Política : GÁS AOS ANTI
Enviado por alexandre em 23/01/2019 09:35:57

Ligação de Flávio com milicianos leva crise de volta ao Planalto

E dá fôlego à oposição

Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo

A revelação de que Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) empregou a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar milícias no Rio elevou o patamar da crise que absorveu o filho mais velho do presidente. No Planalto, a ordem é tentar blindar Jair Bolsonaro. Mas há o reconhecimento tácito de que as falas complacentes do presidente a milicianos e seu silêncio após a morte de Marielle Franco (PSOL-RJ), em março de 2018, dão munição mais do que suficiente para a oposição.

Ao investigar a Alerj, Ministério Público Federal pede ao Coaf dados de movimentações financeiras de gabinetes dos deputados. Material é encaminhado em janeiro de 2018 ao Ministério Público do Rio. Em julho, com base nas informações do Coaf, Promotoria abre investigação criminal sobre Queiroz sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens Reprodução/

Não é a primeira vez que laços entre o gabinete de Flavio e milicianos aparecem. Uma outra assessora do hoje senador eleito, que é tesoureira do PSL no estado, teve dois irmãos PMs acusados de extorsão presos em setembro do ano passado, como revelou o Estado de S. Paulo.

A divulgação de novas conexões com milicianospreocupou aliados de Flavio. Eles haviam terminado a segunda (21) comemorando o estancamento parcial da crise, com a corroboração da versão do senador eleito para os depósitos em dinheiro vivo e , principalmente porque, avaliaram, o assunto tinha saído do Planalto.

Aliados do clã Bolsonaro no Congresso minimizaram o caso. Bia Kicis (PRP-DF), eleita deputada com forte discurso de combate à corrupção, diz que Flavio tem desmontado as acusações e que ele vem sendo alvo de atenção desproporcional.

O senador eleito pretende retomar a intensa atuação nas redes sociais para tentar fazer frente aos ataques e desconfianças de que se tornou alvo. Como mostrou o Painel no sábado (19), desde que o caso Queiroz explodiu, Flavio diminuiu sua assiduidade do Twitter.



Oficial acusado de ser do Escritório do Crime ajuda a esclarecer morte de Marielle



Major Ronald, acusado de integrar o Escritório do Crime, poderá ajudar a esclarecer caso Marielle

Promotores oferecem delação premiada a Major Ronald

Chico Otavio e Vera Araújo - O Globo

Foi num apartamento, em Curicica, Jacarepaguá, que o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, de 43 anos, recebeu voz de prisão na manhã desta terça-feira. Ele é um dos cinco presos na Operação Os Intocáveis, deflagrada para desarticular uma das maiores milícias da cidade . Às 6h, quando entrou na casa do oficial, a promotora Letícia Emili Alqueres Petriz, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), lhe fez logo a pergunta: "O que você tem a dizer sobre o assassinato de Marielle?". Quem assistiu à cena conta que Ronald - apontado como o segundo na hierarquia da quadrilha

Cumprindo prisão preventiva e pressionado por ser réu em um júri popular marcado para abril (no qual responderá pelo assassinato de quatro jovens na saída da antiga casa noturna Via Show), ele, de acordo com os promotores, pode receber o benefício da delação premiada. Para isso, precisa ajudar a polícia esclarecer alguns crimes. Entre eles, o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado.

A milícia de Rio das Pedras, que também atua em outras comunidades da Zona Oeste, como a Muzema, é acusada de explorar um mercado imobiliário clandestino, de cobrar taxa de segurança — chamada por seus integrantes de “eu te protejo de mim mesmo” — e de praticar homicídios, sequestros e torturas. Ronald, segundo investigadores, é integrante da quadrilha e também faz parte do chamado Escritório do Crime. Trata-se de um grupo de matadores profissionais suspeito de envolvimento em várias execuções, conforme revelou O GLOBO em agosto do ano passado. O “número um” da organização, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conseguiu escapar da operação.

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