cartórios no Brasil conseguiu autorização para emitir identidade e passaporte, numa tentativa de conter a expansão dos serviços de emissão de documentos tipo “Poupatempo” em São Paulo, “Na Hora” de Brasília ou “Expressão Cidadão” de Pernambuco. O objetivo é ampliar ainda mais o faturamento anual de R$15 bilhões. A informação é da Coluna de Cláudio Humberto.

Os órgãos estaduais surgiram para facilitar a emissão de documentos e não faturar ’30 moedas de prata’ pelas quais ‘babam’ donos de cartório.

Será possível obter ou renovar passaportes em cartórios de registro civil mediante pagamento de “taxa extra”, claro.

O mundo se livra dos cartórios para se modernizar e desenvolver, mas o lobby bilionário aprisiona o Brasil a essa “indústria da desconfiança”.

Regionais : “Não vou me intimidar”, diz jovem alvo de buscas da PF por críticas ao STF
Enviado por alexandre em 17/04/2019 09:17:54


Isabella fez uma live para falar sobre a operação Foto: Reprodução

Após ser alvo de mandado de busca e apreensão nesta terça-feira (16), por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), a jovem Isabella Sanches de Sousa Trevisani foi às redes sociais para dizer que não vai se intimidar. O ministro Alexandre de Moraes usou a Lei de Segurança Nacional, editada em 1983, durante a ditadura, para enquadrar a jovem de 22 anos e outros seis investigados por conta de ofensas contra a Corte.

Na manhã desta terça-feira, Isabella fez um live em seu perfil no Facebook para falar sobre a ação da Polícia Federal:

“Essa é a ditadura do Judiciário. Eles querem calar o povo brasileiro que luta contra eles nas ruas, eles querem impedir, censurar de todas as maneiras possíveis. Só tenho um recado a vocês: ministro Alexandre de Moraes, ministros do STF, a vez de vocês está chegando. Vou tacar mais ovos nos carros, nos prédios, onde eu conseguir. Podem me aguardar, não vou me calar, isso não vai me intimidar, não vai intimidar o povo brasileiro. Continuaremos nas ruas contra esse descaso, desrespeito e arbitrariedade que vêm fazendo contra nós”.

Em seguida, ela disse que “o STF vai cair”, lembrou o lema de campanha do presidente Jair Bolsonaro e pediu:

“Prisão desses bandidos, ladrões de toga já, fechamento do STF”.

O vídeo é acompanhado das hashtags: #NãoVouMeIntimidar e #ForaDitaduraDoJudiciário. No texto, ela escreveu ainda “STF vergonha nacional, fora STF” e que Alexandre de Moraes está censurando a verdade.

A jovem afirmou que não estava em casa no momento em que a PF bateu a sua porta, mas disse que, se estivesse, teria servido café aos policiais. E criticou o ministro que determinou as buscas:

“Polícia Federal às 6hs da manhã cumpriu busca e apreensão, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, vale ressaltar, ex-advogado do PCC, do meu computador. Eu não estava em casa, pois se estivesse teria recebido a PF com cafezinho e bolo.  #PoliciaFederalOrgulhoNacional”, escreveu.

Isabella afirmou que vai entrar com recurso “para derrubar essa decisão arbitrária”, a qual chamou de censura.

“FECHEM O STF e CRIMINALIZEM os ministros corruptos, PL 4754 da Câmara dos Deputados que tipifica crime de responsabilidade dos ministros do STF. Após coloquem em prática a PEC 52/2015 de autoria do senador Reguffe que prevê fim de indicações políticas, aprovação dos ministros mediante concursos prestados e mandato limitado de 5 anos”, concluiu ela, que é de Ferraz de Vasconcelos (SP).

Na decisão, o STF diz que a jovem postou nas redes sociais propaganda de processos ilegais para alteração da ordem política e social, como numa publicação de 23 de março, em que se lê: STF vergonha nacional! A vez de vocês está chegando. O ministro cita ainda que, em outro momento, ela atribuiu a um ministro da Corte fato definido como crime ou ofensivo à reputação: “Esta é a recepção para ministro ladrão de toga”. Nesse vídeo, de 29 de março, ela exibe uma cesta de ovos.

