Justiça : PF ÉS A QUESTÃO
Enviado por alexandre em 16/07/2019 08:32:21

Polícia de governo ou de Estado?

Blog do Kennedy

Por ora, está em curso uma investigação da Polícia Federal sobre suposto hackeamento. A PF é subordinada a Moro, cuja conduta como juiz foi abalada pelas mensagens que trocou com Dallagnol. A PF não pode ser uma polícia de governo. Deve se comportar como polícia de Estado.

O Judiciário e o Ministério Público tampouco podem fechar os olhos para a gravidade dos fatos. As mensagens, cuja veracidade foi atestada por diversos veículos e jornalistas que tiveram acesso ao arquivo da equipe de Glenn Greenwald, mostram uma corrupção do sistema judiciário. Não há outra forma de enxergar o caso. A imprensa tem um papel cumprir. Como a lei, o jornalismo deve valer para todos.

No final de semana, a revista “Veja” e o jornal “Folha de S.Paulo” trouxeram novas revelações. A revista narra uma versão de Dallagnol sobre conversas com o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), corte sediada em Porto Alegre.

Dallagnol trocou mensagem com o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré dizendo que teve “encontros fortuitos” com Gebran. Nessas ocasiões, o desembargador teria considerado fracas as provas contra o réu Adir Assad, acusado de ser operador de propinas na Petrobras.

AMBIÇÃO E CORRUPÇÃO

A “Folha de S.Paulo” publicou reportagem com o seguinte título: “Deltan montou plano para lucrar com fama da Lava Jato, apontam mensagens”. A leitura do texto, inclusive das mensagens trocadas entre Dallagnol e o procurador da República Roberson Pozzobon, deixa mal na foto dois investigadores Lava Jato.

Emerge um retrato que mistura ambição financeira desmedida e corrupção da função pública. Dallagnol industrializou as palestras. Queria “lucrar, ok?”, como escreveu no Telegram. A ética pública passou longe dali. Recomendo a leitura da íntegra da reportagem da Folha, incluindo as mensagens. Antes, é bom tomar um omeprazol ou um sal de frutas.



Reunião e vazamento: Moro, Deltan e PF

Moro, Deltan e PF marcaram reunião para discutir fases da Lava Jato, apontam diálogos

Então juiz e procurador também trataram de dinheiro para vídeo de campanha na T

Folha de S.Paulo

O então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol marcaram uma reunião com a Polícia Federal para discutir prioridades da Lava Jato e para tratar de novas fases da operação, segundo mensagens divulgadas nesta segunda-feira (15).

O diálogo, revelado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, na rádio BandNews, e pelo site The Intercept Brasil, aconteceu em 2015, segundo ano da Lava Jato.

"Quando seria um bom dia e hora para reunião com a PF, aí, sobre aquela questão das prioridades? Sua presença daria uma força moral nessa questão da priorização e evitaria parecerr que o MPF quer impor agenda", diz Deltan.

Moro respondeu à época que não teria tempo.

Mais de um mês depois, em outubro de 2015, Deltan voltou a sugerir o encontro: "Seria possível reunião no final de segunda para tratarmos de novas fases, inclusive capacidade operacional e data considerando recesso? Incluiria PF também".

Mensagens divulgadas anteriormente mostravam o papel de influência do então juiz junto aos investigadores, como em uma ocasião em que ele indicou uma possível testemunha de acusação a Deltan e uma orientação sobre um dado omitido em uma denúncia apresentada à Justiça.

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