Saúde : CAOS NA SAÚDE
Enviado por alexandre em 11/11/2011 20:36:05



Presidente do Simero garante que a situação do João Paulo II piorou em 2011
O médico Rodrigo Almeida, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Rondônia (Simero), foi o entrevistado desta sexta-feira (11) do programa A Voz do Povo, na rádio Cultura FM 107,9 apresentado pelo jornalista Arimar Souza de Sá. O programa é retransmitido pela rádio Antena FM 98,3 de Alvorada do Oeste.

Ele falou sobre a crise na saúde pública em Rondônia e também sobre a situação de hospitais particulares. “De janeiro pra cá, a situação do pronto socorro João Paulo II piorou. Faltam leitos, ambulâncias, remédios e outros problemas, que estão aumentando o tempo de espera dos pacientes, principalmente por cirurgias”, disse.

Sobre as informações de que o JP II seria o pior pronto socorro do país, Rodrigo Almeida disse que “a situação é complicada e não dá para se falar em melhor ou pior. O que posso dizer é que não é oferecido um atendimento aos pacientes condizente, aliás, muitos nem são atendidos, desde o ano passado que fizemos mobilizações. É muito ruim e não vejo ações de mudanças”.

Segundo ele, nada mudou na atual gestão, que não colocou em prática ações efetivas. “O governador sinalizou com um novo-pronto socorro para desafogar o JP II. Tem uma sala no pronto socorro, onde ficam pacientes que respiram com ajuda de aparelhos, que estão sem acompanhamento cardíaco e muitos pacientes tem morrido e apenas horas depois é verificado o óbito. Isso é vergonhoso”, completou.

Almeida disse que “no HB, dos 10 leitos anunciados, apenas cinco ou seis funcionam, por falta de funcionários. Há ainda a questão do não credenciamento de unidades privadas. Muitos hospitais tem UTI’s para oferecer, mas o Estado não se interessa em credenciá-los. O Governo disse que não precisaria de leitos. Isso é uma prova da má gestão. Se a população precisa e não credencia o hospital, é por falta de gerenciamento e pessoas morrem”.

Ele assegurou que o Simero também bate de frentes com hospitais particulares. “Primeiro a quantidade de pacientes de médicos num plantão de emergência, que é acima do tolerável. O Sindicato tem sim se manifestado contra isso. O que acontece é que em alguns momentos, o médico está sozinho e precisa atender a vários pacientes ao mesmo tempo”, afirmou.

Ele disse ainda que “todas essas situações, a Agência Nacional de Saúde Suplementar fiscaliza e pode até descredenciar o hospital. A Agência disponibiliza o 0800 701 9656 e quem na rede privada não for bem tratado, pode ligar e denunciar”.

O presidente do Simero se posicionou contrário à idéia do governador Confúcio Moura (PMDB) de privatizar a saúde. “Privatizar vai piorar e ficar mais caro, pois não haverá ferramentas de controle de gastos, por exemplo”, assegurou.

Rodrigo Almeida reconheceu que a prefeitura da capital precisaria de ações mais efetivas na saúde. “O município de Porto Velho não tem a gestão plena do SUS. E isso acaba o eximindo da obrigação legal de construir um pronto-socorro. Construir um hospital é um detalhe, pra fazer a obra são R$ 40 a R$ 50 milhões e para mantê-lo funcionando, são R$ 5 milhões ao mês, pelo menos”, completou.

O médico disse que o secretário Orlando Ramires tem ótimas intenções, “mas parece que se fala uma coisa e as ações não acontecem. Se as ações saíssem do papel e do discurso, seria muito bem. O governador entende de saúde e formatou um modelo que não consegue ser tocado por sua equipe. Até hoje, não sabemos quem toma as decisões, quem toma as rédeas do negócio, quem manda na Sesau. Falta afinação na equipe”.

Para finalizar, ele contou que “ontem, nos reunimos com o governador e o informamos que estávamos discutindo o PCCS com técnicos da Sesau, há três meses. Ele até então desconhecia o fato. Isso comprova que o governador tem sido mal assessorado”.

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