Política : O COURO DE BODE
Enviado por alexandre em 23/10/2020 08:45:51

Bolsonaro cita fala da OMS contra a vacina obrigatória
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (22) que a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que a vacina contra a Covid-19 não seja obrigatória. Mais cedo, em suas redes sociais, Bolsonaro compartilhou uma notícia com fala da vice-diretora da OMS Mariângela Simão. Em entrevista à CNN Brasil, a representante disse que a obrigatoriedade da vacina deve ser decidida em cada país e que não se recomenda medidas autoritárias.

– Ontem a OMS se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina e disse que é contra medidas autoritárias. Quer dizer que a OMS se manifestou depois que eu já havia me manifestado. Dessa vez, eu acho que estão se informando corretamente, talvez me ouvindo até Então, nós temos certeza que não voltarão atrás nessa decisão – disse ele.

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As declarações de Bolsonaro foram dadas em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

O presidente destacou, sem citar o nome do governador João Doria (PSDB-SP), que medidas compulsórias fazem parte de “nanicos projetos de ditadores como esse cara de São Paulo”. Na sequência, Bolsonaro ressaltou que sugerir uma imunização obrigatória é uma “irresponsabilidade” e que nenhum chefe de Estado se manifestou nesta linha até o momento.

– Realmente impor medidas autoritárias é só para esses nanicos projetos de ditadores como esse cara de São Paulo aí. Eu não ouvi nenhum chefe de Estado do mundo dizendo que iria impor a vacina quando ela tivesse. Isso é uma precipitação, é mais uma maneira de levar terror junto à população – falou.

Segundo Bolsonaro, as indicações de João Doria sobre a vacinação obrigatória em São Paulo causam “pânico” na população.

– É um direito de cada um tomar ou não. É uma irresponsabilidade do governador porque não existe uma vacina eficaz – acrescentou.

O presidente diverge abertamente de Doria e é favorável a uma imunização opcional da população.

Na quarta-feira, o chefe do Executivo mandou cancelar protocolo de intenções assinado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o mandatário justificou que há “descrédito” da população em relação à China e que existem outras opções de vacinas.


Mourão: “Estados têm recursos e podem comprar a vacina”

Vice-presidente tirou a responsabilidade do governo federal em arcar com a vacina da China


Vice-presidente Hamilton Mourão Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, decidiu se manifestar nesta quinta-feira (22) sobre a polêmica envolvendo a compra da vacina chinesa por parte do governo federal. Segundo Mourão, os estados “têm dinheiro” e podem comprar o imunizante por conta própria se ele for aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

– Todo mundo pode comprar. O estado pode comprar, os estados né, eles têm recurso também. Desde que a Anvisa certifique. A Anvisa só vai certificar aquilo que está comprovadamente testado – disse Mourão.

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Mourão também considerou que a politização das vacinas “é um problema”. Questionado sobre a possível judicialização do tema, o general da reserva pediu “calma”.

– Acho que está muita especulação em cima disso. Ontem a posição correta o Ministério da Saúde já colocou. O diretor da Anvisa também já colocou. Qualquer vacina que esteja comprovadamente testada e certificada pela Anvisa estará a disposição para ser adquirido – reafirmou.

O impasse sobre a vacina chinesa começou na última terça-feira (20), quando o Ministério da Saúde anunciou que compraria 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte, Jair Bolsonaro desmentiu a informação e disse que o governo federal não compraria a vacina chinesa desenvolvida no Instituto Butantan, causando indignação no governador de São Paulo, João Doria.

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