O ministro determinou o bloqueio das contas nas redes sociais dos investigados. A jovem demonstrou preocupação e disse no vídeo ao vivo que quer falar antes que ocorra o bloqueio de seu perfil.

Isabella foi candidata à deputada estadual no ano passado pelo PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão, e recebeu 512 votos. Nas redes sociais, adota em algumas postagens o bordão “Brasil, ame-o ou deixe-o”, frase que ficou conhecida como slogan do período da ditadura militar brasileira. Numa foto postada por um amigo, aparece com uma camisa em que está escrito “Ustra vive”. Carlos Alberto Brilhante Ustra, que morreu em 2015, foi chefe do Doi-Codi do 2º Exército. A Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto Brasil Nunca Mais, denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências do Doi-Codi no período em que Ustra era o comandante, de 1970 a 1974. Com informações da revista Época.

Concurso Público : Edital de 1.000 vagas da Secretaria de Educação da Paraíba sai nesta quarta-feira
Enviado por alexandre em 17/04/2019 09:17:12


Professores

A publicação do aguardado edital de abertura de inscrições do concurso público da Secretaria Estadual de Educação da Paraíba (SEE-PB), deve ocorrer já nesta quarta-feira, 17 de abril. A confirmação é do próprio governador João Azevedo durante o programa “Fala Governador”, transmitido por uma rede social. A seleção deverá contar com uma oferta de 1.000 vagas para professores na rede estadual.

A distribuição das vagas pelas respectivas disciplinas será a seguinte: artes (72 vagas), biologia (150), educação física (68), filosofia (6), física (47), geografia (72), história (78), língua espanhola (18), língua inglesa (61), língua portuguesa (195), matemática (199), química (28), sociologia (6).

Além da área de educação, o governador já anunciou recentemente, que serão anunciados novos concursos para a Procuradoria Geral do Estado (PGE/PB) e para o quadro técnico da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).

Último concurso

O último concurso na área de educação no estado ocorreu em 2012. Na ocasião, a oferta foi de 2 mil vagas para professores em diversas disciplinas, com jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Do total de postos, 348 foram para as disciplinas de língua portuguesa, 170 para língua inglesa, 20 para arte, 216 para história, 244 para geografia, 186 para biologia, 178 para química, 400 para matemática e 60 para educação física.

A banca organizadora foi o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) e a prova foi composta de 50 questões, sendo 30 de conhecimentos gerais e 20 de conhecimentos específicos. Em conhecimentos gerais foram abordados temas sobre legislação básica, orientações curriculares, conhecimentos pedagógicos, língua portuguesa e fundamentos da educação/prática docente.

Regionais : Edital de 1.000 vagas da Secretaria de Educação da Paraíba sai nesta quarta-feira
Enviado por alexandre em 17/04/2019 09:16:41


Professores

A publicação do aguardado edital de abertura de inscrições do concurso público da Secretaria Estadual de Educação da Paraíba (SEE-PB), deve ocorrer já nesta quarta-feira, 17 de abril. A confirmação é do próprio governador João Azevedo durante o programa “Fala Governador”, transmitido por uma rede social. A seleção deverá contar com uma oferta de 1.000 vagas para professores na rede estadual.

A distribuição das vagas pelas respectivas disciplinas será a seguinte: artes (72 vagas), biologia (150), educação física (68), filosofia (6), física (47), geografia (72), história (78), língua espanhola (18), língua inglesa (61), língua portuguesa (195), matemática (199), química (28), sociologia (6).

Além da área de educação, o governador já anunciou recentemente, que serão anunciados novos concursos para a Procuradoria Geral do Estado (PGE/PB) e para o quadro técnico da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).

Último concurso

O último concurso na área de educação no estado ocorreu em 2012. Na ocasião, a oferta foi de 2 mil vagas para professores em diversas disciplinas, com jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Do total de postos, 348 foram para as disciplinas de língua portuguesa, 170 para língua inglesa, 20 para arte, 216 para história, 244 para geografia, 186 para biologia, 178 para química, 400 para matemática e 60 para educação física.

