Política : PASSANDO DA HORA
Enviado por alexandre em 15/01/2020 08:29:34

Privatização dos Correios somente em 2021 diz governo

O secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, não vê espaço para a privatização dos Correios em 2020, apesar de a estatal ter sido incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal em agosto do ano passado, porque deve “dar mais trabalho”. Por conta disso, a venda da companhia só deverá ocorrer no fim de 2021. 

Ele descartou qualquer chance de a empresa ser liquidada. “Liquidação é uma das últimas opções. A empresa tem ativos que valem. Uma liquidação está fora de cogitação”, afirmou Salim nesta terça-feira (14), durante balanço das atividades da sua secretaria em 2019. 

De acordo com o secretário, está sendo contratada uma consultoria para avaliar as alternativas do modelo de privatização dos Correios e, por conta disso, dificilmente a venda da companhia ocorrerá neste ano.  

“A empresa tem uma complexidade muito grande, tem um monopólio estatal e a questão da universalidade da entrega da carta (que está prevista na Constituição Federal) tem mais de 100 mil funcionários. Por isso, os Correios vão dar um pouco mais de trabalho”, destacou Salim. 

Dependência 

Os Correios estão entre as quatro empresas listadas por Salim que precisam de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ou projeto de lei para serem desestatizadas. As outras três são: Eletrobras (que já tem um projeto de capitalização, mas que está parado no Congresso), Casa da Moeda e Hemobrás. 

Com o objetivo de acelerar tanto o processo de desestatização, o secretário adiantou que enviará ao Legislativo em fevereiro, quando acabar o recesso, um projeto de lei para implementar o “fast track”, ou linha rápida, para as privatizações.  

A meta deste ano é arrecadar R$ 150 bilhões com a desestatização ou desinvestimento em 300 empresas, entre controladas, subsidiárias, coligadas e simples participação. Nessa lista, não estão incluídas Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia S.A. (Basa) e Banco do Nordeste.  

Em 2019, foram arrecadados R$ 105,4 bilhões com as desestatizações e desinvestimentos de 71 companhias, segundo informações do secretário. Entre elas, está a CorreiosPar, que foi liquidada no fim do ano passado.


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A Eletrobras é uma das estatais que a equipe econômica pretende privatizar neste ano com o intuito de reduzir custos, segundo o secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar.  “A Eletrobras é nossa prioridade e esperamos fazer a capitalização para aliviar os cofres públicos”, garantiu. Contudo, ele admitiu que o processo ainda tem muitas dificuldades pela frente.

De acordo com dados de Salim, a Eletrobras onera muito os cofres públicos, pois o custo para manter o market share do governo federal na Eletrobras é de R$ 14 bilhões por ano. “O governo não tem esse dinheiro para manter a participação”, criticou.   

Vale lembrar que esse montante superior ao que vinha sendo previsto pelo governo com a capitalização da Eletrobras, de R$ 12 bilhões. A privatização da estatal tem sofrido fortes resistências entre parlamentares do Nordeste e também entre integrantes do governo. O valor atual de mercado da empresa é de R$ 64,7 bilhões, pelos cálculos de técnicos do governo.  

Apesar de o governo ser criticado pelo mercado por não ter se empenhado para acelerar a tramitação do projeto de capitalização da estatal energética que está no Congresso desde 2018, o secretário reforçou que dentro da equipe econômica há o maior interesse em vender a companhia. “O governo não deveria ter empresa de geração de energia, porque não é interesse estatal”, defendeu.   

As declarações de Salim ocorreram durante encontro com jornalistas nesta terça-feira (14), onde ele anunciou que pretende arrecadar R$ 150 bilhões com desestatizações e venda de participações de 300 empresas neste ano.  Contudo, ressaltou que as demais “joias da coroa”: Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão fora da lista das privatizações.  Continue reading

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O presidente Jair Bolsonaro correu para dar um aumento adicional de R$ 6 ao salário mínimo, de R$ 1.039 para R$ 1.045, temendo desgaste ainda maior na imagem do governo. Mas os R$ 6, ao longo de um ano, corresponderão a R$ 78, o valor de um botijão de gás em alguns centros do País.

Dentro do governo, admite-se que a economia que se tentou fazer foi uma “mesquinharia” contra os mais pobres. Não por acaso, a popularidade do governo é baixa nas regiões onde se concentram os trabalhadores que ganham menos, como no Nordeste.

Técnicos da equipe econômica ressaltam, porém, que qualquer economia é bem-vinda dentro do governo, pois as contas públicas ainda estão em situação difícil. Os R$ 6 a mais no mínimo representarão gasto adicional de R$ 2,3 bilhões ao ano para a Previdência Social.

Críticas 

A ala política do Planalto, que acompanha as pesquisas de popularidade do governo, acredita que não havia necessidade de a equipe de Paulo Guedes ter sido tão dura. “É incrível, bastou o presidente apertar o ministro da Economia para logo aparecer os recursos que garantirão um salário mínimo maior”, diz um assessor próximo de Bolsonaro. 

No que depender da ala política do Planalto, o desgaste na imagem do governo por causa do aumento do salário mínimo abaixo da inflação vai custar caro à equipe do ministro da Economia. “Se os técnicos não conseguem ter a visão política, para isso temos uma ministro na pasta”, ressalta o assessor. “Não dá para ficar queimando o governo”.

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