Política : A NOVELA
Enviado por alexandre em 08/04/2020 14:31:28

O uso do fundo eleitoral no combate ao coronavírus

Em meio ao cenário atípico vivenciado em pleno ano eleitoral, o uso do Fundo Especial de Financiamento de Campanha no combate ao Coronavírus, tem divido a  Câmara dos Deputados. Diante de tantas incertezas no calendário eleitoral de 2020, cabe ao poder executivo a decisão final.

De acordo com o advogado eleitoral e membro da comissão nacional de direito eleitoral da OAB, Emílio Duarte, se for alterada essa rubrica para o uso do Ministério da Saúde a decisão tem que passar pelo Congresso Nacional. “Acredito que com o sistema de deliberação remota é muito mais fácil atingir o quórum e a votação seria também rápida. Direcionar o fundo eleitoral para o combate do coronavírus é uma ideia válida, caso não haja eleição”, comenta.

Com tantas incertezas, a situação atual exige dos três poderes um empenho maior no que se refere à destinação do fundo eleitoral, pois não há o que se falar em pandemia excluindo uma classe social, um grupo de servidores ou alguns grupos privilegiados. “A pandemia é mundial, ninguém está imune aos efeitos dela”, reforça.

Mas, é válido registrar que o orçamento da própria justiça eleitoral para este ano é quatro vezes o valor do fundo eleitoral. Ainda de acordo com Emílio, se não houver o trabalho eleitoral, o custo do dia a dia da administração, por exemplo, diminui, cabendo à própria justiça eleitoral repassar parte desse orçamento ao executivo.



O taxista Roberto Damasceno: dificuldades financeiras. Foto: Marcelo Régua / Agência O Globo

O auxílio emergencial oferecido pelo governo para os mais afetados pela pandemia do coronavírus não será, na visão dos especialistas, suficiente para atender a toda à população desassistida do país.

Apesar dos avanços da regulamentação e o alcance do pagamento de R$ 600 mensais aos informais, um contingente de ao menos 21 milhões de pessoas não receberá a ajuda.

Para receber o auxílio, o governo definiu que os interessados precisavam estar, até o dia 20 de março, sem emprego com carteira assinada, com renda pessoal de até R$ 522,50 ou renda familiar de, no máximo, três salários mínimos (R$ 3.135).

Tatiana Roque, professora da UFRJ e vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, afirma que, ao impedir o acesso de quem tinha emprego formal, o governo excluiu 15 milhões de pessoas. São os que têm emprego formal, mas estão no Cadastro Único do Ministério da Cidadania, que reúne 78 milhões de cidadãos de baixa renda no país:

— Uma pessoa pode receber até três salários mínimos com emprego formal, mas vive em uma família numerosa e fazia bico para complementar a renda. Agora não poderá mais tentar uma renda extra e ficará mais vulnerável, sem auxílio.

Segundo o Sebrae, 6,3 milhões de microempreendedores individuais (MEI) se somam ao universo dos que ficaram de fora do programa, elevando para mais de 21 milhões os que não têm direito de receber o auxílio. Continue reading

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