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Enviado por alexandre em 01/05/2019 09:27:13

Novo choque entre Bolsonaro e Receita Federal

Economia perde

Blog do Kennedy

Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro e o diretor da Receita Federa, Marcos Cintra, entraram em rota de colisão. Bem no início do governo, foi Cintra quem teve que negar a suposta criação de imposto único, desmentindo uma fala de Bolsonaro.

Ontem, o jogo se inverteu. Fato: a equipe econômica discute a ideia de reunir impostos federais num tributo e cobrá-lo nos moldes da antiga CPMF.

Em tese, faz sentido simplificar a tributação, mas a simples menção à criação de um imposto, com o adendo de que também seria cobrado de igrejas, levou Bolsonaro a desautorizar o chefe da Receita.

Isso causa ruídos que têm impacto negativo sobre as expectativas econômicas. Agentes econômicos e cidadãos comuns precisam de normalidade para tomar suas decisões. Normalidade é algo que não parece estar no vocabulário do atual presidente da República.


Um clima de sossego

O fim de semana marcou, no Brasil, um raro momento de trégua entre os aliados do presidente Bolsonaro. Embora Rodrigo Maia tenha falado mal do 02 e 03 – chamou Eduardo 03 de deslumbrado e Carlos 02 de radical - ele e Bolsonaro estão de bem. Segundo Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, “daqui para a frente é vida nova, os dois reabriram um canal direto”. Bolsonaro disse que respeita Maia, os dois almoçaram juntos no sábado, e o presidente, além de chamar a conversa de “maravilhosa”, garantiu que está namorando o presidente da Câmara. Com o namoro, a reforma da Previdência se acelera.

Eduardo e Carlos, criticados por Rodrigo Maia, tuitaram louvores à reforma, sem ataques. Ambos pensam em afastar o general Santos Cruz do Governo, mas isso até agora não gerou crise. Por enquanto, o clima é de paz.  (Carlos Brickmann)

Os puxa-sacos

Bolsonaro incentiva a formação de um governo de puxa-sacos

Auxiliares escancaram ideias bizarras para agradar e enterram critérios técnicos

Bruno  Boghossian – Folha de S.Paulo

Nenhum governante quer ter uma equipe que trabalha na contramão das diretrizes estabelecidas por sua gestão. Se um ministro não quiser seguir a linha determinada pelo presidente, por exemplo, pode tentar convencer o chefe a mudar de rumo ou, então, voltar para casa.

Jair Bolsonaro deixou essa orientação clara para seus subordinados. Depois de demitir um diretor do Banco do Brasil por causa de uma propaganda que tinha atores negros, ele passou o recado: “Quem indica e nomeou o presidente do banco? Sou eu? Não preciso falar mais nada”.

O presidente quer assessores afinados com suas visões. É normal que ele busque se livrar de dissidentes, mas o objetivo final é outro. Bolsonaro se move para eliminar focos de moderação e limpar terrenopara suas ideias mais radicais.

Na prática, o governo estimula a formação de um time de puxa-sacos. Nesse programa de incentivo à bajulação, pouco importam critérios técnicos ou avaliações sobre os projetos de um ministério. O importante é dizer “sim” para o chefe.

“Eu não sou armamentista? Então, ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo. Tá ok? Mais alguma coisa?”, afirmou Bolsonaro no sábado (27).

Em primeiro plano, o núcleo extremista do governo quer evitar as marolas provocadas por declarações públicas como as do vice-presidente Hamilton Mourão. O objetivo secundário é neutralizar e constranger personagens, principalmente entre os militares, que trabalham para bloquear os planos desse grupo.

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