Regionais : Advogada de chefão do PCC foi estagiária de Marco Aurélio
Enviado por alexandre em 22/10/2020 09:47:44


Ministro Marco Aurélio, do STF Foto: STF/Rosinei Coutinho

Há pouco dias, o jornal Estado de São Paulo revelou que a advogada Ana Luísa Gonçalves, de 24 anos, que assinou o pedido de soltura de André do Rap, é sócia de Eduardo Ubaldo Barbosa, ex-assessor do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta semana, porém, se descobriu que a relação entre ela e o ministro é mais próxima ainda.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, Ana Luísa já foi estagiária, até o final do ano passado, no gabinete do ministro responsável pela decisão que libertou o narcotraficante da prisão. A publicação informou que foi justamente atuando como estagiária de Marco Aurélio que Ana conheceu seu atual sócio.

Leia também1 Promotor suspeita que chefão do PCC esteja na Bolívia
2 João Doria reclama dos custos de busca por chefão do PCC
3 Bolsonaro sobre chefão do PCC: "Jamais botaria em liberdade"
4 Fux fala em corrigir falhas na distribuição de processos no STF
5 Marco Aurélio provoca Luiz Fux: "Quer me ensinar a votar"

Com uma vida acadêmica mais voltada para a advocacia trabalhista, a jovem advogada é novata em processos no STF e só começou a atuar na Suprema Corte neste ano. O escritório que ela divide com Ubaldo Barbosa fica em uma sala comercial de Brasília.

Gonçalves deixou o gabinete do membro do STF no início de janeiro deste ano, enquanto o sócio saiu em fevereiro com ganhos de cerca de R$ 17 mil. Além de estagiar com Marco Aurélio Mello, Ana Luísa também atuou no escritório Sérgio Bermudes, considerado um dos mais conhecidos do país.

O advogado de André do Rap, Áureo Tupinambá Filho, afirmou à Folha de São Paulo que conheceu a jovem advogada por meio de um outro advogado, de Santos (SP), e negou que tenha feito a escolha pelo fato de Ana ser sócia de um ex-assessor do ministro Marco Aurélio Mello.

– O escritório dela é de Brasília, mais próximo, se fosse necessário qualquer despacho, entendeu? Nós estamos muito distantes [na Baixa Santista] – disse.

O advogado criminalista Roberto Delmanto, que defendeu André do Rap em outro pedido de habeas corpus, afirmou que “nunca soube do nome” da advogada e que não teve conhecimento do HC movido por ela, “salvo pela imprensa”. Ele também afirmou não conhecer Eduardo Ubaldo Barbosa, sócio da advogada.

No pedido de seis páginas apresentado no mês passado, Ana Luísa Rocha usa como argumento a regra recentemente incluída no Código de Processo Penal (CPP), no artigo 316, que estabelece que as prisões preventivas devem ser revisadas a cada 90 dias, sob pena de tornar a prisão ilegal.

Às autoridades o chefe do PCC informou um endereço em Guarujá, no litoral paulista, mas, segundo o governo paulista, ele seguiu para Maringá (PR). A polícia apura para onde ele fugiu. Procurada por telefone e mensagens de WhatsApp pela Folha de São Paulo, a advogada não respondeu. Seu sócio também não retornou o contato.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia