Mais Notícias : Reforma passa com toma lá dá cá
Enviado por alexandre em 10/07/2019 08:45:50


Reforma passa com toma lá dá cá

Para empurrar goela-abaixo a indigesta reforma da Previdência, o Governo não precisou apenas da liderança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Teve que usar dos mesmos mecanismos que tanto combateu na era Lula: o fisiologismo. Liberou, na véspera da medida entrar em plenário, R$ 1,3 bilhão.

Somando este valor ao que já jorrou pelas torneiras, são R$ 2,5 bilhões para adoçar a boca dos deputados que resistiam à reforma. Cai por terra, assim, o carcomido discurso do presidente, de que não é recorrente à política do toma lá dá cá. No Congresso, mudou o clima em favor das mudanças nas regras de aposentadoria, mas não ao clima de desconfiança em relação à governabilidade.

Bolsonaro fez afagos, ontem, a Maia, tratando-o de general. Um grande número, porém, de parlamentares reclama do acesso ao Governo e ao tratamento indiferente que recebem circulando pela Esplanada dos Ministérios.

Expulsa ou não – Embora voto favorável à reforma da Previdência, o deputado Gonzaga Patriota (PSB) não acredita que o partido venha a expulsar os parlamentares que não respeitem a orientação da executiva nacional pelo voto contrário. “Não é uma tradição tamanha radicalização”, disse. Será? Com a palavra o senador Kajuru, degolado por ter votado a favor do decreto de armas.

Primeiro rebelde – Se Patriota tem razão veremos com a reação do comando socialista ao voto do deputado Felipe Carreras. Pelo menos até o fechamento desta coluna, ele tendia a votar a favor das mudanças nas regras de aposentadoria. Na segunda-feira passada, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, foi claro: quem votar a favor da reforma será expulso do partido.

Revolução – O presidente do Tribunal de Contas da União, José Mucio Monteiro, que abriu uma exceção para este colunista, ontem, concedendo a sua primeira entrevista depois de empossado, há seis meses, faz uma gestão que incomoda muita gente. Ele não quis tratar das mudanças que vem empreendendo, mas certamente vão gerar mídia nacional e muita polêmica.

Tesão de noivo – Vice-presidente estadual do PMDB, o primeiro suplente do senador Jarbas Vasconcelos, Fernando Duere, está com tesão de noivo para levar o partido a crescer no Estado. Já encomendou uma bota de sete léguas para o primeiro giro aos rincões do Estado.

Vaquejada – Tabira já pode festejar a manutenção de uma das maiores vaquejadas do Nordeste, organizada e promovida por Paulino Melo e filhos: a Câmara aprovou, ontem, a legalização do esporte. O evento de Tabira, que arrasta uma multidão, será neste fim de semana.

DEMAGOGIA – O vice-presidente Hamilton Mourão disse, ontem, ao deputado pernambucano Fernando Rodolfo (PL), que os governadores do Nordeste, contrários à reforma da Previdência, agiram com populismo e demagogia ao longo de todo o processo de discussão da matéria na Câmara.

Perguntar não ofende: Felipe Carreras vai ser expulso por não se curvar à direção do PSB?



Governo: R$ 5,6 bi em emendas; deputados pedem mais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha de S.Paulo

Análise do texto teve início às 20h48 e entrou pela noite; votação deverá ser iniciada nesta quarta

Na tentativa de iniciar a votação da reforma da Previdêncianesta terça-feira (9), o governo federal aprovou medidas para afagar a bancada ruralista e impulsionou o envio de recursos às bases eleitorais de deputados. 

O Executivo acelerou a liberação de emendas orçamentárias e ofereceu um lote extra aos congressistas. Já foram prometidos ao menos R$ 5,6 bilhões a deputados.

Ainda assim, os partidos ampliaram a lista de exigências, atrasando o início da votação da reforma no plenário.

Com isso, a análise do texto, que é a prioridade legislativa do presidente Jair Bolsonaro, só começou às 20h48 desta terça. Enquanto negociações eram feitas, deputados discutiam, no lugar, a regulamentação da vaquejada.

O plenário encerrou à 0h43 da madrugada desta quarta a fase de debates da reforma. A expectativa dos parlamentares é que às 10h30 haja quórum para a retomada dos trabalhos no plenário da Câmara.

Embora tenha adotado na campanha o discurso de que colocaria fim ao toma lá dá cá na relação com o Congresso, o governo ofereceu a cada parlamentar fiel um lote extra de R$ 20 milhões de emendas (em um total de mais de R$ 3 bilhões), que é o direcionamento de verbas do Orçamento para o reduto eleitoral dos políticos.

Além disso, acelerou o empenho —o registro oficial de que pretende executar aquele gasto— das emendas ordinárias, conforme mostrou a coluna Painel nesta terça.

O governo liberou quase R$ 1 bilhão na véspera da votação —um total de R$ 2,6 bilhões nos seus primeiros dias úteis de julho, segundo levantamento do gabinete do líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Presente no plenário da Câmara, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou ao site Jota que a liberação de verbas de sua pasta foi um esforço para a aprovação da reforma.

A declaração difere da do presidente da República, que em entrevista e nas redes sociais disse que a medida é uma ação normal da administração pública, sem relacioná-la à Previdência.



Bolsonaro ora hoje com irmãos evangélicos na Câmara

Jair Bolsonaro deve orar ao lado de seis ministros nesta quarta (10), no culto da bancada evangélica na Câmara dos Deputados.

De acordo com o deputado Pastor Marco Feliciano (Pode-SP), vão à celebração os ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), André Mendonça (AGU) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).

 “Estarão conosco por serem nossos irmãos e atenderem a nosso convite”, disse Feliciano numa mensagem a outros parlamentares. (Mônica Bergamo – FSP)

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