Falhas em radares fazem com que 70% das multas de trânsito sejam invalidadas
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que, na maioria das vezes, o motorista, mesmo passando acima da velocidade permitida, não é multado. Isso acontece porque, em 70% dos casos, as multas são invalidadas por falhas das operadoras de radar contratadas que, em 7 anos, receberam R$ 1 bilhão do governo. São problemas como placa ilegível (22%), foto panorâmica escura (17%), veículo fora da zona de medição (8%), reflexo do sol (4%), foto panorâmica desalinhada (3%), problema técnico (3%) e reflexo do flash (2%). De 2011 a 2017, os radares fixos nas rodovias federais sem concessão geraram menos de um quinto das multas (18,2%) que poderiam ter gerado. Deixaram de multar mais de 80% dos motoristas infratores, ou seja, oito em cada dez motoristas que estavam acima da velocidade e não foram punidos. Se todos os flagrantes virassem multas, seria R$ 18 bilhões, dinheiro que, por lei, iria para a segurança do trânsito. Mas, com os problemas, as notificações somaram pouco mais de R$ 3 bilhões. E o pior: os motoristas pagaram só uma parte disso: R$ 2 bilhões. Nas rodovias concedidas, o aproveitamento das multas também foi baixo: 62% entre 2015 e 2018. Nessas estradas, são as empresas que decidem onde instalar os radares, e a fiscalização cabe à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a CGU, “demonstra a ineficiência no controle de velocidade por parte das concessionárias e ausência de providências por parte da ANTT”. O relatório afirma que a agência não avalia a efetividade dos radares instalados pelas concessionárias, e que não utiliza dados sobre acidentes para melhorar a segurança nas estradas, por exemplo. Prova disso está bem perto de Brasília: mesmo com oito radares, um trecho da BR-040 continua sendo um dos mais perigosos de todas as rodovias federais. Continue reading → |