Policial : O RESGATE
Enviado por alexandre em 26/01/2020 18:56:31

R$ 200 milhões para resgatar o líder do PCC Marcola aponta as investigações

Preso no Distrito Federal desde março do ano passado, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola – liderança máxima do Primeiro Comando da Capital (PCC) –, já teria desembolsado cerca de R$ 200 milhões para os comparsas o “resgatarem” da prisão. O dado foi confirmado por fontes ligadas à segurança pública.

 

Inicialmente, a informação era a de que o montante de R$ 80 milhões já teria sido repassado aos encarregados de elaborarem o suposto plano de de fuga.

 

O aumento de 150% no valor ocorre exatamente no momento em que se completa um ano da transferência de Marcola para presídios de segurança máxima.

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Um bilhete interceptado por autoridades de São Paulo no ano passado apontava planejamento de uso de blindados. Segundo as apurações, a facção utilizaria dois helicópteros, além de granadas, metralhadoras de calibre .50 e fuzis.

 

Exército

 


Em dezembro do ano passado, a ação de criminosos que pretendiam libertar o chefe da facção foi revelada pelo Metrópoles em primeira mão. A suspeita fez com que os ministérios da Justiça e da Defesa fechassem um acordo para intensificar a segurança do complexo, localizado em São Sebastião.

 

Militares do Exército Brasileiro foram direcionados para a penitenciária de segurança máxima, onde ficaram de prontidão, com carros blindados. As informações sobre o plano de resgate partiram de São Paulo.

 

 

O estado é berço da facção criminosa. Marcola foi transferido para a capital federal em março sob forte aparato policial. Há indícios de que o suposto resgate já estaria pago e seria feito pelo traficante internacional Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho. Ele é um dos principais nomes do PCC que estão soltos e atuam nas ruas.

 

De acordo com informações, os criminosos estariam aguardando o aval de Fuminho para colocar o plano em prática. O PCC teria reunido um verdadeiro exército de alto nível e com criminosos que possuem conhecimento militar e de armamentos.

 

 

A facção já teria mapeado os arredores do complexo penitenciário em Brasília com o uso de drones.

 

Líder

 


Marcola foi preso pela primeira vez pela polícia paulista no fim da década de 1990, por roubos a carros-fortes e bancos. Já na prisão, recebeu a condenação por formação de quadrilha, tráfico de drogas e homicídio.


Recentemente, a Justiça o condenou a 30 anos de prisão no processo da Operação Ethos, que investigou o setor jurídico da organização criminosa. Com essa decisão, o total das penas impostas a Marcola ultrapassa 300 anos.

 

 

Para justificar a transferência de Marcola do presídio de Presidente Venceslau ao presídio federal, promotores do Ministério Público de São Paulo afirmaram que o PCC planejava resgatá-lo.

 

De acordo com eles, foram gastos dezenas de milhões de dólares no plano, investindo em logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal.


Desconforto

 


Uma das consequências da transferência de Marcola para Brasília é o mal-estar na relação entre o governo local e o Ministério da Justiça. No entanto, um megaesquema de segurança montado pelo Depen, na última terça-feira (21/01/2020), para levar Marcola ao Hospital de Base, associado a um possível plano de resgate em Brasília planejado pelo PCC, levou a discussão para outro patamar.

 

Conforme antecipou a coluna Grande Angular, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, enviou documento ao ministro afirmando que “não se justifica esse ‘silêncio’ dos órgãos federais” sobre o perigo do Presídio Federal de Brasília.

 

No texto, o titular da pasta local pede esclarecimentos sobre o grau de ameaça ao qual a população da capital da República está exposta em razão da permanência de líderes do crime no presídio.


Por meio de nota, o ministério de Moro voltou a assegurar que não há riscos para a população do DF devido à presença de integrantes da cúpula de organizações criminosas, como Marcola. “Os criminosos ficam recolhidos dentro dos presídios, não fora”, argumentou a pasta. Pontuou ainda que somente o GDF reclama dessa questão.

 

“Republiqueta de Curitiba”

 


Na noite de quarta-feira (22/01/2020), o governador Ibaneis Rocha (MDB) entrou no debate e reforçou o descontentamento com a unidade construída no DF.

 

“Quem tem responsabilidade com todas as autoridades que estão em Brasília sou eu. Quem responderá por qualquer problema com as representações diplomáticas sou eu. Sou o único responsável pela segurança pública da capital da República”, enfatizou.

 

 

Segundo lembrou o emedebista, Brasília reúne 180 organismos internacionais, recebe cinco mil prefeitos, acolhe deputados estaduais, federais e também senadores. Inconformado com o posicionamento da pasta do ministro Sergio Moro, Ibaneis reclamou do descaso com que a área federal tem tratado a situação.

 

“Ele veio da republiqueta de Curitiba, isso todo mundo sabe. Mas, agora, é ministro e precisa entender que não está mais lá. Ele mora na capital do país”, disparou o titular do Palácio do Buriti.

 

Presídio novo

 


O Presídio Federal de Brasília foi inaugurado em outubro de 2018. Os três primeiros detentos a ocuparem a penitenciária integram o PCC. O presídio conta com 50 celas individuais erguidas em uma estrutura de concreto armado e monitorada 24 horas por dia.

 

Na unidade prisional, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes. Segundo o Departamento Penitenciário (Depen), o sistema conta com equipamentos capazes de identificar drogas e explosivos nas roupas dos visitantes, detectores de metais e sensores de presença, entre outras tecnologias.

 

 

Cada preso fica em uma cela individual de 6 m² e tem direito a duas horas de banho de sol por dia. Advogados e amigos podem visitar os detentos no parlatório, enquanto os familiares contam com acesso ao pátio. É proibida a entrada de televisores, rádios e qualquer outro tipo de comunicação externa.

 

Os presídios federais cumprem determinações da Lei de Execução Penal (LEP) e começaram a ser construídos em 2006. As unidades recebem detentos, condenados ou provisórios, de alta periculosidade.

 

Fotos: Reprodução

 

O isolamento individual é destinado a líderes de organizações criminosas, presos com histórico de crimes violentos, responsáveis por fugas e rebeliões, réus colaboradores e delatores premiados.

 

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Além da Penitenciária Federal de Brasília, existem outras quatro de segurança máxima no país: Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

 

Metrópoles

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