A banca organizadora foi o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) e a prova foi composta de 50 questões, sendo 30 de conhecimentos gerais e 20 de conhecimentos específicos. Em conhecimentos gerais foram abordados temas sobre legislação básica, orientações curriculares, conhecimentos pedagógicos, língua portuguesa e fundamentos da educação/prática docente.

Regionais : “Atitude do STF com ‘Crusoé’ pode ser vista como intimidação às empresas de comunicação”, diz jornal
Enviado por alexandre em 17/04/2019 08:39:39

O ministro Alexandre Moraes é o relator do inquérito do STF sobre fake news, aberto após pedido de ofício do presidente Dias Toffoli.

Por Beatriz Jucá/El País

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um controverso inquérito para investigar a propagação de notícias falsas contra membros da Corte. Embora a Procuradoria Geral da República tenha chegado a solicitar mais informações sobre a apuração — e a legislação brasileira determine o prazo máximo de 30 dias para essas respostas— elas nunca foram dadas. Ao tomar conhecimento de que o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, instruiu a Polícia Federal a cumprir oito mandados de busca e apreensão e determinou a retirada de uma reportagem da revista Crusoé na qual o delator Marcelo Odebrecht citava o presidente Antonio Dias Toffoli sob pena de uma multa diária de 100.000 reais à publicação, a procuradora Raquel Dodge recomendou o arquivamento do inquérito, que segundo é ilegal. Uma orientação que Alexandre de Moraes preferiu ignorar, mantendo, dentre as determinações, a censura à revista. Pesquisadores e entidades do setor analisam que a posição do Supremo abre um “precedente perigoso” contra a liberdade de imprensa, que no Brasil já vem sendo alvo de ataques intensos pelo menos desde as últimas eleições.

“Nenhuma instituição está acima de um valor democrático como é a liberdade de imprensa”, diz o jornalista e professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Federal do Paraná, Jamil Marques. Para o pesquisador, ao instaurar o inquérito sobre fake news, o STF extrapola suas atribuições duas vezes: ao se sentir capaz de ser investigador e juiz ao mesmo tempo e ao tolher (com a censura à reportagem) o exercício da atividade jornalística. “Essa atitude pode ser vista como uma intimidação não só ao profissional responsável pela investigação jornalística, mas também às empresas de comunicação, que podem preferir não comprar uma briga com uma instituição poderosa que sinaliza que não vai recuar”, avalia.

Como o STF é a instância máxima da Justiça brasileira, Jamil Marques acredita que o ato de censura abre um precedente perigoso. “Não se vê um caso como este acontecer em nenhum outro poder da República. O presidente, por exemplo, pode não gostar de uma investigação jornalística e até acusá-la de fake news, mas não tem o poder de abrir um inquérito investigativo e conduzir uma peça acusatória e talvez até condenatória por si mesmo”, pontua. Esse procedimento atípico — tendo em vista que historicamente o Supremo costuma atuar quando é provocado — expõe também uma mudança de posicionamento da corte, que tomou uma série de decisões baseadas em delações premiadas e agora, quando tem seu presidente citado em uma delas (ainda que não seja incriminado), passa a questionar a atuação da imprensa ao noticiar o conteúdo das delações.

Para embasar sua decisão, o relator Alexandre de Moraes diz que a reportagem em questão propaga fake news, já que a PGR não admite haver recebido o documento da delação como consta na reportagem. O ministro ignora, porém, que pelo menos outros dois veículos jornalísticos tiveram acesso ao inteiro teor do documento incluído e dias depois retirado dos autos da Operação Lava Jato. A relação entre o Supremo e membros da operação é conflituosa, com acusações de enfraquecimento das investigações para evitar que elas cheguem ao Judiciário. “O que aconteceu é que se perdeu um pouco o controle. Boa parte das condenações da Lava Jato foram baseadas somente em delações, o que já é atípico na Justiça brasileira, que costumava decidir com base em provas materiais. A imprensa caiu em um denuncismo, e o STF também. Agora, quando ele é atingido, reage contra o método que avalizaram”, afirma o professor da Escola de Comunicação e Artes da USP, Dênnis de Oliveira.

