Política : O PODER
Enviado por alexandre em 29/01/2020 08:49:18

Luta pelo poder no primeiro escalão atinge pelo menos seis ministros

O fogo amigo ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tem nome e sobrenome: luta pelo poder. O próprio presidente Jair Bolsonaro admitiu isso, nesta terça-feira (28), no Palácio da Alvorada, após retornar de viagem à Índia. O desmembramento da pasta chefiada pelo ex-juiz federal virou alvo de cobiça por políticos, mas não é o único ministério na mira. As pastas da Saúde, Educação, Casa Civil, Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento Regional são outras ambicionadas. 

A Saúde, detentora do maior Orçamento entre as pastas federais em 2020, é alvo da cobiça desde o ano anterior. O titular, ministro Luiz Henrique Mandetta, virou alvo de uma escaldante fritura ao longo de 2019, mas sobreviveu. Ao menos por enquanto, como admite o próprio Bolsonaro. “Sempre falo ‘por enquanto’ para todo mundo. O único que não é ‘por enquanto’ é o (vice-presidente Hamilton) Mourão. O resto todo mundo é ‘por enquanto’”, declarou o presidente da República, nesta terça, em resposta à possibilidade de mudança no comando do Ministério da Educação.  

O debate sobre a divisão da pasta chefiada por Moro entre ministérios da Justiça e Segurança Pública surgiu, mas submergiu rapidamente. Amigo de Bolsonaro, o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) era cotado para assumir a estrutura da Segurança Pública, mas foi escanteado após críticas a Moro. No governo, um interlocutor levanta ao Blog suspeita sobre a denúncia de Fraga de ter tido o aplicativo WhatsApp clonado. 

A desconfiança nos corredores do Planalto é que ele pode ter destacado isso como forma de pressão pelo comando da pasta. No aplicativo, tinham algumas conversas mantidas com Bolsonaro. Temas, como a recriação do Ministério da Segurança Pública estavam lá e desapareceram. Sem citar o amigo, Bolsonaro deu recados no Alvorada. “Para bom entendedor, meia palavra basta. E não faltaram palavras hoje”, destacou o interlocutor. 

“O tempo todo o pessoal sempre quer uma maneira (de ganhar espaço no governo). Muitos querem dividir o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), isso é comum. Se eu passar para vocês, vão dizer o que bem entenderem, né? O pessoal quer a luta pelo poder. O tempo todo tem alguém beliscando um ministério. Agora, pelo que eu vi, o Moro não mordeu a isca, nem eu. Continua ele com o Ministério, sem problema nenhum. Talvez encontre com ele amanhã, ou então na quarta-feira (quinta), porque o Moro, agora, se não me engano, está no Rio de Janeiro”, declarou Bolsonaro, negando a possibilidade de desmembrar a pasta comandada pelo ministro. 

Noiva da vez

O Ministério da Saúde continua sendo a noiva da vez no epicentro do fogo amigo. Há um movimento sendo construído por parlamentares para destituir Mandetta e colocar em seu lugar o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da pasta na gestão Temer. “O governo vai precisar compor este ano com o Parlamento se quiser aprovar as reformas que virão pela frente. O DEM já tá mandando muito”, ponderou um parlamentar.  Continue reading


O secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim (foto), assumirá a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), substituindo Renato Vieira. O anúncio foi feito nesta terça-feira (28) pelo secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, na Esplanada dos Ministérios.

De acordo com ele, Renato Vieira havia demonstrado, há 15 dias, a intenção de deixar a presidência do instituto e buscar novos “benefícios pessoais”. “A saída se deu por razões particulares”, afirmou Marinho.

A nomeação de Leonardo Rolim e a exoneração Renato Vieira devem ser publicadas no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (28).

O secretário não associou a saída de Renato Vieira às filas para adquirir benefícios no INSS. Segundo ele, não faltou apoio para que o presidente ficasse. “A decisão foi tomada e vamos respeitar”, disse.

Há atualmente 1,3 milhão de requerimentos atrasados no INSS. Para reduzir as filas, o governo decidiu, no dia 14 de janeiro, contratar emergencialmente 7.000 militares da reserva para atuar no atendimento.

O subprocurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (MP-TCU), Lucas Furtado, contestou o plano, alegando reserva de mercado. Após pedido de ajustes do TCU, o vice-presidente Hamilton Mourão assinou decreto que autoriza a contratação dos militares para atuar no INSS na última quinta-feira (23).

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