Política : TEM CORRUPÇÃO
Enviado por alexandre em 14/01/2020 22:54:00

Incapacidade pode levar Rondônia a falência

Por Edilson Neves*

A inoperância do chefe da Casa Civil de Rondônia, Júnior Gonçalves, parece não ter limites. Deputados da base governista, no final do ano passado, não aceitaram aprovar o projeto que permitiria ao governo tomar 30 milhões de dólares emprestados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O governador Marcos Rocha (PSL) contava com essa grana para conseguir desenvolver alguns trabalhos neste ano. No ano passado ele trabalhou pouco.

Votação

Os deputados governistas aprovaram a tomada de empréstimo em primeira votação e em seguida se retiraram do plenário. Júnior Gonçalves estava na Assembleia Legislativa, mas os parlamentares nem ligaram para isso. Os deputados governistas toparam participar de uma sessão no dia seguinte, desde que o projeto fosse retirado.

Moral

O governador deve questionar a competência de Júnior Gonçalves para ocupar o cargo de chefe da Casa Civil. Ele distribuiu uma grande quantidade de cargos para alguns deputados, atraindo-os para a base governista, mas na hora que precisa de votos, não consegue. Não seria melhor colocar alguém mais habilidoso, que desse menos cargos em troca de melhores resultados?

Tem corrupção

Marcos Rocha vem com a prosopopeia para acalentar bovinos, a famosa conversa para boi dormir, dizendo que não tem corrupção em seu governo. É claro que tem. O gerente de obras da Seduc, engenheiro Ronaldo Scorza Gonçalves foi exonerado recentemente, em meio a uma investigação conduzida pela Polícia Civil. Ele é acusado de direcionar licitações. O engenheiro é acusado de se dirigir a escolas e coagir diretores para que uma empresa de um “amigo” ganhasse as obras. Por isso, foi mandado embora.

Roubo

A Seduc empenhou no final do ano passado 10 milhões de reais, em 20 dias, para aumentar a altura dos muros das escolas de Porto Velho. Não houve análise de solo para o dimensionamento da fundação. Os muros ficaram com quatro metros e não se sabe se os alicerces suportarão a carga. Podem cair na cabeça de alguns alunos. Uma única empresa ganhou a maior parte das obras: a empresa do amigo do Ronaldo. Mas teve alguns diretores de escola que se rebelaram e o mandaram comer capim.

Uirandê

O desvio de dinheiro no governo Marcos Rocha está claro, pois não havia necessidade de aumentar os muros. É bom lembrar que o ex-gerente da Seduc, Ronaldo Scorza Gonçalves, é o mesmo engenheiro responsável pelo projeto do prédio do empresário Uirandê Castro, dono do Aquárius Selva Hotel. O prédio inclinou e quase caiu. Ronaldo foi preso, à época. Para quem quase causou a derrubada de um prédio na cabeça de populares, derrubar muros em cima de crianças é café pequeno. Foi esse o engenheiro que a equipe de Marcos Rocha colocou para cuidar da construção e reformas de escolas em Rondônia.

Cabide de emprego

É bom lembrar que o engenheiro Ronaldo Scorza Gonçalves é ex-cunhado do secretário da Seduc, Suamy Vivecananda. Ele foi casado com a atual diretora pedagógica do Idep, uma autarquia vinculada à Seduc, Eline Silva Costa. Isso, significa que o secretário Suamy colocou a família para trabalhar na Seduc, debaixo da curta barba de Júnior Gonçalves. Isso indica que o chefe da Casa Civil não sabe o que se passa embaixo de seu nariz. A Seduc deixou de ser um órgão transparente para ser “traz parentes”.

Se ferrou

O ex-cunhado do Suamy foi exonerado exatamente depois de a Seduc encaminhar 330 mil reais para o Idep reformar o Instituto Abaitará. Ronaldo foi com a ex-mulher, “acompanhou” a licitação e o “amigo” dele ganhou. A investigação já existia, mas então a Polícia Civil foi pra cima. Avisou o governador e as providências foram tomadas.

Quadrilha

Marcos Rocha, que muitas vezes aparenta estar com sonolento, deve ter acordado para o que acontece na Seduc. Mas onde estava Júnior Gonçalves que não viu a roubalheira e a falta de competência? O secretário coloca no setor de obras o ex-cunhado, preso por quase derrubar um prédio, e o chefe da Casa Civil não percebe. O cidadão vai às escolas, pressiona diretores para direcionar obras e ele não fica sabendo. Parece que quem nasceu para ser Júnior jamais terá competência para ocupar cargos direcionados a gente sênior.

Articulação

Todo empreendedor tem por objetivo transformar seu empreendimento em um negócio próspero e competitivo. No entanto, para que isso se torne realidade é necessários vários esforços diários, muito comprometimento, além de muito jogo de cintura e articulação.

Falência

Porém, na falta de elementos como esforços, comprometimento, dedicação, uma comunicação assertiva, além de um trabalho em equipe bem feito, as chances de que ela comece a enfrentar problemas graves no futuro aumentam consideravelmente, gerando uma série de danos irreversíveis, inclusive a falência. Contudo a empresa pode recorrer a uma recuperação judicial, uma espécie de UTI na tentativa de salvar o empreendimento que não consegue mais pagar suas dívidas. Mas, geralmente pode não dar certo e levar direto a falência, fechando as portas de vez.

Gonçalves

Foi o que aconteceu com a rede de Supermercado Gonçalves em Rondônia, administrada pelo empresário José Gonçalves e seus filhos. A Gronopan – uma indústria de alimentos, com mais de 300 funcionários, produzia bolos e outras massas e alimentos industrializados que era comercializados nas lojas do grupo, sob o comando de Júnior Gonçalves, hoje chefe da Casa Civil no governo do coronel Marcos Rocha, saiu do controle, deu errado.

Competência

O estado de Rondônia, ao que parece, apresenta uma situação fiscal consideravelmente boa, vem se destacando no cenário nacional como uma das economias mais pujantes da região Norte – tendo o agronegócio como carro-chefe. Na contramão de outros estados Brasileiro, que vem enfrentando serias dificuldades para equilibrar suas contas.

Danos

Porém, na falta de articulação, comprometimento, responsabilidades, dedicação e decisões assertivas, as chances de enfrentar problemas graves no futuro aumentam consideravelmente, gerando uma série de danos irreversíveis a população, inclusive na economia – tudo isso, cabe uma certa reflexão.

Insolvência

Muito embora, nossa cultura não permita a possibilidade de “falência” de um ente federativo. Imaginem vocês se isso levasse à insolvência do estado de Rondônia. O que isso significaria, objetivamente? Não iria desaparecer. Simplesmente, seria incorporado aos Estado do Amazonas e/ou Mato Grosso. Nem posso imaginar como seria. Fazer os rondonienses substituírem seu simpático sotaque pelo “amazonês”, parecido com o sotaque carioca? Nem pensar… Brincadeiras à parte, é inimaginável para nossa cultura admitir a extinção de um ente federado. Sendo assim, o que fazer?

*Edilson Neves é Jornalista e Editor do  jornal Correio de Notícias de Rondônia

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