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Enviado por alexandre em 18/02/2019 08:15:57

Filho alucinado fortalece generais, Moro e Guedes

Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro não têm nada a oferecer agora à estabilidade do governo

Vinicius Mota - Folha de S.Paulo

A democracia, descobriram os gregos há 2.500 anos, precisa enfraquecer os laços tribais e familiares para frutificar. Ainda assim, dinastias persistem na política.

O primeiro-ministro galã do Canadá, Justin Trudeau, é filho do ex-premiê Pierre. Logo ao sul, os clãs Kennedy e Bush mostram que não há monopólio partidário na coisa.

Nas nações emergentes, despontam os Nehru-Gandhi, na Índia, e os Park, na Coreia do Sul. No Brasil, o fenômeno parece mais regional, apesar de uma rede de parentescos e casamentos conectar Getúlio Vargas, João Goulart, Tancredo e Aécio Neves.

A eleição para deputado federal do jovem João Campos, em Pernambuco, renovou o impulso de uma oligarquia de 300 anos, que batiza o famoso Souza Leão, bolo típico. Há quem tenha começado mais tarde, como os Calheiros em Alagoas.

Os Bolsonaros destoam desses padrões não apenas pela origem italiana do nome. Plantavam a semente de uma dinastia regional e periférica, excêntrica mesmo no contexto do Rio, quando de repente o patriarca foi alçado ao Planalto.

Os efeitos secundários desse salto quântico, que queimou as etapas usuais do acúmulo de capital político, começam a surgir.

É natural e inevitável que os três filhos do presidente procurem influenciar a tomada de decisões palacianas. Nessa movimentação, chocam-se com outras forças e grupos igualmente bem posicionados, imbuídos do mesmo objetivo.

Mas os filhos, convertidos à paranoia de que uma trama pretoriana ameaça o cargo e a vida de Jair, não carecem apenas de expertise e sangue frio para atuar com eficiência nesse certame. Eles nada têm a oferecer agora à estabilidade da gestão.

Quanto mais os filhos intervierem, mais o governo do pai dependerá dos generais, de Sergio Moro e de Paulo Guedes, nessa ordem. Os meninos alucinados acabam por fortalecer alguns daqueles que têm por adversários.



Fora de governo Bolsonaro, Bebianno volta a advogar

E não descarta vida política

Jussara Soares - O Globo

Fora do governo do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno , da Secretaria-Geral da Presidência, já definiu que pretende voltar a advogar no primeiro momento. Entretanto, ele avalia seguir carreira política. O empresárioPaulo Marinho , um dos principais aliados de Bebianno, afirmou que ele pode até mesmo entrar na disputa eleitoral no Rio em 2020, mas nega que ele fará uma oposição ao governo, do qual trabalhou para eleger.

— Ele (Bebianno) vai ter que voltar às origens, conforme  o capitão falou. E vai cuidar da vida dele e vai voltar a advogar. Porém, ele pretende permancer na política, vai buscar um espaço na política para militar — disse Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, primogênito do presidente.

Nos últimos dias, o empresário foi convocado por Bebianno para estar ao lado dele durante o desenrolar da crise. Viajou duas vezes do Rio a Brasília e não descarta voltar para a capital federal novamente nesta segunda-feira. Marinho é um  dos principais conselheiros de Bebianno.

Segundo o empresário, Bebianno não pretende fazer oposição ao governo de Jair Bolsonaro, mas, ao deixar o cargo, se empenhará em responder os ataques do vereador Carlos Bolsonaro. 

— Tenho certeza que Bebianno vai se comportar de uma maneira muito digna e correta. A única coisa que ele vai fazer, com justa razão, é explicar essas versões que foram postas na imprensa pelo Carlos Bolsonaro sobre ele — diz Marinho.

Bebianno agente infltrado?

Pessoas próximas a Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) replicaram em redes bolsonaristas texto de uma simpatizante do escrito Olavo de Carvalho contra Gustavo Bebianno.

A versão, que circulou neste fim de semana, insinua que Bebianno era um agente infiltrado que agia contra os interesses do governo.

Teria conspirando contra os filhos do presidente e vazando informações sensíveis à imprensa.  (Folha)


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