Regionais : Igreja alega violação do sigilo de justiça em caso de exploração sexual na Paraíba
Enviado por alexandre em 22/01/2019 10:06:22

Igreja alega violação do sigilo de justiça em caso de exploração sexual na Paraíba

A Arquidiocese da Paraíba promete questionar a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho (MPT) daquele Estado sobre a divulgação de uma sentença em que foi condenada, em primeira instância, a pagar R$ 12 milhões devido a abusos sexuais praticados por padres. O conteúdo foi divulgado pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, e dava conta de que sacerdotes – incluindo o ex-arcebispo da Paraíba Aldo Pagotto, hoje vivendo em Fortaleza (CE) – assediavam flanelinhas e coroinhas, e que teriam relações sexuais com eles em troca de dinheiro e favores.

Em nota divulgada na noite de ontem, a arquidiocese afirma que o procurador do trabalho Eduardo Varandas, que denunciou o caso dos abusos, “violou explicitamente o sigilo (judicial) ao conceder indevidamente entrevista, inclusive, atribuindo à juíza do trabalho, que prolatou a decisão, a responsabilidade pela divulgação ilegal de informações protegidas”. Também na nota, a instituição diz que “adotará as providências cabíveis perante os órgãos competentes para apurar responsabilidades pelo flagrante desrespeito à lei e à ordem jurídica”.

Na acusação mais dura, a nota da Igreja diz que “nitidamente, o protagonista da reportagem, Eduardo Varandas, pinçou trechos de depoimentos prestados sem o crivo do contraditório, omitindo deliberadamente as inúmeras contradições dos depoimentos apresentados perante o Ministério Público do Trabalho e perante a Justiça do Trabalho, para conferir à matéria o enredo que mais interessava e tentar condenar previamente a Igreja Católica, sem a devida análise pela Justiça até a última instância”.

Por telefone, o procurador Eduardo Varandas explicou que em momento algum o Ministério Público do Trabalho da Paraíba violou segredo de justiça. “Nada do que foi produzido na instrução processual foi revelado. Os comentários foram em cima do que toda a imprensa já tinha noticiado”, diz, lembrando que a juíza Rosivânia Gomes da Cunha enviou cópias da sentença para órgãos como Unicef, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e para o Legislativo Federal.

Para Varandas, a decisão da magistrada é “extremamente sábia e embasada em fatos e provas contundentes apresentadas pelo MPT”. “A arquidiocese tem todo direito de recorrer, mas a decisão do Judiciário é de que houve a exploração sexual de jovens”, completa.

Segundo a matéria veiculada pelo Fantástico, pelo menos quatro sacerdotes teriam participação comprovada no abuso a jovens, entre coroinhas, seminaristas e flanelinhas. Há suspeitas de que outros padres teriam envolvimento em casos de pedofilia e de praticar sexo inclusive dentro das dependências da Basílica de Nossa Senhora das Neves, no Centro de João Pessoa. Sobre o caso, a arquidiocese diz que vai “combater qualquer prática que atente contra a dignidade humana”. Com informações do Jornal do Commercio.

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