Justiça : SABATINA
Enviado por alexandre em 21/06/2019 09:47:34

Moro ganhou um palanque no Senado
Ascânio Seleme – O Globo

Sergio Moro saiu praticamente ileso da audiência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado em que prestou contas dos vazamentos de diálogos seus com o procurador Deltan Dallagnol. Apesar de ter sido colocado nas cordas com socos e murros de alguns senadores da oposição, foi socorrido com afagos e tapinhas nas costas por outros que apoiam o governo ou apenas se opõem ao PT. O que se viu foi um embate político, e nele o ministro saiu ganhando. Mesmo que restem dúvidas sobre a correção das mensagens que trocou com Dallagnol, Moro saiu do Senado politicamente protegido.

O debate que se viu foi mais uma vez entre parlamentares do PT, ou próximos ao PT e ao escândalo da Petrobras, e os demais. Além daqueles ligados a partidos tradicionais de centro e centro direita, estiveram ao lado de Moro os senadores dos novos tempos. E esses abusaram da gentileza. O fato é que houve tempo e espaço para cada um atacar ou defender a Lava-Jato. Embora os que atacaram dissessem estar mirando na conduta do juiz, o que se viu foi um fogo sem trégua contra a operação que prendeu políticos e empresários, como Lula e Marcelo Odebrecht.

Talvez por isso, o embate tenha pendido a favor de Moro. O que se sabe, e o que não mudou e não mudará mesmo que se consiga comprovar a veracidade dos diálogos hackeados, é que os governos do PT foram corruptos. Não há qualquer dúvida de que o PT e partidos aliados assaltaram os cofres da Petrobras durante a gestão de Lula. Nenhuma dúvida também de que esses assaltos prosseguiram sob Dilma e só foram interrompidos pela operação Lava-Jato. Esse é um dado irrefutável. Por isso, foi difícil aos senadores encontrar caminho para mostrar que Moro agiu de maneira a prejudicar o PT ou afastá-lo do poder.

Leia artigo na íntegra clicando ao lado: Moro ganhou um palanque no Senado - Jornal O Globo


Senadores receberam dossiê com casos de Moro

...que geraram pedidos de suspeição

Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo

Às vésperas da audiência no Senado, parlamentares receberam um dossiê com casos antigos de Sergio Moro (Justiça). Em um dos relatos, de 2005, um criminoso, Tony Garcia, avisou a Moro que seu gabinete havia sido grampeado por ele e outro comparsa. Tornou-se delator. O então juiz teria autorizado medidas contra quem o gravou e só depois se afastou do processo. A conduta foi questionada na Justiça sob a alegação de que, sendo a vítima, Moro não poderia ter instruído a ação.

O nome do advogado que foi acusado e condenado no caso que envolveu o grampo ilegal do gabinete de Moro é Roberto Bertholdo. Seu recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) foi relatado pela ministra Laurita Vaz, que negou todos os pedidos dele, em votos confirmados pela maioria dos pares.

 “Ao que consta”, escreveu a ministra, “Tony Garcia e o Ministério Público Federal firmaram acordo de delação premiada (…), sendo o réu, por força desse acordo, posto em liberdade com o objetivo de colher provas”. Garcia gravou os ex-colegas.

A ação do STJ registra ainda que Garcia “comunicou ao juiz Sergio Moro que ele seria vítima do crime de interceptação telefônica, supostamente cometido por Roberto Bertholdo, com a participação do delator”. Moro autorizou quebra de sigilos a pedido do Ministério Público e depois se afastou do caso. Outro lado”‚Procurada, a assessoria do ministro da Justiça não respondeu.

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