Política : AMAZÔNIA
Enviado por alexandre em 06/08/2019 08:30:37

Maus brasileiros usam números mentirosos diz, Bolsonaro
FolhaPE

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, hoje, em Sobradinho (553 km de Salvador) que "maus brasileiros" divulgaram "números mentirosos" sobre o desmatamento na floresta Amazônica.

"A Amazônia tem um potencial incalculável. Por isso, o mundo está de olho nela. Por isso, alguns maus brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos contra a nossa Amazônia", afirmou o presidente.

A declaração foi dada dias depois do anúncio da exoneração diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, por determinação do próprio presidente. A demissão ocorreu após a divulgação de dados sobre o aumento do desmatamento da Amazônia neste ano.

O presidente classificou como irresponsável a divulgação dos dados pelo então presidente do Inpe, disse lamentar o fato de Ricardo Galvão ter um mandato, mas afirmou que está buscando uma maneira de substituí-lo.

Segundo o presidente, caberia a Ricardo Galvão, antes da divulgação dos dados, procurar o ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, que o procuraria "dada a gravidade do assunto". "Iríamos conversar os três e o que eu exigiria de imediato: cheque os dados. Certifique-se da veracidade dos números, porque os números não mentem. A partir do momento que, esses números, de forma irresponsável vazam, o Brasil tem um prejuízo enorme junto a outros países", afirmou.

O presidente afirmou que não quer vetar nem censurar qualquer divulgação de números sobre desmatamento. Mas afirmou que os dados devem ser divulgados apenas quando se há certeza sobre eles.

O presidente também colocou em xeque a veracidade dos dados. Segundo Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que o Inpe computou áreas sobrepostas ao medir o desmatamento. "A suspeita, o alerta de desmatamento, ao contrário daqueles que falaram há poucos dias, pode não ser verdadeira", disse Bolsonaro.


Filhos para abrir portas

Só ditaduras transmitem a empresários mundo afora a mensagem de que eles precisam negociar com filhos de presidentes para abrir portas. Só ditaduras tratam missões diplomáticas como se fossem assunto de família.

Apesar de ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, não é papel de Eduardo Bolsonaro intermediar eventuais investimentos estrangeiros no Brasil. Isso é assunto do Executivo. Era do Ministério da Indústria e Comércio em governos passados. Hoje, essa estrutura está alojada na pasta da Economia, comandada por Paulo Guedes.

Causa preocupação aos interesses nacionais indicar alguém com o perfil de Eduardo Bolsonaro para a embaixada nos EUA. É mistura assuntos de Estado com interesses familiares. É transmitir a mensagem errada ao mundo, como se o Brasil fosse seguir a trilha de uma república de bananas. É uma cópia fiel, mas ruim de Donald Trump.

Não é bom para o presidente. Não é bom para seu filho. Não é bom para o país. (Kennedy Alencar)

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