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Enviado por alexandre em 01/07/2019 08:19:29

Bolsonaro: troca de favores com Congresso

Contra mote de campanha, Bolsonaro mantém troca de favores com Congresso

Negociação de cargos e emendas para obter apoio continua, mas não tem sido suficiente para melhorar relação entre governo e Legislativo

Ranier Bragon - Folha de S.Paulo

Jair Bolsonaro foi eleito o 42º presidente do Brasil impulsionado pela onda antissistema e com a promessa de acabar com o chamado “toma lá dá cá”, o meio de obtenção de governabilidade adotado até então. Seus primeiros seis meses de gestão concluídos neste domingo (30) mostram que, apesar de algumas mudanças, o modelo continua sendo praticado.

Em pelo menos um ponto, de forma até mais enfática —a oferta concretizada na semana passada do pagamento imediato de R$ 10 milhões em emendas extras para cada deputado federal, em troca de apoio à reforma da Previdência.

O presidente da República obtém sustentação no Congresso não necessariamente com base em suas propostas para o país, mas pela negociação de emendas parlamentares e de cargos federais

Cada um dos 594 deputados e senadores puderam apresentar R$ 15,4 milhões em emendas ao Orçamento federal de 2019, geralmente direcionando verbas para obras e investimentos em suas regiões.

A execução dessas verbas pelo governo é obrigatória, na teoria. O Planalto e os ministérios têm poder decisivo sobre o ritmo de liberação, que, em alguns casos, nem mesmo sai dos cofres federais. É daí que surge um dos itens do balcão de negócios. O governo abre o cofre em busca do apoio que necessita.

A diferença de Bolsonaro é que ele incrementou essa cartada. Sob a chefia do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governo passou a oferecer valor extra, além dos R$ 15,4 milhões, em busca de apoio à reforma da Previdência, que está para ser votada na comissão especial da Câmara.

Leia reportagem na íntegra clicando ao lado: Contra mote de campanha, Bolsonaro mantém troca de favores com ...


Coluna desta segunda na Folha

Reforma pode fechar BNDES

Bancos estatais, como o BNDES, serão fortemente atingidos pela reforma da Previdência. Relatório reservado do banco em poder da coluna mostra que, atualmente, dos 40% da receita PIS/PASEP quem entra na instituição apenas 28% serão mantidos. Mas esses 28% vão migrar do BNDES para o Fundo da Previdência.

Com isso, o banco perde uma das suas principais fontes de recursos. A proposta do relator desvia também recursos do FAT, retirando do BNDES e direcionando ao pagamento de benefícios previdenciários. Especialistas em finanças públicas estimam que o banco deixará de receber em torno de R$ 200 bilhões nos próximos 10 anos.

Em função disso, deixará de gerar, no mesmo período, R$ 410 bilhões em investimentos, perdendo a capacidade de fomentar 8 milhões de empregos. “O banco será descapitalizado. Não descarto a hipótese de ser fechado”, alerta um especialista em finanças no mesmo relatório confidencial.

DNA Campos – Só depois que regressar do Sertão, hoje, o governador Paulo Câmara define o sucessor de João Campos no TCE.  Poucos acreditam que surja um nome sem o DNA Campos. Das alternativas ventiladas a que tem mais sangue Campos é o presidente do PSB, Sileno Guedes. Mas continuam no páreo o secretário José Neto e Milton Coelho, chefe de gabinete do governador.

Vale ouro – Com salário peba na Aeronáutica, o segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues, preso na Espanha depois de desembarcar em Sevilha no voo oficial de apoio ao do presidente Bolsonaro, ia ganhar uma nota braba com os 39 quilos de cocaína. Autoridades da Guarda Civil da Espanha avaliaram a droga em 1,3 milhão de euros, o equivalente a R$ 5,6 milhões.


Cadê o dinheiro: Brasil alvo de Alemanha e Noruega

Dinheiro doado pelo Fundo Amazônia

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, deve voltar a se reunir com as embaixadas da Alemanha e da Noruega nesta semana para discutir o destino do bilionário Fundo Amazônia, bancado pelos dois países.

Os dois países resistem a mudanças que o governo brasileiro pretende fazer na gestão do fundo, diminuindo o número de conselheiros de 24 para 7 e deixando o governo em maioria em sua composição.

As duas embaixadas já se posicionaram publicamente contra as mudanças. O governo admite ceder, mas insiste em dar um caráter mais enxuto e “executivo” ao colegiado.

A Noruega já colocou R$ 3 bilhões no fundo. A Alemanha, R$ 192 milhões. E o Brasil, apenas R$ 17 milhões.

O novo encontro deve ocorrer depois que Angela Merkel, chanceler da Alemanha, criticou Jair Bolsonaro e disse que teria uma “conversa clara” com ele sobre política ambiental.

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