Justiça : MAIS 3 NO STJ
Enviado por alexandre em 03/03/2021 15:10:56

Até 2022, Bolsonaro poderá indicar três ministros no STJ

Aposentadoria de Nefi Cordeiro abriu mais uma vaga para a Corte


Até 2022, Bolsonaro poderá indicar três ministros ao STJ Foto: Reprodução/Agência Brasil

A inesperada aposentadoria do ministro Nefi Cordeiro, anunciada nesta terça (2), permitirá ao presidente Jair Bolsonaro indicar ao menos três nomes para compor o Superior Tribunal de Justiça até o final do seu mandato, em 2022. O rito, porém, limita as escolhas do presidente e garante maior controle dos integrantes do tribunal na nomeação dos futuros ministros.

Com 57 anos, Nefi Cordeiro adiantou a aposentadoria prevista para 2038 e deverá deixar o tribunal ainda neste ano. Ao Estadão, o ministro declarou que tomou a decisão ‘após sucessivas intercorrências médicas e novos eventos‘. “Repensei os caminhos”, disse.

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O STJ já tem uma vaga aberta desde a aposentadoria do ministro Napoleão Nunes Maia, em dezembro do ano passado. Uma terceira indicação deverá ser feita em agosto de 2022, quando o ministro Felix Fischer, relator de recursos do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Corte, atingirá a idade para aposentadoria compulsória (75 anos).

Diferente das indicações ao Supremo Tribunal Federal, as nomeações ao STJ dão pouca margem para escolhas pessoais de Bolsonaro, que deverá seguir uma lista tríplice elaborada pelos integrantes do tribunal.

Isso ocorre porque a composição do STJ (no mínimo, 33 ministros) é formada por cadeiras destinadas a juízes e desembargadores federais, advogados e membros do Ministério Público. Para cada vaga aberta, um novo ministro deve ser indicado pela categoria que o anterior fez parte.

As vagas de Nefi Cordeiro e Napoleão Nunes Maia, por exemplo, são destinadas a integrantes dos Tribunais Regionais Federais (TRF). Após a oficialização da aposentadoria dos ministros, cabe ao presidente do STJ, ministro Humberto Martins, solicitar aos TRFs uma lista de candidatos à vaga em seus quadros – o requisito é ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade.

No caso de Felix Fischer, que ocupa cadeira destinada ao Ministério Público, caberá ao órgão de representação da Procuradoria enviar uma lista de candidatos ao STJ.

A partir dos nomes indicados, o plenário da Corte se reúne numa sessão presencial e escolhe, por meio de votação secreta, os candidatos que irão compor a lista tríplice a ser enviada ao presidente.

Bolsonaro não tem a obrigação de seguir o primeiro nome da lista, mas deve escolher um dos três indicados por ela na hora de decidir quem será nomeado à vaga. O candidato escolhido pelo presidente na lista tríplice é sabatinado pelo Senado e, posteriormente, empossado como ministro.

A última nomeação de um ministro ao STJ ocorreu em abril de 2016, no ocaso do governo Dilma Rousseff (PT), com a nomeação do ministro Joel Ilan Paciornik, que antes era desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

No momento, o STJ já iniciou os trâmites para a reposição da primeira vaga do ministro Napoleão Nunes Maia, mas o rito segue a passos lentos. No último dia 25, o plenário da Corte decidiu que fará uma sessão presencial para elaborar a lista tríplice. Não há, porém, data para a realização do pleito.

*Estadão

O ministro Néfi Cordeiro, em evento no STJ em 2019 [fotografo]Gustavo Lima[/fotografo]

O ministro Néfi Cordeiro, da sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciou de maneira repentina a aposentadoria do cargo. No início da sessão desta terça-feira (02), o magistrado – que julga processos na área penal da corte – anunciou a aposentadoria aos 57 anos, após 30 deles de serviço público.

“Por sustos de saúde, vou ficar com a família e vou tomar outro caminho”, resumiu Néfi, indicado à corte em 2014 pela então presidente Dilma Rousseff. A decisão foi adiantada aos ministros, mas revelada ao vivo. O ministro acabou ganhando fama no final de 2020 ao aparecer sem calças durante um julgamento.

A aposentadoria ainda será oficializada em Diário Oficial e abre uma segunda vaga no STJ. O tribunal é composto por 33 ministros e uma vaga já estava aberta desde o final do ano passado, com a saída de Napoleão Nunes Maia Filho.

Pelo rito, o tribunal define uma lista tríplice de nomes ao cargo, que serão encaminhados à decisão do presidente Jair Bolsonaro. O nome escolhido pelo presidente ainda será referendado pelo Senado Federal.


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