Veja as principais condições de Bolsonaro para filiar-se ao PL
O “casamento” entre Jair Bolsonaro e o Partido Liberal foi concluído nesta terça-feira (30), após muita conversa entre o chefe do Executivo e Valdemar Costa Neto, presidente da sigla.
Uma das condições de Bolsonaro é indicar os nomes de candidatos ao Senado em todos os estados na disputa do próximo ano. Além da articulação da candidatura à reeleição de Bolsonaro, a filiação do presidente ao PL vai pavimentar a candidatura de aliados junto aos governos estaduais e ao Senado.
O presidente pretende ter parte principalmente sobre os palanques do partido nos três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o nome de Bolsonaro para o governo é o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
No Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, tem Cláudio Castro, que pretende disputar reeleição em 2022 e é do próprio PL, além de ter uma boa relação com o presidente da República.
Já em Minas, segundo maior colégio eleitoral, Bolsonaro disse a Valdemar que quer fechar uma aliança com o atual governador mineiro, Romeu Zema (Novo).
No entanto, Zema tem sido cortejado por outros presidenciáveis. Um deles é o ex-juiz Sergio Moro, com quem o governador mineiro teve um encontro na semana passada.
A expectativa é de que cerca de 30 deputados que atualmente estão no PSL sigam o presidente, indo para o PL durante a janela partidária de 2022.
Bolsonaro quer levar ao menos cinco ministros para o PL
Presidente se filiou ao seu novo partido nesta terça-feira
Dois anos após deixar o PSL, o presidente Jair Bolsonaro ingressou oficialmente no Centrão nesta terça-feira (30). Ele filiou ao PL de Valdemar Costa Netopara concorrer a novo mandato, em 2022. A entrada de Bolsonaro ao PL faz parte de uma estratégia maior: até março do ano que vem, ao menos cinco ministros também devem estar na legenda.
No Palácio do Planalto, o plano é reforçar os palanques nos estados, lançando ministros como candidatos a governos estaduais e a cadeiras no Senado, Casa na qual a base aliada está cada vez mais enfraquecida. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, abre a lista e também se filiou ao PL, ao lado do presidente e do senador Flávio Bolsonaro (RJ), que deixa o Patriota.
Marinho já foi filiado ao PSDB e está cotado para concorrer ao governo do Rio Grande do Norte ou ao Senado. Além dele, outros quatro ministros de Bolsonaro migrarão para o PL, mas em outra etapa. Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) deve disputar a sucessão do governador João Doria, em São Paulo, e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) vai concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.
Os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), que estuda concorrer ao governo da Paraíba, e Gilson Machado (Turismo), que planeja se candidatar ao Senado ou à cadeira do governador Paulo Câmara, em Pernambuco, também negociam a entrada no PL.
Conhecido por apoiar o governo, seja de direita ou de esquerda, o PL tem no Palácio do Planalto a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Ex-deputado que comanda o partido, Costa Neto é muito cortejado para a formação de alianças, a despeito de ter ficado quase um ano preso após condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão.
Nos dois governos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje o principal adversário de Bolsonaro na eleição de 2022, o PL era a legenda do vice, José Alencar – morto em 2011.
REAÇÃO O aumento da presença do PL no governo já provoca reclamações de outras siglas do Centrão. Ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, o Republicanos, por exemplo, abriu diálogo com o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, presidenciável do Podemos. Os sinais de insatisfação foram recebidos pelo Planalto.
Terceiro maior partido da Câmara, com 43 deputados, o PL teve um fundo eleitoral de R$ 117,6 milhões em 2020 para financiar campanhas e um fundo partidário de R$ 45,7 milhões, no mesmo ano Com a saída de Flávio Bolsonaro do Patriota – partido onde ficou apenas seis meses – e a migração para o PL, a legenda passará a ter cinco senadores.