Bolsonaro diz que sem eleição democrática o povo vai reagir
O voto impresso auditável está em discussão no Congresso
O presidente Jair Bolsonaro disse, em conversa com apoiadores nesta quarta-feira (28), que, caso o país não tenha uma eleição democrática em 2022, “o povo vai reagir”. O presidente defende a implantação do voto impresso auditável que, ao contrário do sistema atual, não permitiria fraudes.
– Olha, o povo vai reagir em 22 se não tivermos uma eleição democrática. Todos nós queremos eleições. […] Temos que ter transparência. Me acusavam de ser ditador, mas estou demonstrando exatamente o contrário. Vai ganhar eleições quem tem voto. Se não for dessa maneira, poderemos ter problema em 22, e eu não quero problema – declarou o presidente.
Bolsonaro prometeu revelar na quinta-feira (29) as provas de fraude nas eleições de 2014. O chefe do Executivo alega que o candidato Aécio Neves (PSDB) teria vencido a então presidente Dilma Rousseff (PT) naquele pleito.
Juiz proíbe evento para receber Bolsonaro em Presidente Prudente
Prefeitura havia permitido realização do evento, mas Justiça embargou
A justiça proibiu um megaevento preparado para receber o presidente Jair Bolsonaro, neste sábado (31), em Presidente Prudente, interior de São Paulo. A recepção, que reuniria duas mil pessoas no Recinto de Exposições do município, havia sido autorizada por decreto pela prefeitura. No entanto, o juiz Darci Lopes Beraldo acatou ação movida pelo Ministério Público estadual contra o evento, alegando que sua realização contrariava as regras sanitárias de prevenção à pandemia de Covid-19. O magistrado estipulou multa de R$ 2 milhões em caso de descumprimento de sua decisão.
O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (28), a abolição no limite de funcionamento e ocupação em estabelecimentos comerciais, mas apenas a partir de 17 de agosto. Até lá, vigora uma fase de transição em que a ocupação pode chegar a 80%. Os eventos com público em pé ou que podem causar aglomerações não foram liberados, segundo o governo.
Conforme a agenda divulgada pela prefeitura, Bolsonaro vai à cidade para credenciar o Hospital Regional do Câncer ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em seguida, o presidente seria recepcionado por ruralistas no Centro de Exposições, que integra o patrimônio municipal e foi cedido para o evento pela prefeitura.
No último dia 13, o prefeito Ed Thomas (PSB) assinou decreto permitindo 1,2 mil pessoas na recepção ao presidente. Nesta terça-feira (27), porém, o prefeito editou novo decreto autorizando a presença de 2 mil apoiadores.
Após a decisão judicial, o prefeito Thomas publicou mais um decreto, retirando a permissão para o evento. Em nota, a prefeitura informou que, em atendimento à decisão judicial, revogou os decretos que cediam o Recinto de Exposições para receber o evento “que estava sendo organizado por entidades ruralistas”.
Segundo a nota, o decreto mantém a declaração de hóspede oficial do município para o presidente da República. Durante a agenda no Hospital do Câncer, Bolsonaro deverá receber os prefeitos da União dos Municípios do Pontal do Paranapanema (Unipontal).