“Corremos um risco muito sério [sobre a garantia da liberdade de expressão], e o STF abre um precedente perigoso. O Brasil vive um vácuo jurídico sobre a regulamentação da comunicação, e as decisões acabam ficando sob a interpretação do Judiciário a seu bel prazer”, avalia Oliveira. A professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas, Eloisa Machado, pondera que a citação em uma delação não necessariamente é verdadeira e que isso só será esclarecido ao final das investigações. Ainda assim, ela defende o direito de a imprensa reportar o conteúdo. “Essa decisão de Alexandre de Moraes desconsidera a liberdade de imprensa, a importância do trabalho jornalístico e promove censura sim”, analisa. Ela cita também como exemplo de cerceamento à imprensa a decisão do ministro Fux em impedir que o ex-presidente Lula concedesse entrevista na campanha eleitoral desde Curitiba, onde está preso. “Não é o ministro que pode decidir o que a sociedade pode ou não ler”, argumentou Machado, em entrevista ao repórter Felipe Betim.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, entidade da sociedade civil baseada em Nova York, também criticou a posição do STF, que tem repercussões claras para a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão no país. A coordenadora da entidade nas Américas, Natalie Southwick, afirma que a decisão sobre um membro da própria Corte “suscita sérias dúvidas quanto ao compromisso do STF de defender e garantir plenamente a liberdade de imprensa em um país onde a imprensa já enfrenta ameaças legais”, incluindo casos de difamação, estes mais comuns nas decisões de juízes brasileiros para retirar conteúdo jornalístico do ar.

Eleições intensificaram ataques à imprensa

Os ataques à imprensa argumentam os pesquisadores, não são uma novidade. Mas foram intensificados principalmente nas últimas eleições presidenciais, onde candidatos — inclusive o presidente Jair Bolsonaro — endossaram a retórica contra os veículos de comunicação. Nesta terça-feira, o próprio Bolsonaro se manifestou no Twitter a favor da liberdade de expressão. O vice Mourão, por sua vez, afirmou que este caso “vai além da censura”.

Entidades jornalísticas e também de outros setores, como por exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil, emitiram notas com críticas à determinação do ministro Alexandre de Moraes para retirar do ar a reportagem da Crusoé. A posição do relator do inquérito sobre fake news também desagradou outros membros do Supremo. O ministro Marco Aurélio Mello disse ver censura na decisão. “Isso pra mim é inconcebível”, declarou ao Estadão. Para o pesquisador Jamil Marques, os impasses que rodeiam o inquérito sobre fake news mostram que o STF está mergulhado em uma crise mais complexa do que apenas a de ameaça à liberdade de expressão.

“O que me preocupa mais é que a questão parece ser mais ampla que o cerceamento à liberdade de trabalho do jornalista. Abre uma serie de conflitos internos [na Corte] e externos, com outros integrantes do sistema de Justiça. Isso pode trazer consequências imprevisíveis porque não se sabe quem tem jurisdição sobre o que. Tudo isso neste momento de crise em que o Brasil precisa de estabilidade para o funcionamento das instituições”, finaliza.



O presidente do STF, Dias Toffoli, durante sessão Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo/19-09-2018

O inquérito está acima da lei? Veja o que especialistas disseram sobre o inquérito aberto pelo presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Dias Toffoli , para investigar ataques à Corte e notícias falsas sobre o tribunal e os ministros. Nas investigações, o relator Alexandre de Moraes determinou que a revista digital “Crusoé” e o site “O  Antagonista” tirassem do ar uma reportagem sobre o presidente do tribunal.

O ministro determinou também buscas e apreensões contra pessoas que utilizaram a internet para atacar o STF, além do bloqueio das redes sociais dos investigados. Nas ordens de busca, Moraes sustenta que há indícios de que os investigados cometeram crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (LSN), editada durante a ditadura militar.

‘Julgadores exercem o poder de polícia’

Hélio Gomes Coelho Júnior*

Buscas aleatórias. A decisão (de Alexandre de Moraes) é absolutamente inconstitucional, é uma mistura do Supremo Tribunal Federal de órgão julgador com órgão investigador. E é inconciliável. Assim como no caso da censura à revista “Crusoé”, estamos vivendo uma situação atípica em que os julgadores exercem o poder de polícia, que não lhe competem. O Estado democrático de Direito está à beira de um colapso porque o Supremo se despiu da autoridade para ele próprio se imiscuir numa função policialesca: bloqueando sites e impedindo a livre comunicação. Não é assim que um país democrático, com uma Constitucional, opera. A decisão de ontem, do MPF, me parece absolutamente correta. A Procuradora-Geral se recusa a conduzir esse inquérito e se fundamenta no respeito ao devido processo legal. Além disso, as buscas e apreensões feitas contra poucos indivíduos, e de modo aparentemente aleatório, são incomuns e reforçam o caráter investigativo, e não de magistratura, da ação.  

* Hélio Gomes Coelho Júnior é membro do Instituto dos Advogados do Brasil

‘Usar lei criada na ditadura é um erro’

Roberto Dias*

Proteções da Constituição. As apreensões e os bloqueios das redes sociais me parecem um desdobramento do ato anterior, que mandou retirar de dois veículos de comunicação uma reportagem publicada, e segue na mesma trilha inconstitucional e ainda de forma ampliada porque atinge não só dois veículos, mas as redes sociais. O uso da Lei de Segurança Nacional (LSN) depois do advento da Constituição de 1988 me parece absolutamente equivocado e inconstitucional, na medida em que o novo ordenamento jurídico restabelece o Estado democrático de Direito e as garantias e direitos fundamentais de uma democracia. Usar uma lei criada durante o período da ditadura militar para repreensão é um erro. Se houver ameaças reais contra autoridades nas provas coletadas, estamos diante de crimes. Há aí uma obrigação do Estado de proteger essas autoridades. Mas se é simplesmente uma crítica, ou uma ofensa maior em razão da atuação deles, isso é protegido constitucionalmente.

* Roberto Dias é professor de Direito Constitucional da FGV-SP

‘Liberdade precisa de alguns limites’

Pedro Duarte Pinto*

O limite da ameaça concreta. A liberdade de expressão, por mais que seja um princípio e um valor tutelado, precisa ter alguns limites. Não é um direito absoluto. Mas se a gente fosse escalonar, das ideias que o Supremo Tribunal Federal defende até hoje, as mais próximas do absoluto eu diria que estão a vida e a liberdade de expressão. O Supremo sempre teve um comportamento muito favorável e aberto à liberdade de expressão. Eu acredito que as postagens podem e devem ser investigadas quando elas ultrapassam um determinado limite. E o trabalho do Supremo Tribunal Federal, seja nessa apuração interna oferecida pelo ministro Alexandre de Moraes, seja numa apuração iniciada pelo Ministério Público (MP), deve se pautar exatamente nesse limite do que é considerado uma ameaça concreta e do que é a expressão da liberdade das ideias. Essas declarações que estão servindo à investigação, no entanto, não estão situadas muito próximas desse limite do perigoso.

* Pedro Duarte Pinto é mestre em Direito Público pela Uerj

‘Inquérito é para quem vai acusar’

Flávia Lefèvre*

Inversão do processo. Esse inquérito aberto pelo Dias Toffoli é irregular porque, no regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), a previsão de abertura de inquérito para apuração de irregularidades é para questões internas. Por exemplo, se um funcionário do tribunal viola o sigilo de determinado processo, o STF pode, dentro das questões relativas ao seu regimento interno, abrir inquérito para apurar isso. Em crimes praticados por terceiros, porém, o MP é o titular da ação penal. Como é que quem julga vai presidir o inquérito? Inquérito é um procedimento para coleta de provas, para quem vai acusar. Então o MP identifica um ilícito, um crime, e instaura um inquérito para apurar as provas para concluir se ele vai abrir um processo ou não. Quem deveria ter aberto esse inquérito é a Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso é uma inversão do equilíbrio do processo, onde cada parte cumpre um papel. O MP de acusar, a parte de se defender e o STF de julgar. Há uma distorção completa.

* Flávia Lefèvre é advogada integrante da Coalizão Direitos na Rede